quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Árvores e frutos
“Ou fazei a árvore boa e seu fruto bom; ou fazei a árvore
má e seu fruto mau; pois pelo fruto é que a
árvore se conhece.” (Mateus, 12:33)
A árvore simboliza o homem.
Se bom, realiza ações nobres e edificantes, produz bons
frutos.
Se mau, pratica atos indignos e prejudiciais, gera maus
frutos.
A religião é o pomar cujas árvores e seus frutos indicarão
sua natureza.
São, pois, os seus seguidores que farão uma religião voltada
para o bem ou desviada para o mal.
Uma doutrina bem conduzida, regida pelos princípios
cristãos, enseja ao homem desvencilhar-se do vício e do pecado, liberta seus
adeptos da submissão a dogmas absurdos e escravizantes, desobriga seus fiéis da
adoção de rituais e ídolos herdados de antigas seitas pagãs.
Assim é a Doutrina dos Espíritos.
Veio restabelecer a simplicidade e a pureza do cristianismo
primitivo.
Seus bons frutos atestam a boa qualidade das árvores e a
excelência do pomar cultivado pelos seguidores de Jesus, adubado com o amor
fraterno inspirado pelo Evangelho, regado com
o suor dos tarefeiros do Cristo.
Felinto Elízio Duarte Campelo
Maceió, Alagoas (Brasil)
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domingo, 30 de agosto de 2015
Além da morte
Os Espíritos não vacilam quando se referem às mudanças de um
plano a outro, através da morte. Contudo, há os que ainda acreditam na
transformação, nesse instante especial dos que passam para o outro lado, em
figura angelical; em anjo, na verdade.
Essa é a mudança esperada, a mudança que gostariam que
acontecesse e que fica no coração daqueles que sentem a partida do ente
querido, considerando-o, sempre, como figura benfazeja, bondosa, de sentimento
generoso, merecedor do maior respeito. E é verdade! Se foram bons, continuarão
bons e a desenvolver o que está latente na alma. Lá, serão recepcionados
igualmente pelos bons; se perversos, é natural que os que se identifiquem com
eles façam a recepção. A mudança de ambiente não promoverá as alterações
imaginadas, da mesma maneira que a transferência de uma cidade ou de um país
para outro não trará mudanças na personalidade do indivíduo. Haverá variação,
sim, e muita, no aspecto ambiental. Mas, quanto ao comportamento, este sofrerá
as alterações de acordo com o interesse demonstrado, da mesma maneira como aqui
na Terra. Sem a presença da boa vontade, não mudaremos nada.
Através da psicografia de Chico Xavier, seu mentor Emmanuel
ilustra o que representa a passagem deste lado para o outro:
“O reino da vida, além da morte, não é domicílio do milagre.
Passa o corpo, em trânsito para a natureza inferior que lhe
atrai os componentes, entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que
se encontra.
Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do
círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador.
Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe.
Dentro da nossa capacidade de reconhecimento, erguem-se os
nossos limites.
Em suma, cada ser apenas atinge a vida, até onde possa
chegar a onda do pensamento que lhe é próprio.
A mente primitivista de um primata, de um gorila, por
exemplo, transposto o limiar da morte, continua presa aos interesses da furna
que lhe consolidou os hábitos instintivos.
O índio desencarnado dificilmente ultrapassa o âmbito da
floresta que lhe acariciou a existência.
Assim também, na vastíssima fauna social das nações, cada criatura
dita civilizada, além do sepulcro, circunscreve-se ao círculo das concepções
que, mentalmente, pode abranger.
A residência da alma permanece situada no manancial de seus
próprios pensamentos.
Estamos naturalmente ligados às nossas criações.
Demoramo-nos onde supomos o centro de nossos interesses.
Facilmente explicável, assim, a continuidade dos nossos
hábitos e tendências, além da morte.
A escravidão ou a liberdade residem no íntimo de nosso
próprio ser.
Corre a fonte, sob a emanação de vapores da sua própria
corrente.
Vive a árvore rodeada pelos fluidos sutis que ela mesma
exterioriza, através das folhas e das resinas que lhe pendem dos galhos e do
tronco.
Permanece o charco debaixo da atmosfera carregada de
impurezas que ele mesmo alimenta, e brilha o jardim, sob as vagas do perfume
que produz.
Assim também a Terra, com o seu corpo em constante
transformação, arrasta consigo, na infinita paisagem cósmica, o ambiente
espiritual de seus filhos”.
Não resta dúvida alguma sobre a importância do nosso
comportamento no curso da vida. Chico Xavier já lembrava, e com muita
propriedade, que não havia necessidade alguma de se recorrer ao processo
chamado "TVP" - Terapia de Vidas Passadas - ao qual não se dizia
favorável, para conhecer os motivos determinantes que culminam no cumprimento
da Grande Lei, trazendo para os dias atuais sofrimentos muitas vezes não
compreendidos, como convém. Basta, isso sim, que olhemos para nosso próprio
interior para avaliar os gostos que temos, pensamentos que nos ocupam, palavras
ou frases que dizemos, pontos de vista que colocamos, reações e decisões
dominantes e comportamento social rotineiro, especialmente no ambiente do lar.
Por aí já se terá uma imagem, senão precisa, pelo menos delineada o suficiente
para avaliar o que fomos e o que fizemos.
O que não pode e nem deve ser esquecido é que sempre haverá
um dia determinante para a nossa transformação. E como nada impede que esse
importante marco divisor de nossas águas entre o ontem e o hoje seja o momento
de agora, por que vacilar?
Reflitamos, com Emmanuel: “A bendita renovação da alma
pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, exercitando-lhes
a prática”; com André Luiz: “A morte física não significa renovação para quem
não procurou renovar-se”, e com Miguel Couto: “A vida pede a nossa renovação
permanente para chegarmos ao Sólio Divino, que lhe é meta fulgurante”. O que
estamos esperando?
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015
A palavra “reencarnação” foi também criada por Allan Kardec?
Um leitor pergunta-nos se a palavra “reencarnação” foi
também criada por Allan Kardec, tal como ocorreu com os vocábulos perispírito,
espírita e Espiritismo.
Não, a palavra reencarnação já existia quando Kardec deu
início à tarefa de codificação dos ensinamentos espíritas.
É bom lembrar que, conforme diz Gabriel Delanne em seu livro
“A Reencarnação”, essa palavra é também chamada Palingenesia – termo formado
por duas palavras gregas: palin, de novo; genesis, nascimento – e desde os
albores da Civilização fora formulada na Índia.
O livro dos Vedas (Bagavat Gitá) afirma textualmente:
"Assim como se deixam as vestes gastas para usar vestes novas, também a
alma deixa o corpo usado para revestir novos corpos".
Ainda segundo Delanne, foi Pitágoras quem introduziu na
Grécia a doutrina das vidas sucessivas, que ele aprendera no Egito e na Pérsia,
ideia essa que teria sido adotada por Platão, autor de conhecida frase:
“Aprender é recordar".
Foi entre os séculos XVI e XVIII que surgiu, no Latim
tardio, o termo erudito e acadêmico reincarnatio, reincarnationis, que, em
seguida, passou para as línguas românicas e para o inglês. Em francês é
"réincarnation". Essa informação pode ser conferida acessando-se o
site
http://www.latin-dictionary.net/definition/33192/reincarnatio-reincarnationis
Ora, a codificação do Espiritismo teve início em meados do
século XIX, mais precisamente a partir de 1855, quando o professor Rivail teve
o primeiro contato com os fenômenos espíritas e passou a estudá-los de forma
metódica, do que resultou aquilo que chamamos de codificação da doutrina
espírita.
A ideia de reencarnação e o termo que a expressava existiam,
portanto, havia muito tempo, e antes mesmo de Kardec ter vindo ao mundo.
Astolfo O. de Oliveira Filho
Londrina, Paraná (Brasil)
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sábado, 22 de agosto de 2015
Quando foi que esquecemos?
Eis um texto que precisa ser lido em horário nobre na TV.
Transcrevo na íntegra porque é algo que merece ser lido, precisa ser divulgado
e mesmo comentado em família:
“Em entrevista, uma jovem contou que tinha uns sete anos
quando foi com sua mãe ao mercadinho perto de casa. Enquanto a mãe fazia as
compras, ela, menina, escondeu um doce de leite no bolso.
Na saída, sentindo-se a garota mais esperta do mundo,
mostrou o doce e disse: Olha, peguei sem pagar.
O que ela recebeu de retorno foi um olhar severo. E, logo, a
mãe a tomou pela mão, retornou ao mercado, fê-la devolver o que pegara e pedir
desculpas.
A garota chorou demais. Sentiu-se morrer de vergonha.
Entretanto, arrematou, concluindo: Isso me ensinou o valor da honestidade.
É possível que vários de nós tenhamos tido experiência
semelhante. Por isso, indagamos: Quando foi que deletamos a mensagem materna? O
que nos fez esquecer o ensino da infância?
A infância é o período em que o Espírito, reencarnado em
nova roupagem corpórea, se apresenta maleável à reconstrução do seu eu.
É o período em que as falas dos pais têm peso porque,
afinal, eles sabem tudo.
Mirar-se no exemplo dos pais é comum, considerando que, no
processo de educação, os exemplos falam muito mais alto do que as palavras.
Por que, então, deixamos para trás as lições nobres? Quantos
de nós, ainda, tivemos professores que iam muito além do dever e que insistiam
para que fôssemos responsáveis, corretos?
Criaturas que se devotavam, ensinando com o próprio exemplo,
as lições da gentileza no trato, a hombridade, o valor da palavra empenhada.
Se todos nós viemos de um lar, o que nos fez desprezar a honra,
a honestidade e tantos de nós nos transformarmos em políticos corruptos, em
maus profissionais, em seres que somente pensam em si mesmos?
Hora de evocar lembranças, de retornar aos anos do lar
paterno e permitir-nos a reprise das lições.
Não pegue nada que não lhe pertença.
Se achar um objeto, procure o dono porque ele deve estar
sentindo falta dele.
Respeite o seu semelhante, o seu espaço, a sua propriedade.
Os bens públicos são do povo e todos devem ser com eles
beneficiados. A ninguém cabe tomar para si o que deve ser bem geral.
Digno é o trabalhador do seu salário.
Respeite a servidora doméstica, o carteiro, o lixeiro. São
valorosos contribuintes das nossas vidas.
Lembre de agradecer com palavras e delicados mimos
extemporâneos o trabalho diligente dessas mãos.
Cumprimente as pessoas. Sorria. Ceda seu lugar, no coletivo,
ao idoso, ao portador de necessidades especiais, à grávida, a quem carrega
pequenos nos braços.
Ceda a vez no trânsito, aguarde um segundo a mais o pedestre
concluir a travessia, antes de arrancar com velocidade, somente porque o sinal
abriu.
As leis são criadas para que, obedecendo-as, vivamos melhor
em sociedade.
Mas gentileza não está normatizada.
Honestidade é virtude de quem respeita a si mesmo, ao outro,
ao mundo.
Pensemos nisso. Façamos um retorno à infância, pelos dias
dos bancos escolares, lembremos dos nossos pais, dos mestres, das suas
exortações.
E refaçamos o passo. O mundo do amanhã aguarda nossa correta
ação, agora, ainda hoje.”
Extraído na íntegra do site www.momento.com.br , com com
citação de narrativa do artigo Como nossos pais, de Jaqueline Li, Jéssica
Martineli, Rafaela Carvalho e Rita
Loiola, da revista Sorria, de outubro/novembro/2012, ed. MOL..
Orson Peter Carrara
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