sábado, 12 de julho de 2014

Agenda Espírita Brasil entrevista André Marouço, diretor de Causa e Efeito


A equipe da Agenda Espírita Brasil teve a honra de entrevistar André Marouço, diretor do filme Causa e Efeito, que estreou no último dia 03 de julho nos cinemas de todo o Brasil. Confira a entrevista: 

Agenda Espírita Brasil: Qual sua relação com o Espiritismo? Você frequenta alguma casa, faz leituras, desenvolve algum trabalho?

André Marouço: Sou espírita desde os 19 anos de idade, tenho estudado essa maravilhosa doutrina e isso tem sido essencial nesta minha existência. Sou expositor do Curso de Doutrina do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, e trabalho como médium em reunião mediúnica. 

Agenda Espírita Brasil: Conte-nos um pouco sobre a experiência de dirigir um filme de temática espírita, pela segunda vez, e como isso se diferencia da direção de filmes de outra natureza. 

André Marouço: Sou profissional de audiovisual mesmo antes de me tornar espírita, porém, o cinema é uma área nova em minha vida, tenho me dedicado a esta arte, desde O Filme dos Espíritos, e não tenho interesse algum em fazer cinema que não esteja associado com a doutrina dos espíritos, entendo que essa é uma excelente oportunidade de acelerarmos a divulgação do Consolador Prometido. Em relação às diferenças, eu diria que a principal diferença é na captação de recursos, as empresas não aportam recursos para obras espíritas por temerem sofrer antipatia aos seus produtos, marcas e serviços por parte de outros grupos religiosos, assim geralmente as empresas que patrocinam os filmes espíritas quase sempre são aquelas cujos donos são espíritas. No mais, entendo eu que a forma como se faz é a mesma que como é feito com o cinema em geral, com a vantagem que percebemos o apoio da espiritualidade maior o tempo todo. 

Agenda Espírita Brasil: Você poderia nos contar quais foram as motivações iniciais que levaram ao desenvolvimento desta obra cinematográfica? 

André Marouço: Essencialmente o amor que tenho pela doutrina espírita e pelo cinema, o SET de filmagem de um filme espírita, embora seja um ambiente turbulento, afinal é sempre pouco dinheiro e muitos desafios, mas ainda assim, para mim é o melhor lugar do mundo e é ali que me sinto mais vivo e produtivo. 

Agenda Espírita Brasil: Você mescla cotidiano, temas atuais e a doutrina espírita, no enlaçamento de causas e efeitos, em uma grande rede, na lógica da reencarnação. Esse formato permite inovações de roteiro e direção? 

André Marouço: Sim, sempre, especialmente de roteiro, quanto à questão direção entendo que como quase sempre os recursos ainda são contados, não podemos inovar muito, aliás, quando o filme é lançado a crítica especializada em cinema não poupa ataques as nossas obras, exatamente por não podermos contar com os melhores recursos técnicos, dessa forma, ficamos com a história (roteiro) e com a atuação e entendo que assim será até que o mundo empresarial acorde para a necessidade de patrocinar obras como estas que não tem qualquer interesse de conversão de fiéis, mas sim de iluminação de mentes e corações. 

Agenda Espírita Brasil: “Causa e efeito” é um filme de espíritas, para espíritas ou sobre espíritas? 

André Marouço: Causa e Efeito é um filme espírita para espíritos, antes de tudo trata-se de uma obra de entretenimento, as pessoas vão assistir Homem Aranha e ninguém acredita que pode sair jogando teias e escalando edifícios, com nosso filme se dá o mesmo, se os espectadores não acreditarem na comunicabilidade com espíritos, na reencarnação. Ainda assim se emocionarão com a trama, mas o diferencial é que, além disso, deixamos uma reflexão acerca dos grandes ensinamentos que a doutrina deixa para os espíritos que assistirem a obra. 

Agenda Espírita Brasil: O ecumenismo é uma das tônicas do filme. A mensagem da comunhão e do diálogo entre as crenças aparece de que forma na película? 

André Marouço: Vivemos em um mundo que após séculos e mais séculos tem vivenciado as guerras em “nome de Deus”. No Brasil, embora convivamos com uma aparente convivência pacífica entre religiosos, sabemos que o sectarismo faz ainda hoje seus estragos, assim desejamos inserir na trama estes três religiosos, com crenças distintas, mas que se unem para mitigar a dor humana. Acho eu que aquilo que une os religiosos é muito maior daquilo que os separa, eu posso não acreditar nos dogmas católicos, ou no juízo final dos evangélicos e eles, por sua vez, podem não acreditar na reencarnação, mas todos nós cremos e respeitamos uma força que aprendemos a chamar de Deus e todos cremos que o caminho da religião é o do amor, dessa forma, o filme traz essa proposta de reunião entre os filhos do Altíssimo. 

Agenda Espírita Brasil: A justiça com as próprias mãos, tema que está em alta por conta dos linchamentos recentes, figura nas temáticas do filme. Você acha que o filme trará uma reflexão nesse sentido? 

André Marouço: Sim, acredito e esse foi o intuito, a justiça dos homens, em seus tribunais dirigidos por leis bem fundamentadas e por homens e mulheres, altamente conhecedores dos meandros jurídicos, muitas vezes, acabam por cometer erros em julgamentos cercados de cuidados, imaginem quando se decide pelo julgamento sumário e passional? De outro lado, o filme mostra o lado psicológico obscuro do personagem que afundou no desejo de vingança entendendo ser isso uma justiça, da forma como apresentamos a trama, deixamos bem claro a importância dos tribunais humanos e, além disso, a perfeição da lei divina que não deixa nada nem ninguém impune. 

Agenda Espírita Brasil: Você é uma pessoa de causas ou de efeitos? 

André Marouço: Todos somos seres de Causa e Efeito, a nossa Causa é o criador que nos fez simples e ignorantes e tem nos dado o suporte para evoluirmos através das sucessivas encarnações e o efeito somos nós, seres a caminho da luz. No meu dia a dia, tento lutar uma guerra santa, uma guerra contra as minhas más inclinações, às vezes venço e o efeito é o amor, às vezes perco e experimento a dor educativa, assim é com toda a humanidade. 

Agenda Espírita Brasil: A temática espírita obteve boas bilheterias do público nos cinemas e isso tem atraído a atenção das pessoas às casas espíritas, aos livros da doutrina etc. Que possibilidades você vê nessa nova forma de divulgação da doutrina e que excessos você pensa que devemos nos preocupar? 

André Marouço: Enquanto os filmes estiverem sendo produzidos por instituições e pessoas sérias a temática vai adiante, mas para que isso aconteça é necessário que o público espírita compareça massivamente nas salas de cinema já na estreia desses filmes. Quanto às preocupações em relação às obras, entendo que elas devem ocorrer, especialmente através da chancela da casa máter do Espiritismo no Brasil. Se a FEB apoia um filme, entendo que aos espíritas cabem seguir esse apoio, se ela não o fizer, apoiemos com ressalvas, ou seja, assistimos antes e então decidimos se cabe ou não o nosso apoio. 

Agenda Espírita Brasil: Quais são seus próximos projetos no cinema?  

André Marouço: Estamos trabalhando no primeiro documentário espírita sobre a vida e obra de Jesus, o título é “Nos Passos do Mestre” e esperamos lançá-lo no ano que vem. 



Agenda Espírita Brasil: Deixe uma mensagem final para quem ainda não assistiu ao filme. 

André Marouço: Há três anos nós temos trabalhado neste filme e acreditamos que um filme espírita se faz através de um tripé: 1) Os espíritos superiores nos inspiram a história, nos ajudam na busca de recursos, encaminham os profissionais que farão o filme ir adiante; 2) Os encarnados técnicos e artistas arregaçam as mangas e lutam anos a fio para fazer com que a obra chegue aos cinemas; 3) Os espíritas recebem o filme e levam-no adiante, lotando as salas, organizando caravanas. As duas primeiras partes desse tripé fizeram a sua parte, acreditamos que a terceira parte também fará.




Marcus Vinicius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil) 
Fonte:http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2014/07/09/entrevista-andre-marouco/ 

Imagens da fonte

domingo, 6 de julho de 2014

Ação e Reação


Será que Deus é culpado por nossa vida não correr da forma que gostaríamos?
Será que Deus nos pune?
Ou será que a sorte anda desviando do nosso caminho?
Relacionamentos amorosos sem sucesso, vida financeira difícil, saúde corporal lastimável, entre tantas outras dificuldades que surgem em nossa vida.
Quem será o culpado por tantas infelicidades?
Geralmente procuramos identificar sempre alguém ou algo para nós apontarmos.
“Eles” são o nosso problema.
E então quem é o culpado ?
No universo, tudo está intimamente relacionado, numa sequência de ações que desencadeiam reações de igual intensidade. Deus é infinitamente justo e bom, e nada ocorre que não seja a Seu desígnio. Não existe ocorrência do acaso ou sem uma causa justa. Cada evento ocorre de forma natural, planejada e lógica.
E como sabemos que o Universo é regido por Leis, seria melhor estudarmos a respeito de uma lei muito conhecida no meio espírita. A tão falada Lei de Causa e Efeito. Nesta lei encontremos quem é o responsável por temos uma vida repleta de alegrias ou tristezas.
Todos somos responsáveis por cada um dos eventos que ocorrem em nossas vidas, sejam estes eventos bons, ou aparentemente terríveis. Neste contexto, não existem vítimas. O que aparentemente não tem explicação é porque nos falta alcance para compreensão da real origem de cada acontecimento.
Se buscarmos em nós mesmos, em nossas próprias atitudes, quase sempre encontraremos a causa de todas as nossas mazelas, porém, caso não a encontremos a primeira vista, isto não significa que ela não exista, pois não existe efeito sem causa. Muitas vezes, as causas dos males que nos acometem podem encontrar-se num passado distante, em existências anteriores, momentaneamente inacessíveis pelo véu do esquecimento.
Pela lei de causa e efeito, o homem pode compreender a causa de seus sofrimentos, e de todo o mal que aflige a humanidade, e pode acima de tudo conhecer e amar um Deus justo e racional, que dá a cada um segundo suas obras.

André Luiz Zanoli

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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Seiva essencial

“Se vós estiverdes em mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” – Jesus (João, 15:17.)

O homem vulgar passa grande parte da sua existência queixando-se ou sentindo-se em lugar impróprio às suas aspirações ou aptidões, e pensando, mesmo, que suas atividades não são importantes. Entretanto, mister se faz que nos lembremos de que as leis de Deus colocam cada um de nós nas condições em que melhor podemos produzir e aprender para não incorrermos nos mesmos antigos enganos. Em verdade, estamos sendo protegidos de nós mesmos. 

Desejando maiores responsabilidades – de preferência as que nos exponham à admiração pública - e imaginando que as criaturas colocadas nessas posições usufruem mando especial ante a Providência Divina, não nos damos conta de que cada criatura traz, ao nascer, uma tarefa particular e intransferível, que a coloca no lugar certo, na família ideal e no melhor trabalho para o seu progresso evolutivo. Não importa se sob as luzes da ribalta ou no mais obscuro lar, a tarefa de cada um de nós é de suprema importância na execução do plano universal de Deus. “A folha de papel que te sai das mãos pode ser aquela em que se grafarão palavras destinadas ao consolo de toda a comunidade, e o menino que te obriga a pesadas noites de insônia pode trazer consigo o trabalho de auxílio providencial a um povo inteiro.”¹  
Assim, também, o nosso trabalho junto à Natureza, através da plantação, da limpeza, da proteção a ela, pode transformar-se em manancial de alimentos a sustentar o planeta, porque todos os bens materiais que o Pai entregou ao homem, para seu progresso, podem, em suas mãos, transformar-se em instrumentos de benefício ou destruição, pois tudo e todos produzem alguma coisa. 
Emmanuel ilustra, de maneira bem interessante, essa colocação ao afirmar que pedras produzem asperezas; espinhos, dilacerações; e lama, sujidade. Como podemos ver, a Natureza produz sempre. O problema está na maneira como o homem se utiliza desses recursos. Se produzimos para o bem, esses recursos transformam-se em instrumentos valiosos; entretanto, cada criatura produzirá em conformidade com os agentes que a inspiram. Por exemplo: o delinquente produz o desequilíbrio; o preguiçoso produz a miséria e o pessimista produz o desânimo. Desse modo, onde estivermos, estaremos produzindo de acordo com as influências a que nos afeiçoamos, e servindo de exemplo àqueles que estejam sintonizados a nós.² 
Seguindo essa linha de pensamento, cabe perguntar: Como produzir frutos de paz e aperfeiçoamento, regeneração e progresso, luz e misericórdia? A resposta vem sem muito esforço: Seguindo os passos de Jesus, se nos dizemos Seus seguidores. Como produzir alguma coisa sem a seiva essencial? A resposta vem do próprio Jesus: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim”.³  
Jesus está conosco em todas as posições da vida. Nossa obra, hoje, é o serviço que Deus nos deu para realizar. Façamos tão bem, quanto esteja em nossas possibilidades, a obra parcial confiada a nós, porque a maior parte é trabalho do Criador.

Bibliografia: 
1 – XAVIER, F. C. - Palavras de Vida Eterna – ditado pelo Espírito Emmanuel, 20. ed., CEC – UBERABA/MG - 1995, lição 82.
2 - Idem, lição 103.
3 – JOÃO, 15:4.
4 – XAVIER, F. C. - Fonte Viva – ditado pelo Espírito Emmanuel, 31ª. ed., Federação Espírita Brasileira, RIO DE JANEIRO/RJ – 2005, lição 146. 

Leda Maria Flaborea
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)  

Imagem ilustrativa