domingo, 1 de março de 2015
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Ao fazer o bem, não espere facilidades
Fui assistir ao filme de Irmã Dulce e saí da sala
emocionado. Que vida linda foi a dela! Mesmo fazendo o bem, encontrou
adversários, opositores, aproveitadores e passou por humilhações variadas,
porém ainda assim prosseguiu em sua missão.
Muitos de nós consideramos que o fato de fazer o bem
facilitará as coisas.
Alguns pensam: Meu Deus, ajudo tanta gente, mas recebo
provas pesadas.
É assim mesmo que funciona, não adianta nos iludirmos.
Estamos em um planeta de provas e expiações, sujeitos a situações e testes dos
mais variados matizes. As provas não vêm apenas para nós, mas para todos que
estão encarnados em planetas na categoria de provas e expiações.
No entanto, importante lembrar que realizando o bem
estaremos atraindo a nós a presença dos bons Espíritos que nos auxiliarão a
vencer nossas provações. Ademais, fazer o bem, cumprir as obrigações, ser
honesto, correto, íntegro, enfim, praticar o evangelho traz-nos o que há de
mais precioso neste mundo: a paz de consciência.
Paz de consciência que reflete na serenidade do Espírito que
sabe de suas limitações, todavia, também reconhece seus esforços por superar a
si mesmo, e por isso está em paz com sua própria consciência.
Penso que o segredo é nos desapegarmos da ideia de que
fazendo o bem receberemos de volta o bem. Se fazemos o bem pensando no que
receberemos de volta, fica um pouco complicado, uma espécie de moeda de troca
com o universo, mais ou menos do tipo assim: Faço o bem hoje porque quero
receber o bem amanhã. Contudo, nossa visão ainda limitada e imediatista não
sabe realmente o que é o bem para nós. Não raro a situação complicada de hoje é
o degrau para a felicidade do amanhã. Eis, então que, quando o que queremos não
acontece, vêm a decepção e a frase: Poxa! faço o bem, cumpro com minhas
obrigações, mas só recebo pedrada da vida.
Recordo-me de um grande amigo que trabalhava comigo. Homem
correto e cumpridor de seus deveres. Criatura reta, trabalhadora e servidora de
Jesus. Uma época, ele estava decepcionado com a vida. Sentia-se injustiçado e
não foram poucas as vezes que chorou em nossos diálogos. Afirmava: Poxa! rapaz,
parece que não consigo comprar meu carro. Quero tanto, mas o financiamento
nunca é aprovado pelo Banco. Estranho que meu nome é limpíssimo e minha renda
corresponde. Por que está empacado, me diz?
Eu dizia: Calma, meu caro, quem sabe o futuro reserva algo
melhor para você.
Ele, ao ouvir, respondia: Que nada! A vida se esqueceu de
mim!
Eis, porém, que após uns 4 meses ele recebeu aumento
salarial, em realidade uma polpuda comissão pela venda de um imóvel e pôde
comprar o carro à vista, sem necessitar de qualquer tipo de financiamento.
Eu o parabenizei e disse: Olha só, a espera valeu a pena,
meu amigo. Viu como a vida não se esqueceu de você?
O problema é que as coisas têm o seu próprio tempo, mas nós,
apressados, queremos antecipar tudo.
Calma!
Nada de esperar “moleza” porque faz trabalho voluntário,
ajuda os mais necessitados e coisas do gênero.
Não encontraremos facilidades em nada. E isso é bom, porque
são as dificuldades que nos fazem exercitar as potencialidades do espírito.
Mesmo que nossos ideais sejam nobres, devemos esquecer
facilidades.
Se tenho um objetivo, que eu o faça acontecer. Ocioso
esperar do Céu, se nossas mãos estão inertes.
A propósito, se algum dia encontrarmos numa dessas esquinas
do universo Kardec, Gandhi, Irmã Dulce ou Madre Tereza, perguntemos a eles se
encontraram facilidades em suas trajetórias.
Provavelmente a história narre a saga desses personagens de
forma menos dramática do que realmente foi.
Mas eles prosseguiram.
E nós, vamos seguir adiante ou parar?
Wellington Balbo
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador,
BA (Brasil)
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
A melhor Religião
Estabelecer critérios competitivos faz parte da natureza
humana em todos os aspectos da vida, sempre comparamos nossa vida e as
situações que ela envolve com as das demais pessoas. Acostuma-se dizer que
política e religião não são passíveis de discussão, entretanto deixar de
apresentar nossa opinião sobre os assuntos a nossa volta é tarefa quase
impossível.
No processo de estruturação de “O Livro dos Espíritos”,
Allan Kardec perguntou aos espíritos na questão de número 842, qual seria a
melhor religião. Na íntegra a questão foi formulada da seguinte maneira: - “Por
que indícios se poderão reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a
pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se
apresentar como tal?”.
A resposta é inundada de profundo bom senso:
- “Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas
fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais
ampla aplicação. Esse é o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa,
visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer
uma linha de separação entre os filhos de Deus, não pode deixar de ser falsa e
perniciosa.”
Analisar a questão acima nos evidencia uma fonte inesgotável
de reflexões a serem feitas, afinal, seria natural que cada segmento religioso
defendesse o caminho por ele proposto como sendo “o melhor”, mas a natureza
elevada e universalista oferecida pelos espíritos à Allan Kardec, apresenta uma
visão dilatada, sem defender esta ou aquela filosofia religiosa. Simplesmente
esclarece que a melhor religião, a mais verdadeira, é a que fizer “mais homens
de bem”. Desta forma, pouco importa a que religião pertencemos, o mais
importante é possuir um comportamento de religiosidade, norteado por um caráter
sólido e bases éticas depositadas nas próprias ações. Nossas atitudes, nossos
comportamentos mostram quem verdadeiramente somos, todo o resto forma apenas o
cenário onde a vida se desenrola, visando o crescimento moral e espiritual da
criatura humana. Em boa definição é indiferente o rótulo utilizado para nossa
apresentação na vida social, apenas o bem que fazemos e a nobreza que
imprimimos em nossos atos, é capaz de dizer se a religião que abraçamos é a
melhor, pois isso só pode ser medido quando ela nos faz melhor.
Por meio desse bom senso universal, é que o Espiritismo
contribui para o desenvolvimento da consciência do homem e como consequência,
auxilia a construção de um mundo melhor.
Roosevelt Andolphato Tiago
http://rooseveltat.blogspot.com.br/2012/08/a-melhor-religiao.html
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
A incrível história de James Huston Jr.
Gosto muito de visitar livrarias nos shoppings. É visita obrigatória e extremamente prazerosa passear no meio dos livros, admirar a arte das capas, pesquisar os lançamentos, verificar os temas e deparar-me os assuntos em destaque no extenso e variado mercado livreiro no Brasil.Em viagem recente lá estava eu no meio dos livros novamente. Deparei-me com o livro de Bruce e Andrea Leininger, pais do menino James. O livro tem o sugestivo nome de A Volta. Foi traduzido por Claudia Gerpe Duarte e publicado pela BestSeller.
Devidamente documentado, através de pesquisas, fotos, depoimentos, tudo começou no dia 1 de maio de 2000, com os gritos repentinos na madrugada do pequeno James, então com apenas 2 anos. Os então considerados pesadelos se transformaram em sonhos reveladores e impactantes para os pais que viram o próprio filho trazer informações e conhecimentos natos de aviões, especialmente os de guerra.
As pesquisas de nomes, sobrenomes, dados geográficos, datas, ocorrências, locais e personagens de episódios da 2ª. Guerra Mundial, as sessões de terapia com psicólogos e pesquisadores da questão levaram à constatação de que o pequeno James é a reencarnação do piloto James Huston Jr, abatido por japoneses quando pilotava seu avião de guerra, em 1945.
A precisão de datas e nomes mencionados é impressionante. Inclusive há um pequeno trecho de filme no portal youtube com trechos de algumas evidências. E Ken Gross, romancista e escritor de não ficção reuniu tudo isso numa obra de 320 páginas, que encontrei com grande destaque na livraria do shopping.
Isso me faz lembrar outro caso verídico, ocorrido nos Estados Unidos, que também virou livro e depois transformado em filme de grande sucesso, face à emoção que transmite. Trata-se do filme: Minha Vida na Outra Vida, já disponível nas locadoras. No caso uma mãe começa também em sonhos a ter visões que ela constata depois tratar-se recordação de vidas passadas, que se comprova com documentos e vasta pesquisa e que culminam no encontro com os filhos, agora idosos, da existência passada, quando os deixou pequenos. Se você está querendo algo para se emocionar bastante, não deixe de ver o filme.
É que a temática reencarnação está na mídia. Novelas, filmes, livros, peças teatrais abordam hoje o assunto com a maior naturalidade, face à coerência de seus fundamentos. Pesquisadores e cientistas hoje a estudam com profundidade, havendo evidências muito acentuadas de sua realidade. Exatamente para entender o porquê de tantos extremos humanos – no intelecto, na moral, na psicologia, no emocional e especialmente nas condições em que nascem e vivem, nas diferenças que apresentam. Há estudos avançados, inclusive, na questão das impressões digitais e na grafoscopia.
Por outro lado o crescente número de crianças prodígio é outro desafio para a ciência. Como explicar a ocorrência de crianças que nascem e precocemente apresentam conhecimentos e habilidades avançadas, sem terem aprendido? Privilégio de nascimento não é justo porque contraria o senso de justiça do Criador. A resposta lógica está no aprendizado em existência anterior, o que vem merecendo especial atenção da ciência.
Por tudo isso, é assunto que merece atenção e respeito para não ser confundido com misticismo e fragilidades intelectuais, afinal aí está a ciência a pesquisar o empolgante tema.
E o mais empolgante é que ela, a reencarnação, não ocorre como obra do acaso, mas é fruto de cuidadoso planejamento que visa atender aos programas de aperfeiçoamento do protagonista principal. Isso leva em conta suas carências, traumas, méritos e deméritos, mas também conquistas e habilidades, sempre visando o aprendizado que falta ou o aprimoramento nas áreas em que já acumula experiências. Na verdade, é a caridade de Deus para conosco, que nunca nos fecha as portas dos reajustes, aprendizados, reconciliações e do progresso para construção da felicidade.
Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/02/a-incrivel-historia-de-james-huston-jr.html
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
O Ano Novo e o novo homem
Estamos no segundo mês do ano de 2015, ocasião
propícia para colocarmos tudo em
ordem e idealizar projetos futuros. Mas que as ideias não fiquem escritas
no papel ou guardadas na mente e esquecidas, depois.
Importante é não nos acomodarmos e sairmos em busca do que
pretendemos. Como disse Jesus: “o que busca, acha; e a quem bate,
abrir-se-lhe-á”. A quem se ajuda, o Céu o ajudará, esclareceu o Mestre.
Nestes dias difíceis de lutas e provações, que nos
conscientizemos de que Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê,
conforme o que necessitamos. Vibremos para que os homens dos nossos dias saibam
administrar a sua produção segundo as leis de justiça, caridade e amor ao
próximo, pois quando a fraternidade reinar entre os povos, o que sobrar para um
em determinado momento, suprirá a
necessidade momentânea de outro, e todos terão o necessário.
Que o destaque a que almejemos seja o de ser um verdadeiro homem de bem, que pratica a lei
de amor e caridade na sua maior pureza, conduzindo as nossas atitudes conforme
a nossa fé em Deus e no futuro, encontrando satisfação nos benefícios que
distribuímos, na benevolência para com todos, na indulgência para com as
fraquezas alheias, no respeito aos direitos dos semelhantes.
Conscientizemo-nos de que o Espiritismo compreendido,
sentido e exemplificado, conduz aos resultados explicitados. Como esclarece o
item 4 (Os Bons Espíritas) do capítulo XVII (Sede Perfeitos) de O Evangelho
segundo o Espiritismo – Edições FEESP, tradução de Herculano Pires –: não que o
Espiritismo crie uma nova moral, “mas facilita aos homens a compreensão e a
prática da moral do Cristo ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam
ou vacilam”.
O homem de bem tem
desenvolvidas, no seu dia a dia, duas qualidades essenciais: o dever e a
virtude. Sobre o dever, diz a comunicação de Lázaro, no item 7 deste capítulo:
"O dever é a obrigação moral, primeiro, para consigo
mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos
mínimos detalhes, como nos atos mais elevados".
"O dever é o mais belo galardão da razão; ele nasce
dela, como o filho nasce da mãe."
A virtude é tratada no item 8, na comunicação de
François-Nicolas-Madeleine:
"A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o
conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser
bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso”.
É também conclamada
no item 10 (O homem no mundo) - comunicação de um Espírito Protetor:
"A virtude não consiste numa aparência severa e
lúgubre, ou em repelir os prazeres que a condição humana permite. Basta referir
os vossos atos ao Criador, que vos deu a vida. Basta, ao começar ou acabar uma
tarefa, que eleveis o pensamento ao Criador, pedindo-lhe, num impulso da alma,
a sua proteção para executá-la ou a sua bênção para a obra acabada. Ao fazer
qualquer coisa, voltai o vosso pensamento à fonte suprema; nada façais sem que
a lembrança de Deus venha purificar e santificar os vossos atos".
Altamirando Carneiro
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
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sábado, 31 de janeiro de 2015
A frequência melhora a frequência
Às vezes, em meio à corrida da rotina, enquadramos as
atividades espíritas de forma mecânica em nossas atribuições, como um
compromisso a ser cumprido em meio a tantos outros.
E por vezes, ainda, esse compromisso disputa com outros,
profissionais, familiares, de lazer, o que redunda em uma frequência baixa a
casa espírita e as suas atividades. Às vezes, de forma sazonal, nos vemos
envolvidos em uma ciranda de eventos e pouco “damos as caras” no centro.
Aí, vai uma vez à palestra e falta na outra. Chega só na
hora do passe... Comparece esporadicamente aos grupos de estudos, em uma
vivência burocrática da atividade espírita.
Vamos, assim, administrando a relação com a casa espírita,
de forma morna, no que entendemos ser uma vivência religiosa formal, de prática
superficial.
A frequência à casa espírita, para além de uma assiduidade
protocolar, necessita do envolvimento, do sentimento nas atividades ofertadas,
elevando o padrão da nossa casa mental, de nossas vibrações.
A frequência à casa espírita melhora a nossa frequência
mental!
A casa espírita é uma oficina bendita que nos oferece
diversos campos de ação e estudo, em horários diversos, para perfis múltiplos,
e se apresenta como opção integrativa de estudo e vivência do Espiritismo.
Muito mais do que divulgar a doutrina espírita, a casa espírita tem o potencial
de se tornar uma forja do homem de bem!
Lá fazemos amigos, ouvimos certas verdades, participamos de
atividades como agente e paciente, estudamos em grupo no debate salutar, tudo
isso em um espaço de crescimento que nos torna melhores, sustentando o nosso
ideal cristão nas lutas semanais, fora da casa espírita.
Cabe-nos ter coerência nos papéis... Para isso, necessitamos
ser bons espíritas no lar, na escola, na rua, no trabalho, nas diversas
roupagens sociais, ainda que na casa espírita busquemos mostrar o nosso melhor,
esse nosso melhor deve se espraiar pela vida cotidiana, como uma chama a nos
conduzir.
Não defendemos aqui a hipocrisia de máscaras na casa
espírita, ou, ainda, que a pessoa se insule no centro vinte e quatro horas por
dia, em uma clausura kardequiana, fugindo do mundo perverso, ignorando os
outros papéis para os quais ela reencarnou. A doutrina não prevê isso, ela
surge como instrumento de superação da formalização pela essência!
Defendemos a casa espírita como espaço de espiritualização,
de estudo e de trabalho, desenvolvendo a nossa dimensão “espírito”, na tarefa
árdua de construção do homem de bem. E para tal, ela oferece instrumentos
diversos!
Entretanto, para isso são necessários: a presença, a adesão,
o envolvimento. Ainda não encontrei uma modalidade de Espiritismo a distância…
Faz-se mister o engajamento na casa, para que ela faça parte de nossa vida e
vice-versa, em uma construtiva relação que faz, de cada frequentador, melhor a
cada dia.
Fica então a reflexão sobre a relação que estamos
construindo com o templo espírita que nos acolhe e de como esta relação está
nos fazendo melhorar… Grandes, pequenos, distantes, informais… As casas
espíritas estão aí, necessitando do nosso olhar atento, dos nossos braços
produtivos, assim como nós precisamos de suas bênçãos no fortalecimento
espiritual.
Como pássaros tenros, os mentores da casa espírita nos
colocam lá, como frágeis galhos que, unidos, compõem um aconchegante e robusto
ninho. Nesse feixe de forças, de cá e de lá, é preciso colocar o nosso coração,
na infância, na juventude e na madureza, e não apenas na melhor idade, na qual
passamos a nos preocupar, compulsoriamente, como o desencarne e a vida
espiritual.
Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita
desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também
expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É
colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O
Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela
Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus
nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
Inabalável, na balada
Julia é o que chamamos de uma jovem espírita. Frequenta a
juventude espírita da casa “Fraternidade em nós”, ajuda na campanha do
quilo[1], na evangelização infantil, procura sempre estudar a doutrina e entre
desafios do vestibular, afazeres domésticos, anseios profissionais e lutas
afetivas, toca a sua vida nessa complexa fase da existência encarnada.
Com a vida atribulada, Julia ainda arruma tempo para
cultivar os amigos da escola, da infância, da casa espírita, em grupos que
guardam entre si poucas interseções. Julia, como toda jovem, tem uma intensa
vida social, com atividades culturais, passeios ecológicos e …festas!
Sim, a Julia adora uma festa, dançar, pular e tudo mais que
compõe essa bela e alegre fase de nossa vida. Sábado à noite, é balada na
certa[2]. Domingo, 9hs da manhã, Julia está lá, a postos, na salinha de
evangelização, na qual figura como monitora da turma do Jardim.
E como Julia se porta na balada? De forma inabalável! Cabeça
feita, a menina sabe se divertir com responsabilidade, se posicionando, com a
maturidade de quem sabe a importância da coerência entre os múltiplos papeis
que desempenhamos na vida.
Julia, temos diversas no movimento espírita, e o nosso
discurso paterno/materno, esquecido de nossa juventude e temperado de medo
urbano e conservadorismo, idealiza em Julia uma jovem que não existe,
descontextualizada de escola, rua, grupos sociais e cobra dela uma visão
postiça da juventude.
É preciso enxergar Julia como um espírito em construção, que
precisa fortalecer a sua autonomia, seu discernimento, para que seu caráter
seja forjado de maneira inabalável, diante dos desafios do mundo, que não são
apenas as festas, mas se materializam na idade adulta, na qual teoricamente
somos “donos de nossos narizes”, nas questões do trabalho, da vida em sociedade
e da gama de papéis que precisamos saber nos portar como espíritos e espíritas.
Julia precisa saber, na lição de Emmanuel a Chico Xavier
(Vide “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama), em relação a lugares e
ambientes, não se ela pode entrar, mas sim se ela vai conseguir sair. E para
isso ela precisa desenvolver sua personalidade, seu bom senso, uma convicção
raciocinada que a permita distinguir o que é bom para ela, uma tarefa na qual a
Doutrina Espírita será valorosa.
Adotar uma postura de colocar Julia na redoma, de um
isolamento do mundo, é tão pernicioso quanto o extremo de abandoná-la a sua
sorte, sem orientação frente aos desafios. A juventude, como fase essencial do
desenvolvimento do espírito, assusta os mais velhos desde a Grécia antiga, mas
como etapa de autonomização, de prova do que foi ensinado, necessita que se
deixe, aos poucos, o pássaro voar.
Assim, o jovem espírita é um espírito imortal, mas tem como
encarnado as peculiaridades da dimensão social, seus ritos e manifestações, a
vinculação afetiva a grupos e isso tudo é muito natural, como processo de
amadurecimento. A postura inabalável, na balada, se constrói com vivência e
reflexão, e causa medo, é verdade mas reforça que temos que ter juízo e
discernimento, no desenvolvimento do amadurecimento para transitar nas diversas
situações do mundo, fugindo não do mundo, mas dos isolamentos.
Notas do autor:
[1] Nota do autor - Campanha do quilo é uma prática habitual
das mocidades espíritas, com a coleta de gêneros para campanhas da casa. Vide
http://www.casadoshumildes.com/quilo.html.
[2] Balada é uma expressão atual para qualquer tipo de festa
e animação. Vide http://www.priberam.pt/dlpo/balada.
Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do
Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na
evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita
Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita
(RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de
Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro
"Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora
Virtual O Consolador.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Será que o importante é ser feliz mesmo?
É comum ouvirmos as pessoas, sejam artistas ou pessoas
comuns, dizerem para justificar seus atos de que: “o importante é ser feliz”,
no entanto será isso uma realidade? Vale mesmo a felicidade a qualquer custo?
Quantas vezes ficamos em situações difíceis e
constrangedoras como resultado de uma ação realizada em nome da felicidade.
Conhecendo a Doutrina Espírita essa sentença tem necessidade
de revisão, afinal de contas, felicidade inconsequente ou motivada pela saciedade
dos nossos instintos é porta de entrada para muitas infelicidades.
Este tipo de felicidade é tão passageira quanto superficial,
mais parecemos felizes do que realmente somos. É ser feliz à maneira dos
animais, como ensina a questão 777 de O Livro dos Espíritos, pois a felicidade
não está na satisfação dos instintos.
Para ser feliz de
verdade, muitas vezes fazemos o que não queremos, mas entendemos ser correto
fazer. Felicidade é na verdade resultado, efeito de uma conduta reta e nobre.
Resistimos aos impulsos primitivos que muitas vezes ainda nos cercam e nos
sentimos felizes justamente por não fazer o que temos vontade. Desta forma é
que entendemos que a felicidade nem sempre está imediatamente conosco, pois
reflete nosso adiantamento moral e espiritual.
É fundamental analisar a questão 920 de O Livro dos
Espíritos pelo esclarecimento que ela encerra: “Pode o homem gozar de completa
felicidade na Terra?”
E a resposta expressa dilatada lucidez: “Não, por isso que a
vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de
seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Na análise do conteúdo acima, fica evidente de que devemos
buscar a felicidade, certamente, mas sempre pautada pelos nossos valores e
tendo o aval da própria consciência que sempre coloca limites.
Na orientação do capítulo XVII de O Evangelho Segundo o
Espiritismo que pede: “Sede Perfeitos” aprendemos que na busca da perfeição, ou
pelo menos na melhora constante, está o caminho da felicidade real, pois de
nada vale uma felicidade fictícia e que da mesma forma acrescenta dores.
Desta forma, o importante não é ser feliz a qualquer custo,
mas buscar a felicidade obedecendo as diretrizes morais, o que significa muitas
vezes, abrir mão de uma felicidade menor e imediata, por uma mais distante, mas
que seja real e resultante de uma conduta enobrecida, pois é buscando a
felicidade dessa forma, que se acaba sendo feliz sem buscar.
Roosevelt Andolphato Tiago
http://rooseveltat.blogspot.com.br/2014/11/sera-que-o-importante-e-ser-feliz-mesmo.html
roosevelt@solidumeditora.com.br
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Bom ano
“Ano novo, vida nova”, cantam as melodias das festividades
do final do ano e as previsões de vária ordem. Que o novo ano seja bom.
Raros são aqueles que não possuem uma visão mística a
respeito do ano novo, como se para o novo ano ser bom dependesse de alguma
decisão transcendente, mística.
Compreendemos que a vida está nas mãos de Deus e que não é
obra do acaso, mas daí a crer que cada minuto esteja predestinado é crer na
fatalidade absoluta e irremediável que tiraria do homem o livre-arbítrio, e ele
não teria méritos e nem seria responsável pelo que fizesse – pensamento
inadmissível para a mais singela inteligência.
Quem desejar produzir alguma coisa terá minutos, horas,
dias, meses à sua disposição durante todo o ano. Mesmo que não conclua seus projetos,
se se dedicar com disposição, terá dado muitos passos adiante. Em muitos
sentidos, mas também neste, disse Jesus: “a cada um segundo as suas obras”;
“batei e abrir-se-vos-á”. Ficar esperando do ano novo a concretização do que
lhe compete fazer por suas forças é o mesmo que ficar parado, aguardando a
estrada se movimentar.
Cada ano é supremamente importante para o Espírito imortal.
Tempo novo para progredir, produzir e construir no sentido material, moral e
espiritual. Entre muitos desafios encontramos os de resgate, que são
oportunidades de se reparar o passado equivocado desta ou de outra vida; também
os de crescimento, que são dificuldades apresentadas pela vida para que o
Espírito exercite os potenciais do sentimento e do intelecto. As facilidades
encontradas podem representar os méritos adquiridos pelo esforço próprio e pelo
bem proceder em sua jornada passada ou atual, porém, sem dúvida, o tempo
presente é oportunidade de o homem edificar um futuro feliz ou infeliz,
dependendo das resoluções que tome, utilizando o seu livre-arbítrio.
Ano novo! Tempo de renovar as propostas para uma vida
melhor.
O ano novo será bom para o homem que aproveitá-lo para ser
bom.
Adelvair David
addavid@ig.com.br
Jales, SP (Brasil)
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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Chicão, bota água no nosso feijão
Como carioca, fiquei muito feliz com a deferência do
representante maior da Igreja Católica, um latino como nós, em sua mensagem na
virada do ano de 2014-2015, alusiva aos 450 anos da cidade maravilhosa, cheia
de encantos mil. Parece simples, mas nós aqui, esquecidos de “Lennon e MacCartney”,
como dizia Milton Nascimento, nos felicitamos com essas referências!
A mensagem, possível de ser acessada em
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/12/papa-francisco-homenageia-rio-em-video-povo-corajoso-e-alegre.html,
merece destaque dentre outros motivo,
por um singelo trecho, no qual o pontífice católico afirma eu “De modo
concreto, creio que todos podem aprender muito do exemplo de generosidade e
solidariedade das pessoas mais simples; aquela sabedoria generosa de saber
“colocar mais água no feijão”, da qual o nosso mundo ressente tanto.”
Sim, a solidariedade dos que sofrem…Uma lição que ainda
custamos a aprender. Certa vez, um amigo visitou um trabalho assistencial,
crente que iria lá ensinar algo e ao ver que uma criança tinha ficado sem o
pão, a outra espontaneamente ofereceu a metade do seu, ensinando a esse meu
amigo observador a lição aqui lembrada.
O nosso mundo, mudado pela tecnologia, pelo acesso a
informação, pela queda de muros e de preconceitos, ainda se vê assolado pela
falta de fraternidade. O egoísmo e seus primos diletos, o consumismo, o
individualismo e a competividade, campeiam soltos pelo cotidiano mundial,
anestesiados que somos ao sofrimento do outro, inebriados por um discurso de
merecimento que esquece que a Lei é de amor ao próximo. A evolução é uma tarefa
individual, mas somente tem sentido no plano coletivo.
Assim, precisamos nos ajeitar no mundo, encontrar nosso
lugar, mas também albergar nosso irmão que sofre, que ou fomos nós, ou seremos
no amanhã. Deus, esse age por nós, encarnados e desencarnados, instrumentos de
uma vida melhor e mais fraterna. E para isso necessitamos estar atentos as
nossas necessidades, desnecessárias e a falta de nossos irmãos, muitos anda
sofrendo pela falta do elementar.
Quanta sabedoria, quanta iluminação em rede nacional. Como
temos muito a aprender com o exemplo de generosidade dos mais simples. Pelas
vias da reencarnação, os irmãos que sofrem são mais sensíveis aos apelos da
fraternidade. Mas, precisamos descobrir o tesouro de, sem sofrer, lembrar do
sofrido. E vemos nessas palavras a valorização de um sentimento que é muito
caro, a nós cariocas, de solidariedade, em uma cidade que mistura beleza com
miséria, samba com lamento, na partição lembrada pelo escritor Zuenir Ventura.
450 anos da cidade maravilhosa… Praia, sol, Maracanã,
futebol…E que possamos ensinar ao mundo a colocar água no feijão, para
recebermos de braços abertos a todos, turistas, estudiosos, atletas e todos
mais que se abeirem da “Sebastiana”, para fazer melhor no pão repartido, na
produção de uma vida melhor.
Chicão (perdoe-me o carinho), esperamos que você tenha
sucesso nessa missão, de com firmeza e candura, seguir a fundo, colocando agua
no feijão do mundo!
Marcus Vinicius de
Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita
desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também
expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É
colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O
Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela
Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus
nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.
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