sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Grupo de Teatro Grêmio Espírita Atualpa


O Grupo de Teatro Grêmio Espírita Atualpa apresenta "Na Hora do Culto"
Direção teatral: Cassius Vantuil
Apresentações:  30 OUT (DOM), 05 NOV (SÁB) e 06 NOV (DOM) sempre às 20h
Local: Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima - SGAS QD 610 - Av. L2 Sul - CONJ D - Salão do BL "A" Distrito Federal.
Entrada Franca - Censura Livre

Sinopse: A família de Helena e Abelardo está em crise. São filhos de dois casamentos que estão passando pela fase da adolescência. Aparecida, a filha mais velha, está em conflito. Os espíritos protetores de seu lar querem ajudar, mas, a situação vai de mal a pior. Será que a reunião do evangelho no lar pode ajudá-los a superar esta transição? 

 
Produção: Grêmio Espírita Atualpa/Departamento de Arte e Cultura Espírita

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Frutas de semáforo


Aqui em Brasília, na capital federal, sempre sabemos a fruta da época sem visitar as plantações. Às vezes é o caqui, em outras épocas é a tangerina (ou mexerica para alguns). O morango também comparece, em suas bandejas recheadas... Em cada época, os semáforos enchem-se de pessoas defendendo um trocado, vendendo suculentas frutas da estação aos motoristas naquele pequeno e infinito intervalo, no período em que o sinal fica vermelho.
Essa situação de economia informal típica de algumas cidades nos faz refletir que a nossa vida tem épocas também. Mas, por vezes, precisamos parar no semáforo e perceber que uma nova época chegou, com seu gosto próprio. Passamos audazes e velozes, sem olhar as árvores nas margens da rodovia.
Seguimos lépidos, dia após dia, sem dar conta das grandezas de cada época da vida. A força da juventude, a alegria da infância, a visão da madureza e a experiência da melhor idade, colhendo frutos e lembranças. Cada época tem seu sabor, suas grandezas e possibilidades, florescendo nos pomares, em árvores frondosas, mas que passam, por vezes, despercebidas.
Uma doença, uma decepção, um fato imprevisto e desastroso..., mudanças de rota que nos fazem perceber, no infinito dos 30 segundos do semáforo rubro, a grandeza de cada fase e de como não utilizamos a sabedoria para aproveitar, da melhor maneira, esses momentos.
Aos que nos abordam nos semáforos da vida, com suas bandejas de frutas da época, devemos render nosso agradecimento, por nos lembrarem dos tesouros dos pomares vizinhos, e das sementes que plantamos, imperceptíveis em nossa avidez de comer as frutas, e que por vezes virão a florescer apenas em outra encarnação.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Cristãos da bíblia e os Teólogos antigos e dogmáticos


Há teólogos dizendo que os espíritas seguem os espíritos dos mortos, e que os verdadeiros cristãos seguem o próprio Deus.
Ainda bem que esses teólogos já admitem a verdade bíblica de que os espíritos dos mortos se comunicam conosco.
Nós devemos saber se os espíritos são bons ou maus (1 João 4:1). É que os espíritos que se manifestam são de vários tipos e não o do próprio Deus. E são Paulo chega a dizer que umas pessoas têm o dom de discernir espíritos. (1 Coríntios 12:10). As traduções bíblicas trazem muito a palavra espírito com a letra inicial maiúscula, como se fosse o do próprio Deus, e com o artigo definido “o”, em vez do indefinido “um”, que, salvo as exceções, é o certo, de acordo com os originais em grego ou hebraico. Assim, o correto seria “um espírito santo” ou “spiritus bônus”, como diz são Jerônimo na Vulgata Latina, e não o Espírito Santo. E o homem descobriu primeiro os espíritos dos mortos, depois o de Deus.
A Bíblia está cheia de manifestações de espíritos, que os tradutores chamam de anjos. Mas a palavra anjo, nos originais em grego (“aggelos”) e em latim (“angelus”) significa enviado, “office-boy” do mundo espiritual. E onde está escrito na Bíblia que esses espíritos são o Espírito do próprio Deus (chamado de Espírito Santo)? Que se chame o Espírito do próprio Deus de Espírito Santo, tudo bem, pois Deus é o Espírito Santo por excelência, o que, porém, é diferente do Espírito Santo ou Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, do que discordo, embora eu O respeite. Na verdade, o Espírito Santo é o conjunto de espíritos humanos avançados em evolução, o que todos, um dia, seremos. O Espírito Santo, no fundo, somos, pois, todos nós, embora muitos de nós só nos tornaremos santos mesmo no futuro. Por enquanto o somos apenas em estado potencial ou como sementes. Somos santuário dum Espírito Santo. (1 Coríntios 6:19).
Por os espíritos bíblicos serem de vários níveis de evolução, muitas passagens da Bíblia não podem ser tomadas como certas.
Umas, sim, mas não que o espírito responsável por elas seja o do próprio Deus, podendo ser de Deus no sentido de ser do bem. E é por isso que temos que examinar os espíritos, para concluirmos se devemos dar crédito a eles ou não, pois as profecias e revelações são feitas por eles, e muitas delas são falsas, exatamente porque os espíritos são falsos profetas. (Números 11:24 a 30; 1 João 4:1; e 1 Coríntios 14:30), lembrando que o médium é também profeta.
Uma polêmica que sempre dividiu os cristãos bíblicos e os dogmáticos antigos é o dogma da divindade de Jesus. De um lado, os teólogos do “partido” dos atanasianos (seguidores de santo Atanásio) a favor dessa doutrina instituída no Concílio Ecumênico de Niceia (325), e do outro, os contrários, representados pelos teólogos do “partido” dos arianos (seguidores de Ário). E os dogmas eram impostos à força, pois naqueles tempos passados, a Igreja era unida com o poder civil que lhe dava cobertura nas suas decisões doutrinárias dogmáticas. E toda doutrina que virou dogma, geralmente é porque é polêmica, e é polêmica porque seu fundamento bíblico é duvidoso, quando não contrário à Bíblia. Os espíritas preferem a Bíblia aos dogmas. Mas a própria Bíblia tem também as suas contradições, que não podem ser atribuídas Deus.
Lemos nela que foi Deus que entregou as Tábuas dos Dez Mandamentos a Moisés. (Êxodo 24:12). Mas, em outra parte (Atos 7:30), foi um espírito (anjo) que as entregou a Moisés!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”.
Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail:
jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.
 
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Jesus, os Pecadores e os Fariseus


“E aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa numa casa, eis que vindo muitos publicanos e pecadores, se sentaram a comer com ele e com os seus discípulos”.
E vendo isto os fariseus, diziam aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores ?”. (Mateus 9 : 10 e 11)


Vaidosos e preconceituosos, os fariseus não toleravam a companhia de pessoas humildes e pecadoras.
Ao avistarem Jesus entre pobres, comentaram com seus discípulos em tom de reprovação que o Mestre se deixava rodear de gente de má procedência.
Jesus, que jamais perdia uma oportunidade para ministrar um ensinamento adequado ao momento, respondeu-lhes: “Os sãos não têm necessidade de médicos, mas sim os doentes”.
E, realmente, como autêntico médico, Jesus curava os doentes do corpo e os da alma, consolava aflitos, orava ao Pai rogando as bênçãos espirituais para os sofredores de todos os matizes.
Tanto quanto no passado, os fariseus modernos apegam-se ao poder temporal, apreciam pompas e honrarias, disputam posição de relevo social e, sobretudo, criticam, difamam o Espiritismo pela simplicidade de seus cultos e por estar, sempre, ao lado dos humildes, dos necessitados e dos sofredores.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com
Maceió, Alagoas (Brasil)


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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O paradigma cliente-fornecedor na Casa Espírita


Determinados teóricos gostam de aplicar o modelo empresarial em tudo. Escola, governo, família, casamento e até nas organizações religiosas, como se fosse uma formula mágica de eficiência e perfeição em tudo o que se faz. Aplicam os conceitos da administração e as regras de mercado sem adaptações, supondo que sejam os mesmos pressupostos aplicados a todas as organizações. Quase um dogma...
Assim como na gerência de uma empresa, onde importam metas, rendimentos e o lucro, aplicam alguns às organizações religiosas esta lógica, fortalecendo entre estas e seus integrantes a relação cliente-fornecedor.
As casas espíritas não estão isentas de serem incluídas nessa lógica. Na literatura, nas falas e nos documentos administrativos, essa visão de mundo se materializa, reforçando uma concepção empresarial que separa em castas trabalhadores e frequentadores.
Reduzem-se as relações – e digo: reduz, pois a relação em uma organização religiosa é muito mais do que isso – a questão de que um oferece um serviço (evangelização, assistência espiritual, palestra) e o outro recebe, consome, avalia e exige a qualidade prometida. Se não gostar, reclama e busca outro fornecedor no mercado. A idéia competitiva se sobrepõe à colaborativa, em rankings informais e disputas infindáveis.
Não vejo problema nenhum em se avaliar pessoas e organizações... O problema é essa relação empresarial, onde, sob o discurso da pretensa eficácia e eficiência, atropelamos pessoas. Temos indicadores de sucesso internalizados vinculados a eventos, quantidades de frequentadores e outros fatores, mensuráveis, mais exteriores. É complexa a importação de conceitos de outros campos, indistintamente. Produto é um conceito fabril... Falamos de resultados como se na tarefa espírita, no mundo das pessoas, todo resultado fosse palpável e imediato.
O aconchego, o ambiente fraterno, a comunhão de esforços são valores da casa espírita que não podem ser esquecidos. E são imensuráveis... A sanha de se avaliar tudo e todos não pode suplantar o desejo de vivenciar e sentir.
Na empresa, o funcionário problemático é descartado, o trabalhador que falha é demitido e o cliente, esse tem sempre razão. É uma relação contratual, de partes, de deveres e direitos mútuos. Para a casa espírita, templo-lar-escola entre dois mundos, devemos construir outros paradigmas de relação, que sejam suportados pelos paradigmas filosóficos aos quais estamos vinculados. Para isso estudamos e refletimos.
Na casa espírita buscamos aproveitar o melhor de cada um, entender as dificuldades e ajudar ao próximo, sem esperar a contrapartida. Entendemos a vida como eterna, sucedendo-se em múltiplas encarnações. A dimensão da prática do bem, reflexiva, não está vinculada à quantidade de bolsas distribuídas e sim à reforma íntima em nós proporcionada. O propósito da casa espírita é a construção do homem de bem!
O problema desse paradigma, sob o manto da miraculosa eficiência, é a segregação de papéis, a profissionalização religiosa, a frieza no envolvimento das tarefas e a burocratização das realizações, escondendo o jogo de poder imbricado nesse modelo.
Terminamos por achar que uma boa casa espírita é aquela que tem instalações físicas de primeira linha, um belo site e grandiosos eventos. Esquecemos a edificação no altar interior, que não se vincula a ostentação no plano concreto.
A missão, a meta da casa espírita, é de difícil mensuração. Falamos de dois planos de vida, de ações que às vezes demoram 20 anos para frutificar ou, ainda, ações de alto risco e de baixo retorno. Não é uma empresa, visando ao lucro, abocanhar outras fatias de mercado ou, ainda, remunerar o investimento de seus acionistas.
Na casa espírita trabalhamos com integração de forças e não na biunívoca relação contratual, do toma-lá-dá-cá. Bem, pelo menos deveríamos... Somos voluntários e não funcionários. Não temos chefes, temos amigos.
É um assunto delicado, mas que merece a nossa profunda reflexão, dando a César o que lhe pertence, inclusive na forma de ver o mundo.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)


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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Bíblia proclama que Jesus morreu na cruz uma só vez


A passagem de Hebreus 9,27 é muito usada erradamente pelos adversários do fenômeno da reencarnação.
Vamos vê-la na íntegra e na sua continuação no versículo 28.
“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disso, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” O autor leva para o cristianismo a ideia judaica antiga de que os sacrifícios são agradáveis a Deus, com o que Jesus não concorda.
“Basta de sacrifícios, eu quero misericórdia.” (Mateus 9:13; e 12:7 e 33). A ideia central do autor é a de que os sacrifícios antigos eram frequentes porque eram humanos, mas o de Jesus era um sacrifício divino e, portanto, bastava um só, pelo que Ele morreu na cruz uma só vez como o homem morre uma vez só.
Os sacrifícios de animais jamais foram agradáveis a Deus, menos ainda o foram os dos seres humanos, e, principalmente, não o foi o de Jesus. Os espíritos que gostam de sangue são ainda pouco evoluídos, os quais eram frequentemente confundidos com o Espírito do próprio Deus. Daí o surgimento do que eu chamo de teologia do sangue, o que é um grande erro. O Deus verdadeiro não se deleita com sangue.
E a doutrina de que Jesus é também Deus nos leva a pensar que Deus se sacrificou a si próprio para si próprio! Os teólogos, perdidos com suas doutrinas, dizem que Jesus morreu como homem e não como Deus. Mas eles ensinam também que não se pode separar o lado humano de Jesus do seu lado divino. E, com esse argumento, dizem que Maria é Mãe de Deus (“Theotokos”). A verdade é que Jesus morreu na cruz como homem, porque Ele é de fato um Homem.
Retomando Hebreus 9: 27 e 28, o autor, como vimos, quer ressaltar que Jesus morreu uma vez só, como o homem morre uma vez só, depois do que vai a juízo para receber a recompensa ou a pena, de acordo com a lei de causa e efeito ou cármica (Romanos 14:10), pois a cada um será dado de acordo com suas obras, e ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo. Reforça essa verdade o fato de que a Bíblia fala também no Juízo Final, o que demonstra que o juízo particular mencionado não é definitivo, e isso porque o espírito continua a sua caminhada evolutiva através das reencarnações. O juízo particular é como se fosse um subtotal da fita do caixa de um supermercado, pois é de uma parte da existência do espírito. E o Juízo Final é o total dum ciclo, época da separação do joio do trigo. Mas não é para o mal dos espíritos, mas para o bem deles, pois Jesus não é um demagogo que ensina uma coisa e faz outra, contradizendo o seu ensino. Se Ele disse que não devemos julgar, Ele não vai julgar. E é Dele esta afirmação muito conhecida: “Eu não vim julgar o mundo, mas salvar o mundo” (João 12: 47), ou seja, todos, mas é claro, não ao mesmo tempo, o que seria injusto. E confiemos em Jesus, pois, como se diz, Ele não vai pisar na bola!
Na visão antropológica semítica da época em que o livro de Hebreus foi escrito, o homem era visto pelo seu lado fenomênico, material ou de barro. E é desse homem que morre uma vez só e que vive também uma vez só, que sai o seu espírito imortal para ressuscitar no mundo espiritual (Eclesiastes 12:7). E, oportunamente, ele ressuscitará na carne de outro homem que nasce, vivificando-o.
Se Hebreus 9: 27 e 28 condenasse a reencarnação, a misericórdia de Deus deixaria de ser infinita!

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo email: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Quando o inevitável acontece do Livro: Tensão Emocional


“Se o inevitável acontece, aceita corajosamente as provas em vista, na certeza de que todas as criaturas atravessam ocasiões de amarguras e lágrimas.” 

Vivendo num mundo material, sujeitos que estamos às situações próprias de nosso estágio, onde se incluem acidentes, enfermidades e toda sorte de ocorrências já tão bem conhecidas, estamos sempre expostos ao inevitável que normalmente surge em momento de surpresa. Emmanuel sugere que diante dele, aceitemos corajosamente as provas, sempre lembrando que todas as criaturas atravessam ocasiões de amarguras e aflições. A atitude de coragem diante das ocorrências inevitáveis, e na maioria das vezes muito desagradáveis é providência vital de superação e aprendizado valioso. Para alcançar referido nível de entendimento e armar-se dessa virtude notável, que é a coragem, precisamos entender o que são provas e expiações, nas expressões tão comuns e tão conhecidas no ambiente espírita. O que são provas? O que são expiações? Provas são degraus de aprendizado e crescimento. Foram solicitadas por nós durante o período de planejamento reencarnatório, sugeridas pelos benfeitores espirituais ou enviadas pela Sabedoria Divina para nos colocar “nos trilhos”, quando deles nos afastamos, ou trazer ensinamentos que necessitamos. Objetivo é sempre o aprendizado, que leva ao amadurecimento. Expiações são conseqüências de nossas ações, no passado ou mesmo no presente recente. Conseqüências das lesões que causamos em nós mesmos pelos vícios e condicionamentos e lesões ao próximo com prejuízos morais, sociais, físicos, patrimoniais, emocionais. Todo prejuízo causado a nós mesmos ou ao próximo exige reparação. Esse processo de reparação passa por três fases: arrependimento, expiação e reparação. A expiação é pois, a conseqüência dos males e prejuízos que causamos. Note-se, pois, que um evento externo ou interno que nos atinge – entre eles uma derrocada financeira, uma enfermidade, um acidente, perdas materiais, mortes de entes queridos – podem estar enquadrados em processos provacionais (de aprendizado) ou expiatórios (de conseqüências de prejuízos que causamos) ou dentro de nossas necessidades de aprendizado. Isso pode ocorrer individualmente na família, ou mesmo coletivamente numa cidade, povo ou pátria. Portanto, essas ocorrências inevitáveis tem razão de ser em nossas necessidades de amadurecimento, de aprendizado em determinada área ou como conseqüência de nossas precipitações do passado. Sabendo disso, cabe-nos encará-las como oportunidades também de crescimento. Podemos amadurecer muito com tais ocorrências, se as analisarmos com prudência, cuidado, e especialmente com o interesse de algo aprender com elas. Encará-las com revolta e reclamação, apenas agrava o quadro e ainda somos reprovados nas provas solicitadas – e, portanto aceitas - sugeridas ou enviadas. Para entender bem a questão será oportuno e didático estudar o item 18 – Bem e Mal Sofrer – constante do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Aprenderemos essa questão com profundidade, para bem aproveitar as situações que nos atingem.”

Matéria extraída do Blog: Orson Peter Carrara

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nosso Lar - Cap. 01/03 - Nas zonas inferiores

Nosso Lar - Cap. 01/02 - Nas zonas inferiores

Nosso Lar - Cap. 01/01 - Nas zonas inferiores



Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.
Os capítulos 1, 2 e 3 (Novo amigo) foram postados no dia 04/07/11, e o capítulos 1,2 e 3 ( André Luiz ) foram postados no dia 01/08/11 caso queiram acompanhar desde o início.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Música para ouvir e música para se cantar junto


A música é uma das formas de arte mais difundida no contexto atual. Arrasta multidões... Quem não gosta de uma boa música? Ouvimos música no carro, em casa, na festa, para meditarmos, para dormirmos e até cantamos no chuveiro. A música faz parte da nossa vida como expressão cultural.
No campo religioso não é diferente. As religiões, de diversas matrizes – africana, oriental, cristã –, todas, de um modo geral, utilizam cânticos, hinos, mantras e instrumentos musicais em suas práticas e cerimônias. Nesse sentido, a prática religiosa espírita também é rica em expressões musicais, principalmente nas atividades ligadas a infância e juventude.
Nas atividades espíritas utilizamos a música em diversos momentos: encontro de jovens, para a sensibilização antes da prece ou do passe. A música serve também como recurso didático em nossas aulas ou, ainda, como expressão artística para apreciação pelo público, tratando as temáticas afetas ao Espiritismo, não com o sentido de isolar o espírita do mundo e sim como forma de expressão religiosa.
Entendo que a música espírita não implica necessariamente que os espíritas devam somente ouvir esse tipo de música, isolados do mundo e de todos, como um monge da idade média.
Falamos de música espírita. O que é música espírita? A feita por espíritas? A feita para espíritas? Com conteúdos espíritas? Toda classificação é falha e incompleta, ainda que tenhamos essa necessidade eterna de rotular. Entendo a música espírita como aquela que nós utilizamos em nossas práticas de religiosidade, com conteúdo coerente e consoante com nossos ideais e nossa visão de mundo.
Já que falamos de classificações, as músicas são diversas, por ritmo, estilo etc.
Nesse breve artigo dividiremos a música utilizada na prática espírita em dois tipos: música para ouvir e música para se cantar junto.
Música espírita para ouvir é quando em auditórios, teatros e eventos, nos sentamos para apreciar uma apresentação musical. Compramos CDs, colocamos no nosso carro e ouvimos, meditando e viajando no pensamento por aquelas ondas musicais.
A música para cantar junto é aquela que cantamos em coral, é quando na abertura das atividades, com a letra projetada na parede, cantamos em um quase uníssono, às vezes meio desafinados, buscando em uma só voz elevar o nosso pensamento.
O leitor já percebeu que a mesma música pode se encaixar nas duas classificações. Não é essa uma tipologia de músicas e, sim, da nossa postura diante da música. Um paradigma se caracteriza, com as devidas proporções, a uma postura de consumo da música. O outro se apresenta em uma vivência mais participativa. São classificações de abordagens necessárias ao seu momento e que por vezes se confundem e entrelaçam. Existem momentos que precisamos de uma interação mais passiva, de audição. Em outros, nos empolgamos, queremos dar as mãos, nos abraçamos e cantamos juntos.
A questão crucial dessa discussão é que por vezes, pela força dos modernos equipamentos e instrumentos, das bandas organizadas, da difusão de internet das músicas, relevamos a importância das interações participativas. Para além dos estúdios e dos shows, devemos sempre propiciar ao jovem o canto "ao pé da fogueira", como elemento de coesão do grupo. Afinal, nada substitui o grupo, como elemento vivo e pulsante em cada acorde de canção.
Por isso, ainda que tenhamos na música para ouvir excelente instrumento de sensibilização, de meditação e como recurso didático, na prática das juventudes espíritas não podemos esquecer a força de se participar de um coral ou ainda aqueles momentos em que a música nos enlaça, no canto uníssono. O discurso da qualidade musical, da técnica não pode suplantar a força agregadora da música, como visgo que une corações e mentes.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O campo de atuação do Espiritismo


No que se refere aos profitentes das diversas correntes religiosas na Terra, verificamos que há os que vivem em penumbra, presos pelas algemas dogmáticas, acorrentados ao preconceito e à ignorância, sem liberdade de analisar e perquirir; há os que vivem sob o fascínio e o deslumbramento com as pomposas práticas exteriores; há os que vivem jungidos aos paramentos, imagens e altares; há os que vivem o exclusivismo religioso, prisioneiros da letra que mata, ou seja, da fé cega, privados do espírito que vivifica, ou melhor, do exercício da fé raciocinada, da interpretação à luz da razão dos textos sagrados, dos fatos e dos fenômenos da vida material e da vida espiritual.
Esses não entendem, nem mesmo conhecem a beleza e a importância da Doutrina Espírita, revivescimento do Cristianismo em sua original pureza e simplicidade; esses não veem, nem mesmo vislumbram a portentosa obra em prol do progresso da humanidade, edificada e mantida pelo Espiritismo, singelamente, sem foguetório, sem ostentação, sem o trombetear dos fariseus de ontem e de hoje.
A atuação do Espiritismo se faz sentir no campo social, na área intelectual e no aspecto moral-religioso, dos encarnados e desencarnados.
Presta, a Doutrina dos Espíritos, uma assistência social aos carentes, sofredores e enfermos da Terra, ainda ligados pelos liames do corpo denso, quer seja com o pão material, o agasalho para os nus, o abrigo para os sem-teto e o remédio para os males físicos, quer seja com o alimento espiritual em forma de orações, de palavras de conforto, de esperança e de fé na indefectível bondade e justiça de Deus. Assiste, igualmente, aos Espíritos desencarnados que vagueiam na erraticidade, próximos à crosta planetária, orientando-os quanto aos seus deveres perante o Senhor, seu futuro de imensas responsabilidades, ensinando-lhes a lei do amor e do perdão, preparando-os para uma reencarnação menos dolorosa.
Assimilando a exortação feita pelo Espírito de Verdade – “ESPÍRITAS, AMAI-VOS, EIS O PRIMEIRO ENSINAMENTO. INSTRUÍ-VOS, EIS O SEGUNDO” –, o Espiritismo dá ênfase à necessidade de seus adeptos crescerem também intelectualmente, por meio do estudo rigoroso, sistemático e obrigatório da Doutrina em seus ângulos filosófico, científico e religioso, enveredando, outrossim, nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Favorece, destarte, o desenvolvimento da inteligência e a ampliação do saber.
Age, nossa Doutrina, com especial dedicação, no sentido de levar o homem a corrigir-se moralmente, dominando seus impulsos agressivos, vencendo suas inclinações para o mal, eliminando vícios de qualquer natureza, fazendo, enfim, uma total reforma íntima, dentro dos lídimos padrões cristãos, consubstanciados no mais sublime manual de conduta humana – O EVANGELHO.
Em seu aspecto religioso, é o Espiritismo uma fonte perene de consolações, de esperanças e de certezas num futuro de progresso e de paz espiritual. É, sem dúvida, o CONSOLADOR prometido por Jesus.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com
Maceió, Alagoas (Brasil)


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terça-feira, 9 de agosto de 2011

A mistura de crenças de hoje deve-se à evolução cultural


A lei da evolução é como a da gravidade e outras da natureza, ninguém a segura.
No passado, apenas os líderes religiosos sabiam ler. E pegou a moda de que apenas eles podiam ensinar a religião. Com o crescimento da população alfabetizada, eles, para manterem seu status quo de únicos donos das verdades religiosas, acabaram proibindo os leigos de lerem a Bíblia. E a Igreja tinha razão para isso, pois, por ignorância, as pessoas interpretavam a Bíblia apenas literalmente, quando seus textos são mais simbólicos. E, hoje, é o grande abuso dessas interpretações literais, mas também metafóricas, da Bíblia que mais divide os cristãos.
Porém, graças à evolução cultural das pessoas, o cristianismo caminha para uma nova realidade. Não são apenas os padres, bispos e os pastores que entendem de questões bíblicas e teológicas. E há até leigos que sabem mais desses assuntos do que eles, tanto pela sua inteligência como pela sua dedicação por robe ao estudo dessa área. E quem estuda um assunto por robe, sabe mais. Com a aceleração da evolução cultural, as polêmicas religiosas vão se multiplicar. Daí que vamos ter muitos católicos e evangélicos que vão dizer, como já acontece muito, que creem na reencarnação e outras doutrinas, que, oficialmente, o cristianismo condena. É até comum o indivíduo ter hoje mais de uma religião, o que irrita os líderes religiosos. E nada lhe vai acontecer, se ele não for membro duma hierarquia religiosa. E os padres e pastores vão parar de pregar certas doutrinas, que eles sabem que seus fiéis não as aceitam mais, como já acontece, nas comunidades religiosas de melhor nível cultural. Mas isso é feito discretamente, pois eles não querem complicações com seus superiores. Um padre ou pastor, que já que crê na reencarnação, não pode defendê-la de público.
Em 1904, num exemplo da mistura de crenças oriundas da evolução cultural do mundo moderno, o italiano Dr. José Lapponi, antropólogo e médico dos papas Leão XIII e são Pio X, lançou a famosa obra científica e espírita “Hipnotismo e Espiritismo”, a qual foi apoiada pelo Papa Leão XIII. Estudioso profundo dos fenômenos espíritas, e com o aval de famosos corifeus da ciência de sua época, Lapponi defende o espiritismo, demonstrando de modo convincente e contundente que ele é uma realidade objetiva histórica, bíblica e científica. E eu afirmo aqui que o católico que ler essa obra, no mínimo, se tornará simpatizante do espiritismo. Não foi, pois, à toa que a Federação Espírita Brasileira (FEB) a traduziu para o português.
Mas chegando às partes finais do livro, o autor assusta o leitor, dizendo que o espiritismo é imoral e deve ser evitado, embora não negue a realidade dos fenômenos espíritas de cuja autenticidade, como vimos, faz uma brilhante apologia no desenrolar de toda a sua obra.
Ficou em mim uma dúvida se Lapponi foi totalmente sincero ou se ele teve que, na ultima hora, sacrificar parte da sua verdade, para poder contar com a valiosa aprovação citada do seu trabalho literário pelo Papa Leão XIII, precavendo-se, assim, contra prováveis condenações desta sua monumental obra em defesa da realidade dos fenômenos espíritas!


Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar: “TODAS AS COLUNAS”.
Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147
 
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sábado, 30 de julho de 2011

Nosso Lar - Mensagem de André Luiz - 01



Obs.: Foi produzido pela TV Alvorada Espírita e apresentado por André Luiz Ruiz, o programa O Espírito da Letra é exibido pela TV Mundo Maior analisando a obra do Espírito André Luiz a partir do livro Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, trazendo em uma linguagem de fácil compreensão as explicações da vida no mundo.
Os capítulos 1, 2 e 3 ( Novo Amigo) foram postados no dia 04/07/11, caso queiram acompanhar desde o início.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Por que e para que o Centro Espírita?


Certa vez, quando eu era ainda um adolescente, um amigo indagou-me por que existiam e o que se fazia nos Centros Espíritas.
Com muita simplicidade e sem maior aprofundamento no mérito da questão, respondi-lhe que o Centro Espírita é uma casa de orações, onde se pratica a fraternidade entre seus componentes encarnados e desencarnados.
Desconhecedor da Doutrina Espírita, meu amigo, ironicamente, argumentou que para se rezar, a cidade estava cheia de igrejas e de padres.
Por serem diminutos os meus conhecimentos, curta a minha inteligência e fraca a minha habilidade para contra-argumentar, faltou-me, na ocasião, a palavra fácil e bem conduzida para maiores explicações.
Agora, lendo o livro “MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS”, de Eliseu Rigonatti, encontrei no capítulo “Os Centros Espíritas”, o necessário esclarecimento, a resposta adequada àquela pergunta, que passo a transcrever:

“Um Centro Espírita é uma agremiação que tem por finalidade:

1. - A difusão dos ensinamentos de Jesus, consubstanciados em seu Evangelho e explicados à luz do Espiritismo.
2. - A difusão do Espiritismo que é uma doutrina que tem por bases a imortalidade da alma e a reencarnação dos espíritos.
3. - A prática da caridade espiritual através dos passes, da água fluida e da prece.
4. - O desenvolvimento da fraternidade universal pela extinção dos preconceitos de raças, de cor, de religiões e das classes sociais e de outras quaisquer barreiras que separam a família humana e a tornam infeliz.
5. - O desenvolvimento do senso de responsabilidade de cada indivíduo, demonstrando que pelo livre arbítrio cada um é responsável plenamente pelos seus atos, cujas conseqüências atingirão quem os pratica mais cedo ou mais tarde.

Um Centro Espírita é dirigido por duas diretorias: a diretoria terrena e a diretoria espiritual.
A diretoria terrena é composta de um grupo de pessoas de boa vontade, dotados de idéias nobres que se reúnem para lutar pelo progresso espiritual da humanidade. A diretoria espiritual é composta de espíritos abnegados que lutam ao lado da diretoria terrena e lhe secundam os esforços.
Entre as duas diretorias reinará a harmonia a fim de que os trabalhos não sejam perturbados pelas entidades malfazejas. Íntima e sincera amizade ligará os diretores terrenos e os espirituais porque são, de fato, amigos que habitam planos diversos e aos quais foi permitido congregarem-se para a realização de um ideal comum. Para presidir ao Centro, escolhe-se, sempre, o irmão mais capaz, mais estudioso e que apresente as melhores garantias de que não falhará no desempenho da tarefa que lhe foi confiada.
Entre os médiuns é preciso que haja uma grande estima, nunca um se julgando mais do que o outro e lembrando-se de que o pequenino esforço de cada um resultará em engrandecimento de todos.
Enfim, um Centro Espírita é um templo de estudo, de fé, de oração e de trabalhos, onde encarnados e desencarnados, estudando as leis eternas que emanam do Senhor, assentam os alicerces de um mundo de compreensão e de amor”.
Hoje, transcorridos quase setenta anos, após tantos fatos vividos e revividos, depois de tantas lições recebidas e repetidas, quando, por fim, adquiri o mínimo de experiência desejável e um pequeno acervo de conhecimentos da Doutrina Espírita, respondo com mais detalhes ao meu amigo, se é que ele me pode ouvir em algum lugar do mundo ou da espiritualidade:
Meu amigo, a Casa Espírita pode e deve ser considerada uma igreja, uma escola, um hospital, conforme as necessidades de quem a procura.
É uma igreja onde se louva a Deus em Espírito e Verdade, sem o culto a ídolos, sem incensos, sem velas e outros apelos materiais, sem rituais e formalidades; é uma casa de orações onde se reza com sentimento de espontaneidade, sem textos decorados e repetitivos, sem fórmulas preconcebidas, sem oblatas, sem óbolos, sem espórtulas ou quaisquer retribuições financeiras.
É uma escola onde se estuda o Evangelho de Jesus e se vive o Cristianismo em sua pureza e simplicidade primitivas; é um educandário onde se aprende a amar a Deus, ao próximo, aos inimigos, onde se instrui sobre a lei de causa e efeito, ou seja, a cada um segundo as suas obras, onde se busca adotar o lema “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.
É um hospital onde são atendidos os sofredores encarnados e desencarnados, possuidores de chagas morais, portadores de desequilíbrios emocionais provocados por desatinos cometidos nesta ou em encarnações passadas, vítimas de desajustes familiares e sociais.
Ah ! meu amigo, a Casa Espírita é tudo isso e mais, é um refúgio de paz para as almas atribuladas.
Praza aos céus que você, depois de tanto tempo decorrido, já possa entender toda essa realidade.
Que Jesus o abençoe e que você possa ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

A tese de que o Espiritismo é o Consolador tem base na Bíblia


Quem estuda a Bíblia e o espiritismo, percebe logo que ele é bíblico. Aliás, ele existe desde que o mundo existe.
A Igreja declarou, no final do século 19, que o espiritismo deveria ser atacado com todas as armas. E os protestantes e evangélicos acataram também essas instruções. Mas faz bastante tempo que a Igreja parou de atacar o espiritismo. Contudo, ficou a sua difamação.
A Bíblia proíbe o contato com os espíritos dos mortos (Deuteronômio capítulo 18). Mas essa própria proibição de Moisés, e não de Deus, prova que esse contato existe. E ela só valeu para o povo hebreu daquele tempo, como foi o caso do apedrejamento das prostitutas, pois não consta do Decálogo.
Para a Bíblia, as profecias são feitas por espíritos através dos profetas. (1 João 4:1; e Números 11:25 a 30). E ela nos mostra também que os profetas não são apenas aqueles famosos, como Isaias, Jeremias, Joel etc., mas que todas as pessoas podem ser profetas, que Kardec passou a chamar de médiuns, havendo uns que têm esse dom mais aguçado. Jesus, quando ia participar de um fenômeno mediúnico mais especial, como o da Transfiguração, sempre Ele convocava os três maiores médiuns dos seus apóstolos: Tiago, Pedro e João. Já Paulo denominava esses dons proféticos ou mediúnicos de dons espirituais. “Se alguém se considera profeta ou espiritual...”(1 Coríntios 14:37). Mais tarde, foi criada a doutrina do Espírito Santo, principalmente a partir do Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), passando a ser atribuída a ele a origem dos fenômenos proféticos ou mediúnicos. O apóstolo Paulo, que não conheceu o Espírito Santo da Santíssima Trindade, atribui esses fenômenos ao próprio espírito do médium ou profeta. Quando o indivíduo ora em línguas, é o próprio espírito dele que ora (1 Coríntios 14:14), fenômeno que o espiritismo denomina de animismo, embora exista a xenoglossia (quando o médium fala línguas estrangeiras desconhecidas por ele), o que não deve ser confundido com glossolalia ou bla bla bla. E Paulo aconselha a prática, de preferência, de profecias. “Procurai com zelo os dons espirituais, mas que principalmente profetizeis”. (1 Coríntios 14:1; e 14:39). O médium prático só recebe um espírito, quando ele quiser.
“Os espíritos (entidades) dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas” ou médiuns. (1 Coríntios 14:32).
Nos capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios, temos verdadeiras aulas de sessões espíritas, quando ocorrem profecias e revelações, tal qual acontece, hoje, nas casas espíritas de todo o mundo, práticas essas que que nos consolam, pois nos deixam mais fortes na fé, pincipalmente com relação à nossa imortalidade. “Para todos aprenderem a serem consolados”. (1 Coríntios 14:31). Porém essas reuniões mediúnicas paulinas não acontecem mais nas igrejas ou templos cristãos, ou acontecem, mas, os espíritos manifestantes são tidos erradamente como sendo o próprio Espírito de Deus (que presunção!), que os participantes chamam de Espírito Santo.
Esses fenômenos mediúnicos, além de terem base Bíblica, contam também, hoje, com o respaldo da ciência espiritualista, e como foi dito, de fato eles nos consolam!

PS: 1) Estarei novamente no programa espírita Transição, aos domingos, às 16h15m, campeão de IBOPE da Rede TV, em 24-7-2011, com o tema “O Apocalipse”.
2) Lançamento do meu livro “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Ed.Chico Xavier, em 23-7-2011, das 10 às 13h, na Livraria da UEM, Rua dos Guaranis, 315, Centro de Belo Horizonte (MG).

Obs.: Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br Clicar “TODAS AS COLUNAS”. Podem ser feitos comentários abaixo da coluna. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “O Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu email: jreischaves@gmail.com Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A tragédia de Realengo e a Páscoa judaica

Artigo publicado, na seção: Tendências/Debates, da Folha de S.Paulo, de 22/04/2011

Devemos cercar nossos filhos com o calor que só o amor emana; precisam se sentir membros da família, da comunidade e da sociedade Já houve épocas em que "levar bomba" na escola poderia ocasionar, no máximo, uma severa repreensão dos pais e a perda de um ano de estudos. Atualmente, a bomba é literal.
Estamos nos dias da Páscoa, quando a Lei Judaica nos obriga a se abster de qualquer pão convencional (fermentado) e a consumir apenas a matsá (pão ázimo), lembrando a libertação do povo judeu da escravidão do Egito. Ambos são elaborados com água e farinha, mas o pão cuja massa cresceu simboliza o orgulho; a matsá, o pão achatado, simboliza a humildade.
Ordenou o Criador: "E cuidareis do pão ázimo" (Êxodo 12:17), para que a matsá não fermente. Na prática, existem duas formas para você inibir a fermentação natural:

a) Antes de começar a inflar, pegamos a massa e rapidamente a colocamos no forno.
b) Basta continuarmos a sovar a massa, trabalhando-a sem parar, não permitindo que ela fique "ociosa" -mesmo por horas-, e ela não fermentará.

Nossas crianças e nossos jovens são a massa mais preciosa que temos.
Assim como, por natureza, qualquer massa fermenta e incha, de forma similar a criança, apesar de pura, é propensa ao egoísmo e pode tender para a maldade.
É nossa obrigação cuidar dessas massas jovens para elas não fermentarem nem azedarem, pois uma criança que se sente rejeitada pode causar danos irreversíveis à sociedade. O judaísmo, como falamos, oferece duas alternativas para inibir a fermentação do caráter e a tendência para a arrogância e a maldade: o calor do forno e o trabalho com a massa.
Analogamente, devemos cercar nossos filhos com o calor humano que somente o amor emana. Eles precisam sentir-se queridos e membros orgulhosos e ativos de algo maior: família, comunidade e sociedade.
Querem amar e ser amados, conhecer o calor e a intensidade dos relacionamentos familiares.
Trabalhar a massa significa fazer com que os nossos jovens se interessem pelas coisas. Que estejam ocupados com assuntos bons e positivos. A ociosidade é extremamente perigosa para eles. Temos que dar a eles muitas responsabilidades para cumprir a fim de que não tenham tempo nem sequer para pensar em errar.
Na triste tragédia da escola de Realengo, o assassino foi descrito pelos colegas como uma pessoa tímida e calada. Porém, numa análise mais profunda, percebe-se que ele cresceu sem o calor familiar necessário.
Passou por vários braços e sofreu decepções e rejeições na vida.
Também ficava horas e horas em frente à tela do computador.
Uma vez que a tecnologia é desprovida de moral e não produz pessoas melhores, essa ociosidade e essa falta de "calor do forno" fizeram a massa fermentar.
Há décadas, o Rebe de Lubavitch, líder mundial judaico, já dizia: "Ao contrário do senso comum, que considera as crianças potenciais seres humanos, incapazes de atingir o seu valor completo antes da maturidade, a tradição judaica as vê como dignas e merecedoras do nosso tempo, já que personificam a pureza de propósitos, sinceridade, fé e amor à vida".

DAVID WEITMAN
Rabino da Congregação Beit Yaacov, São Paulo.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Internet, Infância e Juventude

 
Muitas invenções e descobertas do ser humano modificaram a sua vida cotidiana de forma irreversível. A lâmpada elétrica, o avião, a propulsão a vapor, a pílula anticoncepcional... somente para apresentar as mais relevantes no campo da tecnologia.
A última década inseriu com grande capilaridade em nossas vidas uma outra descoberta a Internet que pela sua capacidade de vencer distâncias e a promover interação entre os componentes dessa rede, trouxe mudanças significativas em nossos hábitos, em especial os das crianças e jovens atuais, que cresceram à luz desse mundo multiconectado.
Para além da questão da habilidade em operá-la, onde jovens e crianças manuseiam os computadores com destreza e naturalidade, a Internet mexeu diretamente com o contato destes com o mundo, sendo esta uma relação mediada. Os nossos jovens conversam com seus amigos por meio de teclados, monitores e programas. Os encontros, as brigas, o lazer, tudo se faz por intermédio da máquina, em jornadas de horas a fio, em dias e madrugadas, conversando, navegando e interagindo.
Além da mediação, a internet cria no jovem e na criança o hábito de realizar várias coisas ao mesmo tempo, a similitude do ambiente multitarefa dos computadores, com múltiplas janelas abertas, disputado a atenção dos sentidos sobreexcitados, entre sons e imagens.
Por fim, a internet traz ao jovem e a criança uma lógica programática, de seguir um rumo pré-determinado pelos sistemas, a maneira dos "if-then-else" da programação, atingindo os níveis pelo seu esforço e dedicação e pouco pela sua criatividade, no perigoso "efeito RESET': onde não gostou, reinicia tudo. O amigo máquina pode servir de substituo do convívio, do abraço e do "bom dia", O jovem vê tudo pela lente, escravo daquela forma de se relacionar com o mundo, como uma muleta para ser ele mesmo.
Essa vivência mediatizada pela máquina esconde o jovem dos outros, dos seus próximos, em máscaras de "nicknames". As ações múltiplas que trazem movimento, ao mesmo tempo impingem pouca profundidade nas relações. A visão programática favorece o individualismo, a competitividade e o desapego. Pequenos exemplos de pontos negativos na personalidade e que necessitam ser trabalhados, entendendo a internet como algo irreversível, que trouxe avanços, mas como tudo, demanda cuidados.
Entretanto, como tudo na vida, a internet guarda em si grandes possibilidades, latentes, que precisam ser exploradas. As construções colaborativas - (WIKI) - as possibilidades de pesquisa e ainda a imensa capacidade de mobilização da rede, agindo no mundo virtual para operar mudanças no mundo real são exemplos dessa atuação que enriquece. A internet, bem dosada, é ferramenta de desenvolvimento e de amadurecimento da infância e da juventude, para a construções do Reino de Deus sobre a terra.
Como realidade inconteste e sem volta, cabe a nós no movimento espírita que labutamos na seara infanto-juvenil, propiciar a orientação adequada do uso dessa potencialidade, incentivando nessa rede as opções de crescimento, de troca de material, de divulgação de artigos, de reencontro dos amigos, de debates virtuais, blogs, coberturas on-line, campanhas fraternas e uma gama de boas práticas que mostram que usar essa rede é muito mais que isolar-se no seu mundinho em jogos e movimentos superficiais.
Não adianta torcer o nariz para essa inovação tecnológica que diariamente bate à porta de nossas residências. Importa enxergar nesse instrumento um caminho de fraternidade e de união entre os espíritos encarnados, na realização do grande sonho da comunicação global, no respeito as diferenças e na construção da almejada fraternidade universal entre os povos, que depende muito mais de nossa transformação moral do que de equipamentos eletrônicos.
Faz-se necessário incluir a internet em nossas aulas, atividades e discussões com os jovens, aproveitando essa dádiva. Negá-la é isolar-se do mundo dos jovens e das crianças, afastando-os da mesma forma.
 
Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

  
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Assédio sexual


A sexualidade mal resolvida pode causar obsessão


Certamente boa parte dos tarefeiros dos centros espíritas são pessoas mal resolvidas em se tratando de libido e sexualidade. Para os espíritos aqui encarnados os grandes problemas e porta de entrada para o processo obsessivo são a gula e os problemas sexuais; além dos tradicionais: egoísmo, orgulho, vaidade, melindres e desejo de poder. Inevitável que os comandantes das sombras usem e abusem dessas dificuldades para criar empecilhos ao bom andamento dos trabalhos de esclarecimento e ajuda aos encarnados e desencarnados – o problema é que nós facilitamos demais a tarefa deles levando a sexualidade mal resolvida para dentro da casa espírita. Daria para separar? Até certo ponto sim; lógico que não vamos deixar nossos problemas de libido e outros distúrbios psicológicos e até psiquiátricos na esquina do centro; mas, vigiar e orar; nunca é demais. Fora do centro podemos dar vazão aos nossos instintos mal resolvidos? Claro que não, pois nossos amiguinhos do além podem ficar tão grudados em nós que os mentores são obrigados a permitir sua entrada nos locais de tarefa e, caso o padrão vibratório do grupo esteja em baixa, situações constrangedoras de assédio irão ocorrer.
A quem muito for dado...
Claro que os alvos principais serão os dirigentes e todos os que se encontram em tarefa com algum destaque – esses devem vigiar e orar mais ainda, para não dar sopa para o azar; pois o assédio será inevitável e sempre usando assistidos de carteirinha (fiéis do centro) ou de forma mais comum e contundente: trabalhadores.
Todos nós corremos o risco de alguém distraído se apaixonar pela nossa pessoa ou pelo que representamos em situação e momento completamente fora de propósito (obsessor); ou vice versa.
Nestes não tão longos assim, anos de andança pelas casas espíritas já presenciei situações inusitadas e até engraçadas com relação à libido e aos interesses sexuais. Numa delas um dirigente muito, mas muito lido e instruído, uma pessoa absurdamente conhecedora da Doutrina dos Espíritos, estava de caso com uma trabalhadora (seu braço direito) – nada de condenável nem de ilegal, pois ambos eram divorciados, mas o romance era mantido em sigilo - só que todos sabiam, apenas fingiam não ver, pois nessas coisas até cegos enxergam o que não precisariam ver. Num belo dia surgiu assim do nada (será?), durante a tarefa, uma discussão a respeito de almas gêmeas. Confesso que a culpa foi minha (descuido e falta de qualidade espiritual), pois senti onde a coisa ia dar, mas nada fiz para impedir – e afirmei que essa coisa de alma gêmea eterna me parecia “besteira”; tamanhas as nossas necessidades de aprender a ajudar e a receber auxílio. Disse que alma gêmea é a que está ao nosso lado – e que nos bons momentos é nosso amorzão eterno e nos maus é a mala que temos que carregar. Sem querer querendo, ofendi mortalmente o interesse sexual ou não do dirigente que logo começou a citar Emmanuel, Kardec e sei lá mais quantos; para referendar seu ponto de vista de alma gêmea – e a coisa rolou ainda bom tempo depois com trique-triques, falatórios e mensagens escritas. O pior: para alegria dos mentores das trevas, o grupo acabou rachado: pois o dirigente colocou as coisas nestes termos: ou está comigo e com dona pureza doutrinária ou está contra mim. Ainda bem que boa parte do grupo fez ouvidos moucos a essa situação, e tudo seguiu em frente, mas o grupo das sombras conseguiu expressiva vitória ao atrasar o deslanche dos trabalhos – em situações desse tipo sempre há alguém que misture as coisas e aproveite a deixa para debandar – usando esse problema como desculpa e justificativa para sua falta de entendimento e de vocação para a prática do bem.
Num centro do qual participei mais ativamente aprendi muito a esse respeito. No começo achava excesso de preocupação da dirigente quando colocava as regras básicas de comportamento na casa: roupa sóbria; esconder os dotes (nada de roupa decotada nem curta); cuidado com o uso de perfumes, adereços e badulaques. Postura sóbria na fala, etc. Essas recomendações me pareciam excesso de puritanismo: grave erro de interpretação meu, pois hoje as coisas por lá mudaram, uma nova turma assumiu o poder – nenhum cuidado a esse respeito foi tomado e a qualidade dos trabalhos, o número de trabalhadores e de assistidos caiu muito – numa época de dificuldades quando a tendência é que a procura pela ajuda no centro aumente, toda casa que encolhe sinaliza que está mal gerida.
Que providências tomar?
Cultivar a simplicidade é uma regra a ser seguida sempre.
Se passa pela prova da beleza e da sensualidade evite realçá-la. Se na prova da riqueza tente cultivar a simplicidade e evite ostentar. Neste jogo sempre há as pessoas cobiçadas e os cobiçadores. Evite ser cobiçado.
Uma providência eficaz: Adotar um uniforme para todos os trabalhadores.
Todo cuidado é pouco, pois os surtos psicóticos a cada dia estarão misturados à mediunidade em desvario; e muita gente boa vai dançar feio.
Dica da hora para trabalhadores: se ainda precisa dessa válvula de escape da sexualidade mal elaborada ou reprimida – nunca, jamais se masturbe usando um trabalhador ou trabalhadora como vítima; pois isso é tudo que os colegas das sombras desejam para abrir as portas da casa a todo tipo de desvario.
A capacidade de sedução e a sexualidade bem conduzidas são alavancas fantásticas de evolução; não devem ser reprimidas; muito menos devem ser usadas como ferramenta para dominar.
Tarefeiro: Ao se dirigir à casa espírita deixe a libido e capacidade de sedução em casa.

Américo Marques Canhoto
Casado, pai de quatro filhos. Nasceu em Castelo de Mação, distrito de Santarém, em Portugal. Médico da família, clinica desde o ano de 1978. Hoje, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, Estado de São Paulo. Conheceu o Espiritismo em 1988. Recebia pacientes indicados pelo doutor Eduardo Monteiro. Depois descobriu que esse médico era um espírito.

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Vida e Valores (Débitos e créditos)


O empresário Gordon Gould teve ensejo de expressar-se dizendo que, para ele, uma das coisas mais importantes desses tempos do mundo é a contabilidade de débitos e créditos. E ele alinhava uma série de razões para justificar o seu entendimento.
Vale lembrar que essa contabilidade de débitos e créditos nasceu no Século XV, mais propriamente em 1494
e foi criada por um monge franciscano chamado Luca Pacioli.
Esse monge franciscano criou essa metodologia exatamente para auxiliar aos mercadores, aos comerciantes, negociantes de Veneza que precisavam gerenciar suas economias crescentes.
Precisavam administrar seu dinheiro de uma forma eficiente e encontraram, no trabalho do monge franciscano Luca Pacioli, um elemento importantíssimo para que eles pudessem analisar perdas, ganhos, no bojo das suas realizações.
A partir daí, a Humanidade tem experimentado muito sucesso ao fazer uso dessa contabilidade: débito - crédito.
Isso entrou de tal modo na vida das comunidades do mundo inteiro que hoje faz parte dos cursos de contabilidade, de economia, de administração e usamos essa maneira de pensar, essa metodologia de lidar com valores, no nosso cotidiano.
Falamos em outros contextos a respeito de débito e crédito, em termos morais: Você tem débito comigo. Eu tenho crédito com você. Você tem créditos para comigo. Eu tenho débitos para com você.
A partir disso, a ideia de Luca Pacioli espalhou-se pelo mundo e é tão importante verificarmos que todos nós,
de uma maneira ou de outra, teremos o nosso tempo de prestar contas do que estamos fazendo da nossa existência.
Não foi à toa que Jesus Cristo, um dia, exprimiu-Se dizendo que o administrador daria conta da sua administração.
Quando pensamos em administração, não é apenas a administração de negócios, de dinheiro mas, nesse sentido amplo, é a administração de nossa vida e, se não sabemos bem administrá-la, certamente contrairemos débitos.
Se conseguirmos bem administrar nossa vida, teremos os créditos decorrentes de nosso juízo, de nossa boa ação, da grandeza que criamos com a nossa vida na Terra.
Por isso é que nos cabe refletir, nos cabe pensar nessa dinâmica da vida de todos nós e de cada um em particular, que nos remete sempre a fazer esse balanço, entre os créditos que a Divindade nos confiou e os débitos que contraímos, face ao mau uso ou ao desuso desses créditos Divinos.
É por isso que percebemos que cada vez que usamos mal, por exemplo, o crédito da palavra, usamos mal o nosso falar, adquirimos débitos para o futuro.
Cada vez que utilizamos mal o crédito da visão, criamos problemas para o nosso amanhã.
O crédito dos nossos pés, da nossa inteligência, das oportunidades sociais, tudo isto vai fazendo parte dos elementos de que dispomos na Terra para viver da melhor maneira.
Você sabe quantas bênçãos a vida lhe ofereceu e lhe oferece? A família, os amigos, o trabalho, a saúde, as oportunidades variadas e não se justifica que, diante de tantas oportunidades, façamos mau uso. Nada obstante, muitas vezes, em nome da nossa loucura, da nossa inconsciência, acabamos por usar mal os créditos que a Divindade nos confiou e teremos que acertar isso um dia.

* * *

É importantíssimo, nesse capítulo de débitos e créditos, na contabilidade criada por Pacioli, verificarmos que, um dia, o Codificador Espírita Allan Kardec perguntou aos Bons Espíritos a respeito do que poderíamos fazer para superarmos as tentações do mal e para realizarmos com proveito a nossa jornada terrestre.
Os Nobres Guias da Humanidade responderam que um velho sábio da Antiguidade já nos houvera dito: Conhece-te a ti mesmo.
Allan Kardec voltou à carga e perguntou: Entendi o sentido desse autoconhecimento. O problema está exatamente em como fazê-lo. Como poderemos realizar isto?
O Espírito Santo Agostinho respondeu: Fazei como eu fazia quando estava no mundo. Ao final de cada dia, fazia o levantamento de como eu houvera vivido, aquilo que realizara em prejuízo do próximo, em meu próprio prejuízo. Aquilo que eu tivesse feito em contraposição às Leis Divinas.
Fazia uma tomada de débitos e créditos, dizemos nós e, graças a isso, ficamos com uma fórmula, digamos assim, para realizar esse esforço pelo autoconhecimento.
Não é fácil porque quase sempre nos ocultamos de nós mesmos ou, pelo menos, tentamos fazê-lo. Ao nos ocultar de nós mesmos, vamos dando desculpas que nada desculpam para os nossos atos: Eu fiz porque Fulano me provocou, eu deixei de fazer porque Beltrano não me ajudou.
Vamos sempre empurrando para longe, jogando para fora de nós as responsabilidades que são nossas.
Na medida em que queremos nos conhecer de fato, assumimos nossas falhas e nossos acertos. Aquilo que erramos, colocamos no prato simbólico de uma balança e aquilo que acertamos colocamos no outro prato da
balança.
A partir daí, teremos o estabelecimento do peso entre débito e crédito, o que nos sobrará.
Quando estamos fazendo esforços por nos conhecer, não nos envergonhamos dos erros que ainda cometemos e nem queremos fugir dos acertos que empreendemos.
Há coisas maravilhosas que já fazemos. Para que esconder isso de nós? Para que fingir que não fazemos?
Mas, ainda há muita sombra nas nossas atitudes e por que tentar ocultar isso de nós?
Se carregarmos uma mazela, uma ferida e negarmos que a conduzimos, quando é que vamos tratá-la?
O mais especial é quando assumimos que levamos uma chaga aberta porque então muitos se apresentarão para ajudar nesse processo do tratamento.
Cada qual de nós diante da vida carrega as coisas boas que já fez, as coisas felizes que faz, seus créditos. O bom uso daquilo que Deus nos deu, o bom uso daquilo que Deus nos dá são créditos mas, muitas vezes, fugimos do bom tom, nos perdemos nesses labirintos de equívocos e carregamos débitos.
Não há nenhum motivo para desesperação, não há nenhum motivo para que nos percamos desfigurados de remorsos, desejando morrer. O tempo de agora é o tempo da oportunidade. Desejaremos viver para corrigir o que ficou mal pintado em nossa tela.
É o tempo de acertar, corrigindo o passo que não tenha sido bem dado em nossa vida e, graças a isso, trabalharemos no sentido de que a contabilidade Divina possa reconhecer nossos créditos e justificar os nossos débitos com as coisas boas que fazemos.
Foi o Apóstolo Simão Pedro que fechou de forma notável esse ensinamento ao nos dizer que o amor cobre multidões de pecados.
Todos nós na Terra somos Espíritos nessa faixa de provações, de expiações, com necessidades de aprender, de pagar dívidas mas com a grande oportunidade de desenvolver em nós o amor sob todos os aspectos consideráveis, porque somente o amor cobre multidões de pecados.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 203, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em agosto de 2009.

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domingo, 19 de junho de 2011

Não se deve constranger ninguém a aceitar nossa Doutrina


O problema não é de ensinar ou não ensinar o Espiritismo, mas sim da excelência do ensino cultural e a educação que se deve dar à juventude e à infância.
Não devemos repetir o erro que cometeu a Igreja Católica, que tentou impor odiosamente seus postulados e em nada melhorou a Humanidade.
Não podemos profissionalizar o ensino da Doutrina e não será justo exigir do professor espírita, que lecione matéria curricular sem ganhar e, se receber, estará profissionalizando o ensino da Doutrina. O ensino da Doutrina é no Centro, nos trabalhos de evangelização.
O Instituto é para educar e ensinar com honradez e dignidade, dando exemplo de lisura no cumprimento do dever de ensinar.
Devemos melhorar as condições culturais do Educandário, a fim de que ele seja conceituado pelo valor do ensino e pela conduta exemplar espírita...
O Ginásio espírita será conhecido não porque ensina Espiritismo, mas pela qualidade excelente do ensino que oferece aos alunos espíritas ou não.
Imaginem o resultado de maus exemplos dados por professores espíritas, que ensinam Espiritismo a alunos que não são espíritas e especialmente aos espíritas.
Que os pais espíritas levem seus filhos aos Centros, pois lá é que devem aprender Espiritismo.
No currículo escolar por enquanto não é lógico e nem aplicável o ensino da Doutrina, pois nem sequer possuímos um sistema uniforme para o ensino doutrinário.
Não devemos ser mais intolerantes que os católicos, devemos agir com equilíbrio e bom senso.
É preferível que o Espiritismo soe bem aos ouvidos dos jovens estudantes não espíritas pela atitude correta dos professores espíritas e pelo valor do ensino que ministrem, do que assumindo uma atitude antipática que nos situe como intolerantes.
Na hora grave que o Brasil atravessa, deve sobressair o esforço cultural do Instituto, procurando contribuir para o bom ensino e educação da juventude.


Excerto da mensagem recebida pelo médium Divaldo P. Franco, ditada pelo Espírito Lins de Vasconcellos, em Curitiba, no dia 26 de novembro de 1968.

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terça-feira, 14 de junho de 2011

Relembrando doutrinas da teologia dogmática sobre Jesus


Para os espíritas, todos os seres humanos estão para sempre em caminhada evolutiva em direção ao nosso Deus Pai e Mãe, do qual procedemos e para o qual, um dia, retornaremos. Realmente, Deus não faz acepção de pessoas e pelo que não dá nó cego em sua criação!
Quem é de outra crença, pode estar mais próximo de Deus do que eu.
E eu não me preocupo tanto com o aspecto literário desta coluna, mas apenas com a sua correção e a sua clareza. Para que complicar mais ainda os assuntos teológico-bíblicos?
Quando o Concílio Ecumênico de Nicéia (325) decretou que Jesus é também Deus, o que é contra o ensino Dele próprio, pois Ele sempre se declarou apenas Filho de Deus e jamais Deus, a Teologia Cristã começou a entrar em crise, da qual não sairá enquanto não a reformar.
Como não se podia negar que o Nazareno é também um ser humano, o arcebispo e teólogo sírio Nestório, patriarca de Constantinopla, concluiu que Jesus tinha, então, duas pessoas, uma divina e outra humana. Mas o Concílio Ecumênico de Éfeso (431) decretou o dogma de que Jesus é só Pessoa Divina. E foi criado também o de “Maria Mãe de Deus” (“Theotokos”), acrescentado ao texto da Ave Maria bíblica do Anjo Gabriel, e que foi, assim, transformado na oração da Ave Maria. E esse concílio condenou Pelágio, criando também o Dogma do Pecado Original.
O teólogo grego Eutiques defendeu, então, a doutrina de que, se Jesus é só uma Pessoa Divina, então Ele só tem uma natureza, a divina.
(Monofisismo). Porém o Concílio Ecumênico de Calcedônia (451) estabeleceu que Jesus tem duas naturezas: uma divina e outra humana.
Os Dogmas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade já haviam sido declarados no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Mas o da Trindade foi esclarecido principalmente por santo Agostinho, e confirmado pelo Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), quando também foi condenada a preexistência do espírito antes da concepção do corpo, o que é contra a Bíblia. (Jeremias 1:5; e Sabedoria 8:19-20), e que, automaticamente, tirou a doutrina da reencarnação do cristianismo.
Mas por ter sido esse concílio muito tumultuado e contra o Papa Virgílio, há teólogos que são de opinião de que a reencarnação não foi condenada. (Mais detalhes em meu livro: “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 8a Edição, Ed. EBM, SP).
Cerca de oito séculos depois, essas doutrinas polêmicas ainda incomodavam os teólogos, como ainda vão incomodá-los até que elas sejam retificadas. E assim, foi decretado o Dogma do “Filioque” (e do Filho) pelo Concílio Ecumênico de Lion (1274), França, dogma esse que dá mais importância à divinização de Jesus, ensinando que o Espírito Santo procede não só do Pai, mas também do Filho. Já a Igreja Católica Ortodoxa Oriental, que não aceita o dogma do “Filioque”, ensina que Jesus e o Espírito Santo procedem do Pai. A Igreja Oriental é separada da Igreja Romana desde 1054 por questões doutrinárias e políticas.
Muitos de vocês, que me honram com sua leitura, nunca ouviram padres e pastores falarem sobre essas coisas misteriosas e não bíblicas. E isso tem uma explicação: Eles mesmos não creem nelas, deixando-as cair no esvaziamento.
É que já se foi a época do “Creio porque é absurdo”, de Tertuliano, Doutor da Igreja, mas condenado também por sua heresia montanista!

Esta coluna, de José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário de Belo Horizonte, O TEMPO, pode ser lida também no site www.otempo.com.br - Clicar colunas. Ela está liberada para publicações. Meus livros: “A Face Oculta das Religiões”, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço Literarium, Belo Horizonte (MG) – www.literarium.com.br - e meu e-mail: jreischaves@gmail.com - Os livros de José Reis Chaves podem ser adquiridos também pelo e-mail: contato@editorachicoxavier.com.br e o telefone: 0800-283-7147.

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domingo, 5 de junho de 2011

Controle de Stress


COMO ADMINISTRAR AS CARGAS DA VIDA


Em uma conferência, ao explicar para a platéia a forma de controlar o estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:
- "Qual o peso deste copo d'água? "
As respostas variaram de 250g. a 700g.
O palestrante, então, disse:
- "O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você vai ficar segurando o copo levantado."
"Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema. Se eu o mantenho levantado por uma hora, eu vou acabar com dor no braço. Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância."
"E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o estresse. Se você carrega tua carga por longos períodos, cedo ou tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você não será mais capaz de carregá-la."
"Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente. Com nossa carga acontece o mesmo. Quando estamos refrescados e
descansados nós podemos novamente transportar nossa carga."
Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:
1 Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a estátua.
2 Mantenha sempre tuas palavras leves e doces pois pode acontecer de você precisar engolir todas elas.
3 Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a preocupação de ser vago.
4 Se você emprestar $200 para alguém e essa pessoa simplesmente desapareceu da sua vida para não ter que pagar a dívida, provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dela, que não deve ser a melhor pessoa do mundo 5 Pode ser que o único propósito da tua vida seja servir de exemplo para os outros
6 Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no ar e sem nenhum apoio.
7 Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se divertir no baile, levante, dance e pronto.
8 Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro, durma até mais tarde sempre que puder.
9 Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso na ratoeira. Ter paciência e saber esperar são virtudes raras nos dias de hoje.
10 Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.
11 Quando tudo parece estar vindo na tua direção, provavelmente você está no lado errado da estrada.
12 Podemos aprender muito com uma caixa de lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça.
Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos são lápis e precisam viver na mesma caixa.
13 Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em vingança. Enquanto você faz isso a pessoa está vivendo bem feliz e você é quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.
14 Perdoe. Oração do Pai Nosso "Pai.... perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido." Se eu não perdôo meu irmão, estarei assinando minha sentença porque Deus fará da mesma forma, não me perdoará..


Airton/Fortaleza/Brazil


Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nossa relação com a mediunidade...


Não anda muito boa, como desde sempre... Continuamos idolatrando médiuns, principalmente os chamados médiuns de cura. Ainda buscamos respostas para o nosso problema pessoal X e a nossa dúvida Y na via mediúnica, o que um pouco de reflexão e a leitura edificante poderiam resolver. Mistificamos salas, mesas, objetos, reuniões, como se não houvesse Espíritos por toda a parte e todo lugar não fosse criação do Pai celestial.
Nós valorizamos ainda o livro psicografado, mesmo que nele esteja um semnúmero de inconsistências; mas relegamos a segundo plano obras de encarnados fruto de longas reflexões. Confundimos as orientações mediúnicas com a vida administrativa da casa espírita; gostamos da foto daquele mentor, ilustrando as dependências da casa espírita e, ainda, fazemos filas para assistir ao maravilhoso fenômeno, como curiosos da era vitoriana.
Os Espíritos são os homens desencarnados, amigos e inimigos de ontem que se alternam conosco nas lutas da matéria. Isso Kardec já asseverava com propriedade... A mediunidade é via bendita de trabalho, na reunião mediúnica de atendimento a Espíritos sofredores, no consolo a mães aflitas, nas mensagens de esclarecimento e reflexão, como bem exemplificou na conduta mediúnica Francisco Cândido Xavier, que, apesar de suas faculdades, se mantinha a par de personalismos, na valorosa mediunidade com Jesus.
A mediunidade não é um superpoder de um herói de filme e nem uma tenda de milagres. É uma possibilidade que, se não for bem conduzida, pode enveredar para caminhos perigosos. Entretanto, o médium é ser humano, falível, com necessidades e anseios. Os Espíritos, também, homens de outras eras, estão conosco nesta caminhada evolutiva no orbe terrestre.
Por isso, insta analisarmos a nossa relação com a mediunidade, a nossa e a dos outros. O que queremos dela? O que pensamos disso? Precisamos estudar, não só os aspectos práticos e científicos da questão mediúnica, mas o seu aspecto filosófico, para não nos tornarmos vítimas de armadilhas e de ilusões.
Somente assim poderemos enxergar a mediunidade com a naturalidade que lhe é própria, ainda que requeira cuidados e preparo, como qualquer potencialidade do ser humano.

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Da mágoa ao ódio


Pequena é a distância que separa a mágoa do ódio.
Basta o ofendido guardar a lembrança de um insulto recebido para, em breve tempo, transformar a mágoa em aversão e, daí, enveredar nas malhas do vil sentimento do ódio que retarda, por séculos, a oportunidade de progresso espiritual.
Compara-se o magoado ao imprevidente que vagueia, descuidado, à beira do penhasco. Ao menor tropeço, desequilibra-se, vacila, precipita-se no abismo, é tragado pela voragem do ódio.
Reter o ódio no coração invigilante provoca distúrbios emocionais, leva o homem à pratica de atos insensatos, que o fazem descambar, muitas vezes, para o crime.
Compete aos que se melindram facilmente exercer um rigoroso controle de suas emoções, recolher-se em oração na busca do reequilíbrio psíquico, em consonância com a exortação de Jesus: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”.
O ódio demole, o amor edifica. Para que não sejam destruídas nossas perspectivas futuras de paz e de harmonia, sufoquemos, agora, a mágoa que nos aflige, antes que possa fazer-se ódio.
Lembremo-nos, sempre, do Provérbio de Salomão (10:12): “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”.
Lembremo-nos também da oração ensinada pelo Mestre na qual repetimos diariamente: “Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos aos nossos ofensores, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”
O mal que amiúde nos visita nasce, cresce e toma proporções desastrosas dentro de nós mesmos; origina-se de pequenos contratempos que nos tocam a sensibilidade, ferem a nossa vaidade, instalam-se em nossos corações como mágoas que relutamos em não esquecer.
É preciso também recordar as palavras de Jesus: “..... fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus ....”.
Se queremos alcançar a plenitude da luz, façamos o bom combate, lutemos sem tréguas para corrigirmos nossas íntimas imperfeições.
Com muita propriedade, afirmou Kardec que o verdadeiro espírita se conhece pela sua transformação moral e pelo esforço que envida no sentido de vivenciar o que aprendeu na Doutrina Espírita.

Felinto Elízio Duarte Campelo
felintoelizio@gmail.com

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