terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Não há amor a Deus e nem Cristianismo sem amor ao próximo


Informo aos meus queridos leitores que, frequentemente, sou redundante e repetitivo, de propósito, porque me preocupo muito com a clareza do que escrevo. Ademais, os comentários sobre a coluna no Portal de O TEMPO (www.otempo.com.br), além dos dos leitores novos, repetem-se muito. E assim, sou obrigado a voltar novamente às questões já abordadas.
É que meus assuntos já são de natureza complexa e polêmica, uma vez que eles são bíblicos, filosóficos e teológicos.  E se eu não primar, pois, pela ênfase da clareza das ideias tratadas e com simplicidade literária, os assuntos ficam pouco inteligíveis para o grande público. Assim, tenho também por norma fazer meus leitores não só pensarem como eu penso quando escrevo, mas até que sintam igualmente o que sinto.
E eis um exemplo do porquê de minhas redundâncias. Tenho demonstrado à saciedade que as traduções de “aionios” em grego e “ôlam” em hebraico na Bíblia por eterno ou tempo sem fim estão erradas, pois esses adjetivos, nas citadas línguas bíblicas, têm o sentido de tempo indefinido e não sem fim ou para sempre. O mesmo significado têm também os substantivos correspondentes a esses adjetivos: “aêon”, em grego, e “aeternitas”, em latim, traduzidos erroneamente por eternidade ou tempo sem fim. Assim, também, a locução adverbial de tempo “de eternidade em eternidade” encontrada na Bíblia, várias vezes, demonstra-nos que, se a eternidade é mais de uma, é porque ela é mesmo um tempo que tem fim, pois só existe outra eternidade com o fim da anterior. A questão é de uma clareza meridiana, mas falta humildade aos religiosos fundamentalistas para a aceitarem. Então, nem sempre volto ao assunto para eles mesmos, mas para esclarecer os leitores das suas incoerências absurdas.
Não se pode confundir o sentido de uma expressão com a sua tradução literal ou “ipsis litteris”. Porém, para mais clareza do assunto, vamos até substituir a mencionada locução adverbial de tempo “de eternidade em eternidade” por “tempo indefinido”: “Mas a misericórdia de Deus é “de tempo indefinido” sobre os que o temem.” (Salmo 103: 17).   Esse tempo é indefinido, porque depende da quantidade das boas e más obras de cada indivíduo. E essa misericórdia divina, por ser infinita, jamais cessa.
Mas vamos, ao menos um pouco, ao assunto do título desta coluna.
A missão de Jesus aqui no nosso mundo foi de enviado de Deus para nos trazer o Evangelho, para nós o pormos em prática, a fim de que possamos acelerar a nossa difícil passagem pela porta estreita, símbolo ensinado por Jesus da nossa salvação.
Muitos cristãos ainda pensam que Jesus veio ao nosso mundo para ter seu sangue derramado na cruz, pecado este contraditório que faria Deus o Pai ficar tão contente e feliz, que Ele até daria por nulas as nossas obras más, dando-nos a salvação totalmente de graça. Para esses cristãos, parece que Deus seja um espírito vampiro dos muito atrasados mesmo e que, pois, se deleita muito com sangue humano! Esses cristãos têm que se libertar urgentemente dessa teologia doentia, que eu tenho chamado de teologia do sangue, a qual de tão absurda que é, tem até arrastado parte da civilização cristã para o ateísmo.
E atentemos para a verdadeira teologia cristã do apóstolo e evangelista João (1 João 4: 20), em que se baseia o título dessa matéria: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”

PS: Recomendo www.feeak.org.br

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
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