quinta-feira, 21 de maio de 2015

A semente do homem de bem


Certa feita, em uma reunião de início de ano de um trabalho assistencial que contava com quase trinta anos, determinado dirigente, que labuta desde o início naquela seara, comentou em tom avaliativo que o trabalho de evangelização infantil rendera frutos naquele longo período, pois entre outros sinais, verificava-se que os meninos que frequentavam aquela casa espírita, incrustada em uma comunidade carente, repleto de tensões e pressões, não tinham bandeando para o caminho da criminalidade. 
Difícil avaliarmos os frutos dos trabalhos espíritas nas plagas assistenciais, com pessoas que se abeiram ali muitas vezes à busca apenas da cesta básica que será pega em outra denominação no dia seguinte... Difícil, pois temos carência de material didático voltado a pessoas de baixa escolaridade e de produção literária que nos ampare a lidar com famílias em condições de vulnerabilidade, às vezes refletidas em desagregações familiares com o alcoolismo e outros problemas comuns a comunidades carentes, em especial na cidade do Rio de Janeiro, e suas mazelas já conhecidas. 
Ainda que muito frequente na prática, os trabalhos assistenciais não gozam de uma discussão robusta e de produção que os permitam avançar sobre os paradigmas vigentes, com raras e valorosas colaborações que surgem por aí... Essa falta de discussão, por vezes, nos leva ao desânimo e à valorização do “bem quantitativo”, refletido na soma de benefícios distribuídos, de forma descontextualizada, social e espiritualmente. 
A evangelização infantil, comum em trabalhos de natureza assistencial, necessita de uma discussão profunda sobre currículo, pressupostos, abordagens e visões pedagógicas que percebam ali, em sala de aula, Espíritos, em verdade imersos em um ambiente de carência material, mas Espíritos sequiosos de conhecimento que os console, liberte e ampare. 
Nesse contexto, temos, sim, objetivos programáticos de melhoria a um longuíssimo prazo daquele grupo humano, ainda que nos vejamos, ocasionalmente, frustrados pelas forças presentes na capacidade de perpetuação de hábitos tristes, como a gravidez precoce, constantes a cada geração, em um ciclo de difícil rompimento. Mas a feliz fala desse amigo dirigente nos aponta para interessantes indicadores de nossos trabalhos espíritas no campo da infância, na percepção da importância de plantarmos as sementes do homem de bem, em qualquer espaço, seja ele carente ou não no campo material. E o homem de bem se fará percebido no futuro! 
Jesus na parábola do semeador fala que um homem saiu a semear, a espalhar sementes por diversos terrenos, que, diante das diversidades, buscavam crescer. Todas falharam, mas a que “caiu em boa terra, deu boa colheita, a cem, sessenta e trinta por um”, indicando-nos uma profunda reflexão que pode nos servir ao direcionamento das finalidades de nossos trabalhos assistenciais. Uma reflexão do nosso papel de semeadores e do crescimento no ato de semear. 
Amparamos aquelas famílias materialmente pela bolsa, pelo material escolar, pelas roupas... Buscamos instrumentalizá-las a caminhar sozinhas pelas oficinas, que possam com dignidade permitir a elas ganhar algum dinheirinho... Apoiamos as suas iniciativas no campo escolar, pretendendo que a nova geração transcenda a miséria material da anterior. As abordagens assistenciais clássicas aqui estampadas cuidam do emergencial, da impossibilidade de se falar de Jesus para quem tem fome, mas necessitam de um complemento, de um pão mais sublime, que emancipe espiritualmente aquelas pessoas, na reflexão de sua condição de Espíritos encarnados, na chamada resignação produtiva, que converte dor em amor. 
Insta desenvolver, com igual força, as nossas atividades doutrinárias nos trabalhos assistenciais, a evangelização, a palestra, o estudo, que para além de um caráter proselitista e catequizador, visem, por meio dessa interação, diria “filosófica", trabalhar valores morais, pela ótica da imortalidade da alma e da reencarnação, levando aos chamados, erroneamente a meu ver de assistidos, uma reflexão que os permitam adotar disposições renovadas, diante das provas da carência material e dos desafios morais da vida encarnada. 
A atividade de discussão, de interação intelectual-moral na área assistencial, tem um caráter emancipador, que liberta aqueles Espíritos de armadilhas morais, indicando o caminho do estudo, do trabalho e do esforço na superação de suas dificuldades e apontando que a dor é uma mola para despertar o nosso amor. E nessa construção, nós, ditos trabalhadores, amadurecemos, pois a falação bonita e vazia não encontra eco diante dessas dores, nos fazendo amadurecer na vivência do Cristo. 
A parte boa do trabalho atinge a todos os atores, como oportunidade bendita de amadurecimento e reflexão, representando muito mais do que ir lá ensinar o evangelho para as pessoas pobres. O pão material que dá o peixe, a oficina que dá a vara e ensina a pescar são polos fundamentais da equação da assistência... Entretanto, a discussão doutrinária, o fortalecimento filosófico, lastreado pelos pilares da doutrina espírita, traz a reflexão que faz a pessoa entender o peixe, a vara, o rio e os seus braços, convertendo todos em pescadores de almas, como disse Jesus. Não queremos fazer daquelas pessoas espíritas no sentido de que elas leiam avidamente as obras básicas e tenham um conhecimento formal. Necessitamos de uma abordagem pedagógica que mostre esse conhecimento espírita na prática, no mundo concreto, sentido, como forma de espalhar as sementes em cada coração, tornando-os sim, eles e nós, pessoas melhores, fim maior. 
Essa abordagem robustece a bolsa e a oficina, contribuindo para um caráter consolador, diante da dor, é verdade, mas também de superação, fazendo que a pessoa venha à busca do alimento e saia com a sua alma revigorada, com novos horizontes. Para isso, precisamos nos adaptar... Nossas palestras, nossos estudos, nossos currículos, para que vejam nesse contexto a melhor forma de passar o Espiritismo e todo seu valor transformador de atitudes, em sua expressão mais simples, nesses trabalhos, em especial na infância. 
A reencarnação liberta, pois mostra a nossa situação como transitória e que pode mudar pelo esforço cotidiano, na busca de construir o homem de bem naquele espírito imortal que hoje enverga uma roupagem de carência. O livre-arbítrio, a prática de bem são valores espíritas que possibilitam construir uma vida melhor, em um sentido amplo. Tesouros morais que podem e devem colaborar na superação de situações de carência material, fortalecendo aqueles Espíritos na sua prova, buscando a senda do bem. 
Fica a reflexão para os que trabalham na seara espírita na evangelização de crianças que padecem de miséria material e que por esta são influenciadas, sim, no aspecto moral, podendo essa dor servir de trampolim que as impulsione ou de buraco que as afunde. Para além do peixe que mata a fome, demandamos ouvir o convite de Jesus no chamado milagre dos peixes, para falar de pães e peixes que se multiplicam e aplacam a fome do espírito. 

Marcus Vinícius de Azevedo Braga
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil) 

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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Grandes lutas e um refrigério


“Na época atual da Terra, quando crises morais agitam a sociedade, tentando a extinção do respeito a Deus e, portanto, a extinção do sentimento mais elevado que poderá enaltecer o coração humano, será bom que o espírita zele por suas crianças, preparando possibilidades futuras para a sua salvaguarda moral-espiritual. (...) 
 Concedendo permissão para que livros educativos do coração e do caráter sejam ditados do Além aos médiuns, visando à orientação à criança, Jesus, certamente, inspira-nos o raciocínio de que as verdades celestes deverão se acatadas seriamente pelo pequenino de hoje, a fim de que o adulto que ele será amanhã compreenda a responsabilidade que o aprendizado da Doutrina Espírita e do Evangelho cristão encerra. (...) 
Os Espíritos celestes, prepostos do Senhor para futuras realizações no planeta, contam com a criança de hoje, cidadão futuro, reencarnado com tarefas definidas na comunidade espírita. Que, pois, nós outros, responsáveis pelas crianças, cuidemos delas com inteligência e vigilância para que nós mesmos não caíamos no demérito de haver negligenciado a seu respeito, dando-lhes o ensino sublime da verdade por entre as inconsequências das nossas próprias incorreções e ideias pessoais.” 
O texto acima, em transcrição parcial, está datado de 03 de outubro de 1967, foi psicografado por Yvonne do Amaral Pereira e está assinado pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes. Consta do livro As Três Revelações, lançamento da FEB Editora, e está como Introdução da citada obra. 
A conhecida médium (1900 – 1984), de reconhecido conteúdo doutrinário – onde se inclui, além do conhecimento, a fidelidade aos princípios da Doutrina Espírita –, tendo deixado importante legado de contribuição doutrinária para a vivência espírita, tinha ainda livros inéditos a serem lançados e esse no qual buscamos o trecho acima, é um dos lançamentos recentes da FEB. 
Apresentado na forma de um diálogo entre o avô e três netos, mas recheado de ensinos e esclarecimentos, a obra é muito rica em orientações, incluindo primorosa seleção de trechos da Codificação e mesmo das anotações do evangelistas. 
Com a transcrição parcial da Introdução, quisemos motivar o leitor e mesmo o movimento espírita – entre os pais e educadores que atuam nas instituições – ao conhecimento da obra, de reconhecida didática facilitadora na transmissão dos ensinos vivos do Espiritismo aos nossos pequenos. 
O nome Yvonne do Amaral Pereira já é, por si só, uma referência de valor expressivo e o conteúdo da obra falará por si. É um autêntico refrigério nesses momentos de grandes lutas e crise moral em que se debate a humanidade.
Nosso maior compromisso atual é, pois, com a educação. De nós mesmos, especialmente, para que sejamos autênticos transmissores das virtudes cristãs às crianças, futuros cidadãos do planeta, capazes sim de alterar o panorama difícil de corrupção e violência – oriundo, sem dúvida, de uma falha na educação nos adultos atuais. O carinho, a atenção e os cuidados com a educação são os elementos vitais para adultos equilibrados amanhã.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/05/grandes-lutas-e-um-refrigerio.html 

Imagem do livro

segunda-feira, 11 de maio de 2015

“A melhor coisa que não me aconteceu.”


Não. O articulista não está passando mal. A frase do título acima não é de minha autoria. Segundo consta, ela foi dita por Clive Owen quando não conseguiu o papel para representar no cinema o famoso James Bond. Por ter perdido a representação desse herói famoso por seus “milagres” nos filmes, acabou conquistando coisas melhores.
Com você já se passou o mesmo? Ou seja, você não conseguiu realizar determinado sonho e, tempos depois, concluiu que foi melhor que tivesse sido dessa maneira? Por exemplo, não conseguimos realizar uma viagem planejada e acalentada por muito tempo. Entristecemos-nos no momento do acontecimento. Mas, depois, com o rolar do calendário dos homens paramos e dizemos a frase: “Foi até melhor não ter viajado mesmo!”. Ou, então, um carro ou um imóvel que não adquirimos. Na ocasião nos sentimos frustrados, tristes mesmos. Mas, depois, um dia lá na frente concluímos que não ter entrado na posse desse ou daquele bem material foi até melhor. É difícil aceitarmos esse raciocínio, não é verdade? Mas que acontece, acontece. E se é difícil aceitar tais acontecimentos em relação aos bens materiais, quando se trata dos valores espirituais é um “Deus nos acuda”! No livro Encontros e Desencontros, de Richard Simonetti, tem uma história intitulada O Bem Maior, que relata o drama de uma senhora que demorou muito para engravidar. Após os devidos cuidados, finalmente teve sucesso na realização do seu sonho! Iria ser mãe. Agradeceu profundamente aos Espíritos amigos pela intercessão na solução do seu problema de esterilidade. Quando a gravidez ia pelo quinto mês de gestação, ela recebe um recado através de uma pessoa do Centro Espírita que frequentava: a espiritualidade amiga iria visitá-la em uma determinada noite para o devido trabalho de assistência que a gravidez necessitava. Ela ficou imensamente feliz! Tinha certeza de que os Espíritos continuavam zelando para que ela realizasse o desejo imenso de ser mãe. Em uma determinada noite acordou com muita cólica no baixo ventre. A bolsa amniótica que protegia o feto havia se rompido e ela entrara em trabalho de parto prematuro. Ficou extremamente infeliz e, como sempre acontece, interrogou mentalmente os Espíritos que precisam ter ombros largos para receber a culpa dos problemas que nos afligem: “Afinal - pensava ela -, os amigos espirituais não iriam visitá-la em uma determinada noite para auxiliá-la?” “Pois, então! - continuava protestando intimamente – “como podia ter a bolsa se rompido e colocado em risco a vida do filho que era o seu sonho maior? Que espécie de ajuda vieram os Espíritos prestar, afinal de contas?”. Ao chegar ao hospital recebeu os socorros necessários e o parto acabou realmente se concretizando. Perdera o filho que tanto desejava. Entretanto, o médico, após o exame do produto daquela gestação precocemente expulso do útero, deu-lhe a notícia de que o filho já estava morto há muitos dias dentro do seu ventre e necessitava dali ser retirado. Pôde ela entender (o que já é uma vitória!) que os Espíritos tinham vindo intervir favoravelmente em uma situação irremediável. 
Tenho a mais absoluta certeza de que, ao retornarmos ao mundo dos Espíritos, olhando para trás, principalmente contemplando a última reencarnação à semelhança de alguém que alcançou o pico de um monte e olha para o vale, teremos que agradecer a Providência Divina pelas coisas que julgávamos melhores e que jamais nos aconteceram. Por exemplo, milhares de criaturas ou até mesmo milhões delas, adentram as casas de loteria em geral com o sonho dourado de ser um feliz ganhador. Você duvida que algumas delas, ou muitas, suplicam a ajuda dos desencarnados para adivinhar qual o bilhete que vai ser premiado ou quais os números que irão anunciar um novo milionário? Já pensou no que faríamos com a tentação de milhões ganhos de maneira tão fácil? Quantas portas para o desequilíbrio que esse dinheiro poderia abrir dependendo, é claro, da opção particular de cada um? Na questão de número 1001 de O Livro Dos Espíritos, encontramos a seguinte afirmativa em um determinado trecho da resposta: Deus, submetendo-o à prova da fortuna, tão difícil e tão perigosa para o seu futuro, quis lhe dar por compensação a felicidade da generosidade da qual ele pode gozar desde este mundo. Aí está de maneira bastante clara que o dinheiro é uma prova difícil e perigosa. Então, a melhor coisa que pode ocorrer para a imensa maioria dos que buscam a fortuna através desse tipo de jogos é exatamente não acontecer de ganharem. Perdem os bens materiais, mas não se comprometem moralmente como poderia ocorrer com o dinheiro farto nas mãos. 
Da mesma maneira poderíamos ir construindo raciocínio semelhante com os títulos de importância do mundo, com a beleza física, com a grande cultura da pessoa, com a posição social importante e tudo o mais que a imaginação de cada um pode considerar. Com os ensinamentos da Doutrina Espírita temos a oportunidade, desde já, de chegar à conclusão de que a Providência Divina agiu em nosso favor quando a melhor coisa que não nos aconteceu foi exatamente aquela que não se deu segundo a nossa vontade, mas de acordo com a determinação Dele. Aliás, não é isso que um número imenso de pessoas repete todos os dias na oração do Pai Nosso, sem se dar conta?

Ricardo Orestes Forni
Tupã, SP (Brasil)

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sábado, 2 de maio de 2015

A recompensa pelo esforço


“Quem desejar a bênção divina, trabalhe para merecê-la. O aprendiz ausente da aula não pode reclamar benefícios decorrentes da lição.” (Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, item 100, psicografia de Francisco C. Xavier.)

Acostumado a privilégios e a favorecimentos na Terra, quase sempre sem merecimentos, segue o homem pela vida acreditando que pode também negociar com Deus, dentro da lei do menor esforço, ou ainda, escorado na ideia de levar vantagem em tudo. Sem declinar reflexões para com as coisas nobres, sublimes e realmente belas, ilusoriamente pensa que o mundo lhe dará o que anseia, gratuitamente.
Deseja ardentemente as benesses dos “céus”, sem movimentar qualquer esforço pessoal no sentido de dar a sua cota de participação saudável, no contexto social em que vive. Busca encontrar benefícios para si e, quando muito, para os seus familiares e amigos, sem ideia de universalidade, não vendo irmãos além dos afetos que acalenta.
Cultuando o egoísmo, carrega consigo a vontade forte de ser feliz, desconhecendo que a felicidade somente será possível, em nosso âmago, quando a plantarmos no coração do próximo. 
E, quando percebe que seus sonhos e metas não são atingidos, pois que em oportunidades variadas busca pelo impossível ou pelo irrealizável, desespera-se, caindo em profundas prostrações que se incumbem de aniquilar-lhe os melhores propósitos, propiciando o aparecimento de processos depressivos ou de inatividade, geradores de incomensuráveis quadros de sofrimentos. 
Informa-nos a sabedoria do Espírito Emmanuel que se pretendemos ter a justiça divina do nosso lado, que lutemos por merecê-la, e isso, obviamente, não chegará sem que saiamos a procurá-la, uma vez que foi Jesus quem noticiou: “ajuda-te e o céu te ajudará”. 
Dessa forma, importante será que vislumbremos em nossa intimidade, buscando conhecer os recursos que temos, e dentro da lição divina dos “talentos”, conforme ensina a parábola do Cristo, tenhamos pressa em encontrar quais talentos possuímos e, não perdendo tempo, saiamos a multiplicá-los em favor do próximo, pois quem trabalha em favor do irmão do caminho, na verdade atua em prol de si mesmo, isso porque é “dando que se recebe”. 
Assim se dermos amor, logo encontraremos quem nos decline tais sentimentos, se distribuirmos caridade, não muito longe alguém estará tendo piedade pelas aflições que passamos e nos ajudará também, se oferecermos gentilezas e fraternidade, em breve a afabilidade dos outros estará nos beneficiando com a solidariedade e ternura, se ministrarmos a educação por onde passarmos, os bons tratos e as boas maneiras nos servirão por mãos amigas. Então, não resta dúvida, se desejamos a justiça divina, se pretendemos estar de posse da tranquilidade, da paz e da felicidade, primeiramente temos que implantá-las nos corações alheios. 
E, pela mesma lei, receberemos de volta também todo o mal que aos outros fizermos ou mesmo a indiferença, pois pela lei de causa e efeito, a vida nos retornará tudo aquilo que endereçarmos aos nossos irmãos, no contexto social que em vivemos. 
As sábias leis de Deus não apresentam segredos ou mistérios, tudo caminha dentro do princípio da compensação; o que fizermos no mundo, na mesma proporção receberemos do mundo.

Waldenir Aparecido Cuin
Votuporanga, SP (Brasil)

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Aprendendo com o vento


Era um tormento que se repetia a cada dia na hora de fazer os deveres de casa: era as continhas, a leitura de um livro, as tabuadas.
Carla detestava tudo isso e era sempre com má vontade que se sentava à mesa para fazer as tarefas.

A mãezinha procurava orientá-la:

— Carla, minha filha, tudo o que fazemos de boa vontade nos pesa menos. Aproveite a ocasião para aprender e aceite o que deve ser feito, com disposição e bom ânimo.

Mas ela respondia mal-humorada:

— Não gosto de fazer tabuadas, nem continhas. Nada. Detesto estudar.
— Mas é preciso, minha filha. Há coisas das quais não podemos fugir, e quanto mais cedo as aceitarmos, melhor.

No entanto, a dificuldade persistia. Certa ocasião, Carla estava muito irritada porque teria que ler um livro de história, como dever escolar daquele dia.

Com o livro nas mãos, a menina chorou, esperneou, e não conseguiu ler. 
A mãe, que a observava de longe e viu que naquelas condições a filha não conseguiria fazer a tarefa, disse:

— Está bem, Carla. Se não quer fazer a tarefa agora, vá fazer outra coisa. Depois você termina de ler o livro. Vá varrer o quintal para mim.

— Que bom, mamãe! Ufa! Que coisa mais desagradável é ter que ler história. Prefiro varrer o quintal.

Em seguida, toda satisfeita, Carla pegou uma vassoura e foi para o quintal que se encontrava cheio de folhas secas. 
Estava ventando muito naquele dia e a alegria de Carla logo terminou. Por mais que ela se esforçasse, não conseguia terminar o serviço. O vento esparramava as folhas novamente. Tentou, tentou, e não conseguiu.

Afinal, muito descontente, entrou em casa reclamando:

— Que droga! O vento não me deixa limpar o quintal! Desisto.

Sua mãe, mais experiente, ponderou:
 
— É só uma questão de saber lidar com os problemas, filha. Temos que aceitar os obstáculos que a vida nos impõe e aprender a superá-los com boa vontade e disposição. Quer ver? Venha, vou lhe mostrar.               
Levou a menina até o quintal e mostrou-lhe que, já que não poderia vencer o vento, deveria usá-lo em seu benefício.

— Como? – perguntou a garota, surpresa.

— É simples. Em vez de varrer contra o vento, varra a favor do vento – explicou a mãe.

E assim Carla fez. Logo ela percebeu que a tarefa tornou-se fácil, agradável e rapidamente foi concluída. Juntando as folhas num canto, a menina recolheu-as com uma pá apropriada. 
Dando por terminado o serviço, a menina limpou as mãos, exclamando satisfeita:

— Puxa! Mamãe, nem acredito! Como foi fácil. Você é um gênio!

A mãe sorriu contente, completando:

— Nem tanto, minha filha. Apenas sou uma pessoa mais experiente e que já aprendeu que não adianta irmos contra os problemas da vida. Temos que enfrentá-los com coragem e determinação. Fugir das situações difíceis não nos ajudará a resolvê-las. Se tivermos boa vontade, resolveremos qualquer problema em nossa vida.

Fez uma pausa e concluiu:

— Grande parte das vezes, as coisas não são tão ruins quanto nos parecem. Depende muito da nossa maneira de enxergá-las.

Carla lembrou-se da tarefa que não tinha conseguido realizar e achou que sua mãe tinha razão. Com um pouco de boa vontade ela conseguiria. 
Calada, pegou novamente o livro de história e sentou-se para ler. Aos poucos foi se interessando pelo assunto e, não demorou muito, já tinha terminado.

Fechou o livro e foi correndo contar para a mãe:

— Terminei de ler o livro, mamãe. Sabe que não foi tão difícil assim? Ao contrário, a história era até bem interessante! Você tinha razão, com má vontade nada conseguiremos realizar.

A mãe abraçou a filha, feliz, agradecendo a Deus por ver que ela havia aprendido a lição. 

Célia Xavier Camargo
http://www.oconsolador.com.br/ano8/395/espiritismoparacriancas.html

sábado, 25 de abril de 2015

O amor é uma decisão


Motivo de conversas de botequim, passando por músicas, poesias e reflexões dos grandes filósofos, o tema “Amor” sempre esteve em pauta desde que o mundo é mundo. 
E o tema, claro, não passou despercebido pelo codificador do Espiritismo, Allan Kardec, que fez várias referências ao amor. Entretanto, destaco esta que considero esclarecedora e consta na questão de 938 de O livro dos Espíritos:

Vejamos o que Kardec comenta:

“A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta”.

Belíssimo comentário. Temos, todos, a necessidade de amar e de ser amados. Uma via de mão dupla. A felicidade que gozamos está no dar e receber e não apenas no receber. 
Entretanto, todos querem, na maioria das vezes, receber o amor. Afinal, quem não quer ser amado? Seja amor de pai, mãe, irmãos, amigos, todos almejam ser amados. Por isso, nestas breves linhas abro uma brecha e pretendo convidá-los a refletir:

Queremos tanto ser amados, mas... será que amamos na mesma proporção em que somos amados? 
Eu amo! Dirão muitos. 
No entanto, será que amamos realmente?

Costumo indagar à plateia nas palestras: O que você faria se o amor de sua vida lhe dissesse “Descobri que o meu caminho não é mais com você. Peço, pois, licença para despedir-me e seguir minha vida de outra forma”? 
Será que diríamos: Se é esta sua decisão, embora triste eu a respeito e torcerei pela sua felicidade! Ou será que diríamos: Ingrato (a)! Depois de tantos anos me abandona. Ah, pagará caro! 
Será que o nosso amor é tão grande a ponto de respeitar a decisão do outro? 
Fácil? Claro que não, até porque poucos de nós têm o desprendimento necessário para amar desta forma. 
Outro dia em conversa com um amigo, ele me disse: O amor é uma decisão! E arrematou: O amor é o mais nobre dos sentimentos e quando eu decido amar alguém tenho que estar ciente de que esta pessoa poderá não me amar da forma como eu a amo. 
Confesso que de início não concordei. Sempre achei que não escolhemos amar, que o amor entra sem pedir licença. 
E fiquei a refletir por alguns dias até chegar à conclusão de que o amigo, um filósofo, estava certo: O amor é mesmo uma decisão! Eu escolho amar, respeitar, compreender. Descobri, então, que quem entra sem pedir licença é a paixão, avassaladora como sempre, mas o amor não. 
E amar equivale a, sobretudo, respeitar as decisões do outro, mesmo que estas nos excluam. O que fazer diante do ente que nos deixa? O que fazer em face do amor que se vai? Quem ama respeita o direito de escolha do outro, sempre. 
Eis porque amar nos faz exercitar o que temos de mais belo em nosso ser que são as virtudes de respeitar, compreender, renunciar, abdicar e tantas outras mais. 
Se é bom ser amado, se é nosso objetivo sermos amados, tenhamos a certeza de que amar é ainda melhor. 
Amar é uma decisão, uma sábia decisão e, como seres pensantes, podemos decidir amar a qualquer momento. Eis um exercício diário e constante para nosso aperfeiçoamento como seres humanos. 
O amor, ah!, o amor é sempre uma decisão – diria meu amigo filósofo!

Wellington Balbo

Bauru, SP (Brasil)

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terça-feira, 21 de abril de 2015

A magia da atitude


Diante do guichê do Departamento de Trânsito, a Professora Universitária, a frente de volumosa fila, chama pelo gerente aos berros, indagando-o se sabe o preposto ser ela uma famosa pesquisadora, com muitos livros escritos, e que não pode perder ali seu precioso tempo. 
Na delegacia, diante de um acidente com vítima não fatais, militar de alta patente clama por tratamento diferenciado frente a suas prerrogativas, no famoso “fiz por merecer”, em relação ao entregador de pizza envolvido na contenda. 
Alto funcionário público, diante do posto de devoluções de um supermercado, invoca o gerente no famoso “você sabe com quem está falando?” e a discussão por pouco não termina em uma voz de prisão. 
Abonado empresário, saindo de luxuoso shopping center, tromba em funcionário do estabelecimento e em fúria desmedida, ameaça buscar a supervisão para pedir a sua demissão, exalando sobre o funcionário impropérios. 
Exemplos fictícios, muitas vezes ocultos, mas que se materializam com diversos atores nas páginas de jornais e nos comentários de corredor. Revelam uma cultura de hierarquias, de privilégios, de exceções e de tantas outras práticas que esquecem a transitoriedade da vida, em uma verdade que a reencarnação vem trazer a nós espíritas, de forma límpida e inconteste. 
Invocamos exceções e submissões por conta de cargos e posses, movidos por sentimentos de insegurança e de orgulho, que nos fazem temer pela injustiça e pensar-nos com mais direitos que os outros, respectivamente, em uma lógica de grosserias, desrespeitos e opressão, esquecidas as muitas voltas na roda gigante da vida. O medo, nosso velho inimigo, nos faz reagir agressivamente…O orgulho, nosso companheiro de todas as horas, nos traz um sentimento de superioridade, a alimentar nossa insegurança. Aí está a raiz dessas atitudes. 
Seres interdependentes, gregários, sociais, dependemos de nosso próximo. E mais, pela ótica cristã, temos o dever de amá-lo como a nós mesmos. Para além de uma discussão democrática, de cidadania, falamos de uma discussão de amor, de cristandade, na percepção, humilde e realista, da nossa vida social, seus inúmeros percalços e de que devemos contribuir para uma vida com urbanidade e não atribular a existência dos que nos cercam. 
E isso vale para toda ordem de destaque e evidência, considerando, obviamente, que no movimento espírita não estamos livres dessas questões, diante do médium, do palestrante e do dirigente, transladando essa cultura patrimonialista, de personalismo, para a nossa prática religiosa, com hierarquias e endeusamentos. 
Os diversos papeis que desempenhamos na vida terrena são provas, experiências de aprendizado, nos quais importam as nossas entregas, e a maneira que fazemo-las. Não valemos pelo que somos…Somos o que nós fazemos, e como fazemos, e nos importa o que isso reverte para um mundo melhor, e consequentemente, um espírito melhor. Lembrando de Kardec, não nos basta sermos bons e sim, fazer o bem! 
André Luiz, na Obra Sinal Verde, falando das profissões, indica que “O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pela qual você se decide a servir”, apontando a importância do que fazemos e do como isso se dá. Essa é a medida de Deus sobre nós…. 
Da mesma forma, o Livro dos Espíritos, na Pergunta 804, no estudo da Lei de Igualdade, aponta que “(…) O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar(…)”, valorizando essa interdependência, na qual cada um tem a sua devida importância e merece respeito, na vida comum. 
A despeito de todo sacrifício, justo e merecido, para galgarmos uma posição profissional, a doutrina espírita nos lembra que ali estamos para produzir o melhor, com as ferramentas que aquela posição nos oferta e que, aquela oportunidade de hoje contou com a colaboração de inúmeras pessoas, encarnadas e desencarnadas. 
Faz-se necessário refletirmos essa nossa prática de alimentarmos modernas realezas individuais, entendendo que os cargos, as posses, as hierarquias, todos esses aspectos são ferramentas a viabilizar nossas entregas, no privilégio de ser útil, de servir ao próximo, fortalecendo a nossa melhoria como espíritos, na dinâmica da vida terrena, como espaço de aprendizado. Finda essa reencarnação, retornamos ao pó comum, como corpo, e a pátria espiritual, como espírito, carregando na nossa bagagem espiritual a grandeza de nossas atitudes.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.



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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Passe Magnético



1 – Usa-se, com frequência, no meio espírita, o termo “médium passista”. Todo passista é médium? 

O passe magnético não é um ato mediúnico. Trata-se de uma transfusão de energia magnética, algo semelhante à transfusão de sangue. Não é preciso uma condição especial para doar sangue. Apenas que o doador seja saudável. O mesmo acontece com o passe. Qualquer pessoa pode aplicá-lo, desde que conheça a técnica e se submeta às disciplinas que lhe são inerentes. 

2 – Não há a intervenção dos Espíritos, na aplicação do passe? 

Eles colaboram, oferecendo algo de seu próprio magnetismo, que se casa ao do passista, mas não ocorre o transe que caracteriza a manifestação mediúnica. 

3 – Fala-se em “magnetismo animal” e “magnetismo espiritual”. Qual a diferença? 

Magnetismo animal ou humano seria o do próprio passista. Magnetismo espiritual seria o dos Espíritos que colaboram no processo. Considera-se que o magnetismo animal seria mais apropriado para problemas físicos, envolvendo enfermidades diversas. Daí a convocação de companheiros de boa vontade, dispostos à doação, nesse serviço. O magnetismo espiritual seria dos Espíritos desencarnados, destinado a problemas psíquicos. Consideremos, entretanto, que o passista é um Espírito, reencarnado. Portanto, ao aplicar o passe, ele também fornece o magnetismo espiritual. 

4 – Jesus era um passista? 

Sem dúvida. Tinha plena domínio sobre o assunto, e um potencial magnético inigualável. Daí os prodígios que operava. Ele afirmava que tudo o que fazia, poderemos fazer. Estamos longe de seus poderes, mas, com boa vontade, dedicação e pureza de sentimentos, estenderemos benefícios a muita gente. 

5 – A eficiência do passe magnético depende da capacidade do passista? 

Depende muito mais da receptividade do paciente. Na câmara de passes, onde é feita a aplicação de magnetismo, há um ambiente vibratório coletivo, formado pela contribuição de todos os passistas. Não há, portanto, por que imaginar que este ou aquele colaborador é mais eficiente. O fator preponderante é a postura do paciente, sua fé e o empenho de renovação. 

6 – Isso também acontecia com Jesus? 

O Mestre deixou isso bem claro, em duas expressões que usava com freqüência. A primeira: “tua fé te salvou”. Nem todos eram curados. Havia uma condição essencial: a fé, a certeza de que haveria o benefício da cura. Não se tratava de premiar os fervorosos, mas, apenas atender aos imperativos da sintonia. Quem acreditava, sintonizava com Jesus e podia ser beneficiado. A outra expressão: “vai e não peques mais, para que não te suceda pior”, significa que os nossos males estão subordinados ao comportamento. Portanto, é preciso que estejamos dispostos a mudar, superando nossas mazelas. Caso contrário, eles sempre recrudescerão. 

7 – O passe magnético seria, então, um tratamento de superfície? 

Exatamente. Cuida dos efeitos. As causas de nossos males somente nós poderemos remover, com a famosa reforma íntima, à luz dos princípios de Jesus. É por essa razão que a aplicação de passes, no Centro Espírita, deve ser sempre precedida de palestras doutrinárias, oferecendo às pessoas que procuram o benefício desse abençoado serviço os esclarecimentos necessários. 

8 – E se a pessoa tem muita fé, acredita no passe, mas não está disposta à renovação? 

Com o tempo o passe deixará de surtir efeito. André Luiz diz que os mentores espirituais são condescendentes. Ajudam por dez vezes, quando nos submetemos ao tratamento magnético, aliviando nossos padecimentos. Depois disso, se continuamos acomodados, suspendem o amparo e deixam a Dor usar de seus rigores para nos convencer de que é preciso mudar. 

Livro Mediunidade, Tudo o que você precisa saber.
Autor: Richard Simonetti

Fonte: http://www.mensagemespirita.com.br/mensagem-em-video/718/passe-magnetico

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Coerência no comportamento


Valores como a honestidade, a decência, a compostura e naturalmente que a plena identificação deles com as crenças que dizemos defender, revelam a coerência no comportamento social. Como conciliar atitudes indecorosas, violentas ou de atentado aos bons costumes em homens e mulheres que se dizem cristãos? 
Sim, imagine o leitor um cidadão – seja qual for a religião a que se filie – que age em discordância com os ensinos que diz seguir. Existe aí uma grande incoerência entre o que "prega" e o que vive. Por sua vez, as religiões não podem responder pelo comportamento de seus seguidores. Todo comportamento contrário aos ensinos da religião, da moral, deve ser creditado à insânia humana que insiste em burlar a própria consciência. 
 Vários exemplos podem ser citados: a) Bêbados que fazem arruaças e responsabilizam o governo ou justificam-se reclamando da sorte; b) Violências de toda ordem, espancamentos em casa, traições conjugais ou gritos incontroláveis, levados a conta de gênio ruim; c) Desordens sociais, roubos e vandalismos considerados como meros divertimentos; d) Corrupção espalhada, permanecendo-se a noção do correto e do respeito às pessoas e às instituições. 
 Na verdade, nada é falta de sorte, culpa do governo ou de quem quer que seja. Age-se dessa ou daquela forma porque se permite a si mesmo adotar este ou aquele comportamento. Nada justifica um gesto de violência, de desrespeito ou de imoralidade senão a própria decisão individual marcada de desequilíbrio. 
 É comum, por exemplo, alguém justificar um comportamento agressivo e incontrolável por conta de suposta influência de espíritos, responsabilizando-os por atos desrespeitosos e antissociais. Ora, assim é fácil justificar! Pode acontecer momentaneamente, mas o domínio do próprio comportamento pertence a cada um. Os espíritos são os homens – antes de virem ao mundo ou depois de partirem dele – e conservam, portanto, suas qualidades ou defeitos morais. Podem ser sábios ou ignorantes, bons ou mal intencionados, mas todos são senhores da própria vontade. Quem se deixa levar a atitudes agressivas, a atos desrespeitosos, imorais, prova por si só que é ele mesmo agressivo, imoral, desrespeitoso. Justificar o próprio comportamento à conta da presença de espíritos é atitude de fuga que não condiz à própria realidade individual. 
 Não se pode creditar responsabilidade à Doutrina Espírita, por exemplo, diante de atitudes de supostos médiuns ou pseudoespíritas desconhecedores da proposta essencial do Espiritismo: a renovação moral do ser humano. O espírita sincero é aquele que preocupa-se em melhorar a si mesmo. É alguém em luta consigo mesmo para aperfeiçoar-se, melhorar o comportamento e agir coerentemente com o Evangelho de Jesus, base da Doutrina Espírita. O espírita, como qualquer outro cidadão, é homem comum, que reconhece os próprios limites e sabe que tem o dever de progredir moralmente e trabalhar para um ambiente melhor no planeta.

Orson Peter Carrara

terça-feira, 14 de abril de 2015

Fazendo o que dá, mas fazendo…


A eficácia nos diz para fazermos o que dê resultado. A eficiência, o que der resultado a menor custo e mais rápido. A conformidade nos diz para fazermos o que a Lei manda e a moralidade nos fala de fazermos a coisa certa. Na vida, vamos fazendo o que damos conta… 
Ainda que identifiquemos o que deve ser feito, nossos famosos objetivos reencarnatórios, cabe pensar que como humanos limitados, ainda que isso represente um certo grau de maturidade, temos grande dificuldade de transcender a identificação para a ação. Falar é fácil, fazer é que são elas! 
Mas, apesar da pequenez dos resultados, pensemos na grandeza dos esforços, na maravilha de conseguirmos, cotidianamente, insistir no que acreditamos como melhor, com a paciência dos vitoriosos e a teimosia dos que chegam lá. 
Roma não foi feita em um dia! A reencarnação não é feita de um dia! A cada passo, humilde, mas firme, avançamos. Como dito certa vez em uma palestra por Divaldo Franco: “(…) quem faz o que pode, faz o máximo”. Façamos o que está a nosso alcance, fiéis aos nossos propósitos e conscientes de nossas limitações. 
Diante de grandes desafios, de tarefas gigantes, como são as montanhas de nossas imperfeições, temos a frente o caminho da inércia, da estagnação, da fuga de nós mesmos. Porta larga que nos conduz a adiar os enfrentamentos naturais da evolução. 
Mas, existe o caminho do trabalho, de diante dos problemas, verificar o que pode ser feito, e fazê-lo! Sempre é possível avançar, um milímetro que seja, pelo esforço na tarefa da evolução. Assim o é, as vezes avançamos mais rápido, as vezes demoramos mais, em ciclos, como na vida. 
Após o erro, o momento de queda, a tendência é “largar de mão”, mas ali, nessa hora, é que devemos realmente nos ver como jornadeiros de evolução, como espírito que irá superar mais aquela situação. Vergonha? Somente de não caminhar! 
Assim, façamos o que dá, mas façamos. Responderemos pelos nossos minutos encarnados com uma régua de esforço, de intenção, e a benção da oportunidade deve ser sempre aproveitada, da melhor maneira. Possível… 

Marcus Vinicius de Azevedo Braga

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sábado, 11 de abril de 2015

Intercâmbio mediúnico pela incorporação e com acentuada psicofonia

VEJAM ESSE VÍDEO !!!!!!!!!!!Reparem a voz ... é do Chico Xavier ... não tem como ter dúvida!!É de arrepiar !!!!Vejam a msg !!!Assim Seja Amém BjoKeniah Keniah

Posted by Keniah Aguiar on Terça, 3 de março de 2015

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Um minuto com Chico Xavier


Importante revelação foi feita por Chico Xavier a respeito da Constituição de 1934, resultante da Assembleia Nacional Constituinte de 1933.
A Revolução Constitucionalista de 1932, como a denominação esclarece, pretendia o estabelecimento de um período constitucional, baseado em um texto que fosse resultante da vontade popular, através de uma Constituinte.
Naquela época, ou seja, em 1933 — declarou Chico Xavier em uma de nossas reuniões —, o médium Fred Figner fez uma prece-apelo aos espíritos para que, se fosse decisão do Alto, que uma entidade pudesse manifestar-se a respeito da Constituinte que ia ser escolhida, para o objetivo de redigir a nova Carta Magna do País.
Esclareceu, ainda, que realmente o Alto atendeu ao apelo de Fred Figner e, através de uma mensagem recebida por Chico Xavier, veio uma conclamação aos espíritas para que estivessem mobilizados e atentos na defesa dos princípios doutrinários e, mais particularmente, quanto à liberdade de culto e o princípio de separação da Igreja e do Estado.
Devemos observar que Ruy Barbosa foi companheiro de Bezerra de Menezes na Câmara dos Deputados, juntamente com Joaquim Nabuco, Joaquim Manuel de Macedo, e tantos outros nomes de expressão na política e nas letras do País.
Mais outra observação: na Oração aos Moços para os acadêmicos de Direito da Faculdade do Largo de São Francisco, em 1921, Ruy Barbosa já afirmava sua visão espiritualista da vida.
Ainda na década de 20, em Poços de Caldas, um importante fenômeno aconteceu: Ruy Barbosa foi chamado por jovens da sociedade paulista, que ali passavam suas férias e que recebiam mensagens através do copo, como era hábito na época, e isto porque uma delas era em inglês, e Ruy Barbosa admirou-se: a mensagem em inglês tinha o estilo do jornalista William Stead que era seu amigo e fora seu companheiro em Haia, durante a Conferência Mundial da Paz.
Só muitos dias depois, Ruy Barbosa, que havia estranhado a mensagem, pois seu companheiro estava vivo, soube que Stead morrera no afundamento do Titanic!

(Texto de Freitas Nobre - outubro de 1986, extraído do livro “Lições de Sabedoria”, de Marlene Rossi Severino Nobre, editado pela Folha Espírita.)

José Antônio Vieira de Paula
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)

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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo


A palavra Páscoa tem  origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.
No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia,  assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento  caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e  a sua  organização religiosa,  culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da  Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a  ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.
A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A partir daí,a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos  coincide, vez ou outra, com a judaica.[1]
Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica.[2]Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo.  Por outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação de outro ensinamento  de Paulo de Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.”[3]
Algumas festividades politeístas relacionados à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com
cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura docoelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal sacrificado.[1]
É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”,  a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado  por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]
A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo  representado, ainda que apresente outras interpretações.  A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4] A ressurreição do Cristo representa  a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.
Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]
Os espíritas, procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a  mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim.  Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)[6]



[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso: 27/03/2013.
[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág. 1002.
[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.
[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I, it. 2, pág. 56.
[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.
[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.

Referências

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. São Paulo: Paulus, 2002.
ELWELL, Walter A (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Trad. Gordon Chow. 1ªed. 3ª reimp. Vol. III.  São Paulo: Edições Vida Nova, 2003.
DOUGLAS, J.D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução de  João Bentes. 3ª ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
_____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 1ªed. 3ª reimp. Brasília: FEB Editora, 2012 (Coleção Fonte viva;2)


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Páscoa na visão espirita

Páscoa

sábado, 4 de abril de 2015

Na reta final para um novo mundo


Como sabemos, o nosso planeta está passando por um período transitório; de um orbe de Expiações e provas, para um mundo de Regeneração. Encontramo-nos na reta final deste processo. 
Temos ciência de que este período é a última chance que alguns Espíritos estão tendo no que concerne a viver em uma nova esfera, onde, ao invés do mal prevalecer, o bem reinará. Desta forma, esses Espíritos estão agindo, provocando maior barulho e de tal forma, que as suas ações são mais notadas. Como nem todos conseguirão permanecer habitando nesse novo globo, vários indivíduos colocam em evidência sua perversidade, causando mal aos outros, conforme estamos notando sempre nos noticiários da mídia. 
Talvez a solução do problema da criminalidade seja encontrada a médio e longo prazo. Creio no combate ao crime, educando moral e intelectualmente o criminoso. O nosso dever é compreender esta situação, baseando-nos na aplicação dos ensinamentos exarados por Jesus. 
De acordo com as informações que temos, a transição evolutiva de um planeta não se faz repentinamente. Aventar na concretização desta conjetura tornar-se-ia muito insensato de nossa parte. Evidentemente que esta mudança é feita de modo gradativo, ao longo dos séculos. 
Num passado distante, essa bola onde vivemos foi, por um período de tempo, um mundo primitivo, o qual, com o advento de Jesus ao nosso círculo, passou a ser enquadrado na categoria seguinte e é assim até os dias de hoje. 
Atualmente, a tecnologia dos transplantes utilizando-se das células-tronco é uma realidade entre nós. Acho que este é um enorme sinal de mudança. 
É bem possível que daqui a cem, duzentos ou trezentos anos, a ciência humana já tenha tecnologia suficiente para evitar o nascimento de crianças com doenças incuráveis ou com alguma deformidade. Hipótese plenamente viável, porquanto este globo já não estará recebendo Espíritos com grandes débitos. 
Ademais: faz mais de dois mil anos da vinda do Sublime Rabi a este orbe, e nesse período houve significativa mudança, embora, saibamos que as coisas ruins são mais divulgadas do que as outras. 
Tendo tudo isto em vista, acho perfeitamente aceitável a expressão "encontramo-nos na reta final", referindo-se à evolução de nosso planeta.

Hugo A. Novaes
Santa Rita do Sapucaí, MG (Brasil)

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sexta-feira, 3 de abril de 2015

USP comprova: Energia liberada pelas mãos tem o poder de curar


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”.
Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp.
Segundo o cientista, durante seu mestrado foram investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou. 
A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou. 
As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição.” 
Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress.
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre deste ano. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril do ano que vem.

Postado por Miguel Galli às 23:36 em 25/11/2011
Fonte: Monica Heymann Fedele

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Comemoração dos 105 anos de Chico Xavier


Em 2 de abril de 2015 são comemorados os 105 anos de nascimento de Francisco de Paula Cândido Xavier, o médium mineiro...
Posted by Federação Espírita Brasileira on Quinta, 2 de abril de 2015

terça-feira, 31 de março de 2015

Bebês de três pais e os desafios éticos


A recente aprovação de transplantes mitocondriais pelo parlamento inglês estabelece um novo divisor de águas para a humanidade, especialmente para casais que aspiram gerar bebês saudáveis. Inicialmente cumpre recordar que a técnica autorizada prevê a substituição – por meio de fertilização in vitro – do DNA mitocondrial doente oriundo da mãe biológica por outro saudável pertencente a uma doadora. É importante destacar que a técnica proposta viabiliza a transferência genética entre as duas mulheres antes da geração do zigoto, isto é, a célula com núcleo único produzida no ato da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Portanto, trata-se de um processo no qual a manipulação genética se dá em células ainda não fecundadas, ou seja, sem o embrião da vida. Posto isto, os embriões gerados por meio desse complexo processo estão sendo denominados de “bebês de três pais”. No entanto, é forçoso reconhecer que o DNA mitocondrial da doadora não fornece absolutamente nenhuma característica genética ao feto. Na verdade, a herança genética, propriamente dita, é atribuição do DNA nuclear. Este último, aliás, é responsável por 99,98% do código genético humano.
Nessa condição, o DNA nuclear é, por assim dizer, o agente determinante para o estabelecimento da cor dos nossos olhos, da nossa estatura, da nossa eventual propensão para engordar ou de vir a sofrer determinadas doenças ao longo da vida. Vale frisar que na implantação do transplante mitocondrial, o DNA nuclear é integralmente preservado. Desse modo, os cientistas eliminam qualquer possibilidade de que um óvulo, que tenha tido seu DNA mitocondrial alterado, apresente qualquer semelhança com a doadora.
Assuntos como o ora discutido tendem a gerar intenso debate e polêmica. Certos setores religiosos e da imprensa vislumbram em tais descobertas e possibilidades o perigo do homem querer “brincar de Deus” ou de criar uma raça supostamente perfeita, como foi outrora cogitado em relação à ariana. Há, sem dúvida alguma, justificada preocupação com tudo o que diz respeito à manipulação genética. Há também aí uma linha muito tênue entre o que é eticamente aceitável e as experiências/iniciativas científicas abjetas.
Mas é, por outro lado, também perfeitamente compreensível que pais se empenhem em gerar uma prole saudável e apta a se sobressair positivamente no mundo. Afinal, pode-se indagar que tipos de pais, em sã consciência, ficariam felizes pelo fato de procriar filhos potencialmente portadores de certas moléstias? Convenhamos que tal hipótese chega a beirar o absurdo. É igualmente aceitável que a ciência trabalhe para uma melhor adaptação e/ou evolução da raça humana seja por meio da supressão da manifestação de certas doenças e anomalias físicas, seja pela exploração de alternativas que pelo menos mitiguem tais efeitos.
É, enfim, difícil não querer afastar – especialmente quando os pais têm recursos para tal – a possibilidade de ter um filho com propensão a nascer com algum tipo de doença incubada como o câncer de seio, ou doença de Alzheimer, Mal de Parkinson ou outras anomalias genéticas. Posto isto, como lidar com questões tão complexas de forma apropriada? É pertinente lembrar que manipulação genética é algo que, segundo os especialistas em ufologia, vem permeando a raça humana desde tempos imemoriais. Nesse sentido, os argumentos por eles apresentados são no mínimo intrigantes.
Seja como for, o plano espiritual não poderia deixar, por sua vez, de analisar tão complexa problemática. E o Espírito Joanna de Ângelis tece interessantes considerações, na obra Dias Gloriosos (psicografia de Divaldo Franco), sobre o assunto que valem a pena resgatar. A benfeitora esclarece que “Ao lado dessa busca respeitável, sem dúvida, mas que foge ao programa da reencarnação de muitos Espíritos endividados que, se liberados da injunção aflitiva, incidirão em outros mecanismos depuradores...” (ênfase nossa). 
Diante do quadro atual, é pouco provável que a comunidade científica – que, de modo geral, tem pouca afinidade com as coisas da religião, embora esteja havendo algum progresso no estabelecimento de tal ligação – venha deliberadamente a frear tais esforços. Eventuais aberrações científicas, conforme aventa a benfeitora, como o trabalho para alterar, por exemplo, “... o sexo do zigoto, ou mais tarde do feto, mesmo que se encontre em processo de formação física”, devem ser veementemente condenadas. Tais experimentos são absolutamente cruéis e desumanos. Cientistas que se envolvem em tão nefasta linha de pesquisa desrespeitam sagrados limites éticos e morais, e certamente pagarão muito caro perante as leis divinas por tamanha hediondez.
Joanna de Ângelis alerta, aliás, nesse particular, que “... ao abuso do conhecimento em qualquer área sempre correspondem danos equivalentes” (novamente, ênfase nossa). De modo a esclarecer ainda mais certos pontos capitais, a nobre mentora enfatiza que “Parece a esses investigadores dos emaranhados segredos da existência planetária, que lhes é facultado brincar de Deus, alterando os códigos genéticos e criando aberrações para atendimento do seu luxo criativo [...]”. 
No entanto, como a maioria não envereda pelas sábias veredas estribadas na epistemologia espiritual tem-se a configuração de um quadro no qual “O desconhecimento causal ou proposital do Espírito, por esses investigadores, e o seu alto índice de presunção intelectual fazem que, desatentos às causalidades divinas, se arvorem em criadores de outros homens que deixariam de acompanhar o processo da Natureza, exclusivamente direcionados pelas suas paixões...”.
Por isso tudo, adverte a sábia mentora que “Cabe, porém, ao cientista, curvar-se ante a grandeza do Cosmo e interrogar-se até onde têm lugar os direitos que se atribui, especialmente no que diz respeito ao que pretende corrigir no conjunto ou em parte, a Lei natural”. E aqui é imperioso que o(a) candidato(a) a descobridor do conhecimento se empenhe em conquistar um patrimônio moral e espiritual considerável em paralelo ao técnico-científico, de tal maneira que as suas contribuições e trabalho estejam sempre alinhados com o bem.
Joanna de Ângelis pondera que “A engenharia genética será, naturalmente, um instrumento para dignificação do ser humano e entendimento da vida nas suas mais profundas expressões, jamais recurso para submetê-lo às paixões e desmandos de outros que dela planejam utilizar-se para tais nefandos fins”.
E, por fim, lembra também Joanna de Ângelis que “O corpo, sob qualquer condição que se expresse, é resultado da conduta anterior do Espírito, que programa as suas necessidades na forma, a fim de crescer e evoluir, transformando conflitos em paz, débitos em créditos, mazelas em esperanças”.
Diante do exposto, podemos concluir que o Espírito é e será sempre caudatário do seu passado. Se na trajetória milenar prevaleceram experiências perturbadoras ou dissociadas dos ideais divinos, é da lei universal que o infrator por meio de apropriados determinismos se reajuste. A encarnação, em consequência, lhe facultará de uma forma ou de outra os elementos indispensáveis à reparação. Quanto a esse mecanismo universal de acerto nada poderá a ciência fazer. As inteligências brilhantes podem e devem fazer todo o possível para tornar a experiência humana nesse mundo menos áspera. O seu conhecimento e conquistas nessa direção sublime são certamente esperados pelos maiorais da espiritualidade. Nesse sentido, elas sempre ocorrerão sob os beneplácitos do Criador.

Anselmo Ferreira Vasconcelos
São Paulo, SP (Brasil) 

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Nota importante alusiva a Allan Kardec

Allan Kardec foi o pseudônimo adotado pelo ilustre professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em 3 de outubro de...

Posted by Federação Espírita Brasileira on Terça, 31 de março de 2015

sábado, 28 de março de 2015

Prece com pressa, uma mensagem séria com muito humor!

Prece com PressaUma mensagem séria com muito humor!

Posted by Mensagens de Divaldo Franco e Amigos on Sábado, 28 de março de 2015