terça-feira, 18 de maio de 2010

Emmanuel é o principal Espírito Santo de Chico Xavier


Pela Bíblia, o Espírito Santo é como se fosse o coletivo de todos os espíritos. Não discordando da Doutrina Espírita, que ensina que o Espírito Santo é um espírito iluminado, considero como santos todos os espíritos, no sentido de que todos eles são criações de Deus, e um dia, serão realmente santos.
Realmente, todos os espíritos humanos, em estado potencial, são santos, pois todos têm o gérmen da santidade, tal como uma semente que tem o gérmen da planta. Os chamados espíritos bons (evoluídos) são os que poderíamos denominar de Espíritos Santos propriamente ditos ou anjos bons, que já são bem evoluídos. O Espiritismo tem como espíritos puros os que já atingiram os níveis mais avançados de evolução. Os espíritos maus, ou seja, os pouco evoluídos, são os demônios ou diabos da tradição cristã. Mas para o Espiritismo, todos são espíritos humanos, sejam eles evoluídos ou atrasados. E, na verdade, todos são também demônios, já que essa palavra, de acordo com a sua etimologia grega “daimones”, significa nos originais bíblicos espíritos humanos.
No Velho Testamento, o Espírito Santo é um espírito humano. “Deus suscitou o Espírito Santo de Daniel”. (Daniel 13,45, da Bíblia Católica). Lutero tirou os capítulos 13 e 14 de Daniel. E o Espírito Santo dos teólogos só foi instituído no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Por isso, são Paulo não o conheceu. Daí que ele fala, seguindo o Velho Testamento, que nós somos templos “dum” (como está no original grego) e não “do” Espírito Santo. (1 Coríntios 6,19). As frases “Cheios “do” Espírito Santo” devem ser lidas assim: “Cheios “dum” Espírito Santo”. E quando se diz que Deus enviou seu Espírito, não se trata do próprio Espírito de Deus (Enviador e nunca Enviado), mas de um Espírito do bem, de Deus.Na Bíblia, muitas vezes, se diz anjo no lugar de espírito, porque o espírito enviado, por ser um mensageiro, torna-se um anjo. Uma parte dos apóstolos e discípulos queria que o os gentios fossem circuncidados antes de se tornarem cristãos, isto é, antes de serem batizados. Entre eles estavam são Tiago e são Pedro. Outros liderados por são Paulo eram contra essa norma. Paulo foi vitorioso nessa polêmica. E Cornélio recebeu um Espírito que o instruiu para entrar em contato com Simão (são Pedro) na cidade de Jopa, onde, em transe (êxtase), Pedro recebeu um Espírito, que o corrigiu no erro de achar que somente os judeus seriam salvos. E lembremos-nos de que isso foi depois do Pentecostes. Portanto, estão equivocados os teólogos, quando ensinam que depois do Pentecostes, os apóstolos eram inspirados pelo Espírito Santo e não erravam mais! (Recomendo a leitura, na íntegra, dos capítulos 10 e 11 de Atos). Se fosse o Espírito Santo, isto é, o único e mesmo Espírito que inspirasse os apóstolos, não teria havido a citada polêmica e outras entre eles. Também num conclave de cardeais, que elege um papa, se fosse o Espírito Santo trinitário dos teólogos que inspirasse os cardeais, todos eles votariam num mesmo candidato a papa, cuja eleição se daria na primeira votação. 
Emmanuel é um espírito altamente evoluído e que nos deixou pela psicografia do médium Chico Xavier um acervo de 450 livros teológico-bíblicos, que é, sem dúvida, um dos maiores da história do cristianismo. E  como o conteúdo desse acervo se identifica plenamente com a moral evangélica, o Espírito Emmanuel é um verdadeiro Espírito Santo!

Obs.: Esta coluna, é de José Reis Chaves, que às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para a publicação. Nas publicações, fico grato pela citação de meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

De lá para cá, o cristianismo primitivo bíblico e o teológico


Ser contra os erros de uma religião não é ser inimigo dela. Jesus era contra os erros do judaísmo, mas não era inimigo dessa sua religião. E Deus é contra os nossos erros, mas nos ama!
A cristologia e a soteriologia não bíblicas são duas doutrinas polêmicas. Pela cristologia bíblica, Jesus não é Deus absoluto. Se o fosse, Ele falaria em nome de si próprio e não do Pai. "Para que sejam um, como Tu, ó Pai, o és em mim, e eu em Ti; que também eles sejam um em nós" (João 17, 21 a 23); "Mas agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido" (João 8,40); "Um só Deus e Pai de todos" (Efésios 4,6); "Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem" (1 Timóteo 2,3); "Meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (João 20,17).
Por essa correta cristologia bíblica, Jesus é o elo de ligação entre Deus e nós, o demiurgo e o logos de Platão e do evangelista João. "Há um abismo entre Jesus e Deus" (Ário). O Nazareno e todos nós somos deuses (João 10,34) relativos.
Deus absoluto é só o Pai. "O Pai é maior do que eu" (João 14,28). "Eu sou a videira, meu Pai é o agricultor, e vós sois os ramos" (João 15,1 e 5). Há uma grande diferença entre o agricultor (Deus) e a videira (Jesus)! Os teólogos ensinam que as contradições são mistérios de Deus, quando são eles que as inventaram!
Como toda religião recebe influência de outras, a soteriologia não bíblica é herança do judaísmo. Foram as epístolas paulinas que levaram a ideia dos sacrifícios judeus para o cristianismo. Daí é que ela entrou nas anotações dos evangelistas. Mas Jesus a condenou veementemente: "Misericórdia quero e não sacrifícios" (são Mateus 9,13). E mesmo no Velho Testamento há condenações dos sacrifícios. "Melhor é um bocado seco, e tranquilidade, do que uma casa cheia de sacrifícios" (Provérbio 17,1); "Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros?" (Miquéias 6,7); "De que me serve a multidão de vossos sacrifícios?" (Isaías 1,11). 
Os espíritos que apreciam sacrifícios são atrasados. Como o sangue de Jesus derramado poderia ser agradável a Deus?
Como isso O teria feito voltar a sorrir para a humanidade? Deus se deleitaria com o aumento dos assassinatos?
Tenho denominado essa teologia de sacrifícios de teologia do sangue, que é abominável a Deus. E ela é a base da doutrina teológica soteriológica não bíblica, que transformou até a Santa Ceia, símbolo judaico de confraternização entre Jesus e seus apóstolos, no ritual da missa, que respeito. Mas o que Jesus lhes recomendou foi outra coisa, ou seja, que se lembrassem Dele, fazendo outras ceias de confraternização.
Houve-as somente no cristianismo primitivo. De lá pra cá, como dissemos, elas são os rituais das missas. Para os teólogos trata-se de uma repetição simbólica e incruenta (sem sangue) do sacrifício do Calvário. Mas se se trata de simbolismos, como fica nas missas o dogma do corpo verdadeiro e real e do sangue verdadeiro e real de Jesus?

José Reis Chaves
Teósofo e biblista - jreischaves@gmail.com
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sairmos da vida somente pela vontade de Deus


Amados irmãos, por maiores que sejam os obstáculos que se anteponham à nossa frente, durante a existência corpórea, é mister continuarmos firmes no leme da vida, vencendo as adversidades do caminho, uma a uma, até o derradeiro instante, quando formos convidados à presença augusta de Deus, para a nossa prestação de contas.
A reflexão acima, por nós elaborada, foi dirigida a uma pessoa que sentindo-se traída pela criatura que amava, segundo comentários no local onde residia, tentou suicidar-se com a deflagração de um disparo de arma de fogo, alguns anos passados, em uma cidadezinha do interior baiano.
Essa pessoa, entretanto, teve a felicidade de escapar com vida após esse disparo desferido próximo a um dos ouvidos, face o projétil ter sido desviado, atingindo de raspão o maxilar, causando-lhe apenas fratura desse osso, sem maior gravidade para a região auditiva. Foi, como se diz comumente, um verdadeiro milagre.
A vítima, por sinal, nossa conhecida, encontrando-se conosco quando ainda fazia tratamento fisioterápico da mandíbula, confessou-se arrependida e aceitou, de bom grado, a advertência que lhe fizemos por meio da reflexão supracitada.
Em determinadas situações da vida, meus irmãos, as pessoas às vezes entram em desespero, levadas por Espíritos inferiores que as influenciam para o mal, cometendo desatinos, como entregar-se ao freqüente uso de bebidas alcoólicas, indispor-se com outros indivíduos, no lar, no local de trabalho, ou em outros ambientes, chegando ao ponto de atentar contra a própria vida, como o fez a pessoa a quem nos referimos neste artigo.
O que está faltando, afinal, para que sejam neutralizados sentimentos de desespero, aflições, infelicidade e outros tantos que infernizam as pessoas, levando por vezes algumas delas a chegarem a esses infortúnios? Todos nós que conhecemos os ensinamentos evangélicos ditados por Cristo Jesus, aos Seus Discípulos, sabemos, perfeitamente, que é justamente a ausência do conhecimento dessas lições consoladoras na vida desses irmãos sofredores.
Dentre as recomendações de Jesus para desfrutarmos de uma vida bem orientada, destaca-se fazermos costumeiramente uso da oração e da vigilância, a fim de não cairmos nas tentações do mal.
Outra advertência igualmente salutar é temos confiança em Deus e a Ele entregarmos os nossos caminhos, na certeza absoluta de que Deus tudo fará em nosso benefício.
E assim como esses ensinamentos do Cristo de Deus aqui citados, outros existem na literatura evangélica, como nos livros básicos da Doutrina Espírita e nos seus consagrados romances mediúnicos psicografados por médiuns de respeitável valor, como Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, para não citarmos tantos outros de igual prestígio e notoriedade.
Concluindo, gostaria de mencionar aqui o título de uma obra mediúnica, intitulada Memórias de um Suicida, (recebida psicograficamente pela médium Yvonne do Amaral Pereira, editada pela Federação Espírita Brasileira) da conceituada Doutrina Espírita, que retrata com realismo e expressividade, o estado de aniquilamento moral do Espírito no Plano Espiritual, após o suicídio. Vale a pena ser lida e apreciada por todos os que desejem se interessar por essa modalidade de livros de instrução dos Espíritos.

Rarnon Cerqueira Coelho,
de Salvador (BA), é articulista espírita.

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