sábado, 14 de junho de 2014

Um minuto com Chico Xavier


Solicitado a narrar a irmãos de fala castelhana um dos inúmeros fatos mediúnicos que o sensibilizaram no correr das suas quatro décadas de tarefas ininterruptas de mediunidade com Jesus, Chico Xavier disse o seguinte:
– Das experiências de nossa tarefa mediúnica, citaremos uma delas, para nós, inesquecível. Nos arredores de Pedro Leopoldo, há anos passados, certa viúva viu o corpo de um filho assassinado, quando chegava repentinamente à casa. Desde então, chorava sem consolo.
O irmão homicida fugira, logo após o delito, e a sofredora senhora ignorava até mesmo porque o rapaz perdera tão desastradamente a vida. Agravando-se-lhe os padecimentos morais, uma nossa amiga, já desencarnada, D. Joaninha Gomes, convidou-nos a ir em sua companhia partilhar um ligeiro culto do Evangelho com a viúva enlutada.
A desditosa mãe acolheu-nos com bondade e, logo após, em círculo de cinco pessoas, entregamo-nos à oração.
Aberto em seguida "O Evangelho segundo o Espiritismo", ao acaso, caiu-nos sob os olhos o item 14 do capítulo X, intitulado "Perdão das Ofensas".
Ia, de minha parte, começar a leitura, quando alguém bateu à porta. Pausamos na atividade espiritual, enquanto a dona da casa foi atender. Tratava-se de um viajante maltrapilho, positivamente, um mendigo, alegando fome e cansaço. Pedia um prato de alimento e um cobertor.
A viúva fê-lo entrar com gentileza, a pedir-lhe alguns momentos de espera. O homem acomodou-se num banco e iniciamos a leitura. Imediatamente depois disso, comentamos a lição de modo geral. Um dos assistentes perguntou à dona da casa se ela havia desculpado o infeliz que lhe havia morto o filho querido, cujo nome passou, na conversação, a ser, por várias vezes, pronunciado.
A viúva asseverou que o Evangelho, pelo menos, lhe determinava perdoar. Foi então que o recém-chegado e desconhecido exclamou para a nossa anfitriã:
– Pois a senhora é mãe do morto?
E, trêmulo, acrescentou que ele mesmo era o assassino, passando a chorar e a pedir de joelhos.
A viúva, igualmente, em pranto, avançou maternalmente para ele e falou:
– Não me peça perdão, meu filho, que eu também sou uma pobre pecadora.. Roguemos a Deus para que nos perdoe!...
Em seguida, trouxe-lhe um prato bem feito e o agasalho de que o desconhecido necessitava. Ele, entretanto, transformado, saiu do Culto do Evangelho conosco e foi-se entregar à Justiça.
No dia imediato, Joaninha Gomes e eu voltamos ao lar da generosa senhora e ela nos contou, edificada, que durante a noite sonhara com o filho a dizer-lhe que ele mesmo, a vítima, trouxera o ofensor ao seu regaço de Mãe, para que ela o auxiliasse com bondade e socorro, entendimento e perdão.


José Antônio Vieira de Paula
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil) 

Imagem ilustrativa

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