Um leitor pergunta-nos se a palavra “reencarnação” foi
também criada por Allan Kardec, tal como ocorreu com os vocábulos perispírito,
espírita e Espiritismo.
Não, a palavra reencarnação já existia quando Kardec deu
início à tarefa de codificação dos ensinamentos espíritas.
É bom lembrar que, conforme diz Gabriel Delanne em seu livro
“A Reencarnação”, essa palavra é também chamada Palingenesia – termo formado
por duas palavras gregas: palin, de novo; genesis, nascimento – e desde os
albores da Civilização fora formulada na Índia.
O livro dos Vedas (Bagavat Gitá) afirma textualmente:
"Assim como se deixam as vestes gastas para usar vestes novas, também a
alma deixa o corpo usado para revestir novos corpos".
Ainda segundo Delanne, foi Pitágoras quem introduziu na
Grécia a doutrina das vidas sucessivas, que ele aprendera no Egito e na Pérsia,
ideia essa que teria sido adotada por Platão, autor de conhecida frase:
“Aprender é recordar".
Foi entre os séculos XVI e XVIII que surgiu, no Latim
tardio, o termo erudito e acadêmico reincarnatio, reincarnationis, que, em
seguida, passou para as línguas românicas e para o inglês. Em francês é
"réincarnation". Essa informação pode ser conferida acessando-se o
site
http://www.latin-dictionary.net/definition/33192/reincarnatio-reincarnationis
Ora, a codificação do Espiritismo teve início em meados do
século XIX, mais precisamente a partir de 1855, quando o professor Rivail teve
o primeiro contato com os fenômenos espíritas e passou a estudá-los de forma
metódica, do que resultou aquilo que chamamos de codificação da doutrina
espírita.
A ideia de reencarnação e o termo que a expressava existiam,
portanto, havia muito tempo, e antes mesmo de Kardec ter vindo ao mundo.
Astolfo O. de Oliveira Filho
Londrina, Paraná (Brasil)
Imagem ilustrativa
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