terça-feira, 29 de dezembro de 2009

RETORNO DA VIDA CORPORAL À VIDA ESPIRITUAL



 PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL


Considerações de Allan Kardec
( Desencarne )


No momento da morte, tudo é inicialmente confuso; a alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela fica atordoada, semelhante à situação de uma pessoa que desperta de um profundo sono e procurase dar conta da situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam à medida que se apaga a influência da matéria da qual acaba de se libertar e à medida que se vai dissipando uma espécie de névoa que obscurece seus pensamentos.
O tempo da perturbação que se segue à morte do corpo é bastante variável. Pode ser de algumas horas, de muitos meses ou até mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que se identificaram já na vida terrena com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua posição.
Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares de acordo com o caráter dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte.
Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia3, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreso, espantado e não acredita estar morto. Sustenta essa idéia com insistência e teimosia. Entretanto, vê seu corpo, sabe que é o seu e não compreende que esteja separado dele. Procura aproximar-se de pessoas que estima, fala com elas e não compreende por que não o escutam. Essa ilusão dura até o completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito reconhece o estado em que se encontra e compreende que não faz mais parte do mundo dos vivos. Esse fenômeno se explica facilmente. Surpreendido pela morte,
o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que se operou nele. A morte é, para ele, sinônimo de destruição, de aniquilamento. Mas, como ainda pensa, vê, escuta, não se considera morto. O que aumenta ainda mais sua ilusão é o fato de se ver num corpo semelhante ao anterior, cuja natureza etérea não teve ainda tempo de estudar. Acredita que seja sólido e compacto como o primeiro; e quando percebe esse detalhe, se espanta por não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é semelhante ao que acontece com os sonâmbulos inexperientes que não acreditam dormir, porque, para eles, o sono é sinônimo de suspensão das atividades, e, como podem pensar livremente e ver, julgam não estar dormindo. Alguns Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não tenha acontecido inesperadamente. Porém, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de estar doentes, não pensavam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu enterro como sendo o de um estranho e falando sobre o assunto como se não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de pesaroso para o homem de bem! É calma e muito semelhante à de um despertar tranqüilo. Para aquele cuja consciência não é pura, a perturbação é cheia de ansiedade e angústias que aumentam à medida que reconhece a situação em que se encontra.
Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se  revêem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou apenas se preocupa com aqueles que lhe interessam.

Material extraído do Cap. 3, item 3 de o Livro dos Espíritos, imagem somente ilustrativa.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fatos interessantes


Escrito por:

D A N I E L   D E F O E

(O romance de Robinson Crusoé conta a história de um marinheiro que aos 18 anos naufragou numa ilha deserta e ali viveu durante 25 anos de solidão e dificuldades, procurando criar um mundo para si mesmo.)


ROBINSON CRUSOE 
É UM LIVRO ESPÍRITA


                    Daniel  Defoe 
Quem iria desconfiar que o inocente romance do inglês Daniel Defoe (1660/1731) traria para as crianças um pouco da doutrina dos Espíritos? Um dos nossos assinantes destacou vários trechos que se encontram nas edições completas, embora não tenham sido incluídas nas edições especiais mais resumidas. São trechos de alta filosofia moral e profundo sentimento religioso. Como os seguintes

"Por isso eu transformei em lei para mim mesmo nunca deixar de atender a essas vozes misteriosas que nos aconselham a tomar tal caminho, a fazer ou não tal coisa, embora não encontremos nenhuma razão para essa obediência. Mas eu tenho muitos exemplos para mostrar que o atendimento a essas advertências produziram ótimos resultados principalmente na parte final de minha permanência nesta ilha infeliz, sem falar nas inúmeras ocasiões em que eu sei que isso teria sido útil se meus olhos estivessem abertos."
"Eu mesmo não posso dizer que existam, atualmente, aparições verdadeiras, espectros ou pessoas mortas que voltam a andar pelo mundo, ou se isso tem origem nas visões de cérebros doentes ou imaginações desordenadas; só sei que a minha imaginação me lança a exageros fantásticos a ponto de imaginar às vezes estar em meu velho castelo, rever meu Espanhol, o pai de Sexta-feira e os marinheiros que deixei aqui; chego mesmo a conversar com eles como se estivessem ali, à minha frente. Isso tem ocorrido tantas vezes que não me assustam mais."
"Quem não examina seriamente o sentido dessa voz secreta que pensamos ouvir, está se privando de muitos conselhos bons, tão necessários à nossa vida neste mundo."
"É extremamente consolador a quem escuta essa voz concluir que um poder invisível e infinitamente poderoso procura orientar e manejar nossos interesses em todos os momentos. Com atenção religiosa é impossível não perceber essa proteção, sabendo que não deve a ajuda à nossa própria cautela, mas unicamente ao socorro eficiente de um poder infinito que nos favorece todo o tempo porque nos ama."

"Para mim, as inspirações são apenas discursos soprados em nossos ouvidos pelos anjos bons que nos ajudam ou por esses diabos espertos que ficam nos espreitando todo o tempo para nos ver cair em alguma armadilha. A única maneira de identificar os autores desses discursos é permanecer em guarda e examinar se as nossas inspirações vão nos conduzir para o bem ou para o mal."

Observação - O livro de Daniel Defoe foi lançado em 1719 mas suas afirmativas parecem fazer parte da Doutrina Espírita de hoje. Em uma comunicação dada à Sociedade de Paris depois de lermos esses trechos, seu Espírito nos disse que pertencia à seita dos Teósofos que, de fato, seguia esses mesmos princípios. Por que, então, a doutrina não se desenvolveu já naquela época? Em primeiro lugar, as doutrinas dos Teósofos eram secretas e a Providência ainda não julgara ter chegado o tempo das manifestações dos Espíritos. E a Doutrina veio proporcionar o esclarecimento maior.


Extraído da Obra:  Revelações da Revista Espírita de Allan Kardec ( FEESP )



Manifestação mediúnica no passado


Revista Espírita – Novembro 1867

Por volta de 1700, já havia um famoso médium de cura;
era um Padre.

O PADRE GASSNER



No n° 24 do jornal A Exposição Ilustrada Popular, encontramos uma notícia curiosa sobre o padre Gassner, muito famoso na época por seu poder de cura. Está num artigo chamado "Correspondência sobre taumaturgos". Diz o seguinte:
"Jean Joseph Gassner nasceu em 20 de agosto de 1727 em Bratz; fez seus primeiros estudos em Inspruck e em Praga, recebeu as ordens eclesiásticas e passou a exercer seu cargo na região dos Grisons.
"Depois de quinze anos de vida na clausura, revelou-se ao mundo com a força excepcional de curar todas as doenças apenas impondo as mãos, gratuitamente e sem utilizar nenhum medicamento. Os enfermos começaram a surgir de todas as partes, e, logicamente, teve como maior inimigo todo o corpo médico. Uns reconheciam suas curas maravilhosas, outros as contestavam.
"O bispo de Constance abriu um inquérito contra ele. Durante a investigação feita pelo diretor do seminário, Gassner declarou que jamais pretendera fazer nenhum milagre e que estava somente exorcizando os demônios em nome de Jesus Cristo, utilizando o poder que a própria ordenação conferia a todos os padres de expulsar os demônios causadores de todos os males do mundo.
O duque de Wurtemberg assumiu abertamente que era seu admirador e protetor, mas suas curas famosas na Suíça, na Alemanha e na França, também atraíram poderosos adversários. Vários bispos se colocaram igualmente contra ele e Gassner acabou proibido de praticar exorcismo em suas dioceses. Sua vida foi uma seqüência de curas e perseguições da igreja e dos médicos até 1777, quando foi encarregado da paróquia de Bondorf. Faleceu dois anos depois com 52 anos.

Observação - De um modo geral, a imprensa costuma dar o nome de taumaturgo (com o sentido pejorativo de "milagreiro") aos médiuns de cura, mas queremos deixar aqui nosso protesto a esse tipo de qualificação, pois o médium de cura só faz o que está dentro das leis da natureza. Os fenômenos espirituais não podem ser considerados milagres, pois o elemento espiritual é apenas uma das forças da natureza, exatamente como o elemento material. A insistência em dar essa denominação aos médiuns mostra que os tempos não mudaram muito até a data de hoje.

Extraído da Obra: Revelações da Revista Espírita de Allan Kardec ( FEESP )

sábado, 19 de dezembro de 2009

Grandes Vultos do Espiritismo


  
VOCÊ SABIA QUE:



Desde a juventude, Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França, já manifestava uma profunda preocupação com a educação da sociedade. Chegou a substituir o mestre Pestalozzi na escola de Yverdun, na Suiça e retornou a Paris, em 1828, cheio de sonhos e de projetos.
Lecionou diversas disciplinas e popularizou o método pedagógico do mestre, revolucionário para a época. Fundou escolas e reformou o ensino francês com seus livros e manuais didáticos.
Foi um dos pioneiros, na França, no campo do ensino para ambos os sexos, especialmente para as mulheres, relegadas a segundo plano pelo sistema de ensino. Chegou a ministrar vários cursos gratuitos em sua residência, fundou escolas e dedicou toda sua vida à educação.
Após estudar o magnetismo desde a juventude, em 1854, aos 50 anos de idade, toma contato com os fenômenos mediúnicos, as chamadas mesas girantes. Sua genial perspicácia o fez perceber que por trás daqueles fenômenos, aparentemente pueris, se ocultava a explicação para muitos problemas existenciais considerados insolúveis.
Dali, adaptando o método experimental das ciências, extraiu uma filosofia laica e espiritualista de bases experimentais, uma ciência de observação, toda uma ética de princípios voltada para o progresso moral e social. Não se limitou à constatação do fato, como o fizeram depois dele os metapsiquistas e parapsicólogos. Foi muito mais além. Estruturou uma filosofia científica que denominou de Espiritismo e criou uma terminologia toda própria, adequada aos fenômenos medianímicos. Elaborou um método, também conhecido como kardecismo, e inseriu essa nova corrente de pensamento no cenário cultural da França e do mundo, em 18 de abril de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos, que assinou com o pseudônimo de Allan Kardec. Segundo informações de Espíritos que o auxiliaram na elaboração do Espiritismo, esse nome teria sido o de uma encarnação ao tempo dos celtas, como druida.
Longe de ser uma doutrina para iniciados, com hierarquias e concepções esotéricas e dogmáticas, o Espiritismo logo se mostrou como uma corrente filosófica espiritualista, progressista e progressiva, comprometida com o processo de evolução intelecto-moral da humanidade. Em seu tempo, Kardec era conhecido como o Fundador do Espiritismo, mas também, até pejorativamente, de O Professor Socialista, não no sentido ideológico do termo, mas no de ser um intelectual e pedagogo preocupado com questões de natureza social, relacionadas à educação integral do homem e da sociedade.
Em toda a Kardequiana podemos observar o comprometimento de Kardec com o social, como nessa afirmação categórica na conclusão do artigo Liberdade, Igualdade, Fraternidade (in Obras Póstumas, 1890): “A aspiração por uma ordem superior de coisas é indício da possibilidade de atingi-la. Cabe aos homens progressistas ativar esse movimento pelo estudo e a aplicação dos meios mais eficazes”.
Em outro artigo, o Fundador do Espiritismo analisa de modo mais aprofundado as causas morais de muitos conflitos sociais, e sustenta com firmeza sua tese de que o egoísmo e o orgulho originam boa parte das misérias deste mundo: “para que os homens vivam como irmãos, não basta pregar-lhes lições de moral, é preciso destruir as causas do antagonismo entre eles e combater o que dá origem ao mal: o orgulho e o egoísmo. É este o flagelo em que devem concentrar toda a atenção aqueles que realmente desejam o bem da Humanidade. Enquanto subsistir esse obstáculo, verão paralisados seus esforços, não só pela resistência da inércia como pela de uma força ativa que trabalhará sem cessar para destruir sua obra, porque toda idéia grande, generosa e emancipadora arruína as pretensões pessoais” (O Egoísmo e o Orgulho, Obras Póstumas).
Para o Espiritismo, o processo histórico é evolutivo e avança quando entram em choque os interesses de grupos antagônicos entre si, gerando os conflitos sociais, necessários ao progresso da Humanidade. Kardec, sensível a essa idéia, a desenvolve e observa que “em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicação das causas da destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.” (A Geração Nova, A Gênese).
A preocupação com o poder também não ficou de fora das conjecturas de Allan Kardec. Ele defendia a tese de que no seu exercício é fundamental, além do preparo intelectual, a moralidade. Em termos práticos, essa idéia consubstancia-se no que denominou de aristocracia intelecto-moral, composta por um corpo dirigente animado por sentimentos de justiça e de caridade. Segundo Kardec, o Espiritismo é o precursor dessa aristocracia do futuro em função de seu poder de moralização: “Sendo uma potência como filosofia, o Espiritismo, neste nosso século da razão, só teria a perder se pretendesse transformar-se em poder temporal. Não será portanto ele que irá organizar as instituições sociais do mundo regenerado, mas os próprios homens, levados por suas idéias de justiça, de caridade, de fraternidade e solidariedade desenvolvidas por efeito de sua nova crença.” (Questões e Problemas, Obras Póstumas).
Nos últimos anos de sua vida, preocupado com a continuidade do Espiritismo, elaborou todo um programa organizacional de estruturação e propagação da Doutrina, que ainda hoje serve de modelo para os espíritas seguidores de suas idéias. Um de seus últimos desejos foi a estruturação de uma espécie de comunidade espírita, que seria construída em um terreno de sua propriedade, que deixou para tal empreendimento.
Kardec foi, portanto, no sentido gramsciano, um intelectual orgânico, ou seja, um pensador humanista voltado para a práxis, empreendedor e ativista. Fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a Revista Espírita, escreveu cerca de 30 obras num curto espaço de 12 anos. Viajou por toda a França divulgando a idéia espírita através de conferências e incentivou a criação de grupos de estudos espíritas por toda a Europa. Foi um grande idealista, comprometido com a educação e a construção de uma nova sociedade, alicerçada em bases morais. Desencarnou em Paris, em 31 de março de 1869, deixando uma obra que ainda está por ser integralmente assimilada pelas novas gerações.



Biografia extraída do site:  Pensamento Social Espírita

Grandes Vultos do Espíritismo


VOCÊ SABIA QUE:


José Herculano Pires foi o que podemos chamar de homem múltiplo. Em todas as áreas do conhecimento em que desenvolveu atividades – dentro e fora do movimento doutrinário – sua inteligência superior iluminada pela Doutrina Espírita e pela cultura humanística brilhava com grande magnitude, fazendo o povo crescer espiritualmente.

ImageHerculano Pires, graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araraquara, hoje USP, foi titular da cadeira de Filosofia da Educação na Faculdade e membro da Sociedade Brasileira de Filosofia. Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e fundador do Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo, que presidiu por longos anos. Diretor da União Brasileira de Escritores e vice-presidente do Sindicato dos Escritores de São Paulo. Presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia. Foi reconhecido pela crítica como um dos renovadores do romance brasileiro.
E, o que é mais importante: espírita desde os vinte e dois anos de idade, ninguém no Brasil e no estrangeiro mergulhou tão fundo nas obras de Allan Kardec e ninguém defendeu mais – e com mais competência do que ele – a pureza doutrinária, que colocava acima das instituições e dos homens.
Herculano Pires nasceu em 25 de setembro de 1914 e faleceu a 09 de março de 1979.
A Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires foi fundada em Agosto de 2001, em memória de Herculano e de sua esposa Maria Virgínia, grandes divulgadores da Doutrina Espírita, com o objetivo de conservar, recolher material e divulgar o acervo de J. Herculano Pires: sua obra poética, literária, filosófica e doutrinária.


Forneço o link para a continuidade de sua biografia:  Fundação Maria Virgínia e José Herculano Pires