segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nem tudo é mediunidade


Realmente, sintomas físicos ou mesmo perturbações emocionais e psicológicas podem ser confundidos com mediunidade. Atendentes fraternos, dirigentes, coordenadores de estudos e mesmo palestrantes ou escritores, precisamos sempre levar em conta esse detalhe.
Mediunidade, como já aprendemos, não é doença, nem tampouco privilégio ou exclusividade dos espíritas. É, antes, potencialidade humana, apesar dos diferentes estágios em que se apresenta e das variáveis que afetam sua manifestação, inclusive de maturidade emocional, intelectual e do meio onde se apresenta.
Não é incomum pessoas tristonhas e deprimidas, muitas vezes dependentes de medicamentos, serem confundidas pela precipitação de dirigentes que alegam ser o exercício da mediunidade o único caminho de superação desses estados.
Indicam presença de espíritos perturbados ou perturbadores como causa do abatimento e apontam, equivocadamente, como causa uma suposta hipnose de espíritos, agravando ainda mais o quadro de aflição da pessoa que simplesmente precisa de ajuda...
Tais considerações foram inspiradas no capítulo 22 do livro Encontros com a Consciência, ditado pelo Espírito Irmão Malco ao médium Alaor Borges Jr. Referido capítulo descreve o diálogo de um atendimento fraterno. Aliás, todo o livro é composto de casos relacionados a ocorrências em centros espíritas, inclusive com muitos ensinos de Chico Xavier. No caso em questão, o Espírito que relata a ocorrência conclui com sabedoria: “(...) Passei a entender que, na condição de socorrista espiritual, temos que ter muito critério. Nem todo distúrbio nervoso, qual seja a depressão, síndrome do pânico, insônia e outras mais, estão relacionadas à presença de mediunidade (...)”.
Nesse ponto, interrompemos a transcrição para destacar, aí sim, caminhos de superação de estados de abatimento, na continuidade do raciocínio do autor: “(...) mas o serviço prestado pelo passe, as palestras, a água magnetizada e o vínculo com as atividades assistenciais da casa têm valor inconcebível. (...)”.
O destaque é nosso e proposital. Não percebemos que muito mais que focar nossa atenção em supostas influências de espíritos, embora elas sejam reais e contínuas, precisamos, isso sim, prestar mais atenção em nossas reações e procurar no Espiritismo o que ele realmente tem a oferecer: o consolo, a diretriz, o conforto, a orientação, a luz para nossos caminhos, a lucidez de seus fundamentos, caminhos claros de entusiasmo e superação das dificuldades que normalmente enfrentamos, até pela nossa condição humana. Recursos que encontramos, principalmente, nos estudos, palestras...
O livro é rico de casos assim. Mágoas, dinheiro, opiniões, relacionamentos, dificuldades, influências, inspiração, pressa, entre outros temas, vão surpreender o leitor. Exatamente pela clareza e concisão dos diálogos. Não deixe de conhecer. Trará benefícios para os grupos espíritas. 

Orson Peter Carrara
orsonpeter@yahoo.com.br

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Alta costura


S l i d e


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Enviado por: Felinto Elízio Duarte Campelo

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Fé é forte com a Razão, como é forte a moeda sem inflação


Entre as verdades que Kardec nos legou, eis uma: “A fé só é inabalável, se ela puder enfrentar a razão face a face em qualquer época da história da humanidade.” Sim, a fé tem que estar de acordo com a razão, caso contrário, ela baqueia, fazendo do crente um fiel de pouca fé e que a pode perder a qualquer momento. Além disso, quem tem esse tipo de fé frágil, não a põe em prática no seu dia-a-dia, a qual se torna, pois, uma fé morta. (São Tiago 2,17; e 1 Coríntios 13, 1 a 4).
O cristianismo instituiu algumas doutrinas polêmicas que foram mantidas à força pela Inquisição, para o fim da qual muito contribuiu a histórica Reforma de Lutero. A Igreja até fez a sua contrarreforma com o Concílio Ecumênico de Trento (1545-1563). Porém as doutrinas polêmicas foram mantidas e outras novas foram instituídas, como a da Transubstanciação, em vez da Consubstanciação defendida por muitos bispos da época e que é mais conforme à Teologia Protestante.
Com a evolução, cresce a nossa individualidade, o que nos torna, cada vez mais, mais independentes em matéria de crença. Esse fenômeno acontece com os fiéis de todas as religiões. Tudo no mundo muda sem parar. E o que mais tem que mudar é justamente o nosso modo de crer em Deus, pois ninguém entende o que é mesmo Deus. As teologias têm sido fábricas de superstições sobre Deus. Ninguém conhece as coisas de Deus. (1 Coríntios 2,11). Se não conhecemos as coisas de Deus, menos ainda sabemos o que é Deus. “É mais fácil dizermos o que Deus seja do que o que Ele é”. (Sto Tomás de Aquino).
Toda crença deve se impor pela razão, jamais pela força. Mas mesmo a crença racional, com o tempo e a consequente e inevitável evolução da mentalidade humana, está sujeita a mudanças. Aliás, apenas Deus é imutável, pois só Ele é permanente. O nosso conceito sobre Deus é que é impermanente pela força mesma da evolução constante de nossa mentalidade. E cada um tem um Deus do tamanho de sua ideia sobre Ele. Lembro-me agora de que na minha primeira série do primeiro grau ou do antigo primário, a professora ensinava que o motorista dum veículo e os seus passageiros defendiam-se do frio e da chuva, fechando os vidros das janelas do carro. E, como se fosse uma coisa muito importante, ela perguntava aos alunos: O que a gente faz num carro quando chove e faz frio? E todos nós alunos respondíamos em coro: A gente fecha os vidros das janelas do carro. Parecíamos nós alunos e a professora uma turba de retardados! E você que me prestigia com sua leitura já imaginou o que nós, naquela época, pensávamos sobre Deus?
Aliás, até os teólogos, comparados com os de hoje, falavam muitas besteiras sobre Deus. O que diríamos, então, do conceito de Deus dos teólogos dos primeiros séculos do cristianismo, de cerca 17 séculos?
Assim como a moeda forte só é aquela sem inflação, e que incrementa, pois, o progresso (de que o Real de Fernando Henrique Cardoso e Itamar é um exemplo no Brasil), só a fé com a razão, ou seja, raciocinada no dizer de Kardec, é também realmente forte. E apenas essa fé forte racional é a que condiz com a nova mentalidade dos espiritualistas do Terceiro Milênio.
Salvemos o cristianismo, que não pode continuar sendo um museu de teologias mitológicas contrárias à lógica e à razão!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site: www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.
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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O homem morre uma vez só e seu espírito é imortal


Hoje se sabe que Hebreus não é de autoria de são Paulo. Mas ele levou as idéias judaicas de sacrifícios para as suas epístolas, que são tidos como sendo os mais velhos escritos do cristianismo: “Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus em aroma suave”. (Efésios 5,2). Compare-se esse texto com este de Moisés: “Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é holocausto para o Senhor, de aroma agradável...”(Êxodo 29,18).
Paulo condena também os sacrifícios de animais, mas para enfatizar a importância do de Jesus, que os substitui. Mas será que Deus se deleitaria mais com o de Jesus, que condenou os de animais?
“Misericórdia quero, e não holocaustos.”(Mateus 9,13). E não seria estranho que Jesus, apoiado por Deus, exigisse a sua própria morte na cruz, para o fim dos sacrifícios de animais? Deus e Jesus estariam por trás desse monstruoso pecado? E como pode um pecado tão grave como esse anular todos os pecados da humanidade? Para Deus seria mesmo mais importante o sacrifício de morte na cruz de seu Filho Jesus? Os teólogos, com sua teologia do sangue, não teriam confundido o Espírito do próprio Deus com um espírito atrasado que gosta de sangue?
Nenhum ser humano e nem mesmo Jesus sabem tudo, mas apenas Deus o sabe. (São Mateus 24,36). Não é surpreendente, pois, que Paulo e o autor de Hebreus tenham cometido o erro de achar que Deus gostasse de sacrifícios. E, inicialmente, Paulo até ensinava, também erroneamente, que a segunda vinda de Jesus aconteceria com ele, Paulo, ainda encarnado: “Nós os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor...”(Tessalonicensses 4,15).
E é por causa de um texto de Hebreus (seria seu autor discípulo de Paulo?) que muitos, equivocadamente, pensam – ou fingem que pensam – que Hebreus é contrário à reencarnação: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo,”(Hebreus 9,27), o que nada tem a ver com a reencarnação. O que o autor de Hebreus destaca é justamente a morte de Jesus na cruz, que foi uma vez só. A sequência da leitura do texto, que até continua com a inicial minúscula, nos mostra isso: “assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos...” (Hebreus 9,28).
E o autor de Hebreus, nessa comparação, se referiu ao homem fenomênico, exterior (2 Coríntios 4,16), de barro, que morre mesmo uma vez só, voltando ao seu pó, e não ao homem interior (2Coríntios 4,16), que é o espírito imortal do homem, que apenas sai do homem, que morre, e volta para o mundo espiritual (Eclesiastes 12,7). É falso, pois, o argumento de que não se pode separar o espírito do homem do homem. As referências bíblicas mencionadas mostram-nos o contrário. E todo o homem morto vai para o cemitério, enquanto que seu espírito vai para o além. Ademais, o julgamento cármico paulino (2 coríntios 5,10), após a morte, não é o único, pois há o do juízo final. (1 Pedro 4,5), já que a jornada evolutiva do espírito não termina no túmulo.
E cada homem morto que morre uma vez só vai também uma vez só para o cemitério, virando pó. Mas seu espírito jamais morre, jamais vai para o cemitério e jamais vira pó.E é esse espírito imortal que reencarna em outro homem que nasce e que sempre morrerá uma vez só!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A força do Espiritismo


A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou pela altura do domo das casas espíritas; sua força vem do nosso exemplo.

Certa vez, em um jornal espírita da década de 90, lemos a seguinte frase de um articulista: “(...) perdemos a grande oportunidade de eleger fulano como deputado federal e mostrar a força do Espiritismo”.
Será que essa é realmente a força do Espiritismo? Será que o Espiritismo, como religião, precisa de representantes na estrutura da República?
Essa questão sempre volta à baila em períodos eleitorais, quando recebemos emails ou vemos peças de publicidade de candidatos que exaltam essa condição, na busca de ampliar a sua base de eleitores por uma afinidade religiosa. Além de procurar no público espírita seus eleitores, alguns, por vezes, se arriscam a se proclamar representantes do Espiritismo no plano político. Essa situação não é das mais simples e implica diversas questões.
Quando falamos de candidatos espíritas, pensamos logo em situações em que a imagem e o bom nome do Espiritismo não sejam afetados, caso um candidato dito "dos espíritas" apareça em situações lamentáveis na mídia.
Por outro lado, a vida política é saudável e desejável. A política está presente no nosso dia-a-dia, quando precisamos fazer escolhas, estabelecer consensos, negociar, ceder, em prol de um bem maior. O espírita não pode ser um alienado, ele é um "homem do mundo" – de nada adianta viver os nossos dias pensando apenas nos sofrimentos ou consolações futuras.
Em tempos recentes vivemos recheando nossas Casas Espíritas com eventos grandiosos de autoajuda, shows artísticos, badaladas palestras e novidades literárias. Queremos descobrir o que fomos no passado, mas abdicamos de fazer o bem no presente.

Os espíritas não podem esquecer que são também cidadãos, homens com deveres diante da questão social.

Fazer o bem é se ligar às questões sociais, ao coletivo! Nesse sentido, não devemos ser omissos. Precisamos estar engajados nas lutas sociais, nas questões da coletividade, na busca do bem comum.
Como diria Bezerra de Menezes, que, aliás, foi deputado antes de presidir a Federação Espírita Brasileira: “(...) para nós, a política é a ciência de criar o bem de todos. E nesse princípio, nos firmaremos”.
E nesse campo também é possível fazer o bem! A política também é sementeira divina do plantio do progresso.
Essa intervenção permanente do Espiritismo nos problemas do mundo se apresenta bem em A Gênese, quando Kardec assevera: “(...) o Espiritismo trabalha com educação. Esta é a base da própria Doutrina, pois, para praticá-la, temos de nos educar. E a educação tem um conteúdo extremamente político, pois muda
nossa forma de ver o mundo e de agir nele”. Reafirma-se aí a necessidade de os espíritas não esquecerem que são também cidadãos, homens do seu tempo, com deveres diante da questão social.
A necessidade de nossa participação na vida social é, no entanto, diferente da situação de apresentar-se com a credencial "espírita" para pedir votos. “O Espiritismo se liga a todos os campos das atividades humanas, não para entranhar-se neles, mas para iluminá-los com as luzes do Espírito. Servir o mundo através de Deus é sua função e não servir a Deus através do mundo”, reitera Kardec na mesma obra já citada.

Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”

Em face disso, se quisermos pleitear a ocupação de um cargo público eletivo, devemos nos isentar de associar essa cruzada político-social aos papéis desempenhados no movimento espírita, e, como disse Kardec, iluminar nossa jornada política com o Espiritismo e não o Espiritismo com a nossa jornada política. Essa é a diferença entre ser um espírita-candidato e ser um candidato-espírita.
Quanto aos eleitores, nos parece bastante razoável que cada um escolha aqueles projetos que, de acordo com seu foro íntimo, atendam de maneira mais adequada às necessidades de sua coletividade. E, com base nesses, escolha seus candidatos, independentemente das crenças que esses professem. Para isso existem partidos políticos, para congregar nossas ideias no campo político! Existem várias formas de se obter espaço, prestígio ou força para defender nossos princípios, que não seja a opção de destacarmos, dentre um numeroso grupo de espíritas, um representante para disputar um cargo eletivo.
A César o que é de César! O Estado é laico!
Essa foi uma grande luta desse país e constitui a base da democracia. Não pensamos ser um bom caminho adotarmos o lema “espírita vota em espírita”. Isso pode redundar em situações-limite de pedidos de votos em reuniões públicas, ou ainda, intervenções na opinião política dos frequentadores da casa espírita, ambas as situações que na nossa visão seriam eticamente inconcebíveis.
A força do Espiritismo não se faz pelos seus representantes governamentais, pelas celebridades que comungam essa crença ou mesmo pela altura do domo das casas espíritas. A força vem do exemplo e da difícil tarefa de se fazer a reforma íntima para a construção do homem de bem. Esse é o nosso desafio!

Não devemos votar em alguém pelo simples fato de ele trazer em seu currículo a condição de espírita.

Para isso não conseguimos vislumbrar, sinceramente, a necessidade de se ter um representante do segmento espírita em qualquer órgão legislativo ou do Executivo, como situação que ajude a promover a renovação na busca do homem de bem.
Somos espíritas e cidadãos, o que não são coisas excludentes. Queremos, sim, pela nossa ação, povoar de homens de bem as instâncias decisórias, sejam eles espíritas ou não.
O grande risco dessas situações, em um país com muitos espíritas como o nosso, com um número maior ainda de simpatizantes, é o oportunismo de se aproveitar o bom nome que goza o Espiritismo para carrear votos e a promoção pessoal no período eleitoral.
A questão da representatividade é de mão dupla. O candidato representa o Espiritismo, mas o Espiritismo é representado por sua conduta como político. Se ele se arvora em se proclamar representante da Doutrina, acaba com sua imagem representando-a para quem o ouve, mesmo que o movimento espírita disso não se dê conta.
A decisão de alguém de se candidatar é um direito individual que deve ser respeitado. A participação política deve ser uma consciência, sob pena de nos tornarmos analfabetos políticos, como bem preconizava Bertolt Brecht. Mas não devemos depositar nosso voto pela simples razão de o panfleto do candidato trazer, como currículo, o fato de ser espírita, doutrinador, orador ou congênere.
O voto deve ser dado pela história de cada um, pelas suas propostas e pelo seu alinhamento na esfera política. Se o votado for espírita, ou não, isso pouco deve importar nesse contexto.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga é pedagogo e um dos articulistas desta revista ( Consolador ) e de diversos periódicos. Paulo de Tarso Lyra é jornalista e articulista espírita.

Marcos Vinicius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com e
Paulo de Tarso Lyra
brasiliaespirita@uol.com.br
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Utopia


Em 1516, Thomas More (1478-1535) – célebre escritor e pensador inglês -, escreve sua obra mais famosa: Utopia.
Em seu livro, conta More que Utopia é uma ilha encravada no continente europeu onde existe a sociedade ideal. Todos trabalham, não há falta do necessário, as crianças estudam, há respeito entre os habitantes, o governo é justo. Em Utopia, hospitais são pouco utilizados porque seus habitantes são saudáveis e entendem a perfeita relação entre corpo e mente, há tolerância religiosa e todos se consideram habitantes de uma mesma família, enfim, são felizes.
Nos dias de hoje, em realidade, já há alguns séculos, a palavra Utopia tomou sentido pejorativo tornando-se sinônimo de fantasia, algo inalcançável e que não há possibilidade de existir.
Com as injustiças que grassam no mundo, se observamos apenas a superfície das situações, ficamos a pensar que a obra de More, e a ilha chamada Utopia, são ficção científica. Sociedade ideal? Uma fantasia. O mundo está cheio de velhacos que vivem a lei dos espertos. Mas é preciso mergulhar mais a fundo, estender a visão um pouco mais para ver que a sociedade está mudando, e para melhor. A ilha de Utopia não é mera ficção, caro leitor. Nossa sociedade já foi pior, mais injusta e cruel, mais corrupta e ignóbil, são os livros de história que nos contam isso.
Precisamos acreditar na possibilidade de modificação da criatura humana, necessitamos de sonhar em conjunto para que a sociedade ideal se concretize. Se passarmos a considerar que tudo vai de mal a pior, corremos sério risco de nos enredar nas teias da permissividade para com a corrupção, violência e injustiça, em triste pensamento: “Se todos fazem, se todos roubam e desrespeitam, por que apenas eu tenho de respeitar e ser honesto?”
Sem contar que, a realidade se mistura à fantasia, muitas vezes a fantasia se torna realidade porque houve alguém disposto a lutar por essa “Utopia”. No início do século XIX quem poderia sonhar que a escravidão acabaria, ou mesmo que o homem seria capaz de voar, diminuindo a distância entre os continentes. Há algumas décadas impossível conceber que as mulheres alcançariam sucesso profissional, para a sociedade de outrora, a mulher era um ser sem a mesma capacidade do homem, aliás, há alguns séculos as mulheres, segundo os teólogos, nem alma possuíam. No começo do século XX, se alguém falasse que faríamos contato com o mundo todo com apenas um clic de mouse, seria chamado de maluco, ou na melhor das hipóteses de utópico. Criaturas visionárias, que enxergam além desse estreito horizonte, não raro são chamadas de fantasiosas, é comum ouvirmos frases do tipo: “O que ele diz é muito bonito; perdoar, compreender, tolerar são excelentes medidas que tomamos em nosso dia a dia, no entanto, funcionam apenas na teoria, porque na prática é diferente”.
A mediocridade não consegue conceber algo que vá adiante de suas idéias e preconceituosas convicções, por isso há tanto desprezo pelos ideais que podem trazer a melhoria. Muito simples falar que uma idéia é Utopia, no sentido de fantasia, do que arregaçar as mangas e procurar transformar aquela idéia em realidade.
Portanto, caro leitor, a sociedade ideal, baseada na ilha de Utopia é possível de se concretizar, aliás, depende apenas de nós.
Vamos adiante e afirmamos que, a sociedade ideal acontece em nossa casa mental, na forma como nos relacionamos com o mundo exterior e nosso mundo íntimo. Se almejamos a paz, que trabalhemos por ela. Se queremos um bom relacionamento no lar, no ambiente profissional, no recinto religioso, que lutemos por ele, procurando dentro de nossas possibilidades melhorar o lugar onde vivemos, porquanto, cedo ou tarde, a sociedade ideal descrita por More se consumará, pois tudo caminha para a evolução e progresso.
Pensemos nisso.

Wellington Balbo
wellington_plasvipel@terra.com.br

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A política do ABORTO


O que se quer é “desumanizar” o embrião


O deputado José Genoino, no artigo de Wellington Balbo, nos fez recordar o artigo: “Eleição, Mulheres e Voto Consciente”, publicado na Revista Internacional de Espiritismo, setembro de 2000 - http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/eleicao-mulheres-e-voto-consciente.html
Antes das eleições, na TV duas candidatas discutem. Uma delas havia enfrentado, com muita angústia, um aborto espontâneo. Percebi que, embora fossem do mesmo credo, apresentavam posições antagônicas. Eram materialistas. Muitos têm fé no niilismo e acreditam na inexistência de vida após a morte, embora esta tese seja defendida sem nenhuma evidência experimental que a suporte. Uma opinião apresentada por uma delas, a de que o aborto é um direito, foi o que me chamou a atenção. Disse: “a campanha pela legalização do aborto deve seguir na direção pura e simples do direito de abortar, não necessitando a mulher explicar que há problemas com o feto ou que foi estuprada. O aborto não deve ser considerado crime e o argumento que invoco é um só. A mulher pode dizer que não quer este filho e que seu corpo lhe pertence. Este é o projeto de lei pelo qual anseiam as mulheres".
Diz a outra: “mas, aqui o direito de um implica na morte do outro. Não podemos autoatribuirmos a decisão e a ação de matar o outro. Isto é questão de poder acumpliciado a uma licença ética. É exatamente o que se dá com o político que leva o povo à guerra; dá-se ainda com o terrorista, com o torturador, com os assassinos de todos os matizes. Poder e não-ética, associados, produzem todas as lesões ao outro: o roubo, a censura, o seqüestro, a lista é longa. O aborto não é um direito, é uma possibilidade decorrente do poder e da anestesia da consciência, como escravizar o negro, matar judeus.”
Como que se não tivesse escutado os argumentos, surge a réplica: “A legislação do aborto não dá à mulher autonomia sobre seu corpo. Precisamos entrar na modernidade! Estamos atrasados em relação à Itália, Alemanha ou à França.”
“Sim. Mas, não seria o caso de ampliar a informação sobre anticoncepção? Usar do direito de não engravidar, nestes dias de Aids, usar a camisinha e exigir a colaboração do companheiro?”
“É, mas um dia a casa cai e você aparece grávida, minha filha!" - diz a outra.
A resposta estava na ponta da língua: “mas a culpa é do bebê?” O óvulo é seu. O útero, também, mas o ovo fertilizado é outra pessoa!
A outra engoliu em seco e não se deu por vencida.
“Sim, mas enquanto os teóricos, como você, discutem se o feto com duas ou com quatro semanas já é uma pessoa, a mulher engrossa as estatísticas. As mulheres pobres vão continuar abortando com agulha de tricô? De repente a outra disse: “Espera aí, vamos entrar nessa de que o Ministério da Saúde adverte... e, gastar fortunas dos recursos públicos, para tratar enfisema e câncer pulmonar que apareceram por causa de uma droga socialmente aceita? “Minha amiga”, falou com tom de piedade, “não seria melhor investir numa estrutura melhor para gerar filhos? Investir em creches e oferecer orientação sobre contracepção? O país já tem os sistemas de comunicação bem desenvolvidos é só questão de vontade política fazer a opção pela educação!” E arrematou: “Isto não é o mesmo que colocar o aborto na lei e a consciência fora da lei?”
“Ora, minha amiga, estamos discutindo a existência de alguém que ainda nem é uma pessoa. É apenas um amontoado de células. Eu estou defendendo a mulher e você vai ficar defendendo um feto!”
“A mulher é sempre ignorada. Essa é a grande questão do nosso século. As mulheres que abortam, no Brasil, não o fazem por opção. Quando falo no direito de abortar falo em direito à vida humana, decente e digna. É preciso existir estrutura para gerar filhos, foi você mesma quem colocou!”
“Sim”, veio a resposta: “e deve ser aí que devemos gastar a nossa energia e não tentando desumanizar o outro! Sempre que se quer humilhar, castrar, limitar ou matar o outro, recorre-se a esta técnica consagrada. O primeiro ato é desumanizar. Se o embrião é um "vir a ser", mas não é ainda por que não suprimi-lo em favor dos que são?
Hitler e Stálin tinham idéias, até nobres, pelas quais se delegaram o direito, e até o dever, de matar judeus, dissidentes, capitalistas, comunistas e católicos. O que se quer é “desumanizar” o embrião para adormecer as consciências com uma legitimidade.
"A ciência não tem uma definição de vida, portanto não pode justificar um procedimento tão grave sobre o que desconhece.”
Este diálogo é encontrado no opúsculo que recebeu o título “Antes de votar pergunte ao candidato sobre o aborto” e que está colocado em Campanhas (1998), na antiga HP do NEU-RJ, no endereço eletrônico http://www.geocities.com/neurj/neurj.htm
Votar não é fácil, apertar botões não deveria ser a única preocupação dos educadores de época de eleição. Devemos tomar cuidado. Nestes dias, na beira do precipício Portugal recebeu o empurrão!

Luiz Carlos D. Formiga
é professor universitário da UFRJ e UERJ, aposentado.


Matéria extraída do Jornal dos Espíritos - o seu jornal espírita na internet
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http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.2.htm 


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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ressureição e Geração na Bíblia podem ser reencarnação


Existia uma doutrina que ensinava a ressurreição da carne. Mas hoje, ela ensina a ressurreição dos mortos, não mais especificamente a da carne. O mais correto seria o ensino de que a ressurreição é do espírito (1 Coríntios 15,44; 15,50; e João 6,62; e Mateus 22,30).
Ressurreição na Bíblia tinha para o povo judeu o significado de reencarnação. Jesus faz uma pergunta a seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou algum dos profetas.” (Mateus 16, 13 e 14). Examinemos o caso de Jeremias, do 6º século a C.
O povo judeu achava erroneamente que Jesus poderia ser Jeremias, ou seja, o espírito de Jeremias reencarnado no corpo de Jesus. Mas nesse episódio fica clara a idéia de que povo judeu contemporâneo de Jesus entendia que ressurreição era reencarnação.
Comumente se entende por geração a consangüínea de pai, filho, neto, bisneto etc. Mas existe também a geração do espírito, isto é, o tempo médio em que o espírito fica reencarnado numa pessoa. Cada reencarnação é, pois, uma geração do espírito. “De geração em geração proclamaremos os teus louvores” (Salmo 79,13). Esse texto dá-nos a entender que as pessoas que estão louvando a Deus são as mesmas que continuarão louvando-O de reencarnação em reencarnação. Lê-se no livro de Jó um texto em que se fala de gerações passadas e que se conclui com a frase: “Porque somos de ontem e nada sabemos.” (Jó 8, 8 e 9).
É comum que os espíritos reencarnem nos descendentes de seus familiares. E há um texto de Moisés sobre gerações que foi adulterado na sua tradução para encobrir a idéia clara nele da reencarnação: “...Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.” (Êxodo 20,5). A preposição portuguesa “até” está errada. Na Vulgata Latina de são Jerônimo (a primeira tradução da Bíblia para o latim, língua do Império Romano), lemos “in tertiam et in quartam generationem” (na terceira e quarta gerações). A preposição latina “in” deve ser traduzida por “em mais o artigo a (na)”, ficando assim: “na terceira e na quarta geração”.
Essa falsificação escandalosa da tradução foi para encobrir a idéia reencarnacionista de que o espírito do pecador, que, geralmente já morreu quando nasce um neto seu, reencarna num seu neto (terceira geração) ou num seu bisneto (quarta geração). E a adulteração desse texto bíblico esculacha também com a justiça divina, pois ele ficou com o sentido absurdo de que Deus sai punindo a torto e a direito todos os descendentes inocentes de um pecador. (Para saber mais: nosso livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 7a edição, página 96, Ed. EBM, SP). E eis mais um exemplo bíblico de reencarnação: Eu era um bom rapaz, por isso caí (reencarnei) num corpo perfeito.(Sabedoria 8,19 e 20). Aqui temos a doutrina da preexistência do espírito (existência dele antes da concepção do corpo), a da reencarnação e a do carma (colheita) de o espírito ter reencarnado, por mérito, num corpo perfeito.
Com esta matéria, vimos exemplos claros de que a reencarnação está mesmo na Bíblia, apesar de os teólogos virem tentando escondê-la dos fiéis desde o Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), quando ela foi retirada do cristianismo.
E deixo aqui a pergunta: Por que Jesus nunca condenou a reencarnação tão clara no Velho Testamento e entre todos os povos de sua época?

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site http://www.otempo.com.br/ Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

El Libro de los Espiritus

INTRODUCCIÓN AL ESTUDIO DE LA DOCTRINA ESPIRITISTA

Para las cosas nuevas se necesitan nuevas palabras. Así lo requiere la claridad en el lenguaje, con el fin de evitar la confusión inseparable del sentido múltiple dado a los mismos términos. Las palabras espiritual, espiritualista y espiritualismo, tienen una aceptación bien caracterizada, y darles otra nueva para aplicarlas á la doctrina de los espíritus equivaldría a multiplicar las causas de anfibología, ya numerosas. En efecto, el espiritualismo es el término opuesto al materialismo, y todo el que cree que tiene en si mismo algo más que materia, es espiritualista; pero no se sigue de aquí que crea en la existencia de los espíritus o en sus comunícaciones con el mundo visible. En vez de las palabras ESPIRITUALISTA y ESPIRITUALISMO, empleamos, para designar esta última creencia, las de espiritista y espiritismo, cuya forma recuerda el origen y su significación radical, teniendo por lo mismo la ventaja de ser perfectamente inteligibles, y reservamos a la palabra espiritualismo la acepción que le es propia. Diremos, pues, que la doctrina espiritista o el espiritismo tiene como principios las relaciones del mundo material con los espíritus o seres del mundo invisible.
Los adeptos del espiritismo serán los espíritas o los espiritistas, si se quiere.
EL LIBRO DE LOS ESPÍRITUS contiene, como especialidad, la doctrina espiritista, y como generalidad, se asocia a la doctrina espiritualista, ofreciendo unade sus fases. Por esta razón se ve en la cabecera de su título la frase Filosofía espiritualista.

Este livro disponibiliza para download: El Libro de los Espiritus

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os espíritos são sempre mais numerosos do que os nascimentos


Muitas pessoas inteligentes fazem questionamentos sobre o número de espíritos que reencarnam e os nascimentos.
Como pode haver tantos espíritos para reencarnar, se o número de nascimentos de crianças cresce sempre e espíritos não são criados nas novas concepções? Segundo os pesquisadores do número de espíritos existentes que reencarnam na Terra, há cerca de trinta bilhões deles que ora estão aqui reencarnados, ora estão no mundo espiritual. Ademais, os espíritos migram de um mundo para outro. Na casa do Pai há muitas
moradas para eles (João 14,2).
E vamos ao significado das palavras alma e espírito. Foi Kardec quem melhor esclareceu essa questão. De acordo com a orientação dos espíritos, ele ensina que a alma é o espírito encarnado, e que o espírito é a alma desencarnada. Logo, o homem interior ou espiritual (2 Coríntios 4,18) é espírito e, temporariamente, é alma. E os espíritos são criados simples e sem conhecimento, como nos diz o “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, e vão evoluindo com o seu intelecto e seu livre-arbítrio.
Deus ou seus espíritos (Hebreus 1,14) criam sempre novos espíritos, mas não necessariamente no momento da concepção, pois Deus ou seus espíritos não se subordinam à vontade do casal de copular, sem o que não haveria novas concepções. E, se os espíritos fossem criados no ato da concepção, como explicar que umas crianças nascem com problemas mentais, outras com deficiências físicas, e outras em berço de ouro, quanto que outras nascem na sarjeta? Neste caso, Deus estaria dando destinos diferentes para as pessoas, quando a Bíblia nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas, e que nós, também, não devemos fazê-lo.
(Deuteronômio 10,17; Provérbios 28,21; Romanos 2,11; Gálatas 2,6; Efésios 6,9; Colossenses 3,25; e Atos 10,34). As diferenças, que os corpos têm, são conseqüências das ações passadas dos seus respectivos espíritos. Eu era um bom rapaz, por isso caí (reencarnei) num corpo perfeito (Sabedoria 8, 19 e 20). Neste ensino bíblico, temos as doutrinas verdadeiras da preexistência do espírito, da lei de causa e efeito (carma) e da reencarnação.
São Paulo deixou-nos um ensino alegórico sobre nossos corpos. Ele diz que o que semeamos não é a planta nova que há de ser, mas apenas o grão que morre e apodrece na terra, como acontece com nossos corpos mortos que apodrecem também na terra. (1 Coríntios 15, 35 a 38). A vida entra na nova planta que germina, como entra também no embrião da concepção. Os corpos novos da planta e do homem novos vêm das matérias (semente, espermatozóide e óvulo) provenientes dos corpos anteriores que produziram essas sementes, mas são outros corpos novos e diferentes dos que lhes deram origem. Observe-se que Paulo está falando de coisas materiais e não da vida dada pelo espírito, que, ao encarnar-se, leva-a para os corpos novos dos vegetais, dos animais e dos seres humanos, o que está de acordo com o ensino de Jesus: “O espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita.” (João 6,63).
Os espíritos humanos, imortais que são, têm sua individualidade e identidade próprias. Eles vão para o mundo espiritual (Eclesiastes 12,7) e de lá voltam, desencarnando e reencarnando quantas vezes forem necessárias, até que paguem tudo até o último centavo, e evoluindo até que, enfim, se libertem da matéria (Apocalipse 3,12), salvando-se!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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domingo, 5 de setembro de 2010

Além do horizonte


A obra de J.K. Rowling, Harry Potter (1997), apresenta uma escola de magia denominada Hogwarts, oculta dos olhares humanos, onde jovens aprendem a se tornar bruxos, em um mundo paralelo.
A cidade de Shangri-lá, encravada nas montanhas do Tibet, é um lugar mítico, na obra “Horizonte perdido” (1925), do inglês James Hilton, onde as pessoas nunca envelhecem.
Atravessando um armário, o Escritor C.S. Lewis nos conduz, em “As crônicas de Nárnia” (1949), a um mundo fantasioso, com personagens mitológicos e grandes aventuras do bem contra o mal.
Um tufão conduziu a bela Dorothy ao fantástico mundo de Oz, com estradas pavimentadas de dourado, na obra de 1900, do americano Lyman Frank Baum, “O Maravilhoso Feiticeiro de Oz”.
“-Cortem as cabeças!”, gritava a Rainha de Copas, para o espanto de Alice, em um mundo louco, no livro “Alice no país das maravilhas” (1865), de Lewis Carroll.
Manoel Bandeira cantava em versos uma Pasárgada, onde ele era amigo do Rei e teria a mulher que quisesse na cama que escolhesse...
A literatura mundial é farta de narrações épicas, de mundos míticos e fantasiosos, de lutas do bem contra o mal. Muitas dessas narrações são misturas de lendas de diversas civilizações, mescladas pelos valores cristãos, de elementos psicanalíticos antiquíssimos.
Nessas narrativas, sempre desejando um lugar mítico, um céu de nuvens algodoadas, segue sonhando a humanidade, com um paraíso além do horizonte.
Aproxima-se o lançamento em cadeia nacional do filme “Nosso Lar”, filmagem do grande romance mediúnico de André Luiz sob a pena psicográfica de Francisco Cândido Xavier, o primeiro de uma sequência de livros que reformulou os conceitos espíritas, principalmente da dinâmica da vida após o desencarne.
Estaríamos fazendo do Nosso Lar um mundo mágico e paradisíaco, um céu para além do túmulo?
Nosso lar é um local de trabalho e de luta pelo progresso espiritual da Terra. Nas próprias palavras do livro: “Nosso Lar é antiga fundação de portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI. A princípio, enorme e exaustiva foi a luta, segundo consta em nossos arquivos, no Ministério do Esclarecimento”.
Longe de ser um lugar idílico, de aventuras mágicas e de realização de sonhos, é uma organização de trabalhadores na senda do bem, de recepção dos desencarnados, de preparação de encarnações. Vê-lo como o céu e o umbral como o inferno é importar um modelo teológico que não cabe no Espiritismo.
A comunidade de Nosso Lar foi fruto de luta dos nossos abnegados irmãos e, longe de ser um mundo à parte, é um local em constante interação com o nosso planeta, como no momento da eclosão da segunda guerra, narrada em um trecho do livro.
Importantes reflexões, para não nos esquecermos que, como dito no livro, as finalidades daquela colônia “residem no trabalho e no aprendizado”, longe de ser um local de realização de sonhos ou de repouso eterno. É uma oficina bendita, de intercâmbio próximo com a Terra.

Marcos Vinicius de Azevedo Braga

acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito Federal (Brasil)


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NOSSO LAR - Trailer HD

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Obsessão

 
Uma interessante matéria publicada por Allan Kardec na Revista Espírita1 utiliza a expressão loucura obsessional. O texto, que recomendamos aos leitores, é um estudo sobre os Possessos de Morzine, uma localidade em determinada região francesa, alvo de carta endereçada ao Codificador pelo capitão B. (membro da Sociedade Espírita de Paris e naquele momento radicado na cidade de Anecy). Allan Kardec publicou a carta na edição de abril2, seguida de instruções dos espíritos Georges e Erasto e ainda acrescentou lúcido comentário sobre a questão. Depois na edição de dezembro3 voltou ao assunto, desdobrando-o em bem argumentada análise.
Trata-se de uma obsessão coletiva que atingiu toda uma coletividade e Kardec usa nas duas edições referidas toda a lógica da Doutrina Espírita para explicar a questão da natureza dos espíritos e sua permanente influência junto à humanidade através do perispírito e da mediunidade. Porém, abre importante caminho no entendimento da enfermidade classificada como loucura e acrescenta que “(...) Ao lado de todas as variedades de loucura patológica, convém, pois, acrescentar a loucura obsessional (...)” E acrescenta: “Mas como poderá um médico materialista estabelecer essa diferença ou, mesmo admiti-la? (...)”1.
A questão suscita observações interessantes sobre a saúde mental. Ocorre que é grande o número de pessoas consideradas como lesionadas no cérebro e portanto internadas em hospitais psiquiátricos ou em tratamento mental ou psicológico, quando na verdade estão apenas sob forte influência de espíritos que agem ainda com ódio premeditado ou mesmo atuam inconscientemente. Claro que há, e isto ninguém contesta, os que podem ser considerados vítimas de lesões cerebrais irreversíveis com indicações claras de tratamentos ou internações inadiáveis. Mas, a influência perniciosa de um espírito desequilibrado e “que não passou de acidental, por vezes toma um caráter de permanência quando o Espírito é mau, porque para ele o indivíduo se torna verdadeira vítima, à qual ele pode dar a aparência de verdadeira loucura. Dizemos aparência, porque a loucura propriamente dita sempre resulta de uma alteração dos órgãos cerebrais (...) Não há, pois, loucura real, mas aparente, contra a qual os remédios da terapêutica são inoperantes, como o prova a experiência (...)”1, conforme acentua o Codificador.
Como sabem os estudiosos da Doutrina Espírita, a obsessão é capítulo importante no relacionamento entre encarnados e desencarnados, tendo inclusive merecido capítulo específico em O Livro dos Médiuns4 e como destacado pelo próprio Codificador o desafio está em enfrentar esta loucura aparente – pois não há lesões cerebrais –, causada pela presença e influência de espíritos maus e perversos, que constrange e/ou paralisa a vontade e a razão de sua vítima, fazendo-a pensar, falar e agir por ele, levando-a a atos e posturas extravagantes ou ridículas. Considere-se que estamos num planeta ainda dominado pelo egoísmo, onde a maioria das criaturas que o habitam – estejam encarnados ou desencarnados – estão envolvidas com interesses mesquinhos e sem finalidades educativas ou de aperfeiçoamento. E fica fácil, então, imaginar o mundo invisível formando inumerável população que forma a atmosfera moral do planeta, caracterizado pela inferioridade das lutas mundanas e dos interesses que o egoísmo, a vaidade, o orgulho ou a inveja podem criar. Para resistir a tudo isso, usando palavras do próprio Kardec, “são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”5.
E é interessante notar que, conforme ponderações do próprio Kardec6, “(...) a ignorância, a fraqueza das faculdades, a falta de cultura intelectual” oferecem mais condições de assédio aos espíritos imperfeitos que tentam e muitas vezes conseguem dominar as criaturas humanas através do real fenômeno da obsessão, tantas vezes confundido como loucura ou lesões no cérebro. Diante desse quadro todo, percebe-se claramente a importância do estudo e da divulgação espírita perante todas as classes de indivíduos do planeta. Nesta área da saúde, o Espiritismo vem esclarecer a obscura questão das doenças mentais, apresentando uma causa que não era considerada e constitui perigo real evidente, provado pela experiência e pela observação: o da obsessão ou influência dos espíritos sobre os seres humanos.
Por estas razões todas, além das indicações aos leitores dos exemplares da Revista Espírita e de O Livro dos Médiuns, citados na presente abordagem, é que não posso deixar de indicar com muita ênfase o estudo do livro A Obsessão – Origens, Sintomas e Curas, do próprio Allan Kardec, publicado pela Casa Editora O Clarim. Trata-se de valiosa obra, composta de textos extraídos da já citada Revista Espírita. Com tradução de Wallace Leal Rodrigues, que premia o leitor com extraordinário Prefácio do Tradutor, riquíssimo por si só pela cultura do tradutor e conteúdo doutrinário expressos no referido texto, é obra para consultas permanentes.
Breve consulta ao sumário do livro, dentre os instigantes títulos dos capítulos, destaco dois para apreciação do leitor: O mal do medo e Curas de obsessões, indicativos bem próprios e atuais de desafios constantes de nosso tempo.
Optamos por não fazer transcrições da citada obra. Ela é muito valiosa para ser apresentada em trechos parciais. É preciso mesmo tê-la em mãos e constatar por si mesmo o alcance e profundidade dos textos selecionados e ali reunidos.
 
(1) Dezembro de 1862, páginas 360, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(2) Abril de 1862, páginas 107/108, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(3) Dezembro de 1862, páginas 360 a 365, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(4) Capítulo XXIII.
(5) página 356 da edição de Dezembro de 1862 da Revista Espírita, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.
(6) Abril de 1862 da Revista Espírita, página 111, edição EDICEL, tradução de Júlio Abreu Filho.

Orson Peter Carrara
orsonpeter@yahoo.com.br

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quando os anjos falam

A maioria dos filmes com temática espiritualista utiliza de efeitos especiais e de roteiros recheados de sustos e de suspense para prender a atenção do espectador. Na contramão desta tendência, "Quando os Anjos Falam" não possui grande recursos visuais, seu grande instrumento para prender o público é exatamente o roteiro muito bem desenvolvido e um elenco competente.

O cerne principal do filme é o encontro entre Maddy (Redgrave), uma senhora que mora só e cujo filho morreu na guerra, e James, um garoto que não consegue superar a morte da mãe e que tem problemas de relacionamento com sua madrasta. A partir deste encontro os dois constroem uma sólida amizade que trará para ambos grandes lições...

Através da mediunidade de Maddy, que recebe mensagens de seu filho, James vai adquirindo a certeza que a morte não existe, que é apenas uma passagem e que a vida espiritual é plena, e que sua mãe está viva. Essa certeza vai sendo construida ao longo do filme até que no emocionante final a comprovação definitiva vem.

O filme mostra todos esses aspectos espirituais de forma muito natural e sem precisar exibí-los, o que torna o roteiro ainda mais inteligente e conduz o espectador a uma reflexão sobre a vida no além.

Infelizmente, esse filme não teve a repercussão que deveria, mas é sem dúvida uma ótima opção para se assistir com toda a família. Mesmo para aqueles que, porventura, não crêem na vida após a morte e na comunicabilidade entre encarnados e desencarnados vai ser muito difícil não se deixar encantar e se emocionar com este filme...



Acesse o link abaixo e assista ao filme; completo e dublado.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os católicos têm contato com espíritos santos de sua devoção


Existe uma doutrina importante da Igreja, mas pouco explicada.Trata-se da Comunhão dos Santos, que é um dogma antigo do Credo Católico citado nas missas.
Como todo dogma é doutrina polêmica, o Espírito Santo é outro, pois de espírito humano na Bíblia, ele foi transformado pelos teólogos no Espírito divino da doutrina trinitária criada por eles. Na Bíblia, o Espírito Santo é o espírito de cada um de nós. Assim, ele é uma espécie de coletivo de todos os espíritos.(Daniel 13,45, da Bíblia Católica; e 1Coríntios 6,19).
Também virou dogma a conflitante doutrina da ressurreição da carne, do corpo, pois pela Bíblia ela é do espírito (1 Coríntios 15,44). As traduções mais recentes já falam em ressurreição dos mortos, o que já é um bom progresso. O maior teólogo católico da atualidade, o espanhol Andrés Torres Queiruga, ensina em seu livro “Repensar a ressurreição”, Ed. Paulinas, que a ressurreição é do espírito, inclusive a de Jesus. O Velho Testamento fala que Jesus ressuscitaria no terceiro dia. Porém se trata da ressurreição ou aparição em nosso mundo físico para os seus apóstolos e discípulos. Mas no mundo espiritual, Ele ressuscitou mesmo no momento de sua morte. “Pai, em vossas mãos entrego meu Espírito”.
E Jesus apareceu com o seu Corpo Espiritual (1 Coríntios 15,44) materializado, ou seja, o que as pesquisas científicas de Kardec denominaram de perispírito. Mas os cristãos primitivos, por ignorância, pensavam que se tratasse do corpo morto na cruz.
Sobre a doutrina da vida eterna, creio que ela virou dogma porque os primeiros cristãos, influenciados pelos cristãos judaizantes saduceus, não acreditavam em ressurreição nem em espírito. (Atos 23,8; e Eclesiastes 9,10). Ademais, a palavra eterno era polêmica, pois, apesar de ter sido traduzida por um tempo sem fim, na verdade ela significa tempo indeterminado, indefinido, que é o sentido do vocábulo grego “aionios”. O tempo é indefinido porque depende do carma de pagamento dos pecados de cada um. Mas já havia os teólogos que pensavam que era o sangue de Jesus que pagasse os nossos pecados, pois eles achavam que o Espírito de Deus se sentisse contente, aliviado e indenizado pelo pecado de assassinato de Jesus. Além disso, eles ainda não tinham descoberto que somos nós mesmos que pagamos os nossos pecados.
“Ninguém deixará de pagar até o último centavo”. (Mateeus 5,26).
E, quanto ao dogma da Comunhão dos Santos, certamente os teólogos cristãos judeus saduceus, como vimos, contrários que eram à imortalidade dos espíritos e ao contato com eles, repudiavam essa doutrina, por ela transgredir as leis mosaicas (não as divinas do Decálogo), as quais proíbem o contato com os espíritos dos mortos, não os diabos, como dizem alguns líderes religiosos.(Deuteronômio capítulo 18). Mas de certa feita, Moisés defendeu o espiritismo, elogiando Heldade e Medade, que recebiam espíritos (Números 11, 24 a 30).
A Comunhão dos Santos ensina que os católicos podem entrar em contato com os espíritos santos de sua devoção, pedindo-lhes graças, e que os fiéis podem ajudar os espíritos com preces e missas. Isso cheira espiritismo! Seria por isso que a Igreja se preocupou tanto com a Doutrina dos Espíritos? E seria por isso que os evangélicos, herdeiros de alguns erros da Igreja Católica do passado, têm uma ojeriza doentia pelo Espiritismo e pelos espíritos santos canonizados pela Igreja?

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O macaco invejoso


Perseguido por uma onça, um macaco subiu rapidamente numa árvore; saltando de galho em galho, alcançou outras árvores, embrenhou-se mata adentro e só parou quando se sentiu a salvo do terrível felino.
Agarrado ao galho mais alto de um frondoso jequitibá, balançava-se ao sabor do vento, praticava mil estrepolias, assobiava, fazia caretas para a onça no intuito de provocá-la.
De súbito, parou. O vôo tranqüilo de um urubu polarizou sua atenção causando-lhe inveja e despeito.
Após longos minutos de muda contemplação, sem poder conter sua indignação, clamou de forma que todos o ouvissem:
- O Criador laborou em equívoco, a natureza está toda errada! Eu, o animal mais assemelhado ao homem, dotado de alguma inteligência, no máximo consigo lançar-me de um galho para outro. Voar que é bom, não vôo, enquanto aquele desprezível abutre, que nos causa repugnância por se comprazer nas carniças, paira majestosamente nas alturas como um ser privilegiado. Protesto, isto não é justo.
De nada valeram as admoestações de outros animais que se encontravam por perto. Lá do chão, um jabuti tentou apaziguá-lo:
- Meu amigo macaco, não menospreze nem subestime o valor do corvo. Lembre-se de que ele também é nosso irmão, merece respeito, você não deve ofendê-lo dessa forma.
Fizeram coro em apoio ao jabuti o tejo, a jibóia, a lagarta e muitos outros bichos, ao que o macaco irritado respondeu:
- Que nada, o que eu não devo é ficar submisso a um capricho da natureza. Vou fazer exercícios especiais,
aprenderei a voar. Vocês, pobres acomodados, verão e prestarão reverências a mim.
Dia após dia, via-se o macaco em intensivo treinamento. Com muito esforço, conseguira em seus pulos espetaculares quase dobrar a distância alcançada por seus irmãos símios, mas não se dava por satisfeito. Queria voar, planar no espaço infinito.
Certa feita, num lance mais ousado, encheu o peito de ar, eriçou os pêlos, arremessou-se para cima, abriu os braços, como se asas fossem, na louca ilusão de suster-se solto nas alturas. Estatelou-se no chão, provocando risadas na bicharada.
Rápido como um raio, sobressaltado, aos guinchos de dor e de pavor, subiu à copa de uma grande árvore. Por pouco não fora apanhado pela onça que, na espreita, aguardava uma oportunidade.
Indiferente aos conselhos dos amigos, obstinado, o macaco não desistia. Novas tentativas, mais quedas, outros sustos.
Um dia, o tombo foi mais violento, quebrou as patas e não pôde correr. Serviu de repasto para a onça.
Acabrunhada, sua alma chegou à porta de um palácio feericamente iluminado onde foi recebido pelo porteiro que, paciente, ouviu suas indagações:
- Isto aqui é a Casa de Deus? Se blasfemei, se me rebelei contra os desígnios do Senhor, se morri antes do tempo determinado pela Providência, vitimado por minha teimosia, não estou condenado ao inferno ?
Com palavras benevolentes, o porteiro esclareceu:
- Não, meu rebelde amigo, não está. O pai é de uma bondade infinita, jamais condenaria qualquer ser ao inferno, contudo, infinita também é a sua justiça. Isto aqui é uma escola, entre, você será preparado para reencarnar, ser-lhe-á dada nova oportunidade para corrigir-se da inveja e da vaidade.
- Nascerei de novo como macaco? Peço que não seja assim. Meu sonho é poder voar.
- Meu filho - replicou bondosamente o porteiro - você, além de cultivar a paciência precisa amar e respeitar seus irmãos, aprender que tudo na natureza é criação divina e tem função definida no mundo. O urubu é imprescindível como operário da limpeza pública, é útil, não merece ser menosprezado. Por isso, você renascerá urubu.
- Dos males, o menor. - suspirou o macaco - Pelo menos, poderei voar.
- Seu pedido está anotado para ser atendido em futuro mais remoto. Você chegou aqui com as patas quebradas por ter feito mal uso delas, então voltará à Terra como um urubu de asas deformadas, não poderá voar.
Muitos são os que reencarnam cegos, surdos, mudos, coxos, manetas, mongolóides, portadores das mais diversas deformidades. Cumprem penas transitórias para corrigenda e burilamento espiritual, uma vez que Deus, bom e justo, não dá castigos eternos aos seus filhos.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Filosofia nos ensina que tudo em demasia deve ser evitado


Para a filosofia, tudo em excesso é ruim, o que acaba levando a erros, principalmente nas áreas política e religiosa. E os políticos e os teólogos apelam mais para o seu egoísmo e vaidade do que para a verdade.
No Brasil, entre os erros dos exageros políticos, estão os de verbas mal empregadas, que até beneficiam outros países e, estranhamente, os de regimes de força. As conseqüências disso são a precariedade em que se encontram os setores da saúde pública e das rodovias no nosso País.
O número de médicos é deficiente. As filas para consultas são longas. As datas de atendimentos para cirurgias, mesmo as urgentes, são marcadas para meses depois. As nossas estradas, em grande parte, estão abandonadas, com os desastres multiplicando-se dia a dia.
E lembramo-nos aqui do exagerado projeto de lei da proibição da palmada em crianças pelos pais. A proibição do espancamento é bemvinda, mas a de palmada é uma medida exagerada! E será que essa lei funcionaria na prática? Ela faz-nos lembrar da de proibição do jogo de bicho, à qual ninguém obedece! Exageros nem os da Bíblia. Mas vejamos o que ela diz: “Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá.”(Provérbios 23,13).Que os nossos políticos meditem sobre o dito popular de que “palmada de mãe não dói”, e que é preferível uma criança tomar palmadas de seu pai ou de sua mãe, a tomar mais tarde, quando adulta, cacetadas da polícia.
E os teólogos ensinaram e ensinam que Deus é apenas um e que as Pessoas da Santíssima Trindade é que são três. Assim, quando alguém pergunta a um teólogo se Jesus é também Deus, ele deveria responder categoricamente que não, que Jesus é apenas uma das três Pessoas da Santíssima Trindade. Mas ele, com a cara mais limpa do mundo, responde que sim, que Jesus é também Deus, o que é uma incoerência e contra a Bíblia: “O Pai é maior do que eu”.(João 14,28). “Por que me chamas bom? Só Deus é bom”. (Marcos 10,18).E os teólogos, geralmente, acrescentam que se trata de um mistério de Deus que não podemos compreender. Mas na verdade, é mistério deles mesmos, pois eles é que criaram essa doutrina, que respeito, mas que é contraditória e que, por isso mesmo se tornou dogma. E eles tentam contornar a coisa, dizendo que Jesus é gerado e não criado. Isso é uma verborragia ou jogo de palavras, pois criar e gerar são verbos sinônimos da ação de criar ou de dar origem a um ser. A diferença é que criar pode ter um sentido mais amplo, pois pode incluir também o ato de cuidar do ser criado, enquanto pequeno. Mas quanto à ação de criar ou procriar, gerar tem o mesmo sentido. Exemplo: o casal tal gerou dois filhos famosos. Segundo o ensino de são Tomás de Aquino, pode-se dizer que Jesus não é o ser incontingente (incriado), mas contingente (criado). Que os teólogos corrijam seus exageros doutrinários. Isso é o que seria a verdadeira inovação evangelizadora de que, hoje, se fala tanto!
É mesmo verdade que tudo de mais é ruim. Que, pois, os nossos políticos e teólogos se contenham, nos seus erros de excessos, uma vez que já se foi a época do coronelismo, da fé cega e da lógica ilógica!

PS:
1) Realizar-se-á em SP, em 21 e 22-8-2010, o 6º Encontro Nacional da Liga dos Pesquisadores do Espiritismo. www.ccdpe.org.br
2) Com o esclarecimento do IBGE, a FEB altera a sua recomendação sobre o Censo. O espírita pode declarar que é espírita ou kardecista, pois o Código 610 inclui as duas palavras.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

A PAZ começa dentro de casa

O mundo melhor com o qual sonhamos começa no lar

Sonhamos com um mundo melhor onde paz e harmonia predominem na intimidade de cada um e na vida social. Volta e meia nos deparamos na rua e nos noticiários com campanhas, caminhadas, e passeatas contra as guerras e em prol da paz. Slogans não faltam:Diga não à violência! Guerra não! Eu sou
da paz! Paz e amor!
Muitos já buscam a paz mesmo desconhecendo-a; outros, como algumas crianças da Geração Nova, já a praticam automaticamente e sem esforço.
Inúmeras são as lutas que se travam a seu favor. Nas ruas, na imprensa escrita e falada. Paz da boca para fora. Palavras tão estéreis quanto inúteis; enquanto não tivermos consciência clara do que seja agressividade e violência.
Não tem sentido lógico, pessoas ainda agressivas e violentas nas menores ações do dia-a-dia empunhando a bandeira da paz. E o que é pior: cobrando dos outros atitudes mais pacíficas. Mais parece coisa de gente que não tem e nem sabe o que fazer; que deseja aparecer ou pretende vender alguma idéia ou produto.
Não desenvolvemos a sensibilidade de distinguir as atitudes pacíficas das agressivas em nossas atitudes diárias. Não percebemos realmente o que é violência e agressividade, exceto aquela que salta aos olhos, escabrosa e truculenta: guerras, assassinatos, agressões, estupros, tiros, facadas. E o que é pior, sentimos apenas a que nos atinge ou nos choca; mas, encaramos como normal e como nosso direito de reagir à que aplicamos nos outros, dos pensamentos às atitudes.
Somente seremos capazes de combater a violência quando aprendermos a detectá-la em nós mesmos e, quando educarmos as crianças para que sejam mansas e pacíficas, exemplificando, pois a educação é algo compartilhado e não imposto. Palavreado não seguido de atitudes coerentes não serve para nada; apenas atrapalha. Pessoas não se educam com slogans, nem com palavras de ordem, e sim na prática, com os exemplos de cada dia.
Antes de conseguirmos a paz nas ruas ela precisa ser conquistada no íntimo de cada um e no ambiente familiar. A atitude pacífica deve ser aprendida e exercitada na vida em família.
Como tudo que envolve o homem a paz não se consegue na canetada de um decreto, com teorias mirabolantes ou num passe de mágica, é uma conquista gradual, a partir do respeito pela própria vida e pela vida do outro.
Alcançaremos um estado de paz relativa, quando nos lares não houver mais: Guerra pelo poder de controlar. Competição. Mentiras. Traições. . Violência verbal. Agressão física.
Desse ponto em diante todas as lutas sociais em prol da paz serão vitoriosas.
Ainda é do nosso feitio usar palavras e frases sem parar para pensar no seu significado real; uma das muitas que usamos relacionada com o tema é: “Sou uma pessoa muito boa e pacifica, desde que não pisem no meu calo, desde que não mexam comigo!”...
Ser manso pacífico é diferente de estar em paz; muitas vezes de forma provisória, sob a ação anestésica das justificativas. Ser manso e pacífico é um estágio definitivo de conquista, no qual o indivíduo não ofende nem se sente ofendido, e vive num estado de ausência de violência sem precisar explicar nem justificar atitudes. Não precisa pedir perdão nem perdoar.
Na fase de não violência ou estar em paz, ainda precisamos perdoar e sermos perdoados de forma condicional num primeiro estágio e depois incondicional numa fase mais avançada. Nosso processo de humanização é lento e gradual; ao tentar conter impulsos agressivos o homem "troglodita" que ainda habita
em nós, dá início ao processo de humanização verdadeira, passo a passo.
Outra coisa que tomamos como verdade: afirmar que o homem agressivo e violento é um animal. É preciso que fique claro que o animal não é agressivo; apenas se defende quando é ameaçado de alguma forma; suas reações são puramente instintivas, exceto nos que convivem há muito tempo com o homem - os chamados animais domésticos possuem uma capacidade de captação mais poderosa do que o das crianças pequenas, tanto que adotam com o passar dos anos, o “ar" ou o "jeitão" dos donos e, assimilam também algo da forma de reagir das pessoas com as quais convivem, por isso eles podem se mostrar agressivos ou dóceis. Quem chama uma pessoa agressiva e violenta de animal está cometendo uma injustiça.
Interessa-nos nesta conversa, a revisão de alguns conceitos relacionados com a paz ou a falta dela segundo a ótica da educação do espírito; em especial o que acontece entre as paredes de um lar. Como nos comportamos na vida em família? Somos da paz ou da guerra? Da concórdia ou da discórdia?

Américo Marques Canhoto - Casado, pai de quatro filhos. Nasceu em Castelo de Mação, distrito de Santarém, em Portugal. Médico da família, clinica desde o ano de 1978. Hoje, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, Estado de São Paulo. Conheceu o Espiritismo em 1988. Recebia pacientes indicados pelo doutor Eduardo Monteiro. Depois descobriu que esse médico era um espírito.

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sábado, 10 de julho de 2010

Primeira viagem

Pílulas de vida

Marinheiro de primeira viagem, Evilásio pediu a um amigo que o acompanhasse em sua primeira visita ao centro espírita. Depois de atravessar grandes sofrimentos, desejava libertar-se do alcoolismo.
- Sozinho eu não vou. Nunca se sabe.
No dia marcado, levantou-se bem cedo, sentindo-se fraco e derrotado.
Abandonado pela família, vivia sozinho, descontrolado pelas bebedeiras.
- Parar eu quero, mas só Deus pode me ajudar... – Falava em voz alta, como se conversasse com alguém.
Sentou-se na poltrona da sala – único móvel a povoar o recinto – e aguardou o amigo. Pontualmente, Romualdo bateu na sua porta às oito horas.
- Vamos! Já está pronto? – Perguntou o amigo.
- Prontinho para morrer – Respondeu mal-humorado.
Algum tempo depois, no centro espírita, aguardavam o inicio da sessão. Depois de pronunciar uma prece, o dirigente da reunião anunciou o tema da palestra:
“Ajuda-te e o Céu te ajudará”.
Ao final da preleção, Evilásio estava impaciente.
- Ele falou bonito. E agora, o que vai acontecer, Romualdo?
- Vamos aguardar para receber o passe.
- O que eles fazem naquela sala?
- Silêncio, Evilásio. Não é permitido conversar.
As pessoas entravam na sala de passe e saiam por uma porta lateral.
- Não sei não, Romualdo...
Evilásio dirigiu toda sua desconfiança para a câmara de passe.
Seu temor se ampliou ao entrever – no abrir e fechar silencioso da porta – pessoas que se movimentavam na sala, iluminadas apenas por uma tênue lâmpada azulada.
- É sua vez, Evilásio.
- Vai você primeiro, Romualdo.
- Vamos Evilásio, você não pediu ajuda? Eles vão te ajudar!
- Precisa mesmo?
Calado, Romualdo apontou na direção da sala.
Constrangido, Evilásio levantou-se e, passos curtos e hesitantes, entrou.
Sentou-se na cadeira, fechou os olhos e balbuciou:
- Valha-me Deus, Nossa Senhora!
Foi quando ouviu um pedido:
- Pense em Jesus...
Evilásio respirou fundo e, durante alguns instantes, elevou-se, em pensamento a uma instância de paz, um remanso tranqüilo e acolhedor, onde livrou-se de um peso que carregava há muitos anos... Uma indescritível felicidade invadiu seu coração. Depois de ouvir o som de uma sineta, foi convidado a levantar-se e sair por uma porta lateral. No corredor, Evilásio sentiu um impulso irresistível. Retornou ao salão pela porta principal e, diante de um senhor idoso que controlava o acesso das pessoas à sala de passes, perguntou sorridente:
- Será que dá para repetir a dose?

Afonso Moreira Jr. é expositor e colaborador na "Federação Espírita do Estado de São Paulo", diretor responsável pelo "Grupo Espírita Geam", Rua Força Pública, 24 (Santana), São Paulo, SP. Telefone (11) 6221-1464 begin_of_the_skype_highlighting (11) 6221-1464 end_of_the_skype_highlighting, autor de obras paradidáticas e editor do Jornal dos Espíritos, e-mail afonsomoreirajr@jornaldosespiritos.com

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terça-feira, 6 de julho de 2010

As profecias bíblicas sobre a mediunidade estão se cumprindo

“E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”. (Joel 2, 28 e 29); e são Pedro (Atos 2, 17 e 18).
Nas traduções “derramarei o meu Espírito ou do meu Espírito”, não se trata do Espírito de Deus. Também nos profetas (médiuns), não é Deus mesmo que se manifesta, mas um espírito de Deus, do bem. Mas as traduções trazem Espírito com letra inicial maiúscula, como se fosse o próprio Deus, que os teólogos passaram a chamar de Espírito Santo. Recomendo aqui a obra “Espiritismo: Princípios, Práticas e Provas”, de Paulo Neto, Ed. Grupo Educação, Ética e Cidadania”, Divinópolis (MG), 2010, um livro espírita de
impacto.
Na conversão de Paulo, foi o Espírito de Jesus que se lhe manifestou e não o Espírito Santo. Quando Pedro foi libertado da prisão por um espírito santo (anjo) e foi para a casa de Maria, mãe de João (são Marcos), as pessoas, supondo que Pedro estivesse morto, acharam que fosse o seu anjo (seu espírito), e não o Espírito Santo, que lhes estivesse manifestandose. (Atos 12, 15). O Espírito de Jesus e não o Espírito Santo disse a Paulo e Timóteo que não fossem para a Abitínia.(Atos 16,7). Paulo teve uma visão de um homem macedônio e não do Espírito Santo, instruindo-o para ir para a Macedônia. (Atos 16, 9). O Espírito que apareceu a Filipe não foi o Espírito Santo. (Atos 8,29).E Pedro ordenou que os gentios fossem batizados em nome de Jesus e não do Espírito Santo. (Atos 10,48).
Você, que me lê, deve estar pensando que eu sou contra o Espírito Santo. Porém a penas defendo um estudo sério e sem dogmas da Bíblia. Eu aceito o Espírito Santo bíblico, que é o conjunto dos espíritos, inclusive o de Jesus, e não o polêmico dos teólogos instituído no 4º século. As traduções e adaptações fraudulentas de textos bíblicos, para darem apoio à teologia dogmática sobre ele e outras doutrinas, estão hoje, cada vez mais, sendo criticadas pelos estudiosos da Bíblia em profundidade, no grego e na Vulgata Latina.
Em 9-6-2010, o “Diário do Nordeste”, do Ceará, noticiou os fenômenos espirituais que estão ocorrendo na Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, do Distrito de Cachoeira BR, no Município de Itatira, com 33 alunos, que são levados aos hospitais da região. Eles entram em transe, têm a voz transformada e depois não se lembram de nada. O padre Guilherme A. de Andrade Pessoa foi convidado para celebrar uma missa na escola.
Mas mesmo durante ela os fenômenos se repetiram. E como 3 alunos da escola morreram em acidentes, o pastor José Carlos, de Lagoa do Mato, admite que os espíritos deles precisam de preces. E porque um espírito pediu orações e missas, conclui-se que ele deve ser de um católico. Estão suspensas as aulas na escola.E o Governo do Ceará já foi informado do assunto.
Quem não vê que esses fenômenos são exemplos do cumprimento das profecias de Joel e de são Pedro, desconhece a Doutrina Espírita ou conhece-a, mas só pelas costumeiras calúnias e difamações de que sempre ela foi e ainda é vítima, justamente porque ela tem verdades bíblicas e científicas incontestáveis, que muito incomodam os profitentes de doutrinas teológicas errôneas, hoje insustentáveis, e que prestam um grande desserviço ao cristianismo!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Seus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147

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