domingo, 12 de maio de 2013

O mundo precisa de Mães!


Vou começar a minha reflexão do dia das mães, sobre maternidade e maternagem, relembrando a minha própria mãe. Quando ela se foi, eu tinha 34 anos. Ela era uma grande parceira intelectual, uma mãe presentíssima. Compartilhávamos conversas, idéias, ideais, livros lidos, projetos a realizar. Apesar dessa ligação muito “cabeça” que tínhamos, quero lembrar de um fato aqui que me introduz no tema de hoje. Até um mês antes de ir para o hospital, onde faleceu dois meses depois, com câncer de pâncreas, ela diariamente arrumava minha cama. Não que fosse uma mãe essencialmente doméstica: fazíamos os serviços de casa em parceria, tínhamos uma pessoa que nos ajudava, a Maria, que depois veio a se tornar para mim uma segunda mãe. Minha mãe estudava, trabalhava, mas sabia que eu detestava arrumar a cama (coisa de que até hoje não gosto) e ela nunca falhava em me oferecer esse gesto de carinho diário.
Hoje tenho ouvido relatos de educadores e diretores, de escolas públicas e particulares, de crianças pequenas que chegam pela manhã na creche ou jardim da infância de período integral, com a mesma fralda com que foram para casa, no dia anterior.
Um documentário, como Muito além do peso (http://www.youtube.com/watch?v=TsQDBSfgE6k) mostra mães (e pais) totalmente impotentes e perplexos diante de filhos pequenos com hipertensão, diabetes, triglicérides e colesterol alto, por uma alimentação de nuggets, salgadinhos, batatas fritas e toneladas de açúcar… Crianças que não sabem o nome de nenhum legume e nenhuma fruta, que são viciadas em coca-cola e bolachas recheadas.
Esses são apenas algumas citações (cada uma das quais mereceria um artigo específico) para demonstrar como a nossa sociedade está negligente, incompetente e omissa em relação às crianças. E depois querem puni-las por desrespeito, querem reduzir a maioridade penal, querem impor limites e castigos…
O que está faltando hoje em muitos lares (de todas as classes sociais) é o que Winnicott chamou de “maternagem”, aqueles cuidados básicos, essenciais, necessários, que toda criança tem que receber. A criança, principalmente nos seus primeiros anos de vida, tem necessidade de total devotamento, cuidados plenos, amor incondicional. Depois desse primeiro período, que vai até pelo menos 2 anos, ela ainda precisa continuar a receber cuidados, ternura, presença atenta, embora já inicie seu processo de separação da mãe, de autonomia e de construção de sua identidade.
Embora a Psicologia nos ensine que se a maternagem não ceder à independência da criança no momento certo, o amor materno pode se tornar opressivo e prejudicial ao desenvolvimento do ser humano, ela também nos mostra que a negligência, o abandono e o não-preenchimento desses cuidados básicos, que incluem afetividade e acolhimento, colo e carinho, podem gerar lacunas psíquicas, que mais tarde poderão gerar graves distúrbios mentais.
O termo maternagem – que são esses cuidados maternos que toda mãe deveria dar, mas nem sempre dá, e que outra pessoa, que não seja a mãe, também pode oferecer – na Psicanálise, refere-se também aos cuidados que o terapeuta pode prestar ao seu paciente, de certa forma resgatando a maternagem que o indivíduo deveria ter recebido na infância.
Podemos ampliar ainda mais essa palavra e afirmar que todos nós em alguns momentos na vida, precisaremos de maternagem, mesmo quando já nos sentimos adultos e maduros. A nossa criança interna, carente e frágil, pode vir à tona e precisar de um colo materno e fraterno, para nos acalentar. Por outro lado, todos podemos também oferecer maternagem aos que estão à nossa volta, preocupando-nos com o bem-estar físico, psíquico e emocional do outro.
Quando a sociedade desnatura a mãe A maternidade é um dado biológico, uma vinculação dada pela gestação, que pode continuar a se manifestar ou não em forma de maternagem. Uma mãe que abandona o filho não pratica a maternagem. Ela pode transferi-la para outra pessoa, no caso de uma adoção, ou emprestá-la ou ainda partilhá-la, no caso de entregar o filho a uma babá ou a uma creche (onde atualmente quase que se proíbe a maternagem, como se professoras de crianças pequenas tivessem de ser apenas “professoras”, quando toda criança pequena precisa o tempo todo de cuidados maternos). O pai também pode e até deve exercer a maternagem.
O que se dá é que em nossa sociedade, esfriada, individualista, competitiva, desumanizada, as pessoas estão desaprendendo a serem maternas. Porque todos devem ser “produtivos” no sentido econômico do termo. Não podemos nos dar ao luxo de cuidar de alguém, seja uma criança, seja um doente, seja um idoso. Temos todos, homens e mulheres, de trabalhar o tempo inteiro para “ganharmos a vida” e assim vamos perdendo a vida, esvaziando-a de carinho, de afeto e de cuidados mútuos.
Está certo que a Psicanálise desencantou as mães, mostrando-as como possíveis responsáveis por neuroses e psicoses, devido ao apego excessivo, ao devotamento doentio; é certo que a mulher saiu para o mercado de trabalho e não pode recuar da vida no mundo, dando sua contribuição para a sociedade; é certo que não podemos mais idealizar a mãe como sendo sempre um modelo de renúncia e abnegação – mas precisamos sim de sentimentos maternos para vivermos em sociedade de forma saudável, amorosa e plena.
Lembro aqui do amorosíssimo Francisco de Assis, que dizia aos seus companheiros, que eles se cuidassem mutuamente como mães… Lembro de Pestalozzi, o grande educador que tratou pela primeira vez da necessidade do afeto na educação e seus biógrafos reconheceram nele “um grande coração maternal”. Lembro de todas as mães, do decorrer dos milênios e ainda hoje, perdidas na multidão, que não saem nas matérias da Revista Veja, sobre executivas bem-sucedidas, que parecem mulheres despersonalizadas de seu estatuto feminino – lembro de todas as mulheres – dizia – que abriram caminhos para que seus filhos crescessem fortes, saudáveis e pessoas de bem, pelo amor com que se dedicaram a eles, pelo devotamento de sua presença… e lembro de minha mãe, que intelectualizada, parceira de livros e idéias, e que não suportava a idealização de uma “santa mãezinha”, não deixava de arrumar minha cama e de cuidar de nosso bem-estar psíquico e físico, de que, sabemos, as verdadeiras mães continuam a cuidar, mesmo do outro lado da vida…
O toque materno, a ternura, a preocupação com o outro é que arranca a vida da aridez e do vazio. Quem teve o privilégio de receber esses cuidados de sua mãe biológica, tanto melhor. Quem teve a sorte de ser “maternado” por outras pessoas, em sua infância, adolescência ou encontrar compensações maternas em suas relações atuais, ótimo. O que não podemos é passarmos a vida sem nenhum tipo de doçura materna, sem nenhum colo que nos aconchegue a alma.
Não é à toa que Maria, mãe de Jesus, é venerada em todos os cantos do planeta. Ela representa espiritualmente esse colo sagrado, acolhedor e pleno, no qual nos sentimos crianças de novo e seguros de uma proteção confortadora.
Mas também devemos ter consciência de que amadurecer, crescer, emancipar-se psiquicamente e espiritualmente, é sermos capazes por nossa vez de oferecer colos, de ofertar cuidados maternos e de sermos ternura no caminho de alguém.

Dora Incontri
http://doraincontri.com/

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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ganzá


Na minha juventude, na bela Jacarepaguá (RJ), dentre os meus amigos da rua, tinha o Daniel, que morava na esquina e era filho do famoso compositor “Zuzuca”, autor do célebre samba “Pega no ganzê, pega no ganzá”, popular por servir de base melódica para comemorações de torcidas de futebol, inclusive do famoso Barcelona, time espanhol.
No último carnaval, descansando na aprazível Pirenópolis-GO, assistia ao telejornal após o almoço quando vi o Zuzuca, aquele meu ilustre vizinho, concedendo uma entrevista e falando da imortalização de seu maior sucesso, passados mais de 40 anos. O já idoso compositor, com os olhos marejados, diante do microfone se disse espantado com o sucesso de sua composição, que era tão bela, que ele imaginava se era só dele mesmo, atribuindo a inspiração divina na construção de tal obra.
Sim, como concluiu o nosso Zuzuca, a questão da autoria na obra divina é sempre uma grandeza compartilhada. Não fazemos nada sozinhos! Contamos sempre com amigos do lado de cá e do lado de lá nas nossas criações e é aí que reside a beleza disso tudo. Como dizia um antigo dirigente de casa espírita, “todo trabalho é mediúnico”, o que nos leva a perceber que estamos em pleno intercâmbio com outras mentes em nossos trabalhos. Até Deus nos deu a dádiva de com ele sermos cocriadores, nas palavras de Emmanuel.
Essa constatação nos faz pensar na inutilidade de nos acharmos soberbos pelos méritos de nossas criações. Imersos no mundo espiritual, mesmo na solidão de nossos aposentos, recebemos dos Espíritos amigos a inspiração que nos impulsiona a criar coisas maravilhosas. Mais importante que a autoria, é o produto...
Difícil discutir isso em uma época de celebridades, de megaestrelas que são exaltadas pelos seus talentos e dotes. Criamos com a finalidade de presentear nosso mundo, com ferramentas que contribuam para o crescimento de todos. Não estou com isso desprezando o esforço dos autores, mas mostrando que existe muito mais do que o orgulho na criação de uma obra, e sim a relevância da própria obra em si.
Da mesma forma, em relação aos nossos companheiros encarnados, é sempre valoroso o trabalho em equipe, ouvir as opiniões e agregar as potencialidades de outros na construção da excelência de um trabalho. Isso tudo agrega valor, se bem coordenado e bem conduzido, na soma de varias potencialidades. Jesus montou uma equipe de apóstolos para a condução de sua obra!
A vida é um exercício de desapego. Contribuímos com trabalhos que recebemos em algum grau de adiantamento e nele colocamos a nossa sementinha. Aprendi isso na pesquisa científica, onde estudamos a partir de onde outro pesquisador parou, contribuindo para o veio do estudo daquele assunto, com muito suor e inspiração. Colaboramos também quando nos postamos de coração aberto e de boa vontade, com os amigos encarnados e desencarnados, atuando na seara divina tocando o instrumento que nos cabe nessa sinfonia.
Mas, o som só tem sentido quando ouvido! Nosso trabalho, nossas criações, valem pelo que são no mundo real, de que forma afetam a vida das pessoas.   Imortalizados ficamos pelo tijolo que colocamos no mundo, mas esse tijolo só tem sentido na parede. Assim, o que criamos de belo e bom só é relevante quando em uso, no tecido das relações com as pessoas, mudando e servindo de insumo para outras criações.
Essa visão não diminui a nossa criatividade. Faz-nos criativos por sabermos que nossas ideias, nosso esforço e nossa visão podem, com outras mentes, fazer coisas incríveis. Às vezes, como um narciso, nos pegamos admirando o que fizemos e esquecemo-nos da humildade do nosso personagem de abertura, de reconhecer que aquilo e nada que fazemos no mundo, fazemos sozinhos. A vida nos ensina a cooperar e a dividir sempre.  
Cada fruto do nosso esforço, no campo cultural, religioso, profissional, sensibiliza amigos encarnados e desencarnados que aderem a esta causa e colaboram com seu aprimoramento, fazendo mais e melhor. E o mundo recebe nossos frutos, que se traduzem em muitos frutos, como na parábola dos talentos.
Fica, pois, aqui a reflexão para todos que arregaçam as mangas para o trabalho, que nunca estamos sozinhos e isso, sem dúvida, é uma dádiva!

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil) 

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terça-feira, 9 de abril de 2013

Teu sonho de moço


O cantor e compositor Marcus Viana, famoso pela composição de trilhas de novela, fez certa vez um CD homenagem ao livro psicografado sobre a encarnação de Francisco de Assis (Médium João Nunes Maia/Espírito Miramez). Esse CD dispõe de uma faixa chamada “A igrejinha de São Damião”, que entre as suas estrofes, nos diz: “Com o que o mundo abandonou, de cada pedra do chão, construo o templo do coração” e que ilustra bem a matéria-prima que devemos utilizar na construção de nossos sonhos.
Por seu turno, a singeleza dessa música nos lembra que buscamos por vezes, nessa época de celebridades, olhar apenas para as grandes personalidades, como foi Francisco de Assis e tantos outros Chicos que nosso planeta recebeu, famosos em suas grandes tarefas. Esquecidos ficamos das pequenas tarefas que compõem a jornada da comunidade de Espíritos que habita a Terra, onde nos afileiramos, ou ainda, de grandes e desconhecidas missões levadas a cabo por Espíritos de escol.
Cada qual segue com seu quinhão, com sua pequena missão, avançando como uma aposta de Deus, que deposita em nós a sua esperança de que aproveitemos cada oportunidade de reencarnação da melhor maneira possível. Para isso, recebemos talentos, que temos a missão de multiplicar pelo esforço de nosso trabalho, nos termos da já conhecida parábola evangélica.
Juntando cada pedaço de nossa história como Espírito, construímos uma nova vida de avanços e lutas, na encarnação que recebemos, customizada para as nossas necessidades espirituais.
Vem à tona nesse sentido o esquecido conceito de “completista”, enunciado por André Luiz na obra Missionários da Luz, quando define como: “(...) o título que designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferecia”. Aproveitar as possibilidades é o mérito, o desafio posto!
Dessa forma, importa identificar na nossa vida, nos nossos sonhos de moço, o que nos cabe, quais as pequenas missões que nos foram atribuídas e por nós escolhidas como ferramentas evolutivas. E a partir daí construir estratégias que nos digam a melhor maneira de aproveitar as oportunidades de crescimento espiritual. Olhando para as nossas possibilidades, para as nossas necessidades e anseios, é possível traçar caminhos, e ousar.
Traçar caminhos implica necessariamente em reconhecer a nossa dimensão múltipla, de ser encarnado que necessita encarar o pão e o suor da labuta cotidiana, entre as alegrias e a inflação, mas de ser espiritual em evolução, que precisa crescer moralmente no convívio com os irmãos, relembrando as palavras de Jesus, quando nos mandava olhar os lírios do campo, com sua beleza e esplendor.
Nossos sonhos de moço, projetos de vida que indicam onde assentaremos cada tijolo da existência, devem considerar o nosso passado expresso em tendências e o futuro que nos cabe construir na encarnação em curso. É preciso sonhar, mas com a visão do Espírito, da pluralidade das existências, entendendo que Deus nos dá o que necessitamos, ainda que não tenhamos maturidade, por vezes, para entender isso.
Vivemos em algumas regiões do planeta uma época de farturas, de facilidades, de confortos, e a estabilidade social, em especial no Brasil, nos alimenta sonhos de consumo, de poder...
Esquecemos nos nossos sonhos de moço os ideais que nos indicaram na tenra juventude que um mundo melhor era possível, dentro da lógica que tornando o mundo melhor nos melhoramos, e vice-versa.
Sonhar é um atributo humano... E da nossa natureza espiritual também! Aponta-nos no imaginário o melhor que desejamos e o que é possível, diante da ousadia do impossível. Insta saber como sonhamos, baseados em que paradigmas de existência, e, ainda, se consideramos as peculiaridades de nossa encarnação, a nos sinalizar o que demandamos.
Assim, nas nossas reflexões, nas grandes inflexões da vida, nos planejamentos e balanços, devemos nos olhar na roupagem atual, com suas demandas, mas também na essência espiritual, que vestiu e vestirá outras indumentárias na fieira das encarnações. O segredo do sonhar é contrabalançar o desejo e a paciência, na virtude do caminhar seguro rumo aos ideais, construindo dia a dia o futuro que desejamos.
Encerramos assim essa reflexão, também sob os auspícios das produções sobre a passagem de Francisco de Assis na Terra, com a letra da canção “Devagar e com certeza”, versão bem difundida no movimento espírita da música, do cantor e compositor Donovan, chamada “Little Church”, oriunda da trilha sonora do filme “Irmão Sol, Irmã Lua”, produção inglesa e italiana de 1972, dirigida por Franco Zeffirelli:

“Devagar e com certeza se constrói um sonho.
Dos começos às conquistas, siga com firmeza.
Se você quer livre ser, faça seu segredo:
Poucas coisas, mas bem feitas, faça com alegria.
Dia a dia, pedra a pedra, faça seu momento.
O trabalho com alegria cresce com pureza.”

Eis ou não, nessas singelas palavras, um dos segredos da vida?

Marcos Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Páscoa de Jesus


A morte de Jesus pode ser vista e interpretada de diversas maneiras. Na ortodoxia do cristianismo tradicional, é artigo de fé de que Jesus morreu para selar com o sangue a salvação da humanidade. Na teologia estabelecida por Paulo de Tarso, o homem pecou com Adão e redimiu-se com o Cristo. Não procuremos entender a racionalidade dessa doutrina: por um, todos caem; por um, todos se salvam… parece injusto e desproporcional. Carregamos todos o pecado de Adão e podemos ser salvos se acreditarmos em Cristo. Mas os artigos de fé das religiões em geral não pretendem ser racionais; aliás, a obscuridade e o mistério é que constituem o seu atrativo.
Para uma visão mais politizada, podemos dizer que Jesus foi um subversivo, pois era um crítico do clero judaico e alguém que emancipava consciências e por isso, como em todas as épocas e em todas culturas, não agradou a nenhum representante do poder. Judeus e romanos; Kaifás, Herodes e Pilatos se deram as mãos (ou lavaram-nas), para entregar Jesus à morte.
Numa perspectiva espírita, Jesus, que não é Deus, mas um Espírito que já alcançou um status de perfeição ainda distante de nós, sua morte representa o testemunho de um mártir, que nos deixou um modo de ser e estar no mundo – um modo amoroso, não-violento, cheio de compaixão e bondade. E coerente até o fim com essa ética, entregou-se à injustiça dos homens, para neles despertar o senso de justiça; aceitou a morte violenta, para demostrar a não-violência e o perdão. É aquele que toma sobre si amorosamente o ônus da ignorância humana, para mostrar-nos um caminho melhor. Nesse sentido, simbolicamente pode-se até concordar que ele é o Cordeiro de Deus, que toma sobre si os pecados do mundo. Não num sentido salvacionista, mas numa dimensão pedagógica, para ensinar como mestre, algumas lições tão inesquecíveis, que só poderiam ser seladas com o sacrifício de si e com a morte.
A morte de Jesus também é uma mensagem sobre a própria morte. Em todos os tempos, a finitude do homem o tem assustado. Por causa do medo da morte, criam-se as dominações religiosas; por sentir-se mortal, o ser humano se fragiliza, muitas vezes infantilizando-se diante de deuses opressores, de sacerdócios que lhe exploram o boa-fé ou aliena-se em doutrinas fanáticas e irracionais. Mais uma vez, lembrando Paulo, Jesus venceu a morte – não no sentido que os cristãos tradicionais entendem (como uma derrogação da lei natural, ressurgindo em corpo carnal) – mas no sentido de demonstrar praticamente que a morte é uma passagem natural, um atravessar simples e rápido para uma outra dimensão da existência e que não há nada a temer – muito menos devemos temer o nada! A naturalidade com que Jesus aparece para conversar com Madalena, com os apóstolos, com os viajantes de Emaús – é um testemunho histórico de que morto o corpo, o Espírito sopra onde quer e se manifesta com seu corpo espiritual, fazendo-se ver e tocar, deixando uma mensagem de eternidade.
Depois da tragédia da cruz, os açoites, o abandono dos mais queridos – que serviu para que o Mestre demonstrasse a força do perdão, da compaixão e da coragem – Jesus aparece aqui e ali e mostra-se imortal, inteiro, luminoso.
Essas são as minhas meditações de Páscoa, com os votos de que possamos meditar no exemplo ético de Jesus, seu amor universal, dirigido a toda a humanidade e a mensagem que nos deixou para sempre: a morte não existe, mas em toda parte há vida eterna, amor em abundância e misericórdia sem limites!

Dora Incontri
comment-reply@wordpress.com

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sexta-feira, 29 de março de 2013

A Fé sem obras é a contrária à razão, a raciocinada leva-nos à ação


São Tiago escreveu apenas uma carta, mas ela vale ouro. Ele disse que a fé sem obras é morta. (São Tiago 2: 26). E o que é a fé sem obras?
Fé (pistis do grego e fides do latim), além de significar crer, quer dizer fiel, ter fidelidade. E a própria fé inabalável pode significar também fidelidade, pois quem crê mesmo em Deus e no Nazareno é fiel a Eles. Assim, quando na Bíblia se diz que quem tem fé ou crê em Jesus, se salva, é mais certa a tradução: Quem tem fidelidade para com Jesus, se salva, pois crer Nele até os demônios maus (espíritos humanos ainda impuros) crêem e, às vezes, até creem mais do que nós espíritos encarnados.
E como a religião segura o indivíduo na prática do bem, qualquer que seja ela, se a fé for verdadeira, sólida, ela mantém o seu fiel no bem e no amor a Deus e aos seus semelhantes. Mas quando a fé é fraca, ela se torna quase inútil, pois ela não consegue segurar o seu adepto na prática do bem. E a fé é fraca para nós ocidentais, de um modo geral, quando ela não está de acordo com a razão e a Bíblia. São Tomás de Aquino ensinou que a fé não pode violentar a razão, e é exatamente o que vem acontecendo com o cristianismo, principalmente a Igreja. A fé em doutrinas misteriosas, como o próprio adjetivo misterioso nos diz, é obscura, confusa. E essa fé, como se diz, é pra inglês ver. E é obvio que ela não produz obras e é realmente uma fé morta na citada expressão sábia de são Tiago. E quanto mais fraca ela for, ela vai perdendo totalmente o seu sentido, principalmente se num texto bíblico ela quer dizer fidelidade.
Esse tipo de fé é mesmo como se o fiel não tivesse religião. E é isso que está acontecendo com muitos cristãos que estão engrossando o número de pessoas sem religião e até, infelizmente, o número dos materialistas.
Até meados do século 20, os católicos, protestantes e evangélicos chamavam os espíritas de macumbeiros, charlatões, doentes mentais e de terem contato não com os espíritos dos mortos, mas com os demônios no sentido que eles interpretavam essa palavra, ou seja, uma categoria de espíritos diferentes de alma, quando na Bíblia demônio (do grego “Daimon”) significa alma, espírito humano, gênio, lembrando que os evangelhos foram escritos em grego.
A Igreja parou de agredir a doutrina dos espíritos com essas aberrações, o que ainda fazem os nossos irmãos evangélicos.
Mas os teólogos católicos estão recorrendo a outro tipo de difamação dos espíritas, dizendo que eles não crêem que Jesus é outro Deus e que, por isso, não são cristãos. Será que isso é verdade? Jesus disse que se conheceriam seus discípulos por se amarem uns aos outros, não, pois, por crerem ou não em determinada doutrina. Aliás, Ele disse isso também porque Ele sabia que os teólogos iriam criar no futuro muitas doutrinas polêmicas que Ele não ensinou. E é pelos ensinos não bíblicos e não racionais que parte do cristianismo está com sua fé em crise e, pois, sem obras!

Na Rede Mundo Maior, por parabólica, ou o site www.redemundomaior.com.br o programa espírita “Presença Espírita na Bíblia”, com Celina e este colunista, nas quintas-feiras, às 20h, com reprise nos domingos, às 23h. Para suas perguntas e sugestões: penb@redemundomaior.com.br - E, na Rede TV, o programa espírita “Transição”, aos domingos, às 16h15 e outros horários da madrugada.

Esta coluna é de José Reis Chaves, às segundas-feiras, postadas no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147

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domingo, 17 de março de 2013

A verdade sobre a renúncia do Papa Bento XVI



Bento XVI deixará o Vaticano por causa do crime organizado que atua
na Santa Sé.

11/02/2013


Homem prevenido – Apesar dos escárnios que têm marcado o cotidiano do planeta, a semana começou bombástica com a notícia da renúncia do papa Bento XV I, que deixará o comando da Igreja Católica no próximo dia 28 fevereiro, segundo informações divulgadas pela imprensa internacional. Como destacou o competente jornalista Oscar Andrades em seu blog, o alemão Joseph Ratzinger não é o primeiro a deixar o papado. “O último Sumo Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415. Bento XVI é o quarto Papa a renunciar ao cargo”, escreveu Andrades. A renúncia de um papa está prevista no Código de Direito Canônico, que estabelece, neste caso, que basta que a renúncia seja de livre e espontânea vontade para ter validade, sem a necessidade da aceitação de terceiros.
Diversos foram os motivos alegados pelos representantes do Catolicismo, mas nenhum convenceu. Bento XVI teria alegado problemas de saúde e desacordo com algumas condutas sociais, como casamento entre pessoas do mesmo sexo e a necessidade de esses casais adotarem filhos, mas a realidade é outra. O assunto é tratado aos sussurros nos corredores da Santa Sé, como acontece há décadas.
Uma coisa é a religião católica, outra é o Vaticano, que é um Estado. E como tal tem suas mazelas, seus subterrâneos, suas podridões. O grande fantasma que assombra os freqüentadores do Vaticano é o envolvimento com o submundo do crime. Por certo muitos católicos partirão contra este noticioso, mas não será novidade porque já tratamos do tema em diversas ocasiões e sofremos retaliações. Só não aceitamos deixar de revelar mais uma vez a verdade dos fatos, a qual o editor tem profundo conhecimento, pois acompanhou, na Itália, a chegada ao comando do Vaticano do arcebispo Albino Luciani, o papa João Paulo I, com o qual conversou longamente em Milão, antes de o religioso se tornar a máxima autoridade do Catolicismo.
Há longas décadas sob o controle da Opus Dei, facção ultra-direitista do Catolicismo, o Vaticano foi alvo, no início dos anos 80, de um dos maiores e mais sórdidos escândalos de corrupção da história. O papa João Paulo I tentou, em vão, acabar com o fim da corrupção que grassava na Praça São Pedro e envolvia o Banco Ambrosiano, instituição financeira da qual o Banco do Vaticano tinha boa quantidade de ações. Luciani acabou morto 33 dias após ser escolhido papa. O serviço de comunicação do Vaticano informou que Luciano fora alvo de um infarto, mas a história da Medicina não tem qualquer registro sobre a aparência esverdeada de uma pessoa após ataque cardíaco.
Homem correto e de conduta ilibada, Luciani, que tentou acabar com a lavanderia financeira em que se transformara o Banco Ambrosiano, instituição financeira oficial da Santa Sé. Deu-se muito mal, pois lá atuava não apenas a banda podre do Catolicismo, como a máfia turca e a loja maçônica italiana P2, morreu envenenado por causa de cianureto adicionado ao regular e tradicional chá que tomava todas as tardes.
Por ocasião dos fatos, o editor do ucho.info investigou a sequência de crimes que tinha o Vaticano como pano de fundo. Além de chegar à verdade, disparou à ira dos envolvidos e enfrentou a truculência de muitos. O Colégio Romano, apêndice do Vaticano, seguia a mesma ordem dada à época para todas as comunidades católicas do planeta: silêncio obsequioso.
Perseguido durante alguns anos após o episódio, o editor deixou a Itália da noite para o dia para não acabar como o cardeal Luciani, que tentou, sem sucesso, promover uma faxina na Praça São Pedro. Mesmo de volta ao Brasil, foi duramente perseguido durante muitos meses.
Luciani foi substituído no cargo pelo polonês Karol Józef Wojtyla, o papa João Paulo II, que desavisado tentou a mesma empreitada do antecessor. Liquidar as relações criminosas entre o Banco Ambrosiano, a P2 e a máfia turca. Inocente, João Paulo II foi alvejado, em plena Praça São Pedro, por tiros disparados pelo turco Mehmet Ali Agca. Na esteira do escândalo do Banco Ambrosiano, alguns dos envolvidos acabaram assassinados ou se suicidaram.
João Paulo II não apenas continuou no cargo até a morte, mas após recuperar-se dos ferimentos provocados pelo atentado visitou e perdoou o seu algoz, Ali Agca, que depois de anos de prisão voltou para a Turquia.
Joseph Ratzinger não é um ignaro. Ciente do que acontece diuturnamente nas coxias da Santa Sé, preferiu anunciar a sua saída, justificada por razões pouco convincentes, mas que se dará também à sombra do silêncio, pois meso com a idade avançada o ainda papa espera viver em paz e não acabar como Albino Luciani.
Ratzinger não chegou ao comando do Vaticano sem saber o que por lá acontecia. Por trás da Praça São Pedro – visitada e fotografada por milhões de turistas de todas as partes – funciona uma central de branqueam ento de capitais e uma organização criminosa sem escrúpulos e com tentáculos em todos os cantos do planeta.
A luz vermelha no reduto de Bento XVI acendeu de vez quando, no começo de 2012, vazou o conteúdo da carta enviada pelo arcebispo Carlo Maria Viganò ao papa. Na missiva que tinha a Praça São Pedro como destino, Viganò, que foi secretário-geral do governo do Vaticano, afirmou que na Santa Sé “trabalham as mesmas empresas, ao dobro (do custo) de outras, de fora, devido ao fato de não existir transparência alguma na gestão dos contratos de construção e de engenharia”. A assessoria papal agiu de forma automática diante do episódio e afirmou, em comunicado, que as denúncias resultavam de “avaliações incorretas”.
Atual núncio da Santa Sé nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò destacou na carta: “Jamais teria pensado em me encontrar diante de uma situação tão desastrosa, que apesar de ser “inimaginável, era conhecida por toda a Cúria”. Além disso, o denunciante afirma que banqueiros que integram o chamado Comitê de Finanças e Gestão se preocupam muito mais com os próprios interesses do que com os do Vaticano, lembrando que em dezembro de 2009 “queimaram US$ 2,5 milhões” em uma operação financeira.
A situação tornou-se ainda mais embaraçosa com a prisão do mordo mo do papa, o italiano Paolo Gabriele, acusado de desviar cartas e documentos sigilosos de Bento XVI e seus colaboradores que acabaram publicados em livro.
A prisão de Gabriele foi anunciada pelo porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, no mesmo dia em que o presidente do Instituto das Obras da Religião (IOR), o banco do Vaticano, foi forçado pelo conselho de supervisão a demitir-se. E na mesma semana em que um livro publicado na Itália divulgava cartas e documentos sigilosos enviados ao Papa, ao seu secretário e a responsáveis do Vaticano, com o objetivo de “expulsar os vendilhões do templo”.
Por maior que fosse a proximidade de Paolo Gabrieli com o papa – ele era o primeiro e o último a ver Ratzinger todos os dias – o vazamento de documentos do Vaticano não foi uma operação solitária. Foi um plano arquitetado por um punhado de clérigos intransigentes com o banditismo religioso, mas que enfrentou a dura e criminosa resistência da quadrilha que atua no Vaticano, que é muito maior e mais poderosa do que se imagina.
Ao chegar ao posto máximo da Igreja Católica, Bento XVI encontrou uma situação de devassidão e crimes que seu raciocínio cartesiano, típico dos alemães, jamais compreenderá.
Instalado no cargo, Bento XVI começou a seguir a agenda de compromissos oficiais, ao mesmo tempo em que preparava uma nova tentativa de faxina. Ao perceber que sua incursão seria fracassada, como as tentadas por seus antecessores, Ratzinzger preferiu sair de cena. Foi prudente e tomou a decisão acertada.
O crime organizado continuará atuando nos bastidores do Vaticano, pois assim funciona desde Pio XII, mas isso não invalida os fundamentos cristãos e muito menos o que pregou Jesus de Nazaré. O problema está na existência tumoral dos operadores do Catolicismo.

Obs: Este blog não tem interesse em diminuir ou criar imparcialidade entre religiões, contudo, esta matéria nos ilusida quanto ao enorme risco que as instituições religiosas sofrem entre seus interesses e seus adeptos.
O Kardecismo visa sempre a unificação das religiões pelo conhecimento e caridade, fato este que será inevitável com o avanço da ciência; é uma questão de tempo, todavia, não estamos isentos destes riscos.

Fonte: http://ucho.info/

Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo
                       felintoelizio@gmail.com

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terça-feira, 12 de março de 2013

A morte não é o fim - Provas e evidências


O Fluido vital da vida e a velhice


Santa Maria: a velha questão (esquecida) dos riscos


Uma análise da tragédia de Santa Maria/RS à luz da gestão de riscos

Aquela manhã de domingo chuvosa não foi povoada com desenhos animados, programa religiosos ou esportivos. Naquele dia chuvoso, a alvorada dominical deixou o país mais uma vez atônito pela morte de mais de 200 estudantes universitários por conta de um incêndio ocorrido em uma boate durante um show, no município de Santa Maria-RS. Distante ou próximos importa-nos, diante desse fato, reflexões cruciais sobre o futuro, seja de Santa Maria, seja da nossa vizinhança.
O fato lamentável, que causa em todos tristeza e consternação, alimenta o noticiário de opiniões de especialistas e de números que em breve serão esquecidos, pela imposição de outras situações, de dor ou de júbilo, como ocorreu no desabamento de um prédio no centro do Rio de Janeiro, lembrado no seu aniversário recente, no início de 2013. O número que recordo ao ver uma situação dessas é a que a maioria dos incêndios são extintos nos primeiros 5 minutos e que a grande minoria perdura por horas, reforçando a importância do combate inicial. Mas, o combate inicial necessita de uma questão, que será esquecida em toda essa discussão nacional focada no problema e não na solução sobre o sinistro: a gestão de riscos.
Sim, a boa e velha gestão de riscos. Aquela que nos assevera que um acidente é uma soma de incidentes, uma série de descuidos que colapsam em situações desastrosas. No Brasil, nós temos um problema cultural na gestão de riscos, na capacidade de analisar contextos, identificar possibilidades de falhas e de implementar soluções razoáveis e pouco onerosas de mitigação dessas mesmas falhas. Após o ocorrido, falamos de culpados, mas aprendemos pouco sobre o aspecto preventivo, sobre o que deve ser feito no cotidiano para evitar os desastres da mesma natureza. Se vamos utilizar inflamáveis, aumenta o risco, e necessitamos de um extintor por perto com alguém habilitado. Parece simples, mas são medidas que exigem uma conscientização do problema ainda distante.
Gerenciar riscos não é temer tudo, se trancar dentro de casa e lá não sair. È uma postura de analise de estruturas a partir do que já ocorreu em situações similares e dos potenciais de ocorrência customizados naquela mesma estrutura. Identificados os riscos, promovemos respostas, que não tenham um custo proibitivo e que tenham uma eficiência razoável. Por isso nossos cinemas têm saídas de emergência, extintores, mangueiras e passam antes de cada sessão um filminho educativo orientando sobre o que fazer em caso de sinistros. Medidas simples, que foram internalizados por poucos setores, mas que redundam em benefícios pouco quantificáveis, no resultado pelo mal que não ocorreu.
A busca pela pseudo-eficiência, por fazer mais e a menor custo, pode ser um entrave para as regras preventivas, taxadas de burocráticas ou alarmistas. Ousados, intrépidos, mas às vezes negligentes. Eis o desafio de ponderar a necessidade de se fazer coisas com a prevenção das incertezas. Desafio que se apresenta em cada situação de forma diferente. Na prática, após arrombada a porta, compramos um cadeado maior que o necessário, carregados pelo medo e pouco pela racionalidade.
O medo gera a supervalorização do risco. Após esse ocorrido, nos lembraremos de verificar o extintor de nosso andar no trabalho, de qual foi à última vez que o bombeiro inspecionou nosso prédio, faremos algum investimento de modo a reforçar nossos mecanismos preventivos. È nosso, do ser humano, reagir com medo aos desastres, como ocorreu com a forma com que encaramos o translado aéreo após os atentados de 11 de setembro ou a energia nuclear após o desastre de Fukushima. Na era da comunicação instantânea, a informação alimenta medo, ainda que de forma efêmera. Entretanto, a situação demanda de nós mais um pouco. Exige-nos atuar sobre o sistema, sobre a educação das pessoas em relação ao imprevisto provável.
Onde estão as aulas nas escolas sobre como prevenir incêndios e outros sinistros? Quantas vezes fizemos exercícios de evacuação no ambiente de trabalho? Sabemos realmente utilizar um extintor e como se portar diante de um risco de incêndio? Dado que a fiscalização regular apontou falhas na prevenção de incêndio de um estabelecimento, como tornar isso público aos seus usuários? Todas essas questões e muitas outras voltam à mesa de discussão diante de um fato lamentável como este e nos remetem ao fortalecimento de uma cultura que transcenda a questão da fatalidade ou da culpabilidade em um acidente desta monta, resgatando a necessidade de enxergarmos o aprendizado que modifique sistemas e procedimentos.
O investigar momentâneo nos apontará culpados, mas essas informações necessitam reverter na atuação dos órgãos competentes, na informação as pessoas sobre os riscos de um incêndio em cada ambiente, como ocorre nos cinemas, um exemplo de prevenção que não nos constrange ou causa mal estar.
Descreio que seja apenas um problema de mudar leis ou aumentar a fiscalização. Existe uma questão das pessoas comuns identificarem as situações mínimas de segurança necessárias em um local de sua freqüência, como já internalizamos no uso de cintos de segurança ou na higiene nos alimentos que consumimos fora de casa. Uma mudança de cultura!
E como mudar a cultura de uma comunidade? Bem, fatos gravosos como esse chamam a atenção e possibilitam uma maior absorção de informações. Aí temos os meios clássicos: campanhas publicitárias, reportagens na televisão, a ação em sala de aula, a produção de livros e cartilhas. Mecanismos simples, mas que poderão atuar sobre o elemento humano na sedimentação de uma cultura preventiva em relação a incêndios, em casa, no trabalho e no lazer. A mudança cultural é de difícil mensuração por prevenir o que não aconteceu, mas nem por isso é menos necessária.
Como um filme de cinema-catástrofe, vamos terminar o domingo de números e especialistas, de hipóteses e suposições, dormindo um pouco mais tristes e assustados. No nosso íntimo, buscaremos pensar nos que perderam a vida e naqueles sofridos familiares. Vozes clamarão por justiça, relembraremos desastres similares. Entretanto, a vida nos pede um pouco mais nesse momento.
Necessitamos de uma reflexão sobre o sistema, sobre como abordamos a questão do fogo e seus riscos, pensando no futuro de uma forma corajosa e madura, para que as ocorrências que agora nos trazem lágrimas sejam menos freqüente, na concreta valorização da vida.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasilia, DF (Brasil)

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Criam-se conflitos e até traumas com as mudanças de paradigmas


Paradigma é um modelo científico, filosófico e religioso tido como certo em determinada época, mas que, com a evolução, pode tornar-se superado em parte ou no todo.
Mas a mudança de paradigmas não é fácil, pois, por orgulho, inveja e falta de melhor conhecimento a respeito do novo paradigma, os cientistas, filósofos e teólogos reagem rigorosamente contra o novo que surge.
Mas a conversão à nova “heresia” é apenas uma questão de tempo. Os cientistas, filósofos e teólogos renomados, respeitados e não invejosos, como que num arrastão, levam de roldão os seus colegas ainda teimosos em não aceitarem o novo paradigma.
Do paradigma do determinismo racional cartesianonewtoniano-baconiano, que negava tudo que não pudesse ser provado pela Ciência, surgiu o Método Científico que muito beneficiou o materialismo. Descartes com seu “Discurso do Método” é também o pai do Racionalismo e o precursor do iluminismo. Newton, igualmente, foi destaque entre os iluministas. E Bacon se celebrizou com suas experiências empíricas. Descartes e Newton tinham uma metafísica com acentuada crença em Deus, mas nisso não foram seguidos por outros iluministas, não porque fossem ateus, mas porque não eram muito ligados às coisas do espiritualismo. Esses dois grupos de cientistas e filósofos foram os inspiradores da Revolução Francesa, que mudou o mundo. E eles e os cientistas de hoje tiveram e têm um pensamento errado comum entre eles, ou seja, o de que os assuntos da matéria são da competência da Ciência, enquanto que os do espírito seriam da competência da religião. Daí que a maioria dos cientistas não tem estudado o espírito e as questões a ele inerentes, o que prejudicou muito o aspecto científico do espiritismo. Mas com a queda do paradigma do determinismo, e o surgimento do paradigma do probabilismo ou do Princípio da Incerteza de Heisemberg, o espiritismo se fortaleceu, pois sua filosofia é radicalmente contra a do determinismo, que pode ser anulado pelo livre-arbítrio.
Porém, por ser o espiritismo um novo paradigma cristão revolucionário e estar avançando celeremente, não é surpreendente que todas as outras correntes religiosas cristãs se unam aos materialistas nos ataques e calúnias contra ele e suas personalidades. Um exemplo disso é o aumento das escandalosas mentiras e calúnias contra Chico Xavier na internet, pois ele conquistou o título de “Maior Brasileiro de todos os Tempos”, no concurso promovido em 2012, pelo SBT, além de ter, atualmente, mais de duzentos biógrafos em todo o mundo.
Tudo isso, realmente, só podia mesmo estar incomodando, e muito, os adversários do novo e vitorioso paradigma do espiritismo!
Max Planck encontrou muita resistência para o seu novo paradigma da Física Quântica. Eis o seu desabafo: “Uma nova verdade científica não triunfa convencendo seus oponentes e fazendo com que vejam a luz, mas porque eles, finalmente morrem e a nova geração cresce familiarizando-se com ela.”

(Jorge Pedreira de Cerqueira, “Espiritismo, Metodologia, Fé e Ciência”, 2ª Edição, página 23, Editora Lorenz, Rio (RJ), 2011).

Na Rede Mundo Maior, por parabólica digital, aberta em algumas regiões, a cabo e internet, “Presença Espírita na Bíblia” com este colunista, às 20h das quintas-feiras, com reprise às 23h dos domingos. www.redemundomaior.com.br - Para seu comentário: penb@redemundomaior.com.br E na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15, com reprise nas segundas-feiras, à 1h45.

Parabéns ao jornal O TEMPO, por ser o quality paper mais vendido nas bancas de Minas Gerais.

Pela Rede Mundo Maior de TV e TVCEI, às quintas-feiras, às 20h, o programa “Presença Espírita na Bíblia”, apresentado por este colunista de O TEMPO, de Belo Horizonte, e reprisado aos domingos, às 23h, horário de Brasília. Para perguntas e sugestões:
penb@redemundomaior.com.br e rede@redemundomaior.com.br

Aos domingos, na Rede TV, às 16h15, o programa espírita Transição.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar o item “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da matéria sobre ela e outros comentários. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “Presença Espírita na Bíblia“, Ed.Chico Xavier em Parceria com a Ed. Sinal Verde, SP; “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, SP; “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”. Ed. EBM, SP; “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Ed. e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia, MG; e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte, MG, www.literarium.com.br - Meus livros podem ser adquiridos comigo: Telefone (31) 3373-6870 Email: jreischaves@gmail.com com a Ed.Chico Xavier, www.editorachicoxavier.com.br Telefone: 0800-283-7147, a Ed. Sinal Verde: www.sinalverdelivros.com.br Telefone: (11) 2409-1540, e com a Ed. EBM - www.ebmeditora.com.br Telefone (11) 3186-9766.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mortes coletivas


Assunto enviado por email, segue o dialogo:

Para quem acredita no espiritismo, algumas coisas são explicáveis. Já havia escutado nestes resgates coletivos em acidentes aéreos e catástrofes...
Acho possível.

Leiam até o final e acreditem, ou não...

Paula...Esse é o artigo sobre o qual nós falamos...Um dia saberemos...


From: Lu*
Sent: Sunday, February 3, 2013 6:42 PM
To: "Undisclosed-Recipient:;"@smtps.uol.com.br
Subject: ??? Santa Maria - R.S.

Caros,

Durante os nossos trabalhos ontem no Centro, recebemos uma comunicação de um irmão da espiritualidade que nos explicou que o acontecimento de Santa Maria estava relacionado com um resgate coletivo de soldados alemães que trabalhavam em Auschwitz e em 27/01/45 foram descobertos pelo Exército Vermelho (soviéticos). Neste mesmo dia acontece a data do Holocausto.

Vejam a notícia no jornal Folha de São Paulo de ontem.

O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou mais de 230 pessoas no último domingo, liberou a mesma substância usada por nazistas para matar judeus e outros prisioneiros nas câmaras de gás na Segunda Guerra Mundial. O cianeto - princípio ativo do pesticida Zyklon B, utilizado pelas tropas de Adolf Hitler - é um dos venenos mais letais que existem. Ele mata as células por impedir que elas produzam energia, disse o diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Ceatox), Anthony Wong, ao jornal Folha de S. Paulo.

Fim dos comentários.

Visão sobre Mortes Coletivas por Felinto Elízio Duarte Campelo:

Essas ocorrências, chamadas catastróficas, que ocorrem em grupos de pessoas, em família inteira, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são determinismo de Deus, por ter infringido Suas Leis, o que tornaria assim, em fatalismo. Não. Na realidade são determinismos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e conquistar uma maior ascensão espiritual. O Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, afirma esses fatos: “nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.
São ações praticadas no pretérito longínquo, muito graves, e por várias encarnações vamos adiando a expiação necessária e imprescindível para retirada dessa carga do Espírito, com o fim de galgar vôos mais altos. Assim, chega o momento para muitos, por não haver mais condições de protelar tal decisão, e terão que colocar a termo a etapa final da redenção pretendida perante as Leis Divinas. Dessa complexidade de fatos é que geram as chamadas “mortes coletivas”.
Os Espíritos Superiores possuem todo conhecimento prévio desses fatos supervenientes, tendo em vista as próprias determinações assumidas pelos Espíritos emaranhados na teia de suas construções infelizes, aí, providenciam equipes de socorros altamente treinadas para a assistência a esses Espíritos que darão entrada no plano espiritual. Mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, a situação dos traumas e do despertar dependerá, individualmente, da evolução de cada um. Estes fatos, mais uma vez André Luiz confirma: “se os desastres são os mesmos para todos, a “morte” é diferente para cada um”.

Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Reflexões Espíritas sobre a tragédia de Santa Maria por Dora Incontri


A tragédia de Santa Maria me leva a algumas reflexões que considero importantes para o movimento espírita. Recentemente participei de uma banca de doutorado na Universidade Metodista, em que o pesquisador José Carlos Rodrigues, examinou em ampla investigação de campo quais os principais motivos de “conversão”, eu diria, “migração” para o espiritismo, no Brasil. Ganhou disparado a “resposta racional” que a doutrina oferece para os problemas existenciais.
De fato, essa é grande novidade do espiritismo no domínio da espiritualidade: introduzir um parâmetro de racionalidade e distanciar-se dos mistérios insondáveis, que as religiões sempre mantiveram intactos e impenetráveis, sobretudo o mistério da morte.
Entretanto, essa racionalidade, que era realmente a proposta de Kardec, tem sido barateada em nosso meio, como tudo o mais, para tornar-se uma cartilha de respostinhas simples, fechadas e dogmáticas, que os adeptos retiram das mangas sempre que necessário, de maneira triunfante e apressada, muitas vezes, sem respeito pela dor do próximo e sem respeito pelas convicções do outro. Explico-me.
Por exemplo: existe na Filosofia espírita uma leitura de mundo de “causa e efeito”, que traduziram como “lei do karma”, conceito que vem do hinduísmo. Essa ideia é de que nossas ações presentes geram resultados, que colheremos mais adiante ou que nossas dores presentes podem ser explicadas à luz de nossas ações passadas. Mas há muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado; as dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado. O sofrimento no mundo resulta das mais variadas causas: má organização social, egoísmo humano, imprevidência… Estamos num mundo de precário grau evolutivo, onde a dor é nossa mestra, companheira e o que muitas vezes entendemos como “punição” é aprendizado de evolução.
O assunto é complexo e pretendo escrever mais profundamente sobre isso. Aqui, apenas gostaria de afirmar que nós espíritas, temos sim algumas respostas racionais, mas elas são genéricas e não podem servir como camisas de força para toda a realidade. Que respostas baseadas em evidências e pesquisas temos, por exemplo, para essas famílias enlutadas com a tragédia de Santa Maria?

• que a morte não existe e que esses jovens continuam a viver e que poderão mais dia, menos dia, dar notícias de suas condições;
• que a morte traumática deixa marcas para quem fica e para quem foi e que todos precisam de amparo e oração;
• que o sofrimento deve ter algum significado existencial, que cada um precisa descobrir e transformá-lo em motivo de ascensão…
• que a fé, o contato com a Espiritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo, para superar um trauma dessa magnitude.

Não podemos afirmar por que esses jovens morreram. Não devemos oferecer uma explicação pronta, acabada, porque não temos esses dados. Os espíritas devem se conformar com essa impotência momentânea: não alcançamos todas as variáveis de um fato como esse, para podermos oferecer uma explicação definitiva. Havia processos da lei de causa e efeito?
Provavelmente sim. Houve falha humana, na segurança? Certamente sim. Qual o significado que essa tragédia terá? Cada pai, cada mãe, cada familiar, cada pessoa envolvida deverá achar o seu significado. Alguns talvez terão notícias de algum evento passado que terá desembocado nesse drama; outros extrairão dessa dor, um motivo de luta para mais segurança em locais de lazer; outros acharão novos valores e farão de seu sofrimento uma bandeira para ajudar outros que estejam no mesmo sofrimento e assim por diante.
Oremos por essas pessoas, ofereçamos nossas melhores vibrações para os que foram e para os que ficaram e ainda para os que se fizeram de alguma forma responsáveis por esse evento trágico. Mas tenhamos delicadeza ao tratar da dor do próximo! Não ofereçamos respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas. Ofereçamos amor, respeito e àqueles que quiserem, um estudo aberto e não dogmático, da filosofia espírita.

Dora Incontri
http://doraincontri.com/

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Dolorida ocorrência


Agora que a poeira assentou, dirijo-me aos leitores que me perguntaram sobre o lamentável e duro episódio de Santa Maria-RS. Também, como qualquer ser humano, comovi-me às lágrimas diante do episódio tão comovente e cortante ao coração.
As especulações foram muitas, as notícias fartamente exploradas, muita bobagem foi dita tentando explicar o acontecimento. O fato é que vários fatores, e nem é preciso repetir aqui, desencadearam a tragédia. E não adianta agora procurar culpados, é um fato consumado. Deixemos que o tempo responda às nossas dúvidas doídas.
O que é importante nesse momento é a vibração amiga em favor dos pais, cortados pela dor que não podemos imaginar. A prece em favor deles é, aliás, nosso dever, para que sintam ao menos o conforto da solidariedade.
Não temos condições de fechar a questão, pois nos faltam informações que fogem à alçada de simples mortais e limitada condição humana. Por mais que tentemos explicar, sempre faltará um componente cuja origem desconhecemos. Aliás, todos desconhecemos a história de cada vítima, de cada família, de cada jovem que ali sucumbiu. E não me refiro à história presente, mas à bagagem trazida de outras experiências.
As razões, pois, são muitas. Estão presentes no episódio quadros de provas (degraus de crescimento para pais e filhos), de consequências do passado (também para pais e filhos) e necessidade de aprendizados (igualmente para todos os envolvidos), que não temos como definir quais especificamente, nem para quem.
É muita leviandade declarar que todas as vítimas estão pagando erros do passado. Claro que há casos assim, mas como definir? Muitos deles podem inclusive ter solicitado passarem por tais situações para algum aprendizado que não temos como alcançar. E muitas vezes alguns casos foram para despertar familiares, a sociedade, e há casos em que não havia tais necessidades citadas, mas foram vividas por circunstâncias que nos escapam completamente.
Como, pois, querer explicar fechando a questão? Não temos acesso às razões de Deus, que são sábias, justas e misericordiosas. Aliás, a misericórdia de Deus está sempre presente em qualquer situação, socorrendo os filhos. Estes, normalmente, em casos assim, nada sentem, porque são amplamente amparados por equipes espirituais especificamente preparadas para essa finalidade.
Deus permite tais casos para nos despertar dessa letargia de insensibilidade, para promover o progresso moral que surge espontâneo na solidariedade e igualmente impacta a sociedade com providências normalmente esquecidas pela leviandade humana, de cidadãos ou autoridades.
O que nos deve nortear o pensamento e a emoção é pensar na Bondade de Deus, que nunca abandona seus filhos. As vítimas e suas famílias estão amparados, apesar do momento muito doloroso. Confiar, pois, aguardar o tempo, sem guardarmos revolta. E ao mesmo tempo nos lembrarmos carinhosamente de todos eles, já acolhidos bondosamente em estâncias superiores de socorro.
Se algo podemos fazer, isso sim, é manter atenção aos locais que frequentamos ou dirigimos, como funcionários ou proprietários, para sempre pensar na questão da segurança pessoal daqueles que ali frequentam, pois o episódio igualmente nos mostra isso.
Em linhas gerais, notemos que o episódio provocou impacto material e moral em toda a sociedade brasileira. É a sabedoria de Deus que permite tais fatos, nunca por capricho ou abandono, mas como lições necessárias ao nosso crescimento. O impacto maior fica por conta da quantidade de vítimas, mas o corpo nada mais é que uma veste. O espírito é o ser principal e que sobrevive à morte do corpo. Há razões que podemos especular, mas nunca poderemos fechar questão pois nos faltam itens históricos que não temos acesso. Então, respeitemos a ocorrência, tirando as lições que nos cabem. Estamos todos aprendendo.
Todos voltarão um dia à pátria de origem. Todo dia tem gente voltando ou chegando. Aprendamos a enxergar além das aparências e unamos os pensamentos em prece em favor de todos os envolvidos nesse triste episódio da história brasileira, que, embora muito dolorido no presente, deixa lições vivas para todos, para um futuro de felicidade e harmonia. E não nos deixemos impressionar por especulações em fundamento.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) e sua coragem de dizer a verdade


Existe nos meios científicos uma desconfiança com relação a questões religiosas, principalmente no Ocidente, por causa dos conflitos de outrora entre a Igreja e os cientistas.
Todas as civilizações tiveram e têm seus profetas, pajés, feiticeiros, pitonisas, médiuns, benzedores, xamãs e exorcistas. E Jesus, seus apóstolos e discípulos tiravam espíritos obsessores de doentes, curando-os.
Padres e pastores sempre praticaram o exorcismo, embora erradamente, e por isso, nem sempre têm sucesso nas tentativas de afastarem espíritos, como o têm os espíritas. Como disse o padre Jonas Abib (Canção Nova), criticando os fiéis católicos por sua pouca fé, quando a coisa fica preta para eles, eles correm para o centro espírita!
A doutrina dos espíritos é a religião que mais entende de espíritos e é também a que mais é aceita por cientistas, inclusive de prêmio Nobel. Há uma distância muito maior entre o cristianismo e o materialismo do que entre qualquer tipo de espiritualismo e o cristianismo. Mas infelizmente, durante séculos, grande parte do cristianismo ficou mais voltada para o materialismo do que para as outras correntes espiritualistas. Seria por concorrência?
Os cristãos dos primeiros 5 séculos aceitavam normalmente a reencarnação. A Igreja só a condenou no Concílio Ecumênico de Constantinopla (553). Uma parte do cristianismo de hoje prega a ressurreição do espírito, mas tem que ser junto com a do corpo. E essa importância dada à matéria carnal pode ser a causa inconsciente da crença de que o espírito, sem o corpo, como que aleijado, fique inapto para a ressurreição, quando pelo espiritismo, a razão, a Ciência espiritualista e a Bíblia, o que ressuscita é só o espírito. (1 Coríntios 15: 44 e 50; João 6: 63; 1 Pedro 3: 18; Mateus 22: 30; Gêneses 3: 19; e Eclesiastes 12: 7). Aliás, o que o espírito iria fazer com seu corpo no mundo espiritual, se lá não há lugar para a matéria carnal? (1 Coríntios 15: 50).
De fato, o espiritismo, é mesmo a religião mais identificada com a Bíblia e a Ciência. Estudemo-lo e comprovemos essa grande verdade. Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou recentemente, em seu “Código Internacional de Doenças”, a obsessão provocada por espíritos, demonstrando a verdade espírita e bíblica sobre a influência dos espíritos em nossa vida (questão 459 de “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, e Efésios 6: 12). Mas Kardec ensina que, se amanhã, houver contradição entre um princípio espírita e a Ciência, que sigamos a Ciência. Essa prudência de Kardec é muito válida, pois os espíritos não são infalíveis.
Porém todos os postulados espíritas têm sido comprovados pela Ciência.
Mas como alguns desses princípios prejudicam os interesses profissionais de líderes religiosos de outras crenças, eles se juntam à cantilena dos materialistas contra a doutrina dos espíritos, apesar de agora ela contar até com o apoio da OMS.
E deixo para você mesmo responder, prezado leitor, a seguinte pergunta: Qual é a religião que mais preocupa as outras e que, por isso mesmo, sempre foi e é a mais atacada?

Na Rede Mundo Maior, por parabólica digital, aberta em algumas regiões, a cabo e internet, “Presença Espírita na Bíblia” com este colunista, às 20h das quintas-feiras, com reprise às 23h dos domingos. www.redemundomaior.com.br - Para seu comentário: penb@redemundomaior.com.br - Na Rede TV, o “Transição”, aos domingos, às 16h15, com reprise nas segundas-feiras, à 1h45.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar o item “TODAS AS COLUNAS”.
Podem ser feitos comentários abaixo da matéria sobre ela e outros comentários. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “Presença Espírita na Bíblia“, Ed. Chico Xavier em Parceria com a Ed. Sinal Verde, SP; “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, SP; “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”. Ed. EBM, SP; “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Ed. e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia, MG; e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte, MG, ww.literarium.com.br Meus livros podem ser adquiridos comigo: Telefone (31) 3373-6870 - Email: jreischaves@gmail.com com a Ed. Chico Xavier, www.editorachicoxavier.com.br Telefone: 0800-283-7147, a Ed. Sinal Verde: www.sinalverdelivros.com.br Telefone: (11) 2409-1540, e com a Ed. EBM www.ebmeditora.com.br Telefone (11) 3186-9766.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O que ensino às minhas filhas


Ensino não o que faço, mas aquilo que eu tento fazer.
Como Espírito encarnado, ensino-lhes a respeitar suas limitações, crescendo um pouco a cada dia, mas sem perder de vista o ideal da melhoria constante.
Não deixo de mostrar a elas que cada um é um irmão que deve ser respeitado, em suas potencialidades e dificuldades, e que o dito inimigo de hoje pode ser um grande amigo amanhã.
Às minhas filhas tento mostrar o valor do dinheiro e a dor que traz a sua falta, assim como o fascínio que traz o seu excesso. Falo que o que acontece ao próximo, que padece de carências, é problema nosso sim.
A cada erro ou insucesso, procuro identificar junto a elas as oportunidades de aprendizado e afirmo que devemos ter a mente aberta sempre para novas soluções, aprendendo a levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Procuro mostrar-lhes o equilíbrio do verbo ouvir com o verbo decidir, na certeza de que o medo e a coragem foram dados por Deus com um propósito, a se ajustar na dinâmica da vida.
A elas falo da importância da religião, não só como forma de aprimorar a espiritualidade de cada um, mas como uma oficina de trabalho no desenvolvimento útil de suas potencialidades.
A cada dia apresento a lição da iniciativa, de que elas não devem ser omissas, ainda que a bravura deva ser acompanhada da prudência, que nos protege das armadilhas e joguetes.
Por fim, ensino a respeitarem os bens alheios e coletivos e que o sucesso fácil pode se converter em uma vergonha maior, nos caminhos rápidos e sem volta.
Como pai, tento ensinar-lhes algumas coisas, antes que o mundo o faça, com menos paciência e de forma mais assertiva.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasilia, DF (Brasil)

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Um fenômeno mediúnico luminoso chamado de estrela de Belém


Os espíritos ao se manifestarem, recorrem muito às formas de luz, fogo, relâmpago, clarão, tocha etc. E creio que grande número de autoridades religiosas judaico-cristãs tem conhecimento desses fenômenos mediúnicos luminosos, pois a Bíblia está cheia deles, só que eles não podem falar e mantêm este conhecimento “in pectore” (no coração). Esse assunto é, como se diz, um arroz com feijão para os espíritas, como eu mostro em meus livros, nesta coluna, palestras, seminários, DVDs, e programas de rádio e TV.
O Vaticano tem um museu de manifestações de espíritos a católicos, inclusive a autoridades da Igreja. No passado, só os bispos, alguns padres e leigos indicados por eles podiam entrar nesse museu, denominado de “Museu das Almas”. Agora está mais fácil visitá-lo. São cerca de 270 registros desses fenômenos provocados mediúnicos, inclusive alguns com marcas de queimaduras feitas por mãos em fogo, em livros e papéis.
E eis alguns exemplos desses fenômenos, chamados de espirituais por são Paulo, de manifestações de espíritos através de luz, fogo, relâmpago, tocha etc. “... os seus olhos eram como tochas de fogo...” (Daniel 10:6); “... apareceu-lhe o Anjo (espírito) do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.” (Êxodo 3: 2). A sarça não se consumia, porque o fogo era apenas a forma usada pelo espírito, e não um fogo verdadeiro. A expressão “O Anjo do Senhor” está com as iniciais maiúsculas e o artigo definido, porque o tradutor, erradamente, entendeu que se tratasse do espírito do próprio Deus.
Em forma de fumaça ou nuvem (ectoplasma) é outro meio que os espíritos usam para se manifestar. “De dia a nuvem do Senhor repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nele...”. (Êxodo 40: 38). E termino essas citações com este: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete espíritos de Deus.” (Apocalipse 4: 5).
E não é por acaso que os povos antigos adoravam o fogo, e os orientais têm a palavra em sânscrito deva, que tem a raiz dos vocábulos Deus e divino, o que nos lembra da palavra latina “dies” (dia), que é uma consequência da luz solar. E é comum dizermos também que Deus, o Espírito Número Um, é Luz.
Temos ainda as línguas de fogo de Pentecostes, que representam vários espíritos falando em várias línguas através dos apóstolos médiuns de xenoglossia (fenômeno que consiste em o médium, que está em transe, êxtase ou instase e outros estados alterados de consciência, falar em línguas estrangeiras desconhecidas por ele).
E parabéns ao astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, pelo seu artigo em Opinião, de O TEMPO, em 24-12-2011: “A Estrela de Belém foi um sinal astronômico ou sinal divino?”. Ele afirma que é mais lógico pensar num sinal divino e não astronômico. Apenas eu interpreto o termo divino como espiritual ou mediúnico, pois mago significa também médium. E, no fundo, pode ter havido no fenômeno luminoso influência de Deus sobre o espírito manifestante que guiou os reis magos e os pastores, e que eles pensaram, por ignorância da época, que se tratasse duma estrela, “A Estrela de Belém”!

PS:
Lançado o livro “Atravessando Fronteiras – Talidomida, a Impunidade Continua”, de Rosângela Nascimento. Contato (31) 3498-5970. E-mail: papoula18@hotmail.com

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO,  pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP)  e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) –  www.literarium.com.br -  e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail:  contato@editorachicoxavier.com.br    e o telefone: 0800-283-7147.

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