quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Do terror à lama, tudo podemos lamentar. Mas o que fazer?


Como não chorar por todas as dores, sem menosprezar nenhuma, dessas que infestam o mundo? A dor das mães, cujos filhos morrem violentamente, é igual: sejam elas muçulmanas, judias, parisienses, sírias, quenianas, norte-americanas, das periferias de São Paulo, dos assaltos na classe média, dos massacres entre todos os povos…
A dor da natureza aviltada, mutilada, envenenada, seja em Fukushima, seja em Mariana, seja nos transgênicos que causam câncer, seja nas sementes estéreis, indecentes, da Monsanto…
A dor das crianças abusadas, violentadas, escravizadas, sejam sírias, vietnamitas, bolivianas, brasileiras, de qualquer época, de qualquer povo…
A dor dos povos oprimidos, expulsos, tiranizados, que são tantos, ou são todos, que nem se pode mencioná-los…
A dor que campeia no planeta, toda ela merece nossa compaixão, nossa empatia, nossa solidariedade.
Mas… a grande pergunta é: o que faremos com os que causam essas dores? Os homens que estrupam, violentam, abusam; os bancos que manipulam economias inteiras, causando pobreza e penúria, suicídios e mortes; os governos que se locupletam na corrupção, e servem aos interesses corporativos, que imperam no planeta, indiferentes às necessidades da massa (e são todos ou quase todos, e não só o brasileiro; os fanáticos de todas as religiões que disseminam o ódio e a intolerância, que vão desde um Malafaia a um radical islâmico ou israelita; os fabricantes de armas e seus lobistas nos congressos, nos Estados Unidos, no Brasil, seja onde for, esses que se interessam que se vendam armas à vontade, sem piedade dos que morrerão por elas, sejam povos inteiros ou vítimas de massacres urbanos; os que comercializam a saúde e a educação, sem se importarem de fato com a cura e com o progresso das nações, mas apenas a manutenção da ignorância e da doença, para que lucrem sempre mais; os que manejam a informação, enganando as populações da Terra, semeando falsas notícias, deturpando, manipulando, para agradar aos poderosos, para vender, sem a mínima preocupação com a verdade e com os interesses da maioria… A grande pergunta é: o que faremos com todos esses?
Para mim, não há resposta possível, sem a dimensão da eternidade. Não há esperança, sem a perspectiva da imortalidade.
Então, cabe-nos orar pelos que choram e pelos que fazem chorar. Cabe-nos trabalhar para consolar todas as dores, restaurar todos as vítimas e cabe-nos trabalhar para despertar a consciência dos verdugos, dos que são responsáveis por todas as tragédias. É possível isso? Sim, desde que por causa da maldade de alguns ou de muitos, os bons não façam adesão à violência, à retaliação, ao ódio e à desesperança. Desde que saibamos que mesmo os piores têm mães e filhos e sobretudo todos, invariavelmente todos, têm uma centelha divina na alma, que um dia acordará e os fará retroceder os passos em sua violência.
E cabe-nos sobretudo trabalhar a educação, uma educação que dê instrumentos às novas gerações para serem mais eficazes na transformação desse mundo. Esses instrumentos são vários. Vou nomear alguns:

·  Uma educação de empatia com o sofrimento do próximo, seja ele quem for.

·  Uma educação de empatia com o sofrimento dos animais.

·  Uma educação de conexão com toda a natureza, para que o ser, que se forma, se sinta parte dela, como somos de fato.

· Uma educação com espiritualidade plural, dessa que resgata os grandes valores de todas as religiões, como bondade, compaixão, perdão, fraternidade e que critica os abusos de todas as religiões, como poderes instituídos, exploração comercial, fanatismo…

·  Uma educação que ensine as novas gerações hábitos saudáveis, não consumistas, de plantar e colher e de comer o que se planta e de sair das grandes e insalubres aglomerações urbanas, para apoderar-se de novo da terra, do verde, do ar e da água, cuidando de tudo isso.

·  Uma educação que ensine a valorizar mais o ser do que o ter, porque então no futuro, ninguém se venderá e ninguém aceitará um emprego numa indústria bélica, numa indústria de alimentos que envenenam as crianças, numa corporação que joga detritos nos mares e nos rios, numa mídia que mente e manipula as massas.

·  Uma educação que acorde nas mentes jovens sonhos e utopias, esperanças e forças para mudar esse mundo!

Apesar de todas as tragédias que se anunciam nas mídias, ainda acredito em tudo isso, porque no meio da multidão, há muita gente consolando, confortando, trabalhando pelo que é justo e bom. E acima de tudo, há Deus, o Ser supremo, amoroso e sábio – e não esse deuzinho pregado por fanáticos fundamentalistas – que nos permite a liberdade de aprender com nossos erros, entregando-nos a responsabilidade de construir um mundo melhor, e nos amparando nesse intento, por dentro de nós, com sua presença que ilumina e pacifica, dando-nos a garantia de que o bem vencerá!

Dora Incontri 

sábado, 14 de novembro de 2015

Recorte de Jornal


Um amigo carioca envia-me virtualmente um recorte de jornal com o título “Pesquisa” e o seguinte texto:

“A ONU resolveu fazer pesquisa em todo mundo. Enviou carta ao representante de cada país com a pergunta: Por favor, diga honestamente qual é a sua opinião sobre a escassez de alimentos no resto do mundo. A pesquisa foi um grande fracasso. Por que? Todos os países europeus não entenderam o que era escassez. Os africanos não sabiam o que era alimento. Os cubanos estranharam e pediram maiores explicações sobre o que era opinião. Os argentinos mal sabem o significado de por favor. Os norte-americanos nem imaginam o que significa resto do mundo. O Congresso Brasileiro está até agora debatendo o que é honestamente.” 
Claro que o texto é uma montagem humorada e ao mesmo tempo dramática das diferenças culturais do planeta e também da enorme distância moral que distingue os países, por força de hábitos, condicionamentos, governos, etc. e até mesmo da indiferença com que muitas vezes nos tratamos uns aos outros, inclusive coletivamente, no desrespeito a outras pátrias. 
O texto também é uma alfinetada na drástica crise moral que atinge o Brasil, com a situação vigente de desequilíbrio político, oriundo da ausência de moralidade no comportamento, que não é só político, é geral, denotando a urgência da melhora individual que resulte no bem coletivo para a Pátria. 
A ironia quanto aos outros países citados igualmente é uma declaração aberta de posicionamentos que tem caracterizados as culturas de diferentes nacionalidades nessa imensidade de um planeta em reviravolta que tenta encontrar-se a si mesmo, face às ilusões que ainda nos permitimos, como cidadãos, seduzidos pelo poder, sem perceber a transitoriedade de nossos efêmeros valores materiais, ainda que necessários. 
Felizmente o “fundo do poço tem molas” e nos devolverá à superfície de nós mesmos até que aprendamos o respeito mútuo e a solidariedade, valores vitais para a harmonia social. Sem eles, vemos a miséria e a violência – em todos os ângulos cruéis com que ela se apresenta – e todos os seus lamentáveis desdobramentos, frutos mesmo do egoísmo, da vaidade, do orgulho que ainda nos caracteriza a condição humana. 
Mas as lições vão modificando a mentalidade, pois o progresso é inevitável. Se somos refratários ou rebeldes aos aprendizados de aprimoramento intelecto-moral, a vida e suas perfeitas leis nos colocarão no caminho que precisamos. 
Esse aspecto de determinismo do progresso, pois que lei, é fator de muita esperança, alívio e entusiasmo para alterar a situação precária que ainda nos encontramos no convívio social. Ele nos convida à mudança, à alteração de paradigmas, traça com clareza objetivos a serem traçados e alcançados e melhor, orienta o caminhar, mostrando que a única alternativa de felicidade real é o amor que se expressa por meio da gentileza, da atenção, da honestidade, da solidariedade. 
Somos convidados a agir com bondade e determinação nesse objetivo, usando a confiança em Deus e a resignação como instrumentos que devemos assimilar em nós mesmos, indispensáveis para a segurança que nos faz avançar destemidos.
Por isso, a realidade imortalista (somos criaturas imortais) da vida ainda é a grande causa capaz de modificar os corações humanos. A ausência dessa noção vital é a responsável pelos tristes quadros ainda vivenciados pela humanidade, especialmente os morais, que geram os demais. 
O fato da assimilação de que não somos o corpo, estamos nele temporariamente em experiências de aprendizado, modificará o panorama social, destruindo o materialismo. Esse o grande desafio a ser levado adiante, para o qual todos somos convidados: viver no planeta, sim, mas com a consciência de que aqui estamos temporariamente e os apegos todos serão dolorosos quando chegar a hora de partir... 
E já que a vida é imortal e todos nos reencontraremos com a própria consciência, o grande juiz incorruptível, é melhor cuidarmos de andar na linha desde já. Não por ameaça ou medo, mas por consciência de seres que já compreenderam que a vida atual não é um passeio, mas uma valiosa oportunidade de aprendizado, onde devemos respeitar e agir com decência, vivendo em harmonia interior e auxiliando-nos mutuamente na superação das dificuldades que todos temos, não importa a idade, a raça, a nacionalidade, o nome, o cargo, a profissão, a crença ou qualquer outra diferença que queiramos nominar. 
Somos filhos da mesma origem e devemos conquistar o futuro de felicidade que nos está reservado com os esforços continuados nas experiências que a vida vai oferecendo.

Orson Peter Carrara

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um minuto com Chico Xavier


Espíritos elevados, através da mediunidade fidedigna de médiuns da atualidade, afirmam-nos que um dos grandes obstáculos à nossa evolução na vida atual é o atavismo, que nada mais é que o conjunto de nossas próprias tendências trazidas de vidas anteriores. Naturalmente aqui falamos das predisposições negativas.
Quem convivia com Chico, não raras vezes presenciava situações, talvez comuns para nossa modesta avaliação, mas que, banhada pelas explicações advindas da mediunidade segura desse trabalhador do Cristo, assumiam uma nova visão. 
Vejamos o fato registrado no livro “Chico Xavier, Mandato de Amor”, editado pela União Espírita Mineira no ano de 1992, no qual várias pessoas que puderam conviver com o médium de Pedro Leopoldo contam fatos particulares vividos ao seu lado. 
Apresentaremos aqui uma dessas narrativas, onde o atavismo de determinadas pessoas fica bem evidenciado. 
Quem narra é Arnaldo Rocha, que se tornou amigo pessoal do médium após a perda de sua esposa Irma de Castro, que para nós, do movimento espírita brasileiro, ficou conhecida como Meimei.

Conta Arnaldo:

- A bem da verdade, devo dizer que no início de nossa amizade estranhava muito a disciplina que Chico impunha à sua vida. Ele retornava do serviço na Fazenda Modelo à tarde, ocupando-se, incontinenti, em visitas aos enfermos, no atendimento aos necessitados e, ainda, além das noites de segundas e sextas-feiras, dedicadas às reuniões no Centro Espírita Luiz Gonzaga, aplicava-se ao trabalho silencioso de recepção de mensagens e livros ditados por instrutores espirituais. 
Toda vez que eu voltava a Pedro Leopoldo, Chico inquiria-me com a mesma pergunta: “O que está lendo? Fale-me de seus estudos e suas tarefas doutrinárias!” 
Com isso, aprendia a admirar e amar a “nossa alma querida”, exemplo de humildade, renúncia e abnegação. 
Numa tarde de sábado, reunidos em casa de Luiza, decidimos inspecionar as obras do pequeno prédio que viria a ser a nova sede do “Luiz Gonzaga”. Chegando lá, deparamo-nos com situações de desentendimento e altercação. 
Dr. Rômulo Joviano e Lindolfo Ferreira – o responsável pelas obras – discutiam entusiasticamente em torno de ideias divergentes. Percebendo a presença de Chico, os dois amigos tranquilizaram os ânimos inflamados, de maneira que, em poucos minutos, todos conversavam saudavelmente, num clima de alegria e descontração. 
Após a saída de Dr. Rômulo, Chico informou-nos que o terreno onde estávamos comportara, outrora, a casa em que nascera e que aquele exato local havia sido o quarto em que sua mãe, D. Maria João de Deus, dera à luz. Uma revelação emocionante! 
Lindolfo, abraçando-nos, disse: - Ora, vejam só! Dr. Rômulo tem atitudes estranhas! Será que pensa estarmos ainda no cerco de destruição de Jerusalém? Estamos é construindo um templo de oração!!! 
- Não se preocupe com o acontecido – disse-me Chico, algum tempo depois, a caminho de casa. – Dr. Rômulo e Lindolfo são os antigos inimigos encontrados no “Há Dois Mil Anos”. O primeiro, nas vestes do senador romano Pompílio Crasso, amigo do também senador Publio Lentulus – Emmanuel. E o segundo, o bravo defensor da pátria judia, André de Gioras. Ambos, inconscientemente, estão recordando acontecimentos já passados. É bom nos lembrarmos do belo ensinamento emmanuelino: “O ontem muitas vezes fala mais alto do que podemos admitir no tempo a que chamamos hoje”. É por isso que em determinados estados da experiência física atual, ao nos envolvermos ou não em desarmonias mentopsíquicas e emocionais, permitimos que se nos aflorem, das criptas da inconsciência, cenas, fatos e sensações de existências passadas, que nos levam a atitudes não condizentes com os padrões estabelecidos e criados pela personalidade atual.
Ensimesmado, procurava guardar a lição de Chico, apreendendo o sentido profundo que suas palavras encerravam.

José Antônio Vieira de Paula
Cambé, Paraná (Brasil)

Imagem do Livro

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A Nova Literatura Mediúnica


“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.”– Paulo (I Cor,14:29)

As palavras de Paulo – inegavelmente a maior autoridade em assuntos mediúnicos dos tempos apostólicos – deveriam servir de alerta àqueles que têm a responsabilidade da publicação de obras de origem mediúnica. 
A literatura mediúnica tem aumentado de maneira assustadora. Diariamente aparecem novos médiuns, novos livros, alguns bem redigidos, se observados quanto ao aspecto gramatical, mas de conteúdo duvidoso, se analisadas as revelações fantasiosas que iludem muitos novatos, ainda sem conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame criterioso daquilo que leem. 
Muitos desses livros se originam de Espíritos ardilosos que, de maneira sutil, se lançam no meio espírita como arautos de novas revelações capazes de encantarem leitores menos preparados, aqueles sem um lastro de conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame lúcido, capaz de os levar a conclusões esclarecedoras. 
Muitas pessoas que conheceram recentemente a Doutrina, antes de estudarem Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne e outros autores conceituados; antes de lerem as obras de médiuns como Francisco Cândido Xavier, Yvonne A. Pereira, Divaldo Franco, José Raul Teixeira, estão se deparando com obras fantasiosas, escritas em linguagem vulgar, contendo o que pretendem seus autores – encarnados e desencarnados – sejam novas revelações. 
Bezerra de Menezes, Emmanuel, André Luiz, Meimei, Manoel Philomeno de Miranda, Joanna de Ângelis e tantos outros Espíritos se tornaram conhecidos e respeitados pelo conteúdo sério, objetivo, seguro, esclarecedor de suas obras, sempre redigidas em linguagem nobre. 
Esses Espíritos conquistaram, pouco a pouco, o respeito, a credibilidade e a admiração do público espírita pelo conteúdo de seus escritos, na forma de mensagens ou de livros, publicados espaçadamente, como que dando tempo a um estudo sereno e criterioso do seu conteúdo. 
Nos dias que correm, infelizmente, o quadro se modificou. Muitos médiuns, valendo-se de nomes já conhecidos pelo valor de suas obras, tentam impor-se aos leitores espíritas, não pelo valor das mensagens em si, mas escorados em nomes respeitáveis. 
Sabendo-se que nomes pouco importam aos Espíritos esclarecidos, é de se perguntar por que os benfeitores que se notabilizaram através de Francisco Cândido Xavier haveriam de continuar usando seus nomes em mensagens transmitidas através de outros médiuns? Se o importante é servir à causa do Bem, por que essa continuidade na identificação, tão pessoal, tão terrena? Não seria mais consentâneo com a impessoalidade do trabalho dos Servidores do Bem deixar que o valor intrínseco da mensagem se revele, sem estar escorado num nome conhecido? Por que não deixar que a mensagem se imponha pelo valor de seu conteúdo? Por que escudar-se em nomes respeitáveis, quando o texto não resiste a uma comparação, até mesmo superficial, de conteúdo e, às vezes, até mesmo de forma? Por que essa ânsia insofreável de publicar tudo o que se recebe – ou que se imagina ter recebido – dos Espíritos? Onde o critério, a sobriedade tantas vezes recomendada na obra de Kardec? Será que o público espírita já leu, estudou, analisou, entendeu toda a produção mediúnica produzida até agora? Ao dizer isso não se está afirmando que a fase de produção mediúnica está encerrada. 
Sabe-se que a Doutrina é dinâmica, que a revelação é progressiva. Progressiva, e não regressiva, pois há obras que estão muito abaixo daquilo que se publicou até hoje, para não dizer que há aquelas que nunca deveriam estar sendo publicadas. 
Infelizmente, os periódicos espíritas, de modo geral, não publicam análises dessas obras que estão sendo comercializadas, ostentando indevidamente o nome da Doutrina. 
Impera, no meio espírita, um sentimento de falsa caridade, um pieguismo mesmo, que impede se analise uma obra diante do público. Essas atitudes é que encorajam médiuns ávidos de notoriedade à publicação dessa verdadeira avalanche de obras que vão desde aquelas discutíveis a outras verdadeiramente reprováveis. 
Nesse particular, é justo se chame a atenção dos dirigentes de núcleos espíritas, sejam centros, sejam livrarias, a fim de que avaliem a responsabilidade que lhes cabe quanto ao que é dado a público em nome do Espiritismo. 
O dirigente – ou o grupo responsável pela direção de uma casa espírita – responderá perante o Alto, sem a menor dúvida, pela fidelidade aos princípios doutrinários de tudo o que se divulga em nome do Espiritismo, seja na exposição oral, num livro, ou simplesmente num folheto. O mesmo se diga relativamente àqueles responsáveis pelas associações intituladas “clube do livro”.

José Passini
Juiz de Fora, MG (Brasil)

Imagem ilustrativa

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Vovô, usa “eche”!


Incrível a experiência vivida com as crianças! Somente a sabedoria de Deus poderia mesmo ter estabelecido leis que determinam que a vinda dos seres humanos ao planeta para os estágios de aprendizado se dê por meio de uma fase de inocência e pureza, com as alegrias e emoções próprias trazidas pela infância. 
As crianças encantam a vida e nos fazem enxergar a vida de outra forma, nos ensinam muito e nos devolvem as lembranças carinhosas da infância. O que mais impressiona, porém, são as descobertas sucessivas que elas fazem, surpreendendo os adultos com a agilidade que lhes caracterizam as atitudes. 
A netinha que chegou na família há pouco mais de dois anos e que agora vai ganhar irmãozinho, surpreendeu-me esta semana com o hábito próprio infantil de imitar os adultos. 
Com meu celular à mão, ou melhor, nos ouvidos, andava pela casa e pela varanda externa, balbuciando frases que só ela mesmo devia entender. Eu, por minha vez, estava naturalmente preocupado que ela deixasse o celular cair ou o entregasse – como faz de hábito com tudo – à cachorrinha que também vive em casa: D. Kika, expert em mastigar objetos variados. 
Eis que diante de meu pedido insistente: Amanda, empresta o celular para o vovô, preciso fazer uma ligação, obtive surpreso a seguinte resposta, após ela correr e apanhar o fixo:

 – Usa “eche”, vovô!  E continuou sua trajetória de frases que só ela mesmo entende...

Em outra ocasião em que a chave da porta lateral havia sumido, ficamos todos a comentar tumultuados na procura da chave, ela saiu e foi buscar a chave...
Raciocínio rápido, inteligente, ágil. 
Bem próprio de um cérebro novinho, denotando conquistas já assimiladas, imitadas ou compreendidas.
Isso não é apenas aprendizado, é também experiência adquirida anteriormente, agora facilitada pelo meio na convivência de observação e pelos recursos do próprio corpo em desenvolvimento. 
O fato notável é que é mesmo admirável ver o desenvolvimento de uma criança e suas conquistas em qualquer ângulo que se queira analisar. 
Afinal a alma que habita o corpo de uma criança pode ser tão ou mais desenvolvido que de um adulto. Na criança os órgãos infantis, ainda em formação, é que impedem a plena manifestação da alma ali presente. 
O mais importante desse raciocínio todo, porém, é que todos vimos ao mundo para progredir, passando pela fase de infância, que é facilitadora às impressões educativas que recebe dos pais, dos adultos e educadores, do meio em que vive. É uma fase mais acessível à influência dos bons exemplos e para a qual devemos contribuir todos aqueles que estejamos encarregados de sua educação. 
Na adolescência, quando intensas modificações físicas e mesmo no caráter se apresentam, é a fase que o habitante que voltou e viveu primeiro a fase infantil, retoma agora sua natureza e se mostra como ele era. 
As crianças são os seres que retornam para os processos de continuidade no aprendizado e as aparências de inocência é para facilitar os mecanismos educativos, para os quais os pais e responsáveis devem estar atentos. 
Mas claro que não é só isso. Também existe a necessidade de proteção e total dependência de cuidados, despertando o interesse e cuidados dos pais ou responsáveis. 
Daí o empenho que nós, os adultos, devemos dedicar ao bom amparo aos pequeninos que nos rodeiam na condição consanguínea ou não, pois tais investimentos educativos e afetuosos – calcados no exemplo – resultarão no adulto responsável e bom, o que mais precisamos nessa sociedade que se debate com tantos conflitos, resultantes em muitos casos dos descuidos com a educação e da falta de bons exemplos.

Orson Peter Carrara

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Portais de luz que precisam de ajuda


Mesmo com um propósito tão enobrecedor, a maior adversidade ainda para muitas emissoras de divulgação da doutrina espírita é a questão financeira. Como é o caso da Web Rádio Portal da Luz, que necessita de recursos para a sua manutenção e que, com bastante dificuldade, sobrevive com venda de livros, CDs e banners de publicidade a fim de levar alento, paz e esperança a incontáveis carentes corações de nosso mundo. 
Esse obstáculo financeiro não intimida o trabalho que já pertence ao coração, mas muito o atrapalha e atrasa, pois as ferramentas tecnológicas mais desenvolvidas têm um custo alto para serem implantadas. No entanto, com a crença no bem e no amor tudo se torna possível, ainda que a passos mais lentos; e, com a indulgente e verdadeira ajuda da espiritualidade, a palavra consoladora chega aos mais distantes rincões e faz com que o coração mais endurecido comece a ouvir relatos sobre o amor de um Mestre de luz. 
Há que entender que a bondade concedida, aparentemente, a uma pessoa é também favorável para inúmeras outras e ainda a Espíritos em situações delicadas e aflitivas que, com o recebimento do trabalho benfazejo e da palavra confortadora, podem muito se beneficiar e começar até a despertar para um novo caminho. 
A tarefa de uma emissora de rádio via internet, como é o caso da Web Rádio Portal da Luz, é de grande importância e responsabilidade, pois o acesso pela internet é imediato e abarca pessoas de todas as classes e credos, aqui e no exterior, que buscam o esclarecimento e, principalmente, conforto para as adversas situações em que muitos se encontram. 
A internet é, por essas e outras, um recurso fabuloso e efetivo com que contam as instituições espíritas, que tanta resistência ainda enfrentam para a divulgação dos ensinos espíritas nas emissoras tradicionais de rádio e TV. 
Em face de tantos obstáculos, o movimento espírita percebeu a necessidade de se aperfeiçoar quanto ao uso das ferramentas digitais e, assim, usufruir o contemporâneo recurso para seu objetivo de divulgar a Boa Nova e a doutrina espírita. 
Muitos são, no entanto, os portais de luz que precisam de ajuda, pois se sabe que o bem para ser realizado carece de ter a raiz fraterna no coração e estar em constante fortalecimento, para suportar as investidas das forças desconhecedoras da luz e do amor. Entretanto, como mencionado, se o projeto já está no coração, trata-se de mera questão de tempo e de empenho para que a claridade bondosa chegue a todos os lugares. 
Os portais de luz – ninguém o ignora – existirão sempre, mas necessitam de ajuda e de cuidados para darem seguimento ao trabalho a que se propõem, tão essencial para lograrmos a emancipação do planeta – abençoado labor cuja execução o Mestre Jesus confiou aos que, como nós, aqui habitam.

Radio Portal da Luz: http://radioportaldaluz.com/ 

domingo, 25 de outubro de 2015

A graça da salvação é para todos, mas é impossível sem a reencarnação


Os adversários do espiritismo atacam injustamente Kardec, pois as ideias bíblico-teosófico-teológicas deste colunista não são necessariamente dele. Apenas procuro conciliá-las com a doutrina dos espíritos codificada por ele. E aproveito o ensejo para homenageá-lo, uma vez que dia 3-10-2015, foi seu 211º aniversário, pois, nasceu em 3-10-1804.
E declaro que aceitei o espiritismo, exatamente, porque vi nele muitas afinidades com a Teosofia, a Teologia Cristã e a Bíblia interpretada racionalmente, e sem as viseiras dogmáticas confusas e polêmicas, que, entretanto, o espiritismo e eu respeitamos. Como teósofo, estudo Deus numa visão teológica universal, e não apenas com uma teologia.
Tudo que Deus faz é com perfeição e duração infinitas e sempiternas. E Ele é o criador e Senhor do tempo, existindo antes dele e controlando-o. Já para nós, o tempo é instável e não temos nenhum controle sobre ele. E como dizem os orientais, Deus é permanente, e nós somos impermanentes. O tempo de Deus em grego é “Kairos”, e o nosso é “cronos”.
A graça, por ser divina, jamais nos faltará. Aliás, ela é de graça  mesmo! E até onde há mais pecado, há mais graça. (Romanos 5: 20).
E assim, pois, as reencarnações jamais nos faltarão, sendo umas muito curtas e outras mais longas, de acordo com nossas necessidades evolutivas em busca da perfeição semelhante, não igual, à de Deus. Numa força de expressão, Jesus até disse: “Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai celestial.” Mas com uma só vida não dá nem para começarmos a nossa perfeição que deverá, no futuro, ser semelhante à de Deus.
A graça divina da salvação é para todos, pois Deus não faz acepção de pessoas. “Então falou Pedro dizendo: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas.” (Atos 10: 34; Deuteronômio 10: 17; e Provérbios 28: 21).
Para nós espíritos imortais, Deus está sempre nos dando o tempo necessário para a evolução de nossa perfeição. Sempre temos, pois, o tempo sempiterno, que vai sendo aproveitado por nós até que se concretize de fato em nós a graça infinita da salvação.  Aliás, não adiantaria a graça e a misericórdia divinas infinitas e sempiternas, se não nos fosse dado também um tempo ilimitado para sermos agraciados com elas.
E, se fôssemos, pois, limitados no tempo e no espaço por uma só encarnação, ser-nos-ia impossível a passagem pela porta estreita da salvação. Mas, para Deus, isso não é impossível (Mateus 17: 20), exatamente porque somos espíritos imortais, e Deus jamais nos deixará faltar o tempo que for necessário, com novas encarnações, até que consigamos mesmo, realmente, a graça e a misericórdia infinitas divinas e sempiternas para que nos tornemos, um dia, purgados e merecedores, pois, de passarmos pela difícil porta estreita, já que impureza não entra na dimensão celestial. E cabe sim a nós fazermos também a nossa parte, o que leva tempo, para que a cada um vá sendo dado segundo suas obras. (Mateus 16: 27). É como diz este antigo e sábio provérbio: “Faça da sua parte e Deus o ajudará.”
E Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca (João 6: 39). Mas se houvesse só uma encarnação, essas tão decantadas misericórdia e graça divinas infinitas e sempiternas seriam uma grande mentira, pois elas deixariam de existir com apenas uma só encarnação!

PS: Recomendo o meu programa na TV Mundo Maior (parabólica e internet) “Presença Espírita na Bíblia”. Você pode fazer suas perguntas pelo e-mail: presenca@tvmundomaior.com.br

José Reis Chaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dias melhores para sempre


Recentemente assisti a pedaços de alguns capítulos da nova novela do horário nobre da Rede Globo, nela alguns personagens, membros de uma facção, se destacam pela hipocrisia, vestindo em público máscaras de piedade, enquanto ocultamente perseguem vantagens e proveitos próprios. 
Em uma reportagem da Slate (Revista publicada na Web), o repórter questionava o porquê de na China existir uma quantidade absurda de óbitos em atropelamentos. Geoffrey Sant explicou que naquele país é mais barato para um motorista matar um atropelado do que deixá-lo vivo e arcar com os custos de sua recuperação e manutenção pelo resto da vida. 
O ouvidor da Polícia militar de São Paulo, Fernando Neves, apontou (hoje, 15/09/2015) para a existência de um grupo de extermínio dentro da instituição, enquanto a pesquisa aponta para excesso de prisões desnecessárias no Rio de janeiro (dados de 2013). 
Juntamente com essas notícias o desespero dos refugiados da Síria e outros países em miséria, guerra, perseguições religiosas pode nos levar para um sentimento de revolta; uma indignação improdutiva, conclusões apressadas de que a humanidade está perdida, que somente desastres apocalípticos poderão ser a base para um mundo melhor.

Observando com mais atenção o noticiário, podemos pescar boas notícias em vários setores:

- mobilizações por direitos humanos; 
- pessoas que trabalham em prol do próximo em Ongs, instituições religiosas, em grupos de apoio; 
- organizações que promovem a educação, cultura, artes; 
- o número gigantesco de jovens leitores na última bienal do Rio; 
-  novas leis que regularão a sociedade com mais justiça e isonomia (13.031, 11.106, 12.015, 12.735 etc.); 
- a liderança da Alemanha diante do êxodo massivo de refugiados; 
- a inclusão das minorias étnicas, religiosas e de opção sexual entre os beneficiários da sociedade.

A banda Jota Quest canta uma música chamada “Dias Melhores”, que tem os seguintes versos:

“Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais,
Dias que não deixaremos para trás.
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores,
Melhores no amor, melhores na dor,
Melhores em tudo.
Vivemos esperando
O dia em que seremos para sempre.
Vivemos esperando
Dias melhores para sempre”.

Já começamos a viver esses dias. Nunca se mobilizaram tantos corações em busca do autoaperfeiçoamento, nunca a Ciência e a Fé andaram tão unidas quanto em nossos dias. Nunca houve tanto amor quanto hoje.

”– Por ser inerente à espécie humana, o egoísmo não constituirá sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto na Terra?

– É exato que no egoísmo tendes o vosso maior mal, porém ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade mesma. Ora, depurando-se por encarnações sucessivas, os Espíritos se despojam do egoísmo, como de suas outras impurezas. Não existirá na Terra nenhum homem isento de egoísmo e praticante da caridade? Há muito mais homens assim do que supondes. Apenas, não os conheceis, porque a virtude foge à viva claridade do dia. Desde que haja um, por que não haverá dez? Havendo dez, por que não haverá mil e assim por diante?” – O Livro dos Espíritos, questão 915.

Marcelo Damasceno do Vale
Blumenau, SC (Brasil)

Imagem ilustrativa

sábado, 17 de outubro de 2015

NASA confirma espíritos: há água em Marte


A Doutrina dos Espíritos (Doutrina Espírita, ou Espiritismo) é uma ciência filosófica de consequências morais. 
Chama-se Doutrina dos Espíritos porque foi ditada por eles, através de milhares de médiuns, em todo o mundo. 
A Allan Kardec coube o imenso trabalho de coligir essa informação, comparar, experimentar, testar e compilar todo esse acervo de informação, assente em 5 pontos essenciais: a existência de Deus, a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados. 
Allan Kardec referiu que a ciência espírita marcha ao lado da ciência "oficial", mas não se detém onde esta para, indo mais além, estudando as leis que regem o intercâmbio entre o mundo espiritual e o mundo terreno. Kardec referiu ainda que, se um dia a ciência "oficial" confirmar que um único postulado espírita está errado, então devemos abandonar esse postulado e seguir a nova descoberta. 
Allan Kardec defendia que um ensinamento espiritual precisa de ter o carácter de universalidade para ser considerado credível, isto é, se o mesmo ensinamento aparece em vários locais da Terra, por intermédio de diversos médiuns diferentes, na mesma altura, então esse ensinamento dos Espíritos tem mais credibilidade, do que se fosse dado apenas por um Espírito, a um médium, num único local. 
O objetivo da Doutrina dos Espíritos é, pois, a renovação moral e intelectual da Humanidade. Instruindo-se e amando, o ser humano espiritualiza-se, e aproxima-se mais rapidamente de Deus, do seu desiderato: evoluir. 
Pese embora este objetivo universal do Espiritismo, pode acontecer que, por vezes, os Espíritos transmitam, através dos médiuns, certas informações que são desconhecidas na Terra, e que são posteriormente confirmadas ou não. 
No dia 28 de Setembro de 2015, a NASA confirmou a existência de água no planeta Marte. Já nos anos 70, tinham sido encontrados alguns vestígios; nos anos 80 uma sonda enviou imagens que pareciam confirmar essa tese, e em 2011 novas fotografias vinham atestar a possível veracidade dessa suspeita. Mas, agora, em 28 de Setembro de 2015, a NASA informa que tem a certeza de que há água no planeta Marte, em locais subterrâneos.

NASA confirma 80 anos depois das mensagens recebidas por Chico Xavier: há água em Marte

Em 1930, o médium Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) recebeu várias mensagens que foram compiladas num livro intitulado "Cartas de uma morta", da autoria do Espírito Maria João de Deus (sua mãe falecida), 12ª edição, São Paulo, Brasil, editora LAKE, Agosto de 1995. 
Nesse livro, nas páginas 78 e 79, item "Paisagem de Marte", o Espírito afirma entre outras informações: "Vi oceanos, apesar da água se me afigurar menos densa e esses mares muito pouco profundos. Há ali um sistema de canalizações, mas não por obras de engenharia dos seus habitantes, e sim por uma determinação natural da topografia do planeta que põe em comunicação contínua todos os mares". 
Em 25 de Julho de 1939, o mesmo médium, Francisco Cândido Xavier, recebeu outra mensagem, desta vez da autoria do Espírito Humberto de Campos, compilada no livro "Novas Mensagens", 6ª edição, Rio de Janeiro, Brasil, editora FEB, 1978, onde, no capítulo intitulado "Marte", página 63, o referido Espírito informa, no meio de muitas outros aspectos: "... largo sistema de canais, que ali coloca os grandes oceanos polares em contínua comunicação, uns com os outros". 
No Jornal "Expresso", Portugal, on-line(http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-09-28-NASA-vai-enviar-tres-naves-e-quer-levar-humanos-para-Marte), 28 de Setembro de 2015, 19h34, os cientistas da NASA se referem a outros aspectos que coincidem com as duas mensagens (da década de 30) recebidas por Chico Xavier, quer sobre a atmosfera de Marte, quer sobre a proveniência da água encontrada. 
Francisco Cândido Xavier, Espírito nobre, que na Terra foi um missionário de Deus, considerado a maior antena psíquica do século XX, merece-nos todo o respeito e credibilidade (embora todos os médiuns estejam sujeitos a enganos, conforme expresso n’ "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec). 
Deixamos aqui esta interessante informação, esperando, como dizia Kardec, que num futuro próximo a ciência "oficial" venha confirmar, ou não, outras informações recebidas por este e outros grandes médiuns da Humanidade. 
Para já, a NASA confirmou aquilo que os Espíritos transmitiram há 80 anos: em Marte existe água, bem como canais subterrâneos por onde ela circula.

José Lucas
Óbidos, Portugal


Imagem ilustrativa

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Missão


A importante questão 573 de O Livro dos Espíritos, que indaga qual a missão dos espíritos encarnados, apresenta como resposta, em síntese didática que a missão é:

 a) Instruir os homens; b) ajudar seu progresso; c) melhorar suas instituições. A resposta, que se amplia em outras valiosas considerações, em sua primeira frase – como acima apresentada – abre notável margem de reflexões, onde podem ser acrescentados exemplos variados do cotidiano humano, considerando as profissões e outras áreas não necessariamente remuneradas, em que toda pessoa pode atuar. Assim como as demais questões da citada obra básica, os textos e seus ensinos favorecem ampliação do raciocínio.

O Espírito André Luiz, por meio da mediunidade de Antônio Baduy Filho – médico nascido em Ituiutaba (MG) –, apresenta no livro Vivendo a Doutrina Espírita, em 4 volumes, comentários para as questões de O Livro dos Espíritos. É obra muito didática, facilitadora ao estudo, entendimento e ampliação do conteúdo das questões que compõe a citada obra básica. A edição é do IDE. Nela fomos buscar o comentário do conhecido autor espiritual para a questão 573, que citamos no início da presente abordagem. Comenta o espírito no capítulo 305, justamente com o título Missão, às páginas 36 e 37 do volume 3:

“Qualquer que seja sua posição na experiência física, faça o melhor.

Governante? Promova o bem comum.
Cidadão? Respeite as leis.
Professor? Ensine o que sabe.
Aluno? Aproveite o tempo.
Artista? Dignifique a arte.
Negociante? Tenha consciência.
Magistrado? Julgue com justiça.
Lavrador? Proteja o ambiente.
Atleta? Seja solidário.
Músico? Honre o talento.
Médico? Atenda com bondade.
Autoridade? Aja com bom senso.

Vivendo sempre o bem e sendo útil ao próximo, tenha a certeza de que você cumpre a missão mais importante.”

Parece-nos extremamente importante pensar nisso nesses tumultuados dias da realidade humana, frente aos desafios diários e a necessidade da melhora pessoal.

Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/p/contato.html

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Um minuto com Chico Xavier


O livro “Chico Xavier, Mediunidade e Paz”, editado pela Didier, de Votuporanga, apresenta-nos emocionante história contada pelo próprio Chico, sobre importante momento de sua vida em meados do século passado, já na cidade de Uberaba.
Narra o médium mineiro:
- Estava atravessando um dos períodos mais difíceis da minha vida. Um companheiro muito querido havia nos deixado e, na soleira da porta de nossa casa, eu meditava a sós... Naquele momento, se eu precisasse voltar à terra natal, não possuía cinco cruzeiros no bolso para o ônibus... As lágrimas me escorriam pelas faces, quando em meio a uma luz muito intensa surgiu-me aos olhos a figura de um Mensageiro Espiritual, de elevada hierarquia, muito superior à condição de Emmanuel. Dizendo-me vir da parte do Senhor, ele começou a conversar comigo, interrogando:
- O Senhor solicita lhe seja perguntado se quando Ele levou a sua mãe deste mundo, deixando-o órfão aos cinco anos de idade, você teve mágoa dele?...
Surpreso com a sublime visita, respondi que não e o Mensageiro prosseguiu como se conhecesse, detalhadamente, cada trecho do caminho que eu havia percorrido até aquele exato momento:
- Quando o impediu de estudar, através daqueles que lhe dificultaram acesso aos bancos escolares, negando-lhe as oportunidades que sonhava, você teve mágoa do Senhor?
Com o coração aos saltos, afirmei que não, porque o Senhor sabe o que é melhor para mim...
- Quando Ele permitiu que você ficasse órfão pela segunda vez, subtraindo de sua presença aquela que foi a sua segunda mãe, deixando-o com doze crianças para sustentar com um reduzido salário, você teve mágoa do Senhor?
Não, apressei-me a dizer, eu não poderia guardar mágoa alguma do Senhor...
E o Missionário Celeste, sem qualquer pausa na voz, continuou discorrendo sobre os pontos mais delicados da minha existência atual, sempre repetindo a mesma questão.
- Quando perdeu a companhia de seu irmão José Xavier, que lhe era o apoio e o incentivo na Doutrina, ante o serviço a realizar, você teve mágoa do Senhor?
Não, chorei muito, e ainda choro, mas não senti mágoa do Senhor...
- Quando, entre as flores que desabrocham no jardim promissor da mediunidade, surgiram os primeiros espinhos a lhe dilacerarem a alma, em forma de ingratidão e calúnia, você teve mágoa do Senhor?
Não, repeli convicto, jamais tive mágoa do Senhor, a quem devo tudo o que tenho e tudo o que sou...
- Quando Ele afastou o casamento de seus planos de felicidade e realização pessoal, você teve mágoa do Senhor?
Não, eu não posso me queixar de nada, pois tenho recebido bem mais do que mereço...
- E agora, quando, depois de tantos anos, dedicando-se integralmente ao Evangelho, vê-se abandonado por aquele em que repousavam as suas esperanças no entardecer da vida física, você sente mágoa do Senhor?
Não, respondi em lágrimas, seja feita a vontade do Senhor...
Estabeleceu-se, então, entre nós, um silêncio que não ousei quebrar...
Depois de rápidos segundos, como se estivesse comunicando-se, telepaticamente, com os planos da Luz, o Mensageiro concluiu:
- O Senhor manda dizer-lhe que, doravante, nada há de faltar... Não tenha receios, porque Ele providenciará tudo o que você necessitar para prosseguir servindo-o entre os homens, na Terra...

José Antônio Vieira de Paula
Cambé, Paraná (Brasil)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A doutrina evangélica das obras e a paulina de sacrifícios e da graça


É bem conhecida a doutrina da salvação pelo sacrifício da morte de Jesus na cruz e pela graça, as duas muito defendidas por são Paulo. Mas existe outra doutrina da salvação por obras ensinada por Jesus e são Tiago.
O Judaísmo acreditava muito em que os sacrifícios fossem agradáveis a Deus e que anulassem os pecados. E Paulo levou essa crença para os autores do Novo Testamento e, “ipso facto”, para o cristianismo. Mas o verdadeiro Deus jamais poderia deleitar-se com sacrifícios de animais e menos ainda de pessoas. De fato, só podem agradar de sacrifícios espíritos atrasados e sádicos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios.” (Mateus 9: 13). E o profeta vidente precognitivo Oseias até profetizou essa condenação feita por Jesus: “Pois eu quero misericórdia e não o sacrifício.” (Oseias 6: 6). Paulo viu no sacrifício de Jesus na cruz o sacrifício perfeito que dispensaria todos os demais. Para ele, a morte de Jesus substitui com perfeição e de modo eficaz, todos os sacrifícios, que, então, já não são mais necessários. E pode-se dizer que Paulo foi como que pego a laço pelo Espírito de Jesus já desencarnado, lá na estrada de Damasco, para ser um grande divulgador do evangelho. E Paulo concluiu ter recebido de graça essa missão de Jesus, porque ele era até um perseguidor  do cristianismo e que, inclusive, chefiou o apedrejamento de santo Estevão, o primeiro mártir cristão. E como, então, foi ser escolhido para tão grande missão? E ele concluiu que isso foi de graça. Também santo Agostinho, antes de sua conversão do maniqueísmo para o cristianismo, teve uma vida semelhante à de Paulo. E achou que esse encontro com a verdade cristã foi também uma graça que Deus lhe deu. E, assim, abraçou também as doutrinas paulinas da alossalvação (salvação vinda de fora), ou seja, do sacrifício de morte de Jesus na cruz e a da absurda salvação de graça.
E veio o frade agostiniano Lutero que, não querendo depender mais do papa, mas exclusivamente da Bíblia, criou a sua famosa tese “Sola Sriptura” (seguir somente as Escrituras e com livre interpretação), criando essas duas doutrinas para os protestantes. Mas os evangélicos passaram a defendê-las com um doentio fanatismo. E eles interpretam todos os textos bíblicos sob a ótica dessas duas doutrinas.
Mas qual ensino vale mais o de Jesus contrário a essas doutrinas ou as de Paulo, Agostinho e Lutero? Fiquemos com o ensino de Jesus que disse: “Eu não vim chamar justos, e, sim pecadores [ao arrependimento].” Como se entende por esse texto, o pecador se salva por ele mesmo, e não pela morte de Jesus e nem de graça, mas por uma atitude assumida por ele próprio, isto é, a atitude de seu arrependimento, que, inclusive, deve ser muito sincero. Mas é comum muitos evangélicos fanáticos apreciadores da morte de Jesus na cruz e da salvação de graça  ou da preguiça, entenderem que nós não podemos nem precisamos fazer nada para a nossa salvação. Vão gostar de moleza assim na China!
Porém, é o próprio são Paulo que, em outro momento, nos ensina que a salvação depende sim de nós também: “...justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo seu procedimento.” (Romanos 2: 5 e 6). Assim, pois, não rasguemos o evangelho, pois a vivência dele é que, realmente, nos salva!

José Reis Chaves
www.facebook.com/jreischaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Liberdade


Em filosofia, liberdade pode ser compreendida tanto negativa quanto positivamente. Sob a perspectiva negativa, denota a ausência de submissão e de servidão, já na segunda, é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Segundo o dicionário Michaelis, “liberdade é um estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 
Poder de exercer livremente sua vontade ou condição do ser que não vive em cativeiro”. A busca da liberdade sempre foi uma constante na história da raça humana. Ela compõe o conjunto dos elementos que habitualmente se imagina sejam necessários ao bem-estar das criaturas. Parece de pouca serventia possuir alguns bens, da espécie que sejam, sem a liberdade de desfrutá-los. Para ser livre, muitas vezes o homem trilhou caminhos tortuosos. 
Para Carlos Bernardo González Pecotche (1901-1963), a liberdade é prerrogativa natural do ser humano, já que nasce livre, embora não se dê conta até o momento em que sua consciência o faz experimentar a necessidade de exercê-la como único meio de realizar suas funções primordiais da vida, e o objetivo que cada um deva atingir como ser racional e espiritual. Como princípio, assinala ao homem e lhe substancia sua posição dentro do mundo, enfim, é preciso vinculá-la muito estreitamente ao dever e à responsabilidade individual, pois estes dois termos, de um importante conteúdo moral, constituem a alavanca que move os atos humanos, preservando-se do excesso, sempre prejudicial à independência e à liberdade de quem nele incorre. 
A liberdade pode ser dita de diversas formas: liberdade do fazer; do querer; autonomia; direito ou participação política. De várias formas também ela se emprega: como arma política ou elemento doutrinal; como simples palavra ou como conceito; como ideia reguladora ou apelo à experiência. Jesus afirmou que o conhecimento da verdade nos libertaria. De fato, uma compreensão mais aprofundada das leis da vida, ao despir o homem de suas ilusões, livra-o da mesquinhez, do egoísmo e do orgulho. 
Em O avesso da liberdade, de Adauto Novaes, há um grupo de artigos dedicados ao que poderia se chamar de “transcendental: a liberdade é pensável?”, nos fazendo refletir em quais impasses, as dificuldades conceituais, os paradoxos que é preciso vencer ou enfrentar para que faça sentido o emprego dessa noção? Tudo depende do quadro conceitual em que nos movemos, por exemplo, pensar a liberdade nos quadros de uma doutrina materialista. Como pensar, sem fazer recurso de outra realidade senão a da matéria, sem recorrer ao espírito ou a qualquer outra forma de dualismo, a ação, a voluntariedade e a liberdade que lhe são próprias, se a matéria é o elemento de uma ordem natural, cujas determinações ela sofre desde o exterior? 
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, ao buscar respostas sobre a liberdade absoluta, encontra as sábias palavras afirmando que o homem não gozará de absoluta liberdade porque todos precisam uns dos outros. No convívio familiar ou social, é impossível ser totalmente livre. Os seus direitos terminam onde começam os direitos do seu próximo, pois a completa libertação possível é a das paixões, dos instintos inferiores, que tanto infelicitam a humanidade. Ao traçar as metas da vida, devemos buscar antes libertar-nos da dor e do desequilíbrio. Para tal, um padrão de conduta reto e equilibrado, marcado pelo bom senso, sempre será o melhor roteiro. No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos, pois podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível, exceto para Deus. 
O homem tem o livre-arbítrio de seus atos, ou seja, assim como tem a liberdade para pensar, tem igualmente a de obrar. Há, portanto, liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Temos o poder para imprimir na nossa existência o padrão de felicidade ou de aflição com o qual desejamos conviver. A liberdade é Lei da vida, que faz parte do concerto da harmonia universal. Somos o que de nós próprios fazemos, movimentando-nos no rumo que elegemos. A busca da felicidade é uma meta comum entre todos os seres humanos. Todos almejamos, de alguma forma, alcançá-la. Cada ser a idealiza de modo diferente dos demais. Para alguns a felicidade é ter uma família, para outros é estar sadio e sentir-se bem, ou ainda, é confundida, por alguns, com conforto material. Na realidade, sabemos que a felicidade verdadeira não é deste mundo, como nos ensinou Jesus. 
O homem só pode agir sobre o mundo que o rodeia e sobre sua própria natureza, aplicando os poderes que em si possui, por meio dos órgãos das suas diversas faculdades. O material de que hão de ser feitas estas faculdades tem que ser perfeito: sentimentos bons e generosos, uma mente dotada e educada, uma natureza espiritual pura e profunda. Devemos abrir os caminhos limpos e puros através do labirinto da vida, sem jamais consentir em desvios do propósito traçado. 
Avaliemos se nossos atos, nossas escolhas de agora, serão motivos de sofrimento ou de ventura mais adiante. Somos livres para semear o que bem nos aprouver, conscientes, no entanto, de que estaremos obrigatória e inafastavelmente vinculados à colheita de seus frutos. Saibamos ser livres dos vícios que corroem a raça humana, e utilizemos da Sabedoria para orientar-nos no caminho da vida; da Força para nos animar a sustentar em todas as dificuldades e a Beleza para adornar todas as nossas ações, nosso caráter e nosso Espírito.

Marcelo Bataglia
Balneário Camboriú, SC (Brasil)

Imagem ilustrativa

domingo, 27 de setembro de 2015

O que você procura indo ao centro espírita?


Ao observar o vai e vem de pessoas pelas dependências dos centros espíritas aos quais visitava, colocava minha mente para trabalhar e imaginava: Qual seria, realmente, o anseio desta pessoa ao procurar o centro espírita?
Será tão somente a busca pela cura do mal ou o problema que a aflige? Será que o objetivo é por encontrar uma razão para viver? Será a curiosidade por notícias dos afetos que já partiram deste mundo?
Perguntas e mais perguntas borbulhavam em minha mente. Para responder as minhas indagações só havia um caminho: questionar os frequentadores de diversos centros espíritas e em diversas regiões o que buscavam ao chegar ao centro espírita.
Então, pedi a um grupo de indivíduos, cerca de 150, que escrevessem num papel o que buscavam ao chegar ao centro espírita. Em realidade o questionamento foi:
Ao adentrar um recinto religioso, o que você procura?
A maioria das pessoas cravou em ACOLHIMENTO.
Contrariando meu pensamento, nada daquilo que se passava em minha mente refletia a realidade. O que mais queriam não era contato com o Além, nem a cura para os males, mas, sim, sentirem-se acolhidas, queridas, amadas.
O ser humano tem sede de ser acolhido, bem tratado. Quando chegamos num local em que a ninguém conhecemos, queremos apenas alguém que nos acolha.
Quando vamos à escola pela primeira vez, queremos alguém que nos receba. Quando a idade avança, nossa vontade é de ser acolhido nas limitações ou dificuldades. Seja na criança, jovem ou idoso, o sentimento de ser acolhido é sempre um carinho na alma.
Pode parecer pouca coisa, todavia, uma simples pergunta, como “Posso servi-lo?”, exerce no outro a ideia de importância, de pertencimento, participação. Mostra que estamos de alguma forma acolhendo, recebendo, preocupando-nos com suas necessidades.

Outro dia um amigo comentou:

“Gosto demais da maneira como a maioria dos evangélicos recebem as pessoas que chegam à igreja. Eles, definitivamente, são excelência quando o tema é ACOLHIMENTO”.
Eis, portanto, um bom questionamento para nós, espíritas, realizarmos dentro de nosso coração e, claro, em nossas Casas:Estamos acolhendo as pessoas? Estamos recebendo-as com carinho e cordialidade?
Estamos fazendo a parte que nos compete que é acolher aqueles que chegam ao centro espírita?
Pensemos nisso.´

Wellington Balbo
Salvador, BA (Brasil)

Imagem ilustrativa

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Quando a Bíblia se refere à palavra 'Espírito', é de um desencarnado


Os anti-espíritas baseiam-se na proibição de Moisés (não de Deus) de contato com os espíritos (Deuteronômio 18), porque os judeus faziam comércio e chantagem com a mediunidade, além de haver entre eles muita ignorância sobre ela.
Por que esses anti-espíritas não mandam matar a pedradas seus filhos adolescentes rebeldes contumazes, pois é também das leis mosaicas? (Deuteronômio 21: 21). Por que não fazem a circuncisão? Por que consomem carne suína? E por que eles querem obedecer rigorosamente apenas à proibição mosaica da comunicação com os espíritos? Ademais, essa própria proibição prova que existe mesmo essa comunicação? Sim, pois Moisés não era doido para proibir uma coisa inexistente! E na Transfiguração no monte Tabor, Jesus presidiu a uma verdadeira sessão espírita, pois Ele comunicou-se com os espíritos de Moisés e Elias. E dessa sessão espírita participaram também os médiuns ostensivos Pedro, Tiago e João, que sempre eram convidados por Jesus para participarem com Ele dos seus feitos mediúnicos.
Vejamos um exemplo, que já apareceu em outras matérias minhas, mas que o repito para os leitores novos, para que se previnam contra as interpretações erradas de textos bíblicos por parte de seus líderes religiosos, com a intenção de esconderem os fatos espíritas bíblicos: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.” (1 João 4: 1 e 2).  As profecias são feitas por espíritos. Daí Paulo ter-nos ensinado que os "espíritos" dos profetas são subordinados aos profetas (1 Coríntios 14: 32), que, hoje, são chamados de médiuns. É claríssimo que João se refere a espíritos. Se ele falasse de pessoas (profetas), ele diria: Examinai os profetas, para saberdes se suas profecias são verdadeiras ou falsas. Mas não, ele se refere a espíritos desencarnados manifestantes, que, às vezes, são denominados de fantasmas. Onde está nesse texto que espíritos nele significam pessoas (profetas)? Se ele cair no vestibular para interpretação, e o vestibulando interpretar a palavra espíritos como sendo as pessoas (profetas), sem dúvida que ele vai ser desclassificado no vestibular. E observe-se que Heldade e Medade recebiam espíritos e profetizavam. (Números 11: 24 a 30).
E a prova de que o texto de 1 João 4: 1 fala mesmo de espíritos e não de pessoas levou a Assembleia de Deus a adulterá-lo totalmente, não mencionando sequer a palavra espíritos: “Mui queridos amigos, não creiam em tudo que vocês ouvem, só porque alguém diz que é uma mensagem de Deus: examinem primeiro, para ver se realmente é. Porque há muitos falsos mestres por aí.” (“A Grande Descoberta” -  Novo Testamento). E estão fazendo outras falsificações deste texto bíblico espírita.
Realmente, não só um autor bíblico, mas qualquer outro, quando usa a palavra espírito, está referindo-se a um espírito desencarnado. Para que se entenda que se trate de pessoa, é necessário que isso esteja claro. Um exemplo: Joaquim é um espírito aventureiro. Aqui se entende, claramente, que se trata da pessoa chamada Joaquim, pois está expressa essa ideia na frase, o que não ocorre com a passagem joanina citada, que se refere mesmo, claramente, a espíritos!
E não foi Kardec, “o bom senso encarnado”, mas foram essa e outras passagens bíblicas que me levaram ao espiritismo!

José Reis Chaves
www.facebook.com/jreischaves

Prof. de português e literatura aposentado formado na PUC Minas / Escritor e jornalista colunista do diário O TEMPO, de Belo Horizonte / Palestrante nacional e internacional espírita e de outras correntes espiritualistas / Apresentador do programa “Presença Espírita na Bíblia” da TV Mundo Maior / Participante do programa “O Consolador” da Rádio Boa Nova / Tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, para a Editora Chico Xavier. E autor dos livros, entre outros, "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Editora EBM, SP, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Podem-se ler também as matérias da coluna de José Reis Chaves em O TEMPO, de Belo Horizonte, no seu facebook e no site desse jornal: www.tempo.com.br / Procurar colunistas. No final das matérias, há um espaço para comentários dos leitores, espaço este que se tornou um verdadeiro fórum de religiões. E qualquer um pode deixar seu comentário lá. Se não quiser que seu nome apareça, use um pseudônimo. E seu e-mail nunca aparece lá.
Obs.: Se meus livros não são encontrados em sua cidade, eles podem ser adquiridos diretamente comigo por meu e-mail ou telefone. Telefone: (31) 3373-6870

Imagem ilustrativa

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Como mudar os pensamentos?


Psiquiatra espírita indica caminho possível.

Dr. Vlamir Pereira é médico psiquiatra em Cascável (PR) e concedeu-nos entrevista sobre mudança de pensamentos para uma melhor qualidade de vida. O texto integral ainda será publicado, mas destacamos ao leitor alguns trechos de suas respostas. Presidente do Grupo Espírita A Caminho da Luz, Vlamir é natural de Andradina (SP); médico anestesiologista desde 1985, possui Pós Graduação em MBA em gestão de saúde, pelo Centro Universitário FAE e Psiquiatria pela Universidade Positivo, ambas instituições de Curitiba (PR).
“(...)

2 - Como mudar os pensamentos?
Um atleta,que conquistou medalha de ouro, treinou muito.Para que possamos avançar na escala evolutiva, o mesmo se aplica. Em outras palavras, observar-nos. Auto conhecimento, que nos leva a vibrarmos com as belezas da vida. A auto descoberta encanta! Educa. Traz paz e luz.

3 - Na prática como funciona?
Escolha novo norte. Seja realista com você. Ouça-te. Diagnostique mágoas, ciúmes, orgulho e todas as heranças primitivas ( com características animalescas) que carregamos. Não minta para você mesmo.Não rumine o passado!
Escolha uma característica por vez a trabalhar. Escolheu? Agora negocie com sua mente. Aos poucos vá substituindo-a por algo bom, útil e verdadeiro. A imagem de um ente querido por exemplo. repita o nome dele(a) várias vezes, ocupando assim aquele espaço tóxico na mente.

4 - Gostaria de citar algo marcante?
Me uso como “cobaia”,isto é, observo-me a cada minuto. Quando passei a dirigir o que penso, procurando esquecer as interpéries, aborrecimentos, mágoas, etc, a vida mudou. Assim, se eu mudei, todos o podem igualmente. Interessante lembrar que isso é um continuo trabalho. Assim ao atingirmos uma meta, um objetivo, imediatamente surge outro a trabalhar. A vida fica adorável! Doce. Muito agradável. Envolvida em paz plena. Aprendemos a nos amar. 
(...)

7 - Por que, como seres humanos, nos tornamos tão vulneráveis às sugestões infelizes e às influências que nos cercam, inclusive espirituais?
Diria que principalmente espirituais. É uma lei natural. Vide a questão 459 do Livro dos Espíritos. Quão vulnerável sou, eu quem determino. É pura escolha, opção, livre arbítrio. Não podemos nos acomodar na vulnerabilidade. Sugestões iluminadas, do mais puro e profundo amor também existem e são intensas. Só precisamos mudar nossas “antenas”e absorve-las.

8 - Qual o grande segredo desse equilíbrio que tanto buscamos?
Exercícios. Treinos. Vigilância.Mudança de rotas. Escolhermos melhor, tal como um produto que compramos. Buscarmos qualidade. Planejamento estratégico de nossas vidas, semelhante a uma empresa. Como queremos chegar no fim do ano? Onde devemos aprimorar? Principalmente,repetindo, não mintamos para nós mesmos! (...)” 

Realmente é o grande desafio da existência, para saltarmos das imperfeições gritantes que ainda trazemos para um estágio de mais equilíbrio e serenidade.

Orson Peter Carrara


Imagem ilustrativa