É comum ouvirmos as pessoas, sejam artistas ou pessoas
comuns, dizerem para justificar seus atos de que: “o importante é ser feliz”,
no entanto será isso uma realidade? Vale mesmo a felicidade a qualquer custo?
Quantas vezes ficamos em situações difíceis e
constrangedoras como resultado de uma ação realizada em nome da felicidade.
Conhecendo a Doutrina Espírita essa sentença tem necessidade
de revisão, afinal de contas, felicidade inconsequente ou motivada pela saciedade
dos nossos instintos é porta de entrada para muitas infelicidades.
Este tipo de felicidade é tão passageira quanto superficial,
mais parecemos felizes do que realmente somos. É ser feliz à maneira dos
animais, como ensina a questão 777 de O Livro dos Espíritos, pois a felicidade
não está na satisfação dos instintos.
Para ser feliz de
verdade, muitas vezes fazemos o que não queremos, mas entendemos ser correto
fazer. Felicidade é na verdade resultado, efeito de uma conduta reta e nobre.
Resistimos aos impulsos primitivos que muitas vezes ainda nos cercam e nos
sentimos felizes justamente por não fazer o que temos vontade. Desta forma é
que entendemos que a felicidade nem sempre está imediatamente conosco, pois
reflete nosso adiantamento moral e espiritual.
É fundamental analisar a questão 920 de O Livro dos
Espíritos pelo esclarecimento que ela encerra: “Pode o homem gozar de completa
felicidade na Terra?”
E a resposta expressa dilatada lucidez: “Não, por isso que a
vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de
seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Na análise do conteúdo acima, fica evidente de que devemos
buscar a felicidade, certamente, mas sempre pautada pelos nossos valores e
tendo o aval da própria consciência que sempre coloca limites.
Na orientação do capítulo XVII de O Evangelho Segundo o
Espiritismo que pede: “Sede Perfeitos” aprendemos que na busca da perfeição, ou
pelo menos na melhora constante, está o caminho da felicidade real, pois de
nada vale uma felicidade fictícia e que da mesma forma acrescenta dores.
Desta forma, o importante não é ser feliz a qualquer custo,
mas buscar a felicidade obedecendo as diretrizes morais, o que significa muitas
vezes, abrir mão de uma felicidade menor e imediata, por uma mais distante, mas
que seja real e resultante de uma conduta enobrecida, pois é buscando a
felicidade dessa forma, que se acaba sendo feliz sem buscar.
Roosevelt Andolphato Tiago
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