quinta-feira, 14 de maio de 2015

Grandes lutas e um refrigério


“Na época atual da Terra, quando crises morais agitam a sociedade, tentando a extinção do respeito a Deus e, portanto, a extinção do sentimento mais elevado que poderá enaltecer o coração humano, será bom que o espírita zele por suas crianças, preparando possibilidades futuras para a sua salvaguarda moral-espiritual. (...) 
 Concedendo permissão para que livros educativos do coração e do caráter sejam ditados do Além aos médiuns, visando à orientação à criança, Jesus, certamente, inspira-nos o raciocínio de que as verdades celestes deverão se acatadas seriamente pelo pequenino de hoje, a fim de que o adulto que ele será amanhã compreenda a responsabilidade que o aprendizado da Doutrina Espírita e do Evangelho cristão encerra. (...) 
Os Espíritos celestes, prepostos do Senhor para futuras realizações no planeta, contam com a criança de hoje, cidadão futuro, reencarnado com tarefas definidas na comunidade espírita. Que, pois, nós outros, responsáveis pelas crianças, cuidemos delas com inteligência e vigilância para que nós mesmos não caíamos no demérito de haver negligenciado a seu respeito, dando-lhes o ensino sublime da verdade por entre as inconsequências das nossas próprias incorreções e ideias pessoais.” 
O texto acima, em transcrição parcial, está datado de 03 de outubro de 1967, foi psicografado por Yvonne do Amaral Pereira e está assinado pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes. Consta do livro As Três Revelações, lançamento da FEB Editora, e está como Introdução da citada obra. 
A conhecida médium (1900 – 1984), de reconhecido conteúdo doutrinário – onde se inclui, além do conhecimento, a fidelidade aos princípios da Doutrina Espírita –, tendo deixado importante legado de contribuição doutrinária para a vivência espírita, tinha ainda livros inéditos a serem lançados e esse no qual buscamos o trecho acima, é um dos lançamentos recentes da FEB. 
Apresentado na forma de um diálogo entre o avô e três netos, mas recheado de ensinos e esclarecimentos, a obra é muito rica em orientações, incluindo primorosa seleção de trechos da Codificação e mesmo das anotações do evangelistas. 
Com a transcrição parcial da Introdução, quisemos motivar o leitor e mesmo o movimento espírita – entre os pais e educadores que atuam nas instituições – ao conhecimento da obra, de reconhecida didática facilitadora na transmissão dos ensinos vivos do Espiritismo aos nossos pequenos. 
O nome Yvonne do Amaral Pereira já é, por si só, uma referência de valor expressivo e o conteúdo da obra falará por si. É um autêntico refrigério nesses momentos de grandes lutas e crise moral em que se debate a humanidade.
Nosso maior compromisso atual é, pois, com a educação. De nós mesmos, especialmente, para que sejamos autênticos transmissores das virtudes cristãs às crianças, futuros cidadãos do planeta, capazes sim de alterar o panorama difícil de corrupção e violência – oriundo, sem dúvida, de uma falha na educação nos adultos atuais. O carinho, a atenção e os cuidados com a educação são os elementos vitais para adultos equilibrados amanhã.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/05/grandes-lutas-e-um-refrigerio.html 

Imagem do livro

segunda-feira, 11 de maio de 2015

“A melhor coisa que não me aconteceu.”


Não. O articulista não está passando mal. A frase do título acima não é de minha autoria. Segundo consta, ela foi dita por Clive Owen quando não conseguiu o papel para representar no cinema o famoso James Bond. Por ter perdido a representação desse herói famoso por seus “milagres” nos filmes, acabou conquistando coisas melhores.
Com você já se passou o mesmo? Ou seja, você não conseguiu realizar determinado sonho e, tempos depois, concluiu que foi melhor que tivesse sido dessa maneira? Por exemplo, não conseguimos realizar uma viagem planejada e acalentada por muito tempo. Entristecemos-nos no momento do acontecimento. Mas, depois, com o rolar do calendário dos homens paramos e dizemos a frase: “Foi até melhor não ter viajado mesmo!”. Ou, então, um carro ou um imóvel que não adquirimos. Na ocasião nos sentimos frustrados, tristes mesmos. Mas, depois, um dia lá na frente concluímos que não ter entrado na posse desse ou daquele bem material foi até melhor. É difícil aceitarmos esse raciocínio, não é verdade? Mas que acontece, acontece. E se é difícil aceitar tais acontecimentos em relação aos bens materiais, quando se trata dos valores espirituais é um “Deus nos acuda”! No livro Encontros e Desencontros, de Richard Simonetti, tem uma história intitulada O Bem Maior, que relata o drama de uma senhora que demorou muito para engravidar. Após os devidos cuidados, finalmente teve sucesso na realização do seu sonho! Iria ser mãe. Agradeceu profundamente aos Espíritos amigos pela intercessão na solução do seu problema de esterilidade. Quando a gravidez ia pelo quinto mês de gestação, ela recebe um recado através de uma pessoa do Centro Espírita que frequentava: a espiritualidade amiga iria visitá-la em uma determinada noite para o devido trabalho de assistência que a gravidez necessitava. Ela ficou imensamente feliz! Tinha certeza de que os Espíritos continuavam zelando para que ela realizasse o desejo imenso de ser mãe. Em uma determinada noite acordou com muita cólica no baixo ventre. A bolsa amniótica que protegia o feto havia se rompido e ela entrara em trabalho de parto prematuro. Ficou extremamente infeliz e, como sempre acontece, interrogou mentalmente os Espíritos que precisam ter ombros largos para receber a culpa dos problemas que nos afligem: “Afinal - pensava ela -, os amigos espirituais não iriam visitá-la em uma determinada noite para auxiliá-la?” “Pois, então! - continuava protestando intimamente – “como podia ter a bolsa se rompido e colocado em risco a vida do filho que era o seu sonho maior? Que espécie de ajuda vieram os Espíritos prestar, afinal de contas?”. Ao chegar ao hospital recebeu os socorros necessários e o parto acabou realmente se concretizando. Perdera o filho que tanto desejava. Entretanto, o médico, após o exame do produto daquela gestação precocemente expulso do útero, deu-lhe a notícia de que o filho já estava morto há muitos dias dentro do seu ventre e necessitava dali ser retirado. Pôde ela entender (o que já é uma vitória!) que os Espíritos tinham vindo intervir favoravelmente em uma situação irremediável. 
Tenho a mais absoluta certeza de que, ao retornarmos ao mundo dos Espíritos, olhando para trás, principalmente contemplando a última reencarnação à semelhança de alguém que alcançou o pico de um monte e olha para o vale, teremos que agradecer a Providência Divina pelas coisas que julgávamos melhores e que jamais nos aconteceram. Por exemplo, milhares de criaturas ou até mesmo milhões delas, adentram as casas de loteria em geral com o sonho dourado de ser um feliz ganhador. Você duvida que algumas delas, ou muitas, suplicam a ajuda dos desencarnados para adivinhar qual o bilhete que vai ser premiado ou quais os números que irão anunciar um novo milionário? Já pensou no que faríamos com a tentação de milhões ganhos de maneira tão fácil? Quantas portas para o desequilíbrio que esse dinheiro poderia abrir dependendo, é claro, da opção particular de cada um? Na questão de número 1001 de O Livro Dos Espíritos, encontramos a seguinte afirmativa em um determinado trecho da resposta: Deus, submetendo-o à prova da fortuna, tão difícil e tão perigosa para o seu futuro, quis lhe dar por compensação a felicidade da generosidade da qual ele pode gozar desde este mundo. Aí está de maneira bastante clara que o dinheiro é uma prova difícil e perigosa. Então, a melhor coisa que pode ocorrer para a imensa maioria dos que buscam a fortuna através desse tipo de jogos é exatamente não acontecer de ganharem. Perdem os bens materiais, mas não se comprometem moralmente como poderia ocorrer com o dinheiro farto nas mãos. 
Da mesma maneira poderíamos ir construindo raciocínio semelhante com os títulos de importância do mundo, com a beleza física, com a grande cultura da pessoa, com a posição social importante e tudo o mais que a imaginação de cada um pode considerar. Com os ensinamentos da Doutrina Espírita temos a oportunidade, desde já, de chegar à conclusão de que a Providência Divina agiu em nosso favor quando a melhor coisa que não nos aconteceu foi exatamente aquela que não se deu segundo a nossa vontade, mas de acordo com a determinação Dele. Aliás, não é isso que um número imenso de pessoas repete todos os dias na oração do Pai Nosso, sem se dar conta?

Ricardo Orestes Forni
Tupã, SP (Brasil)

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sábado, 2 de maio de 2015

A recompensa pelo esforço


“Quem desejar a bênção divina, trabalhe para merecê-la. O aprendiz ausente da aula não pode reclamar benefícios decorrentes da lição.” (Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, item 100, psicografia de Francisco C. Xavier.)

Acostumado a privilégios e a favorecimentos na Terra, quase sempre sem merecimentos, segue o homem pela vida acreditando que pode também negociar com Deus, dentro da lei do menor esforço, ou ainda, escorado na ideia de levar vantagem em tudo. Sem declinar reflexões para com as coisas nobres, sublimes e realmente belas, ilusoriamente pensa que o mundo lhe dará o que anseia, gratuitamente.
Deseja ardentemente as benesses dos “céus”, sem movimentar qualquer esforço pessoal no sentido de dar a sua cota de participação saudável, no contexto social em que vive. Busca encontrar benefícios para si e, quando muito, para os seus familiares e amigos, sem ideia de universalidade, não vendo irmãos além dos afetos que acalenta.
Cultuando o egoísmo, carrega consigo a vontade forte de ser feliz, desconhecendo que a felicidade somente será possível, em nosso âmago, quando a plantarmos no coração do próximo. 
E, quando percebe que seus sonhos e metas não são atingidos, pois que em oportunidades variadas busca pelo impossível ou pelo irrealizável, desespera-se, caindo em profundas prostrações que se incumbem de aniquilar-lhe os melhores propósitos, propiciando o aparecimento de processos depressivos ou de inatividade, geradores de incomensuráveis quadros de sofrimentos. 
Informa-nos a sabedoria do Espírito Emmanuel que se pretendemos ter a justiça divina do nosso lado, que lutemos por merecê-la, e isso, obviamente, não chegará sem que saiamos a procurá-la, uma vez que foi Jesus quem noticiou: “ajuda-te e o céu te ajudará”. 
Dessa forma, importante será que vislumbremos em nossa intimidade, buscando conhecer os recursos que temos, e dentro da lição divina dos “talentos”, conforme ensina a parábola do Cristo, tenhamos pressa em encontrar quais talentos possuímos e, não perdendo tempo, saiamos a multiplicá-los em favor do próximo, pois quem trabalha em favor do irmão do caminho, na verdade atua em prol de si mesmo, isso porque é “dando que se recebe”. 
Assim se dermos amor, logo encontraremos quem nos decline tais sentimentos, se distribuirmos caridade, não muito longe alguém estará tendo piedade pelas aflições que passamos e nos ajudará também, se oferecermos gentilezas e fraternidade, em breve a afabilidade dos outros estará nos beneficiando com a solidariedade e ternura, se ministrarmos a educação por onde passarmos, os bons tratos e as boas maneiras nos servirão por mãos amigas. Então, não resta dúvida, se desejamos a justiça divina, se pretendemos estar de posse da tranquilidade, da paz e da felicidade, primeiramente temos que implantá-las nos corações alheios. 
E, pela mesma lei, receberemos de volta também todo o mal que aos outros fizermos ou mesmo a indiferença, pois pela lei de causa e efeito, a vida nos retornará tudo aquilo que endereçarmos aos nossos irmãos, no contexto social que em vivemos. 
As sábias leis de Deus não apresentam segredos ou mistérios, tudo caminha dentro do princípio da compensação; o que fizermos no mundo, na mesma proporção receberemos do mundo.

Waldenir Aparecido Cuin
Votuporanga, SP (Brasil)

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Aprendendo com o vento


Era um tormento que se repetia a cada dia na hora de fazer os deveres de casa: era as continhas, a leitura de um livro, as tabuadas.
Carla detestava tudo isso e era sempre com má vontade que se sentava à mesa para fazer as tarefas.

A mãezinha procurava orientá-la:

— Carla, minha filha, tudo o que fazemos de boa vontade nos pesa menos. Aproveite a ocasião para aprender e aceite o que deve ser feito, com disposição e bom ânimo.

Mas ela respondia mal-humorada:

— Não gosto de fazer tabuadas, nem continhas. Nada. Detesto estudar.
— Mas é preciso, minha filha. Há coisas das quais não podemos fugir, e quanto mais cedo as aceitarmos, melhor.

No entanto, a dificuldade persistia. Certa ocasião, Carla estava muito irritada porque teria que ler um livro de história, como dever escolar daquele dia.

Com o livro nas mãos, a menina chorou, esperneou, e não conseguiu ler. 
A mãe, que a observava de longe e viu que naquelas condições a filha não conseguiria fazer a tarefa, disse:

— Está bem, Carla. Se não quer fazer a tarefa agora, vá fazer outra coisa. Depois você termina de ler o livro. Vá varrer o quintal para mim.

— Que bom, mamãe! Ufa! Que coisa mais desagradável é ter que ler história. Prefiro varrer o quintal.

Em seguida, toda satisfeita, Carla pegou uma vassoura e foi para o quintal que se encontrava cheio de folhas secas. 
Estava ventando muito naquele dia e a alegria de Carla logo terminou. Por mais que ela se esforçasse, não conseguia terminar o serviço. O vento esparramava as folhas novamente. Tentou, tentou, e não conseguiu.

Afinal, muito descontente, entrou em casa reclamando:

— Que droga! O vento não me deixa limpar o quintal! Desisto.

Sua mãe, mais experiente, ponderou:
 
— É só uma questão de saber lidar com os problemas, filha. Temos que aceitar os obstáculos que a vida nos impõe e aprender a superá-los com boa vontade e disposição. Quer ver? Venha, vou lhe mostrar.               
Levou a menina até o quintal e mostrou-lhe que, já que não poderia vencer o vento, deveria usá-lo em seu benefício.

— Como? – perguntou a garota, surpresa.

— É simples. Em vez de varrer contra o vento, varra a favor do vento – explicou a mãe.

E assim Carla fez. Logo ela percebeu que a tarefa tornou-se fácil, agradável e rapidamente foi concluída. Juntando as folhas num canto, a menina recolheu-as com uma pá apropriada. 
Dando por terminado o serviço, a menina limpou as mãos, exclamando satisfeita:

— Puxa! Mamãe, nem acredito! Como foi fácil. Você é um gênio!

A mãe sorriu contente, completando:

— Nem tanto, minha filha. Apenas sou uma pessoa mais experiente e que já aprendeu que não adianta irmos contra os problemas da vida. Temos que enfrentá-los com coragem e determinação. Fugir das situações difíceis não nos ajudará a resolvê-las. Se tivermos boa vontade, resolveremos qualquer problema em nossa vida.

Fez uma pausa e concluiu:

— Grande parte das vezes, as coisas não são tão ruins quanto nos parecem. Depende muito da nossa maneira de enxergá-las.

Carla lembrou-se da tarefa que não tinha conseguido realizar e achou que sua mãe tinha razão. Com um pouco de boa vontade ela conseguiria. 
Calada, pegou novamente o livro de história e sentou-se para ler. Aos poucos foi se interessando pelo assunto e, não demorou muito, já tinha terminado.

Fechou o livro e foi correndo contar para a mãe:

— Terminei de ler o livro, mamãe. Sabe que não foi tão difícil assim? Ao contrário, a história era até bem interessante! Você tinha razão, com má vontade nada conseguiremos realizar.

A mãe abraçou a filha, feliz, agradecendo a Deus por ver que ela havia aprendido a lição. 

Célia Xavier Camargo
http://www.oconsolador.com.br/ano8/395/espiritismoparacriancas.html

sábado, 25 de abril de 2015

O amor é uma decisão


Motivo de conversas de botequim, passando por músicas, poesias e reflexões dos grandes filósofos, o tema “Amor” sempre esteve em pauta desde que o mundo é mundo. 
E o tema, claro, não passou despercebido pelo codificador do Espiritismo, Allan Kardec, que fez várias referências ao amor. Entretanto, destaco esta que considero esclarecedora e consta na questão de 938 de O livro dos Espíritos:

Vejamos o que Kardec comenta:

“A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta”.

Belíssimo comentário. Temos, todos, a necessidade de amar e de ser amados. Uma via de mão dupla. A felicidade que gozamos está no dar e receber e não apenas no receber. 
Entretanto, todos querem, na maioria das vezes, receber o amor. Afinal, quem não quer ser amado? Seja amor de pai, mãe, irmãos, amigos, todos almejam ser amados. Por isso, nestas breves linhas abro uma brecha e pretendo convidá-los a refletir:

Queremos tanto ser amados, mas... será que amamos na mesma proporção em que somos amados? 
Eu amo! Dirão muitos. 
No entanto, será que amamos realmente?

Costumo indagar à plateia nas palestras: O que você faria se o amor de sua vida lhe dissesse “Descobri que o meu caminho não é mais com você. Peço, pois, licença para despedir-me e seguir minha vida de outra forma”? 
Será que diríamos: Se é esta sua decisão, embora triste eu a respeito e torcerei pela sua felicidade! Ou será que diríamos: Ingrato (a)! Depois de tantos anos me abandona. Ah, pagará caro! 
Será que o nosso amor é tão grande a ponto de respeitar a decisão do outro? 
Fácil? Claro que não, até porque poucos de nós têm o desprendimento necessário para amar desta forma. 
Outro dia em conversa com um amigo, ele me disse: O amor é uma decisão! E arrematou: O amor é o mais nobre dos sentimentos e quando eu decido amar alguém tenho que estar ciente de que esta pessoa poderá não me amar da forma como eu a amo. 
Confesso que de início não concordei. Sempre achei que não escolhemos amar, que o amor entra sem pedir licença. 
E fiquei a refletir por alguns dias até chegar à conclusão de que o amigo, um filósofo, estava certo: O amor é mesmo uma decisão! Eu escolho amar, respeitar, compreender. Descobri, então, que quem entra sem pedir licença é a paixão, avassaladora como sempre, mas o amor não. 
E amar equivale a, sobretudo, respeitar as decisões do outro, mesmo que estas nos excluam. O que fazer diante do ente que nos deixa? O que fazer em face do amor que se vai? Quem ama respeita o direito de escolha do outro, sempre. 
Eis porque amar nos faz exercitar o que temos de mais belo em nosso ser que são as virtudes de respeitar, compreender, renunciar, abdicar e tantas outras mais. 
Se é bom ser amado, se é nosso objetivo sermos amados, tenhamos a certeza de que amar é ainda melhor. 
Amar é uma decisão, uma sábia decisão e, como seres pensantes, podemos decidir amar a qualquer momento. Eis um exercício diário e constante para nosso aperfeiçoamento como seres humanos. 
O amor, ah!, o amor é sempre uma decisão – diria meu amigo filósofo!

Wellington Balbo

Bauru, SP (Brasil)

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