Um antigo ditado diz que quando um não quer dois não brigam. Se é fácil
entender o significado desse conselho, seu exercício na prática já não se
mostra do mesmo modo. Temos observado explosões de cólera desfechadas por um ou
ambos os cônjuges, a partir de situações verdadeiramente irrelevantes.
Comprovamos, igualmente, a presença de entes invisíveis atiçando o fogo a
manifestar-se em labaredas formidáveis, de difícil extinção. Indagamos, então:
onde a felicidade conjugal?
Deparamos, noutro dia, com um aconselhamento tão simples
quanto embasado em experiência de quem originou: “Se você for solteiro e deseja
casar para ser feliz, não case, permaneça solteiro; se você for solteiro e
pensa em casar parafazer alguém feliz, então case e você será feliz”.
Fácil deduzir, a partir dessa premissa, a importância da
renúncia na obtenção da felicidade por parte de qualquer um, quando coloca o
outro no centro de suas cogitações e não poupa esforços em proporcionar-lhe
pequenas e constantes satisfações. Nesse clima, difícil a intromissão de seres
indesejáveis.
Para o espírita, vale considerar outra questão: é na família
que travamos as maiores batalhas: lá encontramos amigos e inimigos do passado,
que ressurgem com simpatias e antipatias, proporcionando-nos paz ou desassossego,
ensejando estes últimos a ativação de nosso potencial de amor e compreensão,
tolerância e perdão, estreitando laços que serão outras tantas asas a nos
elevar no espaço imensurável da própria alma.
Sabemos da dificuldade de alguém se revestir da blindagem
necessária contra quem tem o hábito mórbido de remoer coisas desagradáveis do
passado ou tocar com estilete algum ponto que machuca. O resultado é quase
sempre a devolução virulenta à provocação. Costuma-se dizer que não se apaga
fogo com gasolina. Quem fere, quem provoca, quem inicia uma discussão deve ser
levado à conta de necessitado de paciência e tolerância. O silêncio, em tais
casos, é antídoto comprovadamente eficaz.
Presenciou, certa vez, um médium vidente, duas sombras que
se punham junto a cada cônjuge, estimulando a contenda. Lembrava jogo de
pingue-pongue, onde as ofensas deslizavam céleres de parte a parte, para
alegria de um cortejo de outras sombras, que exultavam pelo desfecho que
esperavam.
O “orai e vigiai” ainda é a recomendação atualizada de nosso
Mestre Jesus. A prece emite ondas de paz a espraiar-se no lar, partindo de quem
mantém sintonia com as forças do Bem.
Imagem ilustrativa
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