quinta-feira, 19 de março de 2015

Decisão triste!


Comunicamos, com imensa dor emocional, a extinção de atividades do Lar Espírita José Gonçalves – em Mineiros do Tietê, no interior paulista –, departamento de assistência a idosos em desamparo, no regime de internato, fundado em 25/06/1940 (com inauguração em 09/11/40) como departamento do Centro Espírita Francisco Xavier dos Santos, na mesma cidade, este fundado em 22/03/1923.
O fato se deve à impossibilidade de cumprimento da legislação em vigor, pertinentes à atividade, cuja exigência quanto ao quadro de funcionários especializados na área de assistência à população atendida, inviabiliza a manutenção financeira da instituição. O fato se agrava pela instituição localizar-se em cidade pequena, de quase nulos recursos que possam vir de empresas ou da população e que viabilizam manter a instituição em funcionamento no atendimento das exigências legais. Isso sem citar a reduzida equipe envolvida.
Foram 75 anos de trabalho árduo, que partiu do entusiasmo e desejo sincero de servir de seus idealizadores, desde a fundação da instituição mãe, em 1923. Inspirados pelo ideal espírita na prática da caridade e, considerando a realidade da época, optaram pela formação de um lar que acolhesse idosos desamparados. O ideal foi concretizado a partir de 1940, de onde se desdobraram através do tempo as lutas para a construção da nova sede – esta inaugurada em 1974 e algumas reformas posteriores – e esforços continuados que fizeram-na atingir os 75 anos de atividade. Dedicados seareiros trouxeram seu labor e seu empenho nessas décadas de assistência que acolheram inúmeros idosos que, por razões diversas, estiveram acolhidos em sua sede, tornando a instituição conhecida e muito respeitada na cidade.
O tempo provoca mudanças substanciais nas circunstâncias e também atingiu nossa época com alterações estruturais em todos os setores da sociedade, como se pode verificar atualmente, inclusive na realidade do acolhimento de idosos em desamparo, na legislação específica.
Apesar da dor e tristeza que envolve o fato, esse comunicado não é um lamento, pois que a decisão foi tomada em assembleia, com participação lúcida e amparada por assistência jurídica. Na análise das alternativas, concluiu-se com facilidade que a melhor postura – até pela nova realidade dos dias atuais – era mesmo extinguir o departamento citado.
Passados os primeiros impactos, percebe-se que a ocorrência abre outras perspectivas para a instituição, sua história e seus integrantes. Sua atual diretoria recebeu total apoio de amigos vinculados à história da instituição e houve uma boa sintonia no sentido da decisão final.
Os desdobramentos jurídicos, administrativos e humanos que envolvem a demissão de funcionários e mesmo a transferência dos internos para entidades congêneres, seguirão com tranquilidade para não haver qualquer tipo de abalo e a previsão é que as atividades sejam encerradas em definitivo em 90 dias. Após todos os procedimentos que forem exigidos, naturalmente que a diretoria estudará novas diretrizes na utilização do espaço e mesmo o aprimoramento da atividade em outra área, adaptando-se em sua finalidade com o novo tempo.
Aqui cabe imensa gratidão aos pioneiros, continuadores e atuais dirigentes e trabalhadores, funcionários e mesmo aos acolhidos que ali residiram, muitos deles marcantes e inesquecíveis que não caberiam numa breve apreciação. E também aos poderes públicos e à população e empresários que nunca deixaram de atender aos apelos em favor da instituição.
É um fato novo, impactante, sem dúvida, mas necessário. A cidade pequena, sem recursos, a reduzida equipe e o teor das alterações na legislação levaram a esse termo. Como devemos cumprir a lei, é melhor encerrar atividades que descumprir a lei. E tais alterações não devem ser vistas como cruéis. Elas visam proteger o idoso, priorizam a família que, no entender do estado, deve responsabilizar-se pelos próprios idosos. É uma evolução, sem dúvida. São novos tempos, que precisamos aprender a viver.
Para nós, fica a história, a experiência, o aprendizado; ficam as memórias...
Um detalhe significativo é que este comunicado é publicado no dia 21 de março de 2015, véspera da data de fundação da mantenedora do Lar, o Centro Espírita Francisco Xavier dos Santos, em 1923. 



Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/03/decisao-triste.html

terça-feira, 17 de março de 2015

Música para relaxamento

Esclarecimentos Oportunos - Cremação

Agir ajudando

“Agir ajudando, criar alegria, concórdia e esperanças, abrir novos horizontes
 ao conhecimento superior e melhorar a vida, onde estivermos, é o
apostolado de quantos se devotaram à Boa Nova.”
(Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, item 69, psicografia de Francisco C. Xavier.) 

De forma alguma, podemos dispensar a prece e a reflexão como elementos indispensáveis para a nossa alimentação espiritual, tão importante quanto a  alimentação física, para o nosso equilíbrio, mas ações concretas de trabalho precisam ser desenvolvidas para que o bem resplandeça na Terra. 
É nessa hora que imprescindível se torna a firmeza e a constância no propósito de servir desinteressadamente em favor do próximo, pois que, quando agimos na direção do bem-estar alheio, é em benefício de nós mesmos que estamos trabalhando. As ações edificantes têm o poder magnético de se misturar com outras ações de idêntico teor e retornar em nossa direção ainda maior, fortalecendo-nos. O mal também obedece à mesma lei. 
Sabendo disso, até por uma questão de bom senso e inteligência, no limite das nossas forças, será bem melhor fazer o bem, evitando, dentro do máximo esforço, as atitudes que redundem em prejuízo de alguém. 
Para servir ao próximo existem múltiplas formas e maneiras, mesmo sem recursos amoedados ou materiais, pois que em inúmeras situações o necessitado pede apenas a nossa boa vontade e o interesse em ajudá-lo. 
Se nos solicitam remédios que não temos, podemos recorrer a farmácias e laboratórios em busca de amostras grátis ou aos nossos armários, que muitas vezes guardam medicamentos que não mais estamos usando. 
Se nos pedem roupas e calçados, não os possuindo, não estamos impedidos de recorrer à ajuda de parentes e amigos no intuito de atender a necessidade do irmão em sofrimento. 
Se nos imploram interferência para a obtenção de emprego ou de um favor qualquer, saiamos à procura das nossas amizades e falemos com sinceridade sobre a carência de quem nos procurou. 
Se nos rogam um instante de atenção para ouvir um relato aflito, paremos um pouco e escutemos o que o irmão tem para dizer, uma vez que um minuto de conversa pode significar um grande alívio para quem carrega um vulcão no cérebro e uma represa estagnada no coração. 
Se aproximam de nós chamando-nos para compor um grupo de trabalho que se organiza para socorrer crianças sem rumo, que vivem nas ruas da indiferença à beira do abismo das viciações, juntemo-nos a esses idealistas e cooperemos também para a edificação de uma infância equilibrada. 
Se somos convidados a servir em instituições que acolhem idosos sem lar, não percamos tempo, ofertemos algumas de nossas horas buscando aliviar, um pouco, o drama dos abandonados, para que terminem seus dias com mais conforto. 
De alguma forma, pensemos firmemente em trabalhar pela construção de um mundo melhor. Atribuir tal responsabilidade somente para os órgãos oficiais e para o governo é um grande equívoco, pois sem a participação de todos nós, no oferecimento da nossa quota de trabalho, mesmo que seja pequena, tudo fica muito mais difícil. 
Quando Jesus falou da parábola dos talentos, aplaudiu aqueles que os multiplicaram com o trabalho e lamentou a decisão de quem o enterrou no solo, com medo de perdê-lo. Naquele momento o Mestre estava ensinando à humanidade a não cruzar os braços, esperando que tudo se resolva por si. 
Mesmo que seja um pouco é preciso agir ajudando, para que a sociedade dos nossos sonhos não tarde a ser formada. Façamos a nossa parte... e não nos preocupemos se os outros também o fazem.

Waldenir Aparecido Cuin
Votuporanga, SP (Brasil) 

Imagem ilustrativa