segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sabe onde estamos nos perdendo?


É comum surgirem crises nas instituições humanas. Somos seres falíveis, com inúmeras limitações e dificuldades, e nossas falhas pessoais refletem-se diretamente nas atividades a que nos dedicamos ou nas instituições a que nos vinculamos, seja na condição de funcionário, voluntário, diretor ou mero colaborador.

Estas crises podem receber vários títulos: desorganização, desencontro, melindres, desentendimentos, agressões, separações, divisões, disputas, intrigas, "fofocas de bastidores", abandonos, brigas, inimizades, calúnias, desastres financeiros e administrativos, entre tantos outros adjetivos que poderíamos colocar.

E as instituições espíritas, compostas por seres humanos igualmente falíveis que todos somos, não estão livres desses pesadelos que colocam a perder grandes investimentos de pioneiros, no passado, como de dedicados trabalhadores do presente. Isso nos dois planos da vida e não exclusivamente do ponto de vista material, mas especialmente na valorização da condição humana nas diversas áreas que se queira relacionar.
Muitas dessas crises são oportunidades de crescimento; outras poderiam ser evitadas e muitas – a maioria delas – simplesmente surgem porque ainda nos deixamos perder por bagatelas do relacionamento. Porém, sabe-se de onde se originam?

É simples. Muitas crises são construídas paulatinamente pela nossa invigilância, quando:
  1. Consideramo-nos indispensáveis;
  2. Tornamo-nos centralizadores e deixamos de preparar sucessores ou continuadores;
  3. Desejamos impor pontos de vistas, considerando que somente nós sabemos;
  4. Tornamo-nos indiferentes aos sentimentos das pessoas;
  5. Desejamos fazer como achamos que deve ser feito, desconsiderando posições alheias;
  6. Desejamos abraçar todas as tarefas, concentrando-as em nossa incomparável capacidade e experiência;
  7. Tomamos para nós o título de enviado, missionário, porta-voz da espiritualidade ou aquele trabalhador sempre consciente e infalível;
  8. Tornamo-nos fiscalizadores da conduta alheia;
  9. Deixamo-nos levar pela crítica costumaz aos esforços alheios...
  10. Quando levamos para o lado pessoal...
  11. Quando consideramos as outras pessoas incapazes de levar adiante qualquer tarefa e as marginalizamos pelo ponto de vista de nossa opinião pessoal.
Será preciso continuar com tão nefasta relação? Não, são as circunstâncias humanas, não é mesmo? Infelizmente. Mas é daí que surgem as crises, que nem sempre são construtivas. Nossos pensamentos infelizes, nossa língua inoportuna, nossos gestos e posturas destroem iniciativas e "matam" ambientes, relacionamentos e instituições.

Pessimismo? Exagero? Penso que não.

Estamos nos deixando perder por bagatelas... Voltemo-nos para a finalidade principal de nossa amada e grandiosa Doutrina Espírita: o aprimoramento moral de nós mesmos.
Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Bandeiras, pautas e lutas


O movimento espírita materializa as ações dos espíritas, à luz de seus ideais, onde isso implica, consequentemente, abraçar determinadas bandeiras, pautas e lutas, eleitas por circunstâncias próprias. Tudo muito natural...
Por motivos históricos diversos, por ações de grupos em momentos específicos, na soma de forças e esforços, abraçamos com afinco determinadas bandeiras, e relegamos outras, também de grande relevância. Essas breves linhas nos motivam a analisar algumas causas que o movimento espírita não abraçou, de forma
ostensiva, ou o fez timidamente, para que possamos refletir sobre estas.

Dessas inúmeras e valorosas causas, podemos citar, por exemplo:

DESARMAMENTO: a oposição ao uso extensivo de armas de fogo, seja na guerra, seja nos crimes do cotidiano, é uma causa extremamente relevante, em uma sociedade que, a despeito de toda a tecnologia, padece o fantasma da violência e da criminalidade;
RACISMO: as décadas de escravidão deixaram em nosso país suas marcas, na discriminação da população negra inserida nas falas e artefatos culturais, com práticas de hostilidade, em uma falta de caridade com os nossos irmãos, Espíritos imortais, ainda que esta questão seja figura ausente ou pouco presente em nossas tribunas e linhas;
INCLUSÃO DE DEFICIENTES: a luta por tornar a nossa sociedade acessível e receptiva aos irmãos que apresentam deficiências de diversos matizes carece avanços no movimento espírita, pela falta de ações expressivas na tradução de obras e palestras, na carência de rampas nas casas espíritas e, ainda, na rasa produção de material pedagógico que discuta essas especificidades;
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: uma triste realidade, oculta nos discursos e atrelada a uma cultura machista e a dependência química, demandando discussão e esclarecimento nas pautas das discussões espíritas e no combate a essa prática hedionda;
COMBATE À CORRUPÇÃO: a malversação do dinheiro público, o desvio de recursos, a propina e o patrimonialismo são uma realidade tratada como um tabu, mas que se faz presente em pessoas bem vestidas e com instrução, na dilapidação de recursos destinados aos menos favorecidos. Uma discussão ética que com certeza traz em seu bojo interesses concomitantes às lutas do cordeiro.
MEIO AMBIENTE: a despeito do esforço pioneiro e hercúleo do nosso confrade e jornalista André Trigueiro, na inserção desse tema na nossa agenda, ele ainda se faz incipiente na lembrança da caridade com o nosso planeta.
Apesar de não serem estas listadas, entre outras, bandeiras clássicas do nosso movimento, nada nos impede de aderir a estas lutas como cidadão, Espírito encarnado consciente, o que pode trazer, pelo nosso interesse, a entrada dessa bandeira no movimento espírita no futuro.
Trazemos lutas do mundo e vice-versa, pois o movimento espírita está imerso no mundo. Elegemos diversas lutas em função de nossa história, de nossos valores, e isso se relaciona com os rumos adotados pelo movimento, mas não é condicionado totalmente por estes.
Fica aqui então a reflexão sobre as lutas nas quais nos alistamos coletivamente e individualmente, todas valorosas. Também são valiosas as bandeiras abraçadas atualmente pelo movimento espírita, como a defesa da vida, o estudo sistematizado e o esperanto.
O que traz esse artigo é a ideia de que a trincheira é maior do que enxergamos, na luta por um mundo melhor, onde cada um tem a sua parcela de responsabilidade, independente do credo.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)


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terça-feira, 29 de maio de 2012

Simplicidade de um pedido


Em declaração emocionada aquele homem aproximou-se bem devagar e pediu. Estava atônito, aflito, não sabia que rumo tomar. Esperava-se, óbvio, que ele pedisse dinheiro para completar a passagem – como é tão comum – ou solicitasse algum alimento. Ou mesmo alegasse enfermidade de filho ou esposa. Nada disso!
Apenas pediu para ser ouvido. Não desejava objetos, roupas ou dinheiro, nem mesmo alimentos. Apenas desejava ser ouvido. Desejava apenas a companhia de outro ser humano para abrir o coração. E começou a falar.
Disse da solidão que sentia. Falou que sua aparência simples talvez fosse a causa da indiferença alheia. Sua barba por fazer, suas roupas e calçados surrados e mesmo por não estar empregado, por não possuir família, talvez causassem a distância com outros seres humanos. Sentou na sarjeta e chorou. Chorou não de sofrimento ou de fome, chorou de emoção porque alguém se dispôs a simplesmente ouvi-lo.
E o que falou? Disse apenas que se sentia muito só. Que não lhe faltava comida, pois muita gente lhe entregava pratos prontos, lhe levava roupas e agasalhos, lhe fornecia água e mesmo algum dinheiro, lhe pagavam lanches vez por outra, mas ninguém parava para conversar com ele…
O episódio comoveu. Ele remete à necessidade do calor humano, muito além de doações que satisfaçam a fome ou o frio do corpo. Fica distante da simples doação de dinheiro, de objetos ou roupas. Ele pede simplesmente a atenção de olhar nos olhos, de oferecer tempo, ainda que breve, para ouvir o sentimento daquele que procura.
Verdade seja dita. Ainda somos muito indiferentes uns com os outros. Optamos mais pela crítica do que pela observação atenta de sentir a necessidade real de quem está à nossa volta, de quem nos procura. Não paramos, por pressa, para olhar nos olhos ou simplesmente raciocinar sobre o que o outro está dizendo. Temos pressa de dizer ou ouvir o que nos interessa…
Na verdade, fala-se em solidariedade, em caridade. Ma solidariedade e caridade estão mais no gesto do que no fato. Caridade é sentir. De nada adianta envolver-se com muitas iniciativas e permanecer irritado, contrariado. De nada adianta fazer por obrigação. O ideal, o correto, é fazer com amor, por amor.
E este fazer com amor ou por amor, é sentir. É sentir o que se faz. Sentir-se bem em estar presente, em participar, em poder colaborar.
Aliás, por falar em colaborar, a cooperação é lei da vida. Nada se faz isoladamente. Todos precisamos uns dos outros, muito mais do que imaginamos. E isto sugere a atenção que podemos nos dispensar mutuamente.
Atenção que muitas vezes é sinônimo apenas de ouvir. Como no caso relatado, verídico e comovente.
Já imaginou o leitor alguém sentar-se e chorar apenas porque alguém se dispôs a ouvi-lo.
Quanta indiferença não sofreu? Quanto desprezo experimentou?
Aí ficamos a pensar em nossa pequenez! Ainda guardamos tanta arrogância interior? Para quê? Não é melhor assumirmos nossa condição de seres humanos…?!

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com

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domingo, 13 de maio de 2012

Pela Bíblia e os Espíritas, Javé não é o Deus Pai nosso e de Jesus


Javé é um Espírito protetor do povo hebreu que mais se manifesta no Velho Testamento, e que foi confundido com o próprio Deus, que jamais se manifestou diretamente na Bíblia e em lugar nenhum e a ninguém.
Até Moisés se enganou, temporariamente, quanto a Javé, tomando-O como se fosse o Deus absoluto e verdadeiro. E assim também pensavam os teólogos do VT e NT. E ainda até hoje, assim pensam muitos judeus e cristãos. É o que davam a entender estes textos: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo...” (Êxodo 33:11); “Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19:31 e 34); e “Eu sou o Senhor” (Levítico 19:37; e 22: 2 e 3). Se se tratasse de Deus mesmo, Javé não teria essa grande preocupação de se identificar como Deus, que não tem nenhuma necessidade.
Todos os povos têm um espírito protetor especial. É o caso de Javé com o povo hebreu, como nos ensinam também os espíritas. Javé, realmente, sempre se apresentou como sendo um defensor do povo hebreu. E pelas suas características, Ele é um espírito humano imperfeito, pois é ciumento, guerreiro, vingativo e discriminador de pessoas e povos, quando a própria Bíblia afirma que Deus não faz acepção de pessoas. (Atos 10:34; Romanos 2:11; Deuteronômio 10:17; Gálatas 2:6; e 1 Pedro 1:17). Javé até se arrepende de ter criado o homem. (Gênesis 6:6). E quem se arrepende de ter feito alguma coisa, é porque errou. Ora, Deus é infalível, não erra. Alguém poderia dizer que, quando esse texto fala que Deus se arrependeu, se trata de uma figura de linguagem, e que ele não pode, pois, ser interpretado literalmente. Mas para o povo judeu antigo assim Javé era visto.
E não é que esse povo antropomorfizou Deus, já que Javé era mesmo um espírito humano. Mas parte do cristianismo antropomorfizou Deus, transformando-O em pessoa, e Javé no próprio Deus absoluto, como estamos vendo. O Deus absoluto e verdadeiro é o Pai (e Mãe) de Jesus e de todos nós.
Moisés que, como vimos, disse ter falado face a face com Deus, mais tarde, corrige esse seu equívoco, falando que Deus lhe teria dito: “... Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Êxodo 33:20). Na verdade, um espírito (anjo) lhe falou em nome de Deus. João, o Evangelista, afirma também: “Ninguém jamais viu a Deus.” (1 João 4:12). E Jesus o confirma, dizendo que ninguém jamais viu a Deus. (João 1:18).
Como se vê, a Bíblia tem coisas que se divergem entre si, pelo que temos que estudá-la com todos os recursos da ciência e da razão, para que possamos entender corretamente a sua verdadeira mensagem do mundo espiritual para nós, mensagem essa muito importante a ponto de chamarmos de divina, pois de fato, ela contém verdades divinas essenciais, isto é, de amor a Deus e ao próximo de modo incondicional.
Mas saibamos separar o joio do trigo, pois ela tem ouro, mas tem também cascalho, escrita que foi por homens. “Ontem, a Bíblia dirigia a ciência, hoje é a ciência que a dirige”.
E conforme Êxodo 15:3, Javé é mesmo um espírito humano: “O Senhor é homem de guerra; Senhor é o seu nome.”

PS:
1-Lançado o livro em quadrinhos “Kardec”, de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa, Ed. Barba Negra, prefácio de Marcel Souto Maior, autor de “As Vidas de Chico Xavier”.
2-Viagem ao Egito e Israel com o experiente cicerone espírita Prof. Severino Celestino. Contato: rwturismo @rwturismo.com.br. - Tel. (11) 3667-3506 (Márcia ou Wanda).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Nós podemos divinizar-nos, mas Deus não pode humanizar-se


As teologias das religiões mais antigas receberam influências da mitologia, misturando a divindade com a humanidade. Também a teologia do cristianismo nascente não escapou dessas influências.
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, dilo-nos a Bíblia. Mas também nós criamos Deus à nossa imagem e semelhança, o que é a chamada antropomorfização de Deus.
Das influências mitológicas, sabemos que os teólogos cristãos do passado foram também suas vítimas. Por ser Jesus um homem perfeito, os teólogos antigos imaginaram que Ele era também Deus. Eles agiram de boa fé, mas cometeram o grave erro teológico mais comum, isto é, o exagero. Eles acertaram em muitas de suas elucubrações teológicas, mas erraram, grandemente quando, exagerando as coisas, concluíram que Jesus é outro Deus. E o pior é que os teólogos de hoje ainda apoiam esse lamentável erro que corrói o cristianismo e incrementa o materialismo!
Pelo início do Evangelho de João, ficamos sabendo que Jesus Cristo é o Verbo ou Fala de Deus, e que o Verbo ou Fala de Deus era Deus. De fato, Jesus Cristo é Deus de algum modo, pois é a Fala de Deus para a humanidade, o que quer dizer que Ele é Deus, mas relativo. E, segundo João, a Fala é Deus ( Deus relativo) e estava com Deus, o Pai (Deus absoluto). Como se diz, filho de peixe peixinho é. Por isso, Jesus é Deus, mas relativo. Isso é bíblico. E não só Ele é Deus relativo, como nós todos o somos também: “Vós sois deuses.” (Salmo 82:6; e João 10:34). Mas não confundamos as coisas como o fizeram os teólogos antigos influenciados pelos deuses mitológicos. “Quando alguém aponta o dedo para a Lua, observemos a Lua, e não o dedo!” Jesus tem sua identidade de Filho de Deus, e Deus tem a sua de Pai de Jesus e de todos nós.
Se Jesus se aperfeiçoou, Ele não pode ser Deus, pois Deus é imutável. “Tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos que lhe obedecem.” (Hebreus 5:9). Os teólogos argumentariam que Ele se aperfeiçoou como homem e não como Deus. Isso é, como se diz, papo furado, já que eles mesmos afirmam que não se pode separar o lado humano de Jesus do seu lado divino. Aliás, é com este argumento, que até criaram um dogma, ou seja, o de que Maria é Mãe de Deus ( “Teotokos ). O que aceitarmos, então, como verdade, o dogma de que são inseparáveis os supostos dois lados divino e humano de Jesus ou o ensino bíblico de que Ele é um ser humano, que se aperfeiçoa, evolui e que é Filho de Deus, como nós também o somos, e que, portanto, é igualmente nosso irmão maior e nosso modelo?
O Filho de Deus, por excelência, nos ensinou que nós podemos fazer tudo o que Ele fez e até mais, ainda. Mas se Ele fosse mesmo Deus absoluto, real, e não apenas relativo, tal coisa jamais nos seria possível! Quem somos nós para fazermos o que Deus faz?
Com a nossa evolução espiritual sempiterna, um dia, quando formos de fato semelhantes a Deus em perfeição, e entrando na sua sintonia, nos tornando um com Ele, como já o faz Jesus, de algum modo nós nos tornaremos divinizados. Mas Deus não pode se humanizar jamais, pois Ele é imutável!

PS:
1) Parabéns à Rosângela G. Nascimento, pelo lançamento de seu livro “Atravessando Fronteiras”. Contato: roseangel23@oi.com.br
2) Ouça, aos sábados, www.avozdoespiritismo.com.br das 12h00 às 13h30, com Nelson Custódio, na Band de Araçatuba (SP), entrevistas e palestras com este colunista.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Fortuna e glória


O brilhante filme “Indiana Jones e o Templo da Perdição” (1984), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Harrison Ford, mostra o herói na busca de resgatar as pedras de Sankara, cuja fábula de uma aldeia asseverava que estas trariam aos seus possuidores “fortuna e glória”.
Muito erigiram (e erigem) a sua vida na busca desses valores, desde a juventude, alimentando sonhos de fortuna-posse de coisas materiais, e de glória, reconhecimento e fama entre as pessoas. Duas grandezas calcadas nas chagas da humanidade segundo o Espiritismo – o egoísmo e o orgulho – e, ainda que muitas vezes sustente-se um discurso diverso, a prática demonstra a busca frenética pela promessa de Sankara.
Ser rico e famoso é vendido diariamente em filmes, livros e falas como objetivo de vida, povoando o imaginário de nossos jovens na busca de ser rico e famoso, como os ídolos que eles tanto admiram. Não que adultos não pensem assim, mas a idade jovem se caracteriza pelo ideal de um mundo melhor, uma natureza revolucionária inerente, que acaba sendo minada pelos desejos orgulho-egoístas.
Mas como viver fora desse jogo? Como viver de uma forma franciscana, sem bens e no ostracismo? Curioso, mas em momento nenhum se condena no Espiritismo os bens materiais e sim a nossa relação com eles. Da mesma forma, a evidência é vista como prova. A questão está em colocar no centro de nossas existências o objetivo de se ter coisas que as traças roem, e de ser algo superior, esquecendo que somos todos filhos do mesmo pai. O crescimento espiritual não se dá pela meditação insulada e sim pelas vitórias diante desses valores, afirmando o amor como valor principal.
Jesus falava: “Não temais, eu venci o mundo”. Vencer o mundo ou vencer no mundo? O que é para nós vencer no mundo? Mansões, fãs... Pergunta que devemos nos fazer periodicamente. Vencer o mundo é a porta estreita das batalhas diárias pela construção do bem na Terra, pelas lutas no ideal religioso e social, de combater a dor de cada irmão. Esse é o desafio que se impõe ao cristão, que se faz mais complexo à medida que não o enxergamos.
Cabe termos olhos de ver para enxergar os verdadeiros vencedores e as verdadeiras promessas, para que não nos vejamos iludidos no emprego de nossas forças, exasperados no presente e frustrados no futuro, pois os bens materiais têm seu valor na medida que contribuem com o nosso engrandecimento espiritual.
Empolgados na luta pela fortuna e glória, esquecemo-nos da família, dos sorrisos, das pessoas.
O desafio está posto em um mundo que valoriza as posses, o ser como ter, em confronto com a idéia de transformar o ter em ser, na construção do homem de bem, herói esquecido de nossas fábulas cotidianas modernas.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Como um filme de confuso enredo, eis as idéias do Padre Quevedo


Com seu fanatismo contra o espiritismo, o padre Quevedo acabou beneficiando-o. É que os fenômenos espíritas – ou espirituais para são Paulo (1Coríntios 12:1) – têm na parapsicologia o seu fundamento científico, pelo que Quevedo ficou incomodado e passou a atacá-lo com todas as armas, chamando os espíritas de doentes mentais, charlatões, feiticeiros, criminosos etc, tal como fazia a Igreja até à primeira metade do século 20. Já o espiritismo, seguindo são Paulo (1 Coríntios 13:3), ensinava que fora da caridade não há salvação. E é do grande filósofo e escritor acadêmico francês Léons Denis a afirmação de que o espiritismo não é a religião do futuro, mas é o futuro de toda religião. De fato, hoje, as casas espíritas são frequentadas não só pelos seguidores de Kardec, mas por pessoas de todas as religiões, principalmente católicas. 
         Quando eu fiz com Quevedo um curso de parapsicologia, na época em que eu cursava na PUC-MG Comunicação e Expressão (professor de português e literatura), ele dizia o absurdo de que não havia uma só pessoa no mundo de curso superior que acreditasse na reencarnação!
        E segundo ele, os milagres só existem nos meios católicos, como se Deus fizesse acepção de pessoas, e quando eles são fenômenos mediúnicos especiais provocados por espíritos. Deus tem os espíritos trabalhando no seu projeto. (Hebreus 1: 14). Uns dedos de mão humana apareceram escrevendo na parede do palácio do rei Belsazar, o que é a escrita direta (Daniel 5:5). Samuel profetizou até depois de morto. (Eclesiástico 46: 20). Na Transfiguração ou sessão espírita do Monte Tabor, presidida por Jesus, o maior dos médiuns, para a qual Ele convidou os médiuns especiais muito solicitados por Ele, Pedro, Tiago e João, Ele se comunica com os espíritos de Elias e Moisés. (Mateus 17:2). Por oportuno, lembro aqui que, depois do episódio em que Elias teria subido para os céus numa nave de fogo, ele continuou aqui na Terra, pois escreveu uma carta para o rei Jeorão. (2 Crônicas 21:12).
        Num recente Programa do Jô Soares, Quevedo, negando a comunicação com os espíritos, falou que não existem demônios, espíritos de mortos, diabos, lúcifer e satanás. No sentido dos cristãos evangélicos de hoje, não existem mesmo. E ele disse uma meia verdade, pois, não explicou que os demônios são espíritos humanos (“daimones” nos originais gregos do Novo Testamento), e que diabo, lúcifer e satanás não são espíritos, mas símbolos do mal. Houve muitos risos.  Quevedo afirmou que os espíritas são gente boba! Por causa de seus erros, por duas vezes, a Igreja já o suspendeu de suas funções sacerdotais. Mas ele parece parado no tempo e no espaço! Na Internet, pode-se ver um debate entre mim e ele.
          Sem querer, ele ensina também verdades espíritas, pois ele afirma que os fenômenos espíritas se devem ao médium, pelo que ele tem que estar perto do local dos fenômenos, ou distante no máximo 50 metros. De fato, isso é verdade, pois os espíritos se comunicam através dele. E ele é como uma rádio, que tem seu alcance limitado. Quevedo defende também o dogma da Comunhão dos Santos da Igreja, do qual os padres nunca falam, e que consiste na colaboração recíproca entre os espíritos encarnados e desencarnados, o que é espiritismo, o qual avança firme e célere pelo mundo afora, apesar das loucuras do nosso irmão Quevedo! 

       PS:
       Notícias espíritas: nelsoncustodiodasilva@hotmail.com

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Se for a morte de Jesus que nos salva, louvemos seus carrascos


Devemos condenar ou aplaudir o grande pecado da morte de Jesus na cruz?
Eu não vejo a Bíblia como um livro só de mensagens de verdades do mundo espiritual para nós, pois há espíritos maus (atrasados) no mundo espiritual, que também se manifestam nela. E não podemos atribuir a Deus de forma alguma os erros bíblicos.
Portanto, saibamos separar o joio do trigo, com relação aos espíritos na Bíblia.
E quando uma mensagem bíblica é boa, só podemos dizer que ela é de Deus, no sentido de que ela é do bem, mas não diretamente de Deus, pois Ele mesmo não se manifesta jamais diretamente, mas apenas através de um espírito evoluído enviado (anjo) imantado num profeta ou médium. Mas não devemos esquecer que anjo (“malak” em hebraico, “aggelos” em grego, e “angelus” em latim) significa mensageiro, enviado, “office-boy”. Todo anjo é espírito, mas nem todo espírito é anjo.
E os espíritos desencanados são enviados ao nosso mundo por meio de médiuns especiais ou profetas, os quais trazem mensagens para nós por escrito (psicografia) ou oralmente (psicofonia). Porém eles devem ser examinados por nós, para sabermos se são espíritos bons ou maus. (1 João 4:1; e 1 Coríntios 12:10). Lembremo-nos da expressão “anjos maus”, ou seja, enviados maus. E, se eles se manifestaram na Bíblia por meio de médiuns especiais ou profetas durante séculos e séculos, por que eles não poderiam continuar se manifestando a nós, se eles são espíritos humanos desencarnados que continuam vivos – “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos” – , e quando sabemos que Deus não faz acepção de pessoas? Não se trata, pois, de manifestação do Espírito Santo trinitário, tido por uma parte dos cristãos como sendo o próprio Deus. Se fosse assim, não precisaríamos examinar os espíritos e distingui-los.
Sempre que o mundo é mundo, espíritos humanos desencarnados e até encarnados se manifestam através de médiuns especiais. Todas as religiões do mundo conhecem e têm fenômenos mediúnicos, e deles surgiram. O cristianismo é rico desses fenômenos. Até quando, pois, ele vai conseguir esconder oficialmente essa verdade? Só falta aos seus líderes religiosos humildade bastante para a reconhecerem. O Nazareno disse que nada ficará oculto. E a realidade a respeito desses fenômenos mediúnicos (espirituais para são Paulo) já veio à tona para a grande maioria dos espiritualistas do mundo, e isso com o respaldo da ciência.
E é lamentável que os próprios espíritos maus sejam confundidos, desde épocas remotas, com o próprio Deus. Daí que as religiões antigas, entre elas o judaísmo, concluíram que Deus gosta de sangue, o que através de são Paulo entrou no cristianismo. De fato, o apóstolo Paulo, influenciado por religiões antigas da Palestina e de nações circunvizinhas, exaltou os sacrifícios de sangue, mas temos Jesus que disse: “Misericórdia quero e não holocaustos” (Mateus 9:13).
Aos afeiçoados ao que eu denomino de teologia do sangue, eu digo que espíritos atrasados apreciam muito o sangue derramado de animais e seres humanos. Pergunto a esses teólogos do sangue: Que Deus é esse que se deleitaria com sangue?
Repudiemos e condenemos, pois, as torturas e a morte ignominiosa de Jesus na cruz, que podem ser deleitosas para espíritos atrasados, mas jamais para Deus!

PS:
A Revista “Espiritismo & Ciência” No 91, nas bancas do Brasil e Europa, traz uma entrevista com este colunista e mais duas matérias dele.

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Jesus te ama

Caminho pela rua distraído e vejo no muro de uma empresa, em letras garrafais, pichado, o dístico “Jesus te ama”. Recordo-me então de que já vi a singela expressão diversas vezes, em placas pregadas em árvores, em portas de banheiro e em um sem-número de lugares onde a tentativa de passar a mensagem desconsidera o patrimônio, a natureza e o bom senso.
A questão de se passar a mensagem, por qualquer meio, nos faz lembrar a grande questão ética de que os fins não justificam os meios e que os processos têm consequências que afetam os seus resultados. De que vale dizermos que Jesus ama a todos, quando desrespeitamos o patrimônio do nosso irmão, ou o caule de um ser vivo? Ainda que repletos de boas intenções, contrariar a mensagem do Cristo na sua divulgação é trocar a profundidade da renovação pela superfície das palavras, nas urnas caiadas que já nos advertia o meigo nazareno.
Uma reflexão profunda, pois o espírito messiânico no Espiritismo é suplantado pelo espírito do bem, sem olhar a quem, na construção do Reino de Deus na Terra. Não temos interesse de divulgar “leia Kardec” em proporção maior do que “ame seu próximo”, pois a nós interessa o resultado – o homem de bem –  considerando as implicações éticas de como se chega a esse estágio. Aliás, “leia Kardec” para nós tem que significar “ame seu próximo”... 
A questão do homem de bem é um desafio íntimo, construído no convívio com nossos irmãos encarnados. Às vezes nos preocupamos com a divulgação, com a pregação, mirando no outro para tirá-lo da pretensa ignorância, quando nos esquecemos de que o outro é nossa ferramenta de evolução. Se conhecer a doutrina espírita fosse o caminho único de crescimento espiritual, o que dizer dos outros 99% de habitantes do globo que desconhecem nossos postulados, pelo menos da forma como fora sistematizado por Kardec? Sairemos então em cruzadas de divulgação para levar a mensagem de Kardec? O que sacrificamos com esse investimento: a prática do bem e o estudo edificante?
Já vi afirmações de que o objetivo da casa espírita é a divulgação da Doutrina Espírita e que isso se estenderia para federativas, no seu âmbito. Seria muito pouco para a casa espírita ser apenas um propagador de idéias. A casa espírita é oficina de estudo e trabalho na forja do homem de bem em cada um de seus frequentadores e as tarefas de divulgação servem para enlaçar essa missão entre todos. Mas não pode ser a divulgação um fim ensimesmado, sob pena de nós trocarmos a ação pelo discurso. Empenhados por levar o nome de Jesus a outros rincões, já se matou e se roubou muito, como nos mostra a história.
Embalados pela clássica máxima do Livro "Estude e Viva", ditado pelos Espíritos: Emmanuel e André Luiz; psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira: "(...) Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação", nos arvoramos a empreender uma campanha desenfreada de divulgação da nossa crença, esquecendo o “letreiro vivo” que o nosso “exemplo e atitude” constitui na divulgação da nossa doutrina, como ação renovadora e construtora de homens de bem e não pela divulgação fria dos meios publicitários, sob o discurso da nossa benevolência com a causa.
Assim, na prática da divulgação doutrinária, seja por meios impressos, pela fala, ou ainda por canais publicitários típicos – Rádio, Televisão, Internet, Cartazes –, importa-nos considerar os meios utilizados, ainda que os fins-divulgação para o grande número de pessoas pareça justificável, pois embora não sejamos salvacionistas, o codificador nos apontou em “O Evangelho segundo o Espiritismo” que o caminho para a evolução se faz na prática do bem, que nos faz bons, e não pelas palavras que dizem “Santo, santo, santo”.
Em uma época de revolução tecnológica pelo acesso fácil a meios de comunicação que nos inundam de informações diversas, não confundamos a grandeza das coisas pelo seu potencial de divulgação de nossos conceitos, mas sim pela força de renovação, de olhar o irmão mais desfavorecido, pois toda essa tecnologia que une países em segundos não foi o suficiente para banir a miséria material e moral de nosso planeta. Mas o amor possui esse dom. E Jesus te ama.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Avaliar para evoluir

Toda atividade concreta, anteriormente planejada e pensada, merece uma avaliação. Essa lógica se aplica também às atividades espíritas, em especial aos seminários, encontros e outras atividades pontuais e temáticas. Não que o fim de um ciclo, de um ano de atividades cotidianas não mereça uma avaliação, mas trataremos aqui, por uma questão de recorte, daquela avaliação rápida, ao fim do evento, como prática salutar e que merece discussão e enriquecimento.
A avaliação é um diagnóstico, uma medida, um momento em que sopesamos o que houve em termos objetivos, captando as percepções na busca de uma síntese.
É onde pontuamos o que houve, voltando a fase de planejamento de outras atividades, anotando os aprendizados da experiência, para próximas etapas.
A avaliação se alimenta basicamente de duas fontes de informação: as externas e as internas. As externas são obtidas por consultas verbais ou por escrito às pessoas que participaram do evento. A interna, que em parte depende dos dados da externa, é oriunda da avaliação da equipe que trabalhou no evento. São processos complementares e igualmente importantes.
A avaliação interna, ou autoavaliação, é um momento de confiança, franqueza e de caridade com os companheiros de trabalho. A avaliação não é um tribunal, é uma fonte de informação para a equipe e não para se sair chateado. Necessita-se sair resoluto, com metas de mudança. Mas, para isso, aqueles que conduzem a avaliação devem ter em mente que a indulgência e a franqueza devem ser indissociáveis.
Mais do que uma obsessão pela melhoria, onde metas podem atropelar as pessoas, a avaliação nos conduz a descobrir os caminhos para acertar, fortalecer as boas práticas e mitigar os entraves. É um momento de autoconhecimento e de empoderamento (1) do grupo, e que deve ser integrado à cultura das equipes de trabalho, como uma ação coletiva e não uma prática apenas de um grupo seleto.
Por seu turno, a avaliação externa é fundamental, pois nos dá o termômetro da realidade, da percepção das pessoas que participaram. Mas a avaliação externa, ainda que seja a soma de percepções, não se trata da verdade absoluta. Precisa ser pontuada com as percepções do grupo organizador, que detém outras visões e informações. É um processo construído, e que caminha com as visões internas e externas. Avaliamos o processo e não a conduta das pessoas.
Assim, dez minutinhos no final dessas atividades operam milagres. Para isso, basta seguir uma receita simples. Não basta o grupo dizer se foi boa, ruim ou regular a atividade. É preciso um certo grau de detalhamento, avançar sobre questões intrínsecas, saindo da superfície dos eventos, mergulhando nas suas contradições, de modo a fortalecer as análises.
Inicialmente, é preciso enumerar os pontos positivos e os negativos (oportunidades de melhoria). Depois, listar as inovações e estratégias que deram certo ou errado. Daí, basta identificar causas que conduziram a essas situações
positivas ou negativas. Aí, nessa relação de causa e efeito, a caridade não pode ser esquecida, pois é um momento delicado, que exige maestria da coordenação.
Situações desagradáveis são mais bem tratadas em particular. Após esse levantamento, pode-se então fechar uma opinião global do evento.
Agindo assim, a avaliação nos deixará uma herança do que deu certo, o que deve ser evitado e o porquê. E assim seguem os processos, na melhoria contínua, com as pessoas. Sem ressentimentos, sem meias palavras, na comunhão de um trabalho em equipe, que tem muita vontade de acertar!

(1) Dá-se o nome de empoderamento à ação coletiva desenvolvida pelas pessoas quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. É a tradução da palavra inglesa empowerment.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Foi de graça a nossa criação, mas é tarefa nossa a salvação


O apóstolo Paulo ensinou as doutrinas da fé, da graça e do pecado original. Santo Agostinho e o teólogo inglês Pelágio polemizaram muito a respeito delas. Santo Agostinho exagerou as coisas da graça. Nessa questão, a Igreja ficou mais com Pelágio do que com santo Agostinho.
Mas porque Lutero exagerou também a graça, a Igreja endureceu sua posição contra ela, o que levou os protestantes e evangélicos, por sua vez, a exaltarem também ainda mais essa doutrina. Mas, recentemente, a Igreja, buscando mais união com os protestantes e evangélicos, passou a adotar a teologia da graça.
Diz o dito popular: “O que se segura muito, sai entre os dedos”. É exatamente o que vem acontecendo com os tratados teológicos antigos. De conteúdo muito exagerado, eles vêm caindo num esvaziamento, pois se tornaram insustentáveis para a mentalidade dos cristãos do Terceiro Milênio. E o pior é que os teólogos atuais insistem em mantê-los, pois estão comprometidos, profissionalmente, com eles. Assim, os defendem, mas lá no seu íntimo, não creem muito neles, o que, aliás, traz um grande sofrimento para eles. Nós leigos, que acompanhamos essas questões teológicas, somos livres para as abordarmos, pois não estamos presos a nenhuma hierarquia religiosa, pelo que, muitas vezes, nos transformamos em portavozes dos teólogos, dizendo o que eles gostariam de dizer, mas não o podem. Nesse sentido, alguns líderes religiosos se desabafam comigo.
Outra doutrina polêmica entre a maioria dos cristãos é a do pecado original, que até dispensa comentários.
Já a doutrina da fé (do grego “pistia”, e do latim “fides”), melhor seria essa palavra ser traduzida por fidelidade, como alguns tradutores bíblicos modernos estão fazendo, mesmo porque ela tem também esse significado. De fato, não basta crer em Jesus, é preciso que se tenha fidelidade a Ele, à sua mensagem, pois crer por crer em Jesus, até os demônios maus (almas ou espíritos humanos atrasados) creem, mas não têm fidelidade para com o excelso Mestre, e que são os espíritos daquelas pessoas que ouvem as palavras do Mestre dos mestres, mas não as põem em prática, ou seja, segundo o próprio Jesus, como quem constrói sua casa na areia, e não como aquele que a constrói na rocha, a qual resiste aos vendavais.
Por oportuno, esclareço aqui que é comum as pessoas misturarem demônios com diabos. Diabo não é espírito, mas
pecado (adversário dos espíritos que somos). Assim é que Jesus tirava demônios das pessoas, mas nunca tirou delas diabo e nem satanás, cujo significado é semelhante ao de diabo, e não é também, pois, demônio.
Quanto à doutrina da graça, creio que ela só vale para a nossa criação, pois antes de existimos, não poderíamos mesmo ter mérito nenhum. Mas depois que fomos criados, dotados de intelecto e livre-arbítrio, passamos a ser responsáveis pelos nossos atos e, consequentemente, por nossos méritos e deméritos da lei de causa e efeito, que é manipulada por nós mesmos e não por Deus ou qualquer outro ser, já que colhemos o que semeamos.
Se a nossa salvação fosse de graça, o reino dos céus não seria tomado por esforço. Realmente, passar pela porta estreita não é fácil. Da parte de Deus e Jesus, tudo já foi feito do modo melhor e mais perfeito possível. Cabe-nos, agora, fazermos a nossa parte, ou seja, a tarefa da vivência incondicional do Evangelho.
Ou será que o Nazareno nos trouxe o Evangelho, como se diz, só pra inglês ver?

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os
livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Painel de instrumentos


O nosso Espírito tem dentro de si, em algum lugar escondido, um painel de instrumentos, da mesma maneira que as cabines das aeronaves. Um painel com indicadores, importantes orientadores na construção de nossa trajetória como
Espíritos encarnados. Como pilotos distraídos, nos esquecemos, por vezes em momentos cruciais, de consultar essas fontes de informação, deixando-nos levar pelo “voo cego”, assumindo riscos desnecessários.
Como um exercício imaginativo, podemos citar alguns desses instrumentos interiores, que não devem por nós ser esquecidos:

RIDICULÔMETRO: A palavra ridículo vem de riso. Às vezes agimos com uma conduta digna de graça, risível e... ridícula. São situações em que nos humilhamos ou perdemos o senso de conduta com o próximo, alarmando de forma estrondosa em nosso interior esse instrumento, enquanto pairamos surdos, ainda que todos já o tenham percebido.

DESCONFIÔMETRO: Diante das situações que se apresentam, principalmente os “Cantos da sereia” de oportunidades maravilhosas e cheias de facilidade, devemos estar atentos para o mostrador desse instrumento, desconfiando das “portas largas”, prudentes como a serpente.

PALAVRÔMETRO: Quem fala esquece, mas quem ouve não. A palavra dita voa ao vento, como expressão do nosso pensamento. E esse instrumento nos aponta, antes da fala, as possíveis implicações desta naquele contexto, de modo a evitar situações irreversíveis.

DESCULPÔMETRO: Esse poderoso mecanismo de medida indica em seus ponteiros se realmente desculpamos as pessoas quando da nossa boca sai um solene “desculpe-me”. Por vezes, jogamos uma capa escura sobre esse aparelho, para não vê-lo...

INDULGENTÔMETRO: Permite-nos aferir o quanto realmente nos colocamos no lugar do outro, diante de uma situação que nos demanda a intervenção.
Instrumento poderosíssimo!

PREVISÔMETRO: Mede a nossa capacidade de prever se uma coisa pode dar errado. Trabalha melhor associado com o desconfiômetro. É quase um “air-bag” espiritual!

RELEVÔMETRO: Aponta a relevância de cada situação para nós. É um indicador interessante, pois pequenos problemas podem ter grande relevância para nós. O instrumento nos permite olhar para o lado, deixando um pouco para lá o orgulho e o egoísmo.

Esses instrumentos e tantos outros que já existem, instalados em nosso corpo espiritual, precisam ser exercitados. São companheiros inseparáveis em nossas decisões, nas reflexões e ações cotidianas, como mecanismos seguros a nos orientar em nossa rota. É preciso, como o piloto prudente, confiar em nossos instrumentos, já que queremos chegar seguros aos nossos destinos.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Relembrando doutrinas da teologia dogmática sobre Jesus


Todos nós estamos em evolução sempiterna em direção ao nosso Deus Pai e Mãe, do qual procedemos e para o qual, um dia, todos nós retornaremos, pois Deus não faz acepção de pessoas e não dá, pois, nó cego em sua criação!
Qualquer crença que seja a sua, você pode estar mais próximo de Deus do que eu. E eu não viso fazer literatura com esta coluna.
Preocupo-me apenas com a sua correção, clareza e com o seu espaço em O TEMPO, que tem que ser milimetricamente respeitado. Para que complicar mais ainda para o povo os difíceis assuntos filosófico-teológico- bíblicos?
Quando o Concílio Ecumênico de Nicéia (325) decretou que Jesus é também Deus, o que é contra o seu próprio ensino, pois Ele sempre se declarou apenas Filho de Deus, a Teologia Cristã começou a entrar em crise, da qual não sairá, enquanto não a reformar. Como não se podia negar que Jesus é um ser humano, o arcebispo e teólogo sírio Nestório, patriarca de Constantinopla, concluiu que Jesus tinha duas pessoas, uma divina e outra humana. Mas o Concílio Ecumênico de Éfeso (431) decretou o dogma de que Jesus só tem uma Pessoa, a Divina, criando também o dogma da “Santa Maria Mãe de Deus” (“Theotokos”), acrescentado à Ave Maria bíblica do Anjo Gabriel. E esse concílio condenou também Pelágio, e instituiu o Dogma do Pecado Original.
Já o teólogo grego Eutiques defendeu a doutrina de que, se Jesus tem só a Pessoa Divina, Ele só tem também uma natureza, a Divina (Monofisismo). Mas o Concílio Ecumênico de Calcedônia (451) decidiu que Jesus tem duas naturezas: uma Divina e outra Humana.
Os Dogmas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade já haviam sido declarados no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Mas foi santo Agostinho que os incrementou para o Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), quando também foi condenada a preexistência do espírito com relação à concepção, o que é contrário à Bíblia (Jeremias 1:5; e Sabedoria 8:19-20), e com o que, automaticamente, foi condenada a reencarnação. Mas por ter sido esse concílio muito tumultuado e não apoiado pelo Papa Virgílio, há teólogos que consideram inválida a condenação da reencarnação.
(Mais detalhes em meu livro: “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 8a Edição, Ed. EBM, SP).
Cerca de oito séculos depois, essas doutrinas polêmicas ainda incomodavam os teólogos, como ainda vão incomodá-los até que elas sejam retificadas. E assim foi decretado o Dogma do “Filioque” (“e do Filho”) pelo Concílio Ecumênico de Lion (1274), França, que dá mais importância à divinização de Jesus, ensinando que o Espírito Santo procede não só do Pai, mas também do Filho. Já a Igreja Católica Ortodoxa Oriental, que não aceita o “Filioque”, ensina que Jesus e o Espírito Santo procedem do Pai. Essa Igreja Oriental é separada da Igreja Romana desde 1054 por questões doutrinárias e políticas.
Muitos que me honram com sua leitura, nunca ouviram padres e pastores falarem nesses assuntos. E isso tem uma explicação: Eles mesmos não creem neles, deixando-os cair no esvaziamento.
É que já se foi à época do “Creio porque é absurdo”, de Tertuliano, Doutor da Igreja, mas condenado também por sua heresia montanista!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com
Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011



O Natal chegou...
Sente-se no ar um misto de alegria, de emoção, de esperança, de fé.
A mesma alegria que naturalmente nos visita nas festividades mundanas.
A grande emoção que nos envolve quando das confraternizações entre colegas, amigos, confrades e familiares.
A renovada esperança de vermos dias melhores na virada de página do calendário do tempo.
A abençoada fé, qual lírio virgíneo, que se desabrocha iluminada e se eleva em prece de louvor ao Divino aniversariante.
Repete-se, amiúde, ser o Natal o momento de reflexão, de análise do que foi feito, como foi feito, do que ficou por fazer.
Certo, o Natal nos enseja uma profunda reflexão sobre o que nos sucedeu no transcorrer do ano, nos leva a reconsiderar atitudes, nos induz a relevar faltas alheias e ofensas recebidas, nos encoraja a reconciliar com os adversários esquecendo mágoas, perdoando incondicionalmente e sem limite. O Natal inspira amor.
Não basta, porém, analisar ocorrências e refletir acerca de atitudes apenas na época natalina. É imprescindível que esse trabalho seja feito sempre, e mais, é imperioso que diariamente Jesus renasça entre nós.
Quando de fato o homem apreender a sublime mensagem do Evangelho e tiver o Mestre presente no relicário do coração, estará sepultado o passado de desacertos, desaparecerão as mágoas, sumirão os rancores, os ódios serão aplacados, as contendas esquecidas. Haverá paz na Terra.
Teremos todos os dias um novo NATAL, o aniversário de Jesus.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A imutabilidade da moral verdadeira e a falência das outras


Há uma moral verdadeira, natural e imutável, e outras falsas, variáveis e oriundas, geralmente, de idéias religiosas erradas e supersticiosas. A moral verdadeira é inata. A criança, à proporção que vai crescendo, já a vai adquirindo automaticamente e de modo até imperceptível. Já a falsa moral é ensinada às crianças, de acordo, quase sempre, com a religião de seus pais.
As religiões não têm culpa dos seus erros, pois a causa deles está no nível atrasado de evolução da humanidade do passado.
Mas com o decorrer dos tempos e com a evolução sempre avançando, esses erros vão caindo num esvaziamento até desaparecerem por completo. Daí muitos pecados ou faltas do passado, hoje são considerados normais.
Dá-se também o nome de moral positiva à falsa moral, no sentido de que ela é adicionada ou somada pelos homens à natural, divina e verdadeira.
A moral natural ou divina é válida para todas as religiões, todos os tempos e para todos os povos. Ela consta do Código de Hamurabi, do Decálogo e dos demais códigos de leis existentes na história da humanidade. Um exemplo de moral natural ou divina é a condenação do homicídio, do incesto, do desrespeito à mulher do próximo, do roubo etc. E eu, particularmente, seguidor da moral evangélico-espírita incluo aqui o aborto provocado. E ainda podemos chamar de objetiva a moral natural ou divina, pois ela é acatada universalmente, o que não acontece com a moral positiva, que ainda poderia ser denominada de moral subjetiva, uma vez que ela é aceita por uns e negada por outros.
Com a evolução acelerada – até parece que ela acompanha a expansão do Universo! –, as questões e costumes, que se apoiam na falsa moral, vão perdendo força e desaparecendo em todo o mundo. As mulheres católicas já não usam mais cobrir a cabeça dentro das igrejas, nem na hora da comunhão. Por um ensino paulino, a mulher não podia falar nada nas igrejas. Hoje, na ausência dos padres, elas pregam e, entre os protestantes e evangélicos, há até pastoras.
O cristianismo e o judaísmo, no futuro, trocarão seu conceito de Deus de vingança, do “dies irae” (dia da raiva divina), pelo de Deus de amor e misericórdia infinitos, portanto, sem condenação e sem o falso inferno de Dante, que nunca existiu entre os grandes teólogos, embora eles sempre se mantenham em silêncio a respeito desse assunto, pois é mais interessante para eles o Zé Povinho achar que é verdadeiro o inferno de Dante, já que o povo medroso fica mais dócil!
O inferno é o contrário dos céus, que é o Reino de Deus e que está dentro de nós mesmos, pontificou o Mestre dos mestres. E, se o Reino de Deus não estiver dentro de nós, é porque o inferno ainda está dentro de nós, ou seja, o baixo nível de evolução da moral verdadeira ainda domina em nós.
Se Deus fosse o que os teólogos do passado, com seus erros e sua falsa moral, imaginaram e incutiram na cabeça das pessoas, Deus não seria o Pai infinitamente perfeito e amoroso de Jesus e de todos nós. Pelo contrário, esse Deus dos teólogos se igualaria, e até mesmo seria inferior ao pai terreno mais perverso, quando na verdade, Deus é amor e nos ama mais do que nós mesmos nos amamos.
Só a moral baseada no Deus verdadeiro permanece, as outras passam!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vigilância e oração


“Ouve, ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor dos inimigos.
Esconde-me do secreto conselho dos maus e do tumulto dos que praticam a iniqüidade,
Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas”.
(SALMO 64 : 1, 2, 3.)


Deus ouve-nos sempre em nossas orações, entretanto, precisamos saber pedir e o que pedir. Pedir e não exigir; pedir o que possa favorecer o nosso crescimento moral e não o que satisfaça a vaidade pessoal, a ambição, o orgulho. Deus - sabedoria, justiça e bondade infinitas - jamais dará ao homem aquilo que venha a tornar-se um entrave à sua ascensão espiritual.
Deus guarda-nos sempre dos perigos da vida, dos inimigos presentes e ocultos, contudo, faz-se necessário valorizarmos a vida sendo ordeiros e prudentes, não compartilharmos os sentimentos malsãos dos adversários, aprendendo a esquecer ofensas e a perdoar indefinidamente.
Deus nos abriga e protege envolvendo-nos em seu Sagrado Manto, todavia, mister se faz tenhamos ouvidos de ouvir os sábios ensinamentos dos Seus enviados e habilidade de não entreter afinidade com aconselhadores do mal que se comprazem na prática de iniqüidade e usam a maledicência como arma para ferir o próximo.
Sigamos, pois, a orientação de Jesus contida em Mateus, capítulo 26, versículo 4l: “VIGIAI E ORAI’

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Paulo de Tarso e a juventude


Paulo, o apóstolo dos gentios, foi um dos personagens mais marcantes na história do Cristianismo. Deixou-nos de herança, além de belos exemplos de vida, de conversão e de luta incessante na divulgação da mensagem do Cristo, escritos profundos, nas suas famosas cartas, cujos trechos inspiraram músicas e mensagens mediúnicas.
Uma delas, em especial, a primeira carta aos Coríntios (habitantes de Corinto, na Grécia), no capítulo 6, versículo 12, apresenta uma de suas insignes sentenças: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
Nessa singela frase, Paulo apresenta a liberdade de proceder do ser humano, Espírito encarnado e cocriador. Contudo, aponta também as limitações da Lei divina, do convívio com o próximo, onde essa liberdade é cerceada pela questão da conveniência e da oportunidade. Apresenta aí a justificativa perene que nós temos em nossas reflexões, cotidianamente, diante de uma decisão a ser tomada.
Em relação à juventude, essa máxima se reveste de um significado especial. Afinal, no processo de desenvolvimento do Espírito encarnado, é na juventude que ampliamos a nossa autonomia, a nossa possibilidade de exercer a vontade.
Entretanto, ao mesmo tempo, nesse período nos vemos no processo de construção do nosso juízo, representado folcloricamente pelo nascimento dos dentes denominados “cisos”, mas que se trata sim da questão de nos sabermos capazes de algo, mas que ainda assim ele não deve ser feito. Um passo marcante da conquista da maturidade.
Podemos exemplificar essa assertiva de Paulo de Tarso em três dimensões interligadas, aplicadas à vivência da juventude. A do QUERER, a do PODER e a do DEVER. Uma divisão didática de três fases da vida do jovem, no exercício de sua liberdade e na construção de sua responsabilidade, a capacidade de responder por.
O querer é o indicativo da opção. É dentre os diversos caminhos, escolher algo por si só, longe do direcionamento aplicado costumeiramente à criança. Obviamente, nenhuma escolha é totalmente livre nesse contexto e o querer do jovem, diferente da criança, na maioria dos casos não sofre grande influência da família e sim do seu grupo de referência, que pode ser da escola, do esporte ou da prática religiosa, ainda que o jovem acredite decidir apartado de influências.
A dimensão do poder é onde o jovem possui não só a vontade, mas a possibilidade de fazer algo. É o momento onde ele adquire a capacidade de tornar realidade o que ele escolheu, residindo aí os maiores riscos, das escolhas e caminhos errados, onde a inconsequência na busca por loucuras desenfreadas pode afetar seriamente a sua encarnação.
Por fim, a questão do dever é onde o jovem busca a sua consciência e avalia se aquilo que ele quer e pode fazer é realmente pertinente. É o desenvolvimento da capacidade de avaliar situações a si apresentadas e que postura deve adotar. A rebeldia natural da juventude, o desejo de transgressão na busca de afirmação de personalidade interferem nessa questão, inibindo essa capacidade de julgar o certo e o errado, pelo desejo de se fazer o que não se deve, pautado por outras motivações.
Essa sequência de QUERO-DEVO-POSSO é fundamental para a reflexão do Espírito encarnado, para o seu processo evolutivo, em especial no período da juventude, onde aumenta o leque de escolhas e a capacidade de escolher e fazer, ainda que tenha incipiente a noção de julgar o que deve ser feito, ou não. É uma época de diversões, de sensações, de cantos de sereia e bifurcações no caminho, em lutas necessárias, mas que devem nos trazer como dividendos as lições aprendidas.
Errar sem aprender é extremamente danoso... Melhor aprender sem errar.
Por isso, cabe aos pais e educadores trabalhar com os jovens esse processo de construção de sua autonomia de saber o que quer-deve-pode e não aprisioná-los em uma redoma, longe do mundo, privando-o do exercício dessa tríade tão necessária, ainda que às vezes se faça por processos dolorosos.
A lição de Paulo de Tarso de que devemos sopesar a conveniência diante das possibilidades é um farol na nossa caminhada no mundo, e aos jovens, saindo da proteção do núcleo familiar para enfrentar as agruras e alegrias da vida adulta, se apresenta a sentença como basilar, para que saibam estes o que querem, até onde alcançam e se aquela atitude é a que o Cristo espera de nós, relembrando outra importante frase de Paulo, na sua conversão à porta de Damasco, quando pergunta ao Cristo: “Senhor, o que queres que eu faça?”

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
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sábado, 12 de novembro de 2011

As profecias acontecem em um presente para um futuro incerto


As profecias não são de fatos definitivos, pois, por nosso livre-arbítrio, eles podem ser alterados. Realmente, a profecia é como se fosse uma hipótese, e não uma coisa certa e definitiva. No Novo Testamento, percebe-se um esforço dos autores para adaptarem alguns de seus fatos às profecias do Velho Testamento.
O sincronismo junguiano trata das coisas que acontecem ao mesmo tempo. Por exemplo: dois relógios marcando a mesma hora. Com as profecias ocorre o contrário, pois elas são a visão de fatos por um médium vidente (1 Samuel 9:9), os quais ocorrem em um tempo diferente do momento em que elas são feitas.
Dizendo de outro modo, as profecias são a percepção de acontecimentos que ocorrerão no futuro. Mas elas têm suas causas num tempo presente ou num passado trazido para o presente em que elas são proferidas.
E elas podem não se realizar ou se realizam de modo diferente, pois elas estão sujeitas à chamada lei de causa e efeito, que é uma lei cósmica sagrada, que funciona em consonância com este dito bíblico e universal: colhe-se o que se planta, que consta de todas as escrituras sagradas de todas as religiões. Mas como ensina são Pedro e outros autores bíblicos, uma boa ação encobre multidão de pecados. (1 Pedro 4:8). Esse ensino quer dizer que a prática do
amor ou do bem faz um contrapeso com as nossas faltas que prejudicam o nosso semelhante e, por consequência, também a nós. Num determinado momento, pelas circunstâncias no presente, um médium vidente (1 Samuel 9:9) ou profeta pode ver os efeitos de sofrimento ou de recompensa provenientes dessas circunstâncias do presente. Mas elas poderão ser suavizadas ou até anuladas totalmente, dependendo do comportamento de uma pessoa ou de um povo antes que elas devam acontecer no futuro.
Assim, pois, se o médium ou profeta vir a desdita de uma pessoa ou povo para o futuro, é porque essa pessoa ou povo, naquele momento presente, merece realmente o sofrimento e a dor no futuro. Porém, pode acontecer o contrário, o médium ou profeta, presenciando as boas ações de um indivíduo ou de um povo, é levado a prever um futuro venturoso para tal indivíduo ou tal povo, o qual, porém, pode se modificar também.
Jesus, vendo a perversão dos judeus seus contemporâneos, disse que a rainha de Sabá (do Sul) mais os habitantes de Nínive se levantariam, isto é, se reencarnariam, na época do Juízo Final, e condenariam aquela geração. (Mateus 12:38 a 42; e Lucas 11: 29-32). Mas porque a misericórdia divina não cessa jamais, aquela geração má poderia regenerar-se com boas obras, enquanto não vier o Juízo Final, e mudar, pois, o seu destino. Aliás, a reencarnação é para isso mesmo, e “não há um dia como um depois do outro!”
No livro “Não será em 2012”, da médica e cientista Marlene Nobre e de Geraldo Lemos, é dito que Chico Xavier fala de fatos que lembram o final dos tempos, não para 2012, mas para 2019, com ou sem guerra, dependendo da escolha (livre-arbítrio) da humanidade, mas fala isso de modo comedido e sem determinismo.
E Jesus, que foi o maior profeta que já existiu na Terra, prudente e sabiamente, se recusou a profetizar quando seria o final dos tempos (Mateus 21:27), dizendo que só Deus, o Pai, o sabia!

PS:
Recomendo o livro “Planeta Terra em Transição”, do médium psicofônico Izoldino Resende, pelo Espírito Ismael, Ed. Chico Xavier, Sta Luzia (MG).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com
Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ainda o dinheiro


Nunca demais esclarecer esse ou aquele ponto obscuro, em torno do dinheiro.
Moeda é sempre parcela do esforço ou do suor de alguém. Cansaço que se metalizou para auxiliar ou inquietação que se fez crédito, em louvor do bem coletivo.
Cada pequeno ou grande desgaste da criatura em ação ter-se-á transformado em recurso capaz de colaborar na garantia do corpo social.
Não existe dinheiro desprezível.
Venha de onde vier, pode ser notícia de alguém que tombou na doença ou na morte, a fim de conquistá-lo; sacrifício de irmãos fatigados que o obtiveram à custa da fadiga e de lágrimas; fruto de renúncia e pranto de irmãos em desespero ou idéia materializada de amigos que esfoguearam a própria cabeça, buscando atraí-lo para ganhar o pão.
Dinheiro é trabalho concretizado a dissolver-se em aquisições e realizações, apoio humano, prestação de serviço, auxílio e dádiva.
Moeda pode converter-se em prato que alimenta, remédio que alivia, livro que instrui, teto que protege e força que recompõe.
Dinheiro é sangue do organismo social que não se deve afastar da circulação, sob pena de gerar anemia do progresso e a penúria comunitária.
Por isso mesmo, cabe-nos manejá-lo, quando na Terra, com reverência e altruísmo, sem abusar dele para qualquer atividade deprimente que resgataremos, em qualquer tempo, na lei de causa e efeito, porque o dinheiro em si é suor da criatura humana e bênção de Deus.

Referência Bibliográfica:
XAVIER, Francisco C. / Espírito Emmanuel. Inspiração. São Bernardo do Campo, SP: GEEM (Grupo Espírita Emmanuel), 1978. p.60-62.

Carlos G. Steigleder
carlossteigleder@ig.com.br

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nosso Lar - Cap. 02/01 - Clarêncio


Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.
Os capítulos 1, 2 e 3 (Novo amigo) foram postados no dia 04/07/11, e os capítulos 1,2 e 3 ( André Luiz ) foram postados no dia 01/08/11 e os capítulo 1,2 e 3 ( nas zonas inferiores ) foram postados no dia 26/08/11, caso queiram acompanhar desde o início.

Nosso Lar - Cap. 02/02 - Clarêncio

Nosso Lar - Cap. 02/03 - Clarêncio