Às vezes, em meio à corrida da rotina, enquadramos as
atividades espíritas de forma mecânica em nossas atribuições, como um
compromisso a ser cumprido em meio a tantos outros.
E por vezes, ainda, esse compromisso disputa com outros,
profissionais, familiares, de lazer, o que redunda em uma frequência baixa a
casa espírita e as suas atividades. Às vezes, de forma sazonal, nos vemos
envolvidos em uma ciranda de eventos e pouco “damos as caras” no centro.
Aí, vai uma vez à palestra e falta na outra. Chega só na
hora do passe... Comparece esporadicamente aos grupos de estudos, em uma
vivência burocrática da atividade espírita.
Vamos, assim, administrando a relação com a casa espírita,
de forma morna, no que entendemos ser uma vivência religiosa formal, de prática
superficial.
A frequência à casa espírita, para além de uma assiduidade
protocolar, necessita do envolvimento, do sentimento nas atividades ofertadas,
elevando o padrão da nossa casa mental, de nossas vibrações.
A frequência à casa espírita melhora a nossa frequência
mental!
A casa espírita é uma oficina bendita que nos oferece
diversos campos de ação e estudo, em horários diversos, para perfis múltiplos,
e se apresenta como opção integrativa de estudo e vivência do Espiritismo.
Muito mais do que divulgar a doutrina espírita, a casa espírita tem o potencial
de se tornar uma forja do homem de bem!
Lá fazemos amigos, ouvimos certas verdades, participamos de
atividades como agente e paciente, estudamos em grupo no debate salutar, tudo
isso em um espaço de crescimento que nos torna melhores, sustentando o nosso
ideal cristão nas lutas semanais, fora da casa espírita.
Cabe-nos ter coerência nos papéis... Para isso, necessitamos
ser bons espíritas no lar, na escola, na rua, no trabalho, nas diversas
roupagens sociais, ainda que na casa espírita busquemos mostrar o nosso melhor,
esse nosso melhor deve se espraiar pela vida cotidiana, como uma chama a nos
conduzir.
Não defendemos aqui a hipocrisia de máscaras na casa
espírita, ou, ainda, que a pessoa se insule no centro vinte e quatro horas por
dia, em uma clausura kardequiana, fugindo do mundo perverso, ignorando os
outros papéis para os quais ela reencarnou. A doutrina não prevê isso, ela
surge como instrumento de superação da formalização pela essência!
Defendemos a casa espírita como espaço de espiritualização,
de estudo e de trabalho, desenvolvendo a nossa dimensão “espírito”, na tarefa
árdua de construção do homem de bem. E para tal, ela oferece instrumentos
diversos!
Entretanto, para isso são necessários: a presença, a adesão,
o envolvimento. Ainda não encontrei uma modalidade de Espiritismo a distância…
Faz-se mister o engajamento na casa, para que ela faça parte de nossa vida e
vice-versa, em uma construtiva relação que faz, de cada frequentador, melhor a
cada dia.
Fica então a reflexão sobre a relação que estamos
construindo com o templo espírita que nos acolhe e de como esta relação está
nos fazendo melhorar… Grandes, pequenos, distantes, informais… As casas
espíritas estão aí, necessitando do nosso olhar atento, dos nossos braços
produtivos, assim como nós precisamos de suas bênçãos no fortalecimento
espiritual.
Como pássaros tenros, os mentores da casa espírita nos
colocam lá, como frágeis galhos que, unidos, compõem um aconchegante e robusto
ninho. Nesse feixe de forças, de cá e de lá, é preciso colocar o nosso coração,
na infância, na juventude e na madureza, e não apenas na melhor idade, na qual
passamos a nos preocupar, compulsoriamente, como o desencarne e a vida
espiritual.
Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita
desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também
expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É
colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O
Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela
Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus
nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.
Imagem ilustrativa
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