Há um pequeno
público, o dos materialistas, que, obviamente, negam o espiritismo. E há um
grande público que o nega, porque o desconhece. Esses dois públicos formam uma
maioria de descrentes nele. Somem-se a esses dois grupos os líderes religiosos
contrários a ele e que mais o difamam. E o que incomoda muito esses líderes
religiosos é o fato de eles viverem da sua religião, enquanto que os líderes
espíritas vivem para a sua religião!
Somente, pois, são
espíritas mesmo os médiuns e os indivíduos que o estudam. Mas porque ele é uma
crença natural e de fé raciocinada, ele tem adeptos em todas as religiões. Daí
a sua universalidade. De fato, qual povo não possui um histórico de visões e
medo de espíritos? A própria Bíblia tem passagens que proíbem o contato com
eles (Moisés, não Deus, em Deuteronômio capítulo 18). E se Moisés proíbe o
contato com eles, é porque esse contato existe mesmo, pois ele não era doido de
proibir tal contato, se ele não existisse! E Moisés proibiu essa comunicação
com os espíritos, porque era muito grande a ignorância das pessoas sobre a
mediunidade, além do comércio que muitos faziam com ela. Mas em Números 11: 24
a 30, ele a defende. E no tocante à reencarnação, dada a sua crença universal,
dispensam-se comentários.
Muitas pessoas dizem
que os espíritas se comunicam com os demônios. Mas os demônios somos nós
mesmos. Sim, pois, na Bíblia, demônios em grego é “daimones” (plural) e
“daimon” (singular) são os espíritos humanos. E há os maus, os mais ou menos,
os bons e até os santos! A confusão sobre isso surgiu, porque todos os demônios
perturbadores afastados das pessoas são maus, pois os bons não atormentam
ninguém. E, assim, os teólogos concluíram erradamente que todo demônio é mau!
Hoje, os líderes
religiosos, com curso superior de Bíblia, sabem disso, mas deixam na ignorância
seus fiéis que não estudam a fundo a Bíblia. E escrevemos sobre essas coisas
desconhecidas do povo cristão, porque não queremos cometer o pecado de omissão.
Realmente, nós que escrevemos para um jornal de grande circulação como o é O
TEMPO, temos que ter a responsabilidade de dizer a verdade. “Conhecereis a
verdade e ela vos libertará” (João 8: 32). E as duas formas verbais
“conhecereis” e “libertará” estão no futuro, pois não temos esse conhecimento
agora, mas vamos tê-lo no futuro, quando já estivermos bem evoluídos.
Kardec é o verdadeiro
reformador do cristianismo e de todo o espiritualismo universal, pois foi o
pioneiro no estudo científico do espírito. Seus adversários, principalmente
religiosos, não os cientistas, fracassaram, por completo, nos seus ataques
contra o espiritismo. E, agora, como eles não têm mais sucesso nas suas
mentiras, ou talvez, por ignorância sobre a doutrina espírita, eles têm apelado
para a afirmação de que os espíritas não são cristãos. Mas são sim, pois Jesus
ensinou que seus discípulos são conhecidos por se amarem uns aos outros e não,
pois, por crerem ou deixarem de crer em determinadas doutrinas polêmicas
criadas pelos teólogos e impostas pela força e não pela lógica e o bom senso. O
espiritismo, simplesmente, não as segue, mas as respeita como respeita todas as
crenças.
E o ele, apesar de
ser a religião mais atacada, está mesmo presente em todas elas, pelo que é,
realmente, a mais universal!
PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista:
www.tvmundomaior.com.br e parabólica digital.
José Reis Chaves
Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
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