quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O Cristianismo está dividido entre os dogmas e o evangelho


Com o assunto que vamos tratar, não queremos desprestigiar, menos ainda ofender, nenhuma religião, pois sigo o espiritismo que respeita todas as crenças, não condenando nenhuma. Mas relembro aqui que, frequentemente, muitas pessoas, por serem orgulhosas e fanáticas com sua religião, elas se revoltam ao ouvirem ou ao lerem alguma crítica contra seu modo de crer. Não estranho, pois, isso! Aliás, às vezes, o que menos queremos saber são verdades ainda desconhecidas por nós! 
Há dois cristianismos: um evangélico e outro que segue mais os dogmas. O evangélico, que se baseia no evangelho e nas suas variações no Novo Testamento, é aceito pela grande maioria dos cristãos, sem nenhum problema, embora, na prática, nem sempre vivenciado. Já o dogmático é constituído de doutrinas polêmicas, pois se apoia em interpretações forçadas da Bíblia, ora alegóricas, ora literais. E é por isso que essas doutrinas viraram dogmas. E, no passado, ai de quem negasse publicamente um deles! Os líderes religiosos, em tudo que falam, eles se referem a um dos principais dogmas. Seria isso fanatismo, insegurança ou lavagem cerebral nos fiéis?
Vamos ver uns exemplos dos dogmas cristãos, com os quais se criou o da Santíssima Trindade. O de que Jesus é Deus tal qual o Pai, e que surgiu com o Concílio Ecumênico de Niceia (325). O do Espírito Santo, que diz que ele é também Deus, teve início no citado concílio e se firmou mais no de Constantinopla (381) e outros posteriores. Mais alguns outros dogmas: o da Comunhão dos Santos, que prega o intercâmbio de colaboração recíproca entre os espíritos desencarnados e encarnados, isto é, entre os seres do mundo espiritual e os do nosso mundo físico. Ele se tornou polêmico para os cristãos apegados ainda ao Judaísmo, em que Moisés (não Deus) proibiu o contato com os espíritos. (Deuteronômio capítulo 18), tal como acontece, ainda hoje, com o espiritismo. O dogma da Transubstanciação ou Eucaristia, que afirma que, depois de consagrados o vinho e a hóstia se tornam o Corpo real de Jesus. Originou-se da interpretação literal dos textos evangélicos: “Isto é meu corpo” e “isto é meu sangue.” Os protestantes, os evangélicos e os espíritas os interpretam figuradamente. Cremos que a Transubstanciação oficializada no Concílio Ecumênico de Trento (1545 a 1563) ganhou muita força entre o clero católico, porque ela dá muito prestígio para os padres e bispos, pois, segundo muitos deles, é só deles esse poder de transformar a hóstia e o vinho no Corpo e sangue reais de Jesus! Já ouvi padres dizerem que eles são superiores a Nossa Senhora e aos anjos, que não possuem esse poder que eles têm! E termino essa relação de alguns dogmas com o da Infalibilidade dos papas em assuntos de moral e de religião, criado no Concílio Ecumênico Vaticano I (1870).
Uns líderes religiosos estão dizendo que o espiritismo não é cristão, porque ele não aceita alguns dogmas. Mas entre eles mesmos há os que recusam alguns. E Jesus disse que seus discípulos serão conhecidos por se amarem uns aos outros, não, pois, por crerem em certas doutrinas dogmáticas criadas por grupos de teólogos imaturos do passado! 

Na TV Mundo Maior, canal aberto e a cabo em algumas regiões, por parabólica digital e www.tvmundomaior.com.br, o “Presença Espírita na Bíblia”, com Celina Sobral e este colunista, às 20h das quintas, e às 23h dos domingos etc (ver a grade de programação). Perguntas e sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br

José Reis Chaves
Escritor, Professor de português pela PUC-Minas, Jornalista, Biblista, Teósofo, Pesquisador de Parapsicologia e do Espiritismo na Bíblia, Radialista, Palestrante no Brasil e exterior, estudou para padre Redentorista, tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", editado pela Editora Chico Xavier, e colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte, às segundas-feiras. www.otempo.com.br 

Imagem ilustrativa

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Respeito à Pátria, compromisso inadiável!


A vida permitiu-nos renascer no Brasil, a querida Pátria que nos acolhe. A história do país, na colonização, nos embates para a construção da democracia e mesmo nos gigantescos desafios da atualidade – onde se incluem a violência e o tráfico, o contraste entre os interesses de variadas ordens e a corrupção, entre outros itens dispensáveis de serem citados –, também apresenta os benefícios de um povo aberto, feliz, descontraído, ardente na fé e na disposição. 
É nosso querido Brasil, gigantesco em proporções geográficas e na diversidade que se apresenta em todos os aspectos! Bendita pátria!       
Por outro lado, o país acolheu a Doutrina Espírita como nenhum o fez. Das sementes germinadas em solo francês, foi aqui que a grande árvore do conhecimento se fez gigante como o próprio país continental. E nós temos a felicidade de conhecer essa Doutrina maravilhosa que inspira ações de caridade – em toda a extensão da palavra –, convivência fraterna e amiga por toda parte. Apesar das dificuldades e limitações humanas que são nossas, individuais e coletivas, ele, o Espiritismo, espalhou e espalha seus frutos pelas mentes e corações que o buscam ou são beneficiados por sua imensa luz. 
Estamos no mesmo país que recebeu o cognome de Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, justa e coerente adjetivação para um povo ameno, solidário, apesar das lutas próprias de nossa condição humana. É aqui que as variadas expressões religiosas se manifestam para conduzir mentes e corações; é também nessa terra querida que nasceram ou renasceram almas que conhecemos sob os abençoados nomes de Irmã Dulce, Zilda Arns, Chico Xavier, Divaldo Franco, Dr. March, Dr. Bezerra de Menezes, entre tantos outros ilustres filhos que lhe dignificam o nome, sendo impossível citar todos e mesmo especificá-los por área, tamanha a variedade e quantidade de benfeitores que aqui vieram e ainda aqui vivem. 
Setembro lembramos a Pátria, desde os tempos escolares. Setembro também normalmente estamos às vésperas das eleições, como ocorre agora em 2014. Isso lembra responsabilidade, comprometimento, ética. Afinal, temos um compromisso com o país, com a coletividade brasileira. Qualquer cidadão está comprometido com a segurança, com os valores do país, com a obrigação moral da retidão e da gratidão, que se estendem por ações em favor do bem comum. É o dever! Não apenas um dever cívico, mas o dever moral para conosco mesmo e para com o próximo, como indica o Espírito Lázaro em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Aliás, lembrando a Codificação Espírita, há que se ater às Leis Divinas, didaticamente apresentadas pelo Codificador em O Livro dos Espíritos. Leis que baseiam-se no amor, diga-se de passagem, mas igualmente são justas e misericordiosas. 
Por tudo isso, a reflexão sobre nosso papel de brasileiros perante a Pátria Brasileira inclui-se igualmente no dever, ainda que apenas por gratidão pelo país que nos acolhe, garantindo-nos a paz desse foco irradiador de trabalho e fé que é o Brasil. Tamanho compromisso dispensa corrupção, egoísmo e tolas vaidades. Pede-nos, isso sim, trabalho e dignidade, exatamente pelo alto compromisso que todos temos com a vida e seu significado. O que significa, em termos de eleições para outubro próximo, o compromisso com a decência e a escolha consciente sem outros interesses que não os da coletividade. 
Repare o leitor atento que, quando ouvimos o Hino Nacional, a emoção nos envolve completamente. É o sentimento de compromisso com a missão da Pátria que integramos. O renascimento no país não é obra do acaso. Indica comprometimento e programação sabiamente elaborada. Saibamos respeitar e cumprir o que antes prometemos. 
O Brasil tem grande papel a exercer junto à Humanidade. Filhos dignos, espíritos preparados e nobres estão sempre presentes como autênticos faróis a conduzir a coletividade. Sejamos daqueles que honram nossa condição humana e brasileira! Exemplos não faltam.
Por gratidão, ao menos, ao querido e grandioso Brasil! Lembremo-nos: o planeta construído por Jesus teve na mente e planejamento do Mestre da Humanidade a inclusão desse país incomparável, onde germinam as doces brisas do Evangelho. 

Orson Peter Carrara