Os adversários do espiritismo atacam injustamente Kardec,
pois as ideias bíblico-teosófico-teológicas deste colunista não são
necessariamente dele. Apenas procuro conciliá-las com a doutrina dos espíritos
codificada por ele. E aproveito o ensejo para homenageá-lo, uma vez que dia
3-10-2015, foi seu 211º aniversário, pois, nasceu em 3-10-1804.
E declaro que aceitei o espiritismo, exatamente, porque vi
nele muitas afinidades com a Teosofia, a Teologia Cristã e a Bíblia
interpretada racionalmente, e sem as viseiras dogmáticas confusas e polêmicas,
que, entretanto, o espiritismo e eu respeitamos. Como teósofo, estudo Deus numa
visão teológica universal, e não apenas com uma teologia.
Tudo que Deus faz é
com perfeição e duração infinitas e sempiternas. E Ele é o criador e Senhor do
tempo, existindo antes dele e controlando-o. Já para nós, o tempo é instável e
não temos nenhum controle sobre ele. E como dizem os orientais, Deus é
permanente, e nós somos impermanentes. O tempo de Deus em grego é “Kairos”, e o
nosso é “cronos”.
A graça, por ser
divina, jamais nos faltará. Aliás, ela é de graça mesmo! E até onde há mais pecado, há mais
graça. (Romanos 5: 20).
E assim, pois, as
reencarnações jamais nos faltarão, sendo umas muito curtas e outras mais
longas, de acordo com nossas necessidades evolutivas em busca da perfeição
semelhante, não igual, à de Deus. Numa força de expressão, Jesus até disse:
“Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai celestial.” Mas com uma só vida não
dá nem para começarmos a nossa perfeição que deverá, no futuro, ser semelhante
à de Deus.
A graça divina da
salvação é para todos, pois Deus não faz acepção de pessoas. “Então falou Pedro
dizendo: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas.” (Atos 10:
34; Deuteronômio 10: 17; e Provérbios 28: 21).
Para nós espíritos
imortais, Deus está sempre nos dando o tempo necessário para a evolução de
nossa perfeição. Sempre temos, pois, o tempo sempiterno, que vai sendo
aproveitado por nós até que se concretize de fato em nós a graça infinita da
salvação. Aliás, não adiantaria a graça
e a misericórdia divinas infinitas e sempiternas, se não nos fosse dado também
um tempo ilimitado para sermos agraciados com elas.
E, se fôssemos,
pois, limitados no tempo e no espaço por uma só encarnação, ser-nos-ia
impossível a passagem pela porta estreita da salvação. Mas, para Deus, isso não
é impossível (Mateus 17: 20), exatamente porque somos espíritos imortais, e
Deus jamais nos deixará faltar o tempo que for necessário, com novas
encarnações, até que consigamos mesmo, realmente, a graça e a misericórdia
infinitas divinas e sempiternas para que nos tornemos, um dia, purgados e
merecedores, pois, de passarmos pela difícil porta estreita, já que impureza
não entra na dimensão celestial. E cabe sim a nós fazermos também a nossa
parte, o que leva tempo, para que a cada um vá sendo dado segundo suas obras.
(Mateus 16: 27). É como diz este antigo e sábio provérbio: “Faça da sua parte e
Deus o ajudará.”
E Deus não quer que
nenhum de seus filhos se perca (João 6: 39). Mas se houvesse só uma encarnação,
essas tão decantadas misericórdia e graça divinas infinitas e sempiternas
seriam uma grande mentira, pois elas deixariam de existir com apenas uma só
encarnação!
PS: Recomendo o meu programa na TV Mundo Maior (parabólica e
internet) “Presença Espírita na Bíblia”. Você pode fazer suas perguntas pelo
e-mail: presenca@tvmundomaior.com.br
José Reis Chaves
Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC
Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte /
Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes
espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV
Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova /
Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a
Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na
Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora
EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis
Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal:
www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço
para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de
religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu
nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
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