sábado, 10 de julho de 2010

Primeira viagem

Pílulas de vida

Marinheiro de primeira viagem, Evilásio pediu a um amigo que o acompanhasse em sua primeira visita ao centro espírita. Depois de atravessar grandes sofrimentos, desejava libertar-se do alcoolismo.
- Sozinho eu não vou. Nunca se sabe.
No dia marcado, levantou-se bem cedo, sentindo-se fraco e derrotado.
Abandonado pela família, vivia sozinho, descontrolado pelas bebedeiras.
- Parar eu quero, mas só Deus pode me ajudar... – Falava em voz alta, como se conversasse com alguém.
Sentou-se na poltrona da sala – único móvel a povoar o recinto – e aguardou o amigo. Pontualmente, Romualdo bateu na sua porta às oito horas.
- Vamos! Já está pronto? – Perguntou o amigo.
- Prontinho para morrer – Respondeu mal-humorado.
Algum tempo depois, no centro espírita, aguardavam o inicio da sessão. Depois de pronunciar uma prece, o dirigente da reunião anunciou o tema da palestra:
“Ajuda-te e o Céu te ajudará”.
Ao final da preleção, Evilásio estava impaciente.
- Ele falou bonito. E agora, o que vai acontecer, Romualdo?
- Vamos aguardar para receber o passe.
- O que eles fazem naquela sala?
- Silêncio, Evilásio. Não é permitido conversar.
As pessoas entravam na sala de passe e saiam por uma porta lateral.
- Não sei não, Romualdo...
Evilásio dirigiu toda sua desconfiança para a câmara de passe.
Seu temor se ampliou ao entrever – no abrir e fechar silencioso da porta – pessoas que se movimentavam na sala, iluminadas apenas por uma tênue lâmpada azulada.
- É sua vez, Evilásio.
- Vai você primeiro, Romualdo.
- Vamos Evilásio, você não pediu ajuda? Eles vão te ajudar!
- Precisa mesmo?
Calado, Romualdo apontou na direção da sala.
Constrangido, Evilásio levantou-se e, passos curtos e hesitantes, entrou.
Sentou-se na cadeira, fechou os olhos e balbuciou:
- Valha-me Deus, Nossa Senhora!
Foi quando ouviu um pedido:
- Pense em Jesus...
Evilásio respirou fundo e, durante alguns instantes, elevou-se, em pensamento a uma instância de paz, um remanso tranqüilo e acolhedor, onde livrou-se de um peso que carregava há muitos anos... Uma indescritível felicidade invadiu seu coração. Depois de ouvir o som de uma sineta, foi convidado a levantar-se e sair por uma porta lateral. No corredor, Evilásio sentiu um impulso irresistível. Retornou ao salão pela porta principal e, diante de um senhor idoso que controlava o acesso das pessoas à sala de passes, perguntou sorridente:
- Será que dá para repetir a dose?

Afonso Moreira Jr. é expositor e colaborador na "Federação Espírita do Estado de São Paulo", diretor responsável pelo "Grupo Espírita Geam", Rua Força Pública, 24 (Santana), São Paulo, SP. Telefone (11) 6221-1464 begin_of_the_skype_highlighting (11) 6221-1464 end_of_the_skype_highlighting, autor de obras paradidáticas e editor do Jornal dos Espíritos, e-mail afonsomoreirajr@jornaldosespiritos.com

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terça-feira, 6 de julho de 2010

As profecias bíblicas sobre a mediunidade estão se cumprindo

“E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”. (Joel 2, 28 e 29); e são Pedro (Atos 2, 17 e 18).
Nas traduções “derramarei o meu Espírito ou do meu Espírito”, não se trata do Espírito de Deus. Também nos profetas (médiuns), não é Deus mesmo que se manifesta, mas um espírito de Deus, do bem. Mas as traduções trazem Espírito com letra inicial maiúscula, como se fosse o próprio Deus, que os teólogos passaram a chamar de Espírito Santo. Recomendo aqui a obra “Espiritismo: Princípios, Práticas e Provas”, de Paulo Neto, Ed. Grupo Educação, Ética e Cidadania”, Divinópolis (MG), 2010, um livro espírita de
impacto.
Na conversão de Paulo, foi o Espírito de Jesus que se lhe manifestou e não o Espírito Santo. Quando Pedro foi libertado da prisão por um espírito santo (anjo) e foi para a casa de Maria, mãe de João (são Marcos), as pessoas, supondo que Pedro estivesse morto, acharam que fosse o seu anjo (seu espírito), e não o Espírito Santo, que lhes estivesse manifestandose. (Atos 12, 15). O Espírito de Jesus e não o Espírito Santo disse a Paulo e Timóteo que não fossem para a Abitínia.(Atos 16,7). Paulo teve uma visão de um homem macedônio e não do Espírito Santo, instruindo-o para ir para a Macedônia. (Atos 16, 9). O Espírito que apareceu a Filipe não foi o Espírito Santo. (Atos 8,29).E Pedro ordenou que os gentios fossem batizados em nome de Jesus e não do Espírito Santo. (Atos 10,48).
Você, que me lê, deve estar pensando que eu sou contra o Espírito Santo. Porém a penas defendo um estudo sério e sem dogmas da Bíblia. Eu aceito o Espírito Santo bíblico, que é o conjunto dos espíritos, inclusive o de Jesus, e não o polêmico dos teólogos instituído no 4º século. As traduções e adaptações fraudulentas de textos bíblicos, para darem apoio à teologia dogmática sobre ele e outras doutrinas, estão hoje, cada vez mais, sendo criticadas pelos estudiosos da Bíblia em profundidade, no grego e na Vulgata Latina.
Em 9-6-2010, o “Diário do Nordeste”, do Ceará, noticiou os fenômenos espirituais que estão ocorrendo na Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, do Distrito de Cachoeira BR, no Município de Itatira, com 33 alunos, que são levados aos hospitais da região. Eles entram em transe, têm a voz transformada e depois não se lembram de nada. O padre Guilherme A. de Andrade Pessoa foi convidado para celebrar uma missa na escola.
Mas mesmo durante ela os fenômenos se repetiram. E como 3 alunos da escola morreram em acidentes, o pastor José Carlos, de Lagoa do Mato, admite que os espíritos deles precisam de preces. E porque um espírito pediu orações e missas, conclui-se que ele deve ser de um católico. Estão suspensas as aulas na escola.E o Governo do Ceará já foi informado do assunto.
Quem não vê que esses fenômenos são exemplos do cumprimento das profecias de Joel e de são Pedro, desconhece a Doutrina Espírita ou conhece-a, mas só pelas costumeiras calúnias e difamações de que sempre ela foi e ainda é vítima, justamente porque ela tem verdades bíblicas e científicas incontestáveis, que muito incomodam os profitentes de doutrinas teológicas errôneas, hoje insustentáveis, e que prestam um grande desserviço ao cristianismo!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147

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sábado, 3 de julho de 2010

A régua de Deus

A avaliação sempre foi uma tarefa complexa para os seres humanos.
Apesar disso, avaliamos continuamente as pessoas, as situações, os dias...Sempre na busca de uma idéia, uma representação em nossa mente sobre alguma questão. Essa necessidade de se posicionar, de construir uma referência no nosso mundo interior advém da nossa necessidade de segurança em relação ao incerto e ao exterior, onde nós formulamos juízos que preparam defesas e abrem sorrisos.
Jesus, no evangelho, assevera que com a medida que medirmos, seremos medidos, exemplificando a mecânica da avaliação divina, a régua de Deus. Entretanto, em um errôneo pensamento inverso, pensamos que seremos medidos pela nossa medida, julgando que a divindade se utilizará de nossa ótica para nos avaliar, crendo que Deus usará a “nossa régua”.
André Luis, pela Psicografia de Chico Xavier, no seu Conduta Espírita, nos informa que “não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela”. Sabedoria profunda emana dessa sentença, que afirma que a avaliação divina é contextualizada sem ser, no entanto, vinculada a amplitude temporal o situacional do cargo. O júbilo está na interação coração-coração e não na dimensão da platéia que nos assiste. “O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pelo qual você se decide a servir”, complementa ainda André Luis, no Livro Sinal Verde.
Ou seja, se desconhecidos ou celebridades, a Régua de Deus nos medirá na conduta que apresentamos e não na relevância do Cargo ou da empreitada.
As vezes nos detemos na busca de inaugurarmos hospitais, esquecidos dos necessitados trabalhos que estão em andamento. Buscamos as vezes descerrar placas, esquecendo do verdadeiro envolvimento com as pessoas e com a prática do bem. Cabe sempre relembrar que o saudoso Chico Xavier nos falava da necessidade de querermos encargos e não cargos. O cargo, a evidência, constituem prova para o espírito encarnado, exigindo dele grande sacrifício. Na busca de fazer o bem e colaborar, não podemos nos esquecer
que os meios geram consequencias para os fins.
Não por outro motivo a literatura espírita é farta em pessoas famosas na vida terrena confrontadas a ilustres desconhecidos, que pelos seus méritos galgaram alto nível de elevação em sua encarnação. A carne é efêmera, a Terra é a escola e a conduta reta é a medida, em que pese a nossa era da
comunicação de massa exaltar o contrário.
Celebridades ou anônimos, somos todos espíritos em evolução se alternando em papéis na nossa longa jornada evolutiva rumo a perfeição.
Amados pelo Pai criador e orientados pelo Mestre Jesus, somo todos, do átomo ao arcanjo, sujeitos aos imperativos da Lei, e dessa forma que Deus nos verá.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga ( acervobraga@gmail.com ) é Pedagogo e Articulista Espírita, frequenta o Grêmio Espírita Atualpa, em Brasília-DF; e publicou em 2000 o livro " Alegria de servir ", pela Editora da Federação Espírita Brasileira.

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