segunda-feira, 22 de março de 2010

As doutrinas Cristãs e a Bíblia



Na Antigüidade, o conhecimento sobre Deus, a Bíblia e tudo o mais era mitológico. Só depois é que surgiu o saber filosófico e científico. 
Algumas doutrinas cristãs e a própria Bíblia, infelizmente, receberam influências da mitologia. Mas nem por isso deixamos de respeitá-las, pois não devemos menosprezar qualquer crença. E algumas dessas doutrinas cristãs não contam com o respaldo da Bíblia e, às vezes, são até contrárias a ela. E são essas doutrinas que constituem a pedra angular da construção das teologias polêmicas, isso a partir do 4°. século, as quais, hoje, mais do que nunca, emperram seriamente o Cristianismo. 
Quando o Meigo Nazareno disse que o Consolador a ser enviado nos faria lembrar de suas palavras, Ele sabia que o Cristianismo se desviaria de seus ensinamentos e que, portanto, ele, o Cristianismo, precisaria ser relembrado pelo Consolador, que é exatamente a Doutrina Espírita, pois é ela que nos lembra realmente a mensagem evangélica do Nazareno de amor incondicional, até para com os inimigos. "Conhecereis meus discípulos por se amarem uns aos outros." Esse amor, de fato, foi colocado em segundo plano pelos teólogos, cujas doutrinas dogmáticas passaram a ser o fundamento do Cristianismo. Por exemplo, ninguém morreu nas fogueiras da Inquisição porque deixou de praticar o amor, mas porque rejeitava algum dogma. Algumas verdades são dolorosas para certas pessoas, o que lamento. Mas se ninguém disser nada, a coisa vai ficar pior! Tudo muda no mundo. Não façamos do Cristianismo um museu! 
Realmente, o Cristianismo está numa crise milenar por ter estacionado em doutrinas teológicas, que Jesus não ensinou. No chamado final dos tempos, o Meigo Nazareno nos distinguira por termos dado de comer a quem tem fome, por termos visitado os doentes, até um copo de água dado a alguém em Seu nome, terá recompensa. 
Desde os primórdios do Cristianismo, que as autoridades religiosas contestam os médiuns. E a reencarnação as incomoda, pois só com ela pode existir o Deus Verdadeiro, Pai de bondade, misericórdia e amor infinito, que sempre nos dá novas chances de regeneração. Interessam-lhes o Deus do inferno literal e a vida única, para que elas se projetem como tábuas da nossa salvação, aplacando a suposta ira divina. 
E, assim, a mediunidade e a reencarnação, apesar de estarem na Bíblia (Mateus, 17, 13; Sabedoria, 8,19 e 20; Matheus, 11, 14; Jó, 8,9; Eclesiástico, 46,20; e 1 Coríntios, capítulos 12, 13 e 14), foram banidas do Cristianismo, que se deixou também influenciar pelas idéias mitológicas bíblicas e pelas idéias das religiões anteriores.

José Reis Chaves

Matéria extraída do Jornal da Federação Espírita do Estado de SP       ( FEESP )   -   Fevereiro de 2010  -  Imagem ilustrativa

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