segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Se o assassinato de Jesus resgatou nossos pecados, pecado paga pecado!


A morte vicária de Jesus na cruz significa que seu sofrimento foi muito agradável a Deus, e, em consequência disso, os pecados da Humanidade, que tanto teriam ofendido a Deus, teriam sido resgatados ou pagos. Isso é o que tenho chamado de teologia de sangue.
O pecado faz sofrer nosso próximo e, por consequência, de acordo com a lei inexorável bíblica e universal de causa e efeito, faz-nos sofrer também, pois a cada um será dado de acordo com suas obras. (Mateus 16: 27). E ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo. (Mateus 5: 26). Isso quer dizer que, quando pagarmos o último centavo de nossas faltas, estaremos quites com a lei de causa e efeito e, portanto, não vamos pagar mais nada, o que derruba totalmente por terra as chamadas penas eternas no sentido como foram entendidas, erradamente, pelos teólogos cristãos antigos e ainda por um grande número dos da atualidade.
As exceções dos que não aceitam essas ideias absurdas incompatíveis com o Deus Verdadeiro de amor infinito e irrestrito para com todos os seus filhos (Atos 10: 34) são dos teólogos cristãos espíritas e de uma minoria de avançados teólogos católicos e protestantes. E os cristãos ainda mais agarrados a essas ideias de um Deus pagão, sofredor, de terror e vingador, com suas penas infernais sempiternas, são os nossos irmãos evangélicos. Aliás, muitos pastores, não todos, usam essas penas infernais como meio de amedrontar seus fiéis e, assim, pegarem mais dízimos deles.
Todas as religiões recebem influências de outras. O cristianismo as recebeu dos judeus antigos, que, por sua vez, receberam as dos fenícios, caldeus e outros povos antigos da região do chamado Oriente Médio.
Essas ideias de um Deus que sofre com as nossas faltas e de ser Ele um castigador vingativo cruel e antropomórfico (de natureza humana) originaram-se dos deuses ou espíritos humanos desencarnados que se comunicavam através dos médiuns (na Bíblia, profetas), deuses esses que foram erradamente tidos como sendo o próprio e verdadeiro Deus. E esses deuses ou espíritos desencarnados são confirmados pelo próprio Jesus: “Vós sois deuses” (João 10: 34). Entre esses deuses há os bons, os mais ou menos e os maus e enganadores. Daí João Evangelista nos recomendar que examinemos os espíritos para sabermos se são bons ou maus, para que não venhamos dar crédito aos que são maus. (Primeira Carta de João 4: 1). É por isso que Moisés, também, até proibiu a comunicação com os espíritos desencarnados (Deuteronômio capítulo 18). Mas ele elogiou os médiuns (profetas na Bíblia) esclarecidos, verdadeiros e não mercenários Medade e Heldade, os quais recebiam espíritos bons e profetizavam. (Números 11: 24 a 30).
Deus não sofre com os nossos pecados, além de Ele não ser um espírito atrasado vampiro, que se deleita com sangue derramado e menos ainda com sangue humano. Que Deus seria esse? Essa teologia, além de ser absurda, leva muitos ao ateísmo!
Os deuses ou espíritos humanos evoluídos não ensinam a teologia de sangue nem que Deus sofre com os nossos pecados vingando-os de modo exagerado e, pois, injusto, e menos ainda esses espíritos humanos evoluídos ensinam o absurdo de que um pecado como o do assassinado de Jesus anula nossos pecados!

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

Nenhum comentário:

Postar um comentário