sábado, 28 de março de 2015

Crer sem ver e ver para crer


O homem que vive mergulhado nas coisas perecíveis da matéria necessita sempre de um sinal 

Ante a incredulidade de Tomé, Jesus disse que bem-aventurados são os que não viram e creram. 
Quanta sabedoria nestas palavras, pois os olhos que verdadeiramente veem  não são os do corpo, e, sim, os do Espírito. Mas o homem que vive somente mergulhado nas coisas perecíveis da matéria necessita sempre de um sinal para crer. Como relata o Evangelho de Mateus, 12:38: “Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal”. 
Na época, os mais incrédulos eram os escribas, que tinham a incumbência de interpretar as leis e ensinar ao povo os textos dos livros sagrados e pactuavam com os fariseus e os sacerdotes, convertendo-se nos mais ferrenhos inimigos de Jesus. 
Em todos os tempos, sempre foi assim. No livro Evangelho Misericordioso – Edições FEESP, (Incredulidade), Paulo Alves Godoy observa que quando Cristóvão Colombo apresentou seu projeto a uma junta de cosmógrafos, astrônomos, geômetras, geógrafos e membros da Igreja,  reunidos no Colégio dos Altos Estudos de Salamanca, na Espanha, foram notificados de que o referido projeto se assentava sobre uma base falsa e imaginária e o que Colombo pretendia não podia ser verdade. Argumentavam que a Terra “é chata e rodeada de água”, sendo incompatível com os dogmas de fé admiti-la redonda; acreditar que existem dois hemisférios habitados,  seria a mesma coisa que dizer que há homens que não descendem de Adão. 
A Igreja também desmentiu Galileu, quando ele disse que a Terra girava em torno do Sol, preferindo ficar apegada ao sistema geocêntrico (a Terra como centro do sistema planetário, em torno do qual girariam todos os astros),  pois o sistema heliocêntrico (o Sol como centro do sistema planetário),  demonstrado por Galileu, contrariava os dogmas. 
Quando Joana D’Arc afirmou que ouvia vozes dos Espíritos, foi taxada feiticeira, relapsa e herege. Joana, que  foi condenada a morrer queimada na fogueira da Inquisição,  foi depois considerada heroína e santa. 
Passados mais de 2 mil anos das revelações das Verdades Eternas trazidas por Jesus e outros grandes missionários, ainda prevalecem teorias errôneas no tocante a essas Verdades, como a crença na vida única do Espírito, nas penas eternas, no pecado original, e de que a Terra é o único mundo habitado do Universo. 
Por ter trazido à Terra as Verdades Eternas, enfrentando a incredulidade dos homens, Jesus foi crucificado; Sócrates,  condenado a beber cicuta; João Batista,  decapitado; Paulo de Tarso, perseguido e também decapitado; muitos profetas foram perseguidos e mortos e muitos emissários dos Céus sofreram a incompreensão e o sarcasmo dos homens. 
Daí a importância de descartarmos a fé cega, que conduz ao fanatismo. Como afirmou Allan Kardec, ela já não é mais deste século. E Kardec disse isso no século 19! 
Em nota de rodapé em O Evangelho segundo o Espiritismo, em 1948, a Federação Espírita Brasileira esclarece que estamos no século em que o espírito humano tornou-se mais exigente e a fé cega já não tem mais sentido, reinando a descrença nas Igrejas que a impõem. Vivendo sem ideal e sem esperança em outra vida, o homem tenta transformar o mundo pela violência. As lutas econômicas geram as mais esdrúxulas doutrinas de ação e reação. Na ânsia furiosa de predomínio econômico, guerras mundiais assolaram o Planeta. 
“Toda a esperança da Humanidade hoje se apoia no Espiritismo, na restauração do Cristianismo, baseada em fatos que demonstram os princípios básicos da Doutrina cristã: eternidade da vida, responsabilidade ilimitada de pensamentos, palavras e atos. 
Sem a Terceira Revelação o mundo estaria irremediavelmente perdido pelo choque das mais desencontradas ideologias materialistas e violentistas.”

Altamirando Carneiro
São Paulo, SP (Brasil)

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quarta-feira, 25 de março de 2015

Passe Virtual - Instituto André Luiz

Passe Virtual - Instituto André Luiz Um passe virtual, para ser feito com fé, seriedade e responsabilidade, com os...

Posted by Mensagens Espíritas - Anjos da Noite on Quinta, 3 de janeiro de 2013

O Evangelho no lar

segunda-feira, 23 de março de 2015

O passe


Coube ao Espiritismo, dentre tantas outras práticas dos tempos apostólicos, trazer de volta esta da imposição de mãos, amplamente usada por Jesus, conforme se lê nos Evangelhos, como na seguinte passagem: E, ao por do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo as mãos sobre cada um deles, os curava. (Lc, 4:40). Mas, além de curar enfermos, Jesus recomendou fosse esse socorro levado a efeito por aqueles que pretendessem seguir suas lições: (...) E porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Mc, 16:18). 
No Espiritismo, a imposição de mãos recebeu o nome de passe, prática que pode ser levada a efeito por qualquer pessoa de boa vontade, a qualquer hora, em qualquer lugar. Entretanto, em se tratando de passe feito numa casa espírita, deve-se procurar facilitar o trabalho dos Espíritos que nele colaboram, através de preparo e postura dos encarnados, e de ambiente consentâneo com a importância da atividade, evitando-se o passe em público, no mesmo recinto onde o paciente ouviu a palestra. 
Infelizmente, o passe em público tem aumentado nos centros espíritas. Alguns por falta de espaço, outros por comodismo. Entretanto, é bom seja lembrada a conveniência de ser destinado um espaço especial para sala de passes, diante das seguintes razões:

1. Nesse local, os Espíritos poderão manter aparelhagem própria à execução desse tipo de trabalho;

2. Será favorecida a manutenção de ambiente mais homogêneo, pelo fato de ser mais fácil a concentração e a preservação de fluidos em recinto onde circulem menos pessoas;

3. Além do mais, haverá ambiente propício à preparação dos passistas para a tarefa, pois o trabalho só deverá ser iniciado após a preparação dos médiuns, em ambiente de recolhimento, conforme se lê no cap. 17 da obra “Nos Domínios da Mediunidade”. Ali, vê-se Clara e Henrique preparando-se antes da entrada dos pacientes, conforme explicação dada ao companheiro de André Luiz: ... A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique expulsam do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do nosso plano as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem cooperar com eficiência, a favor do próximo;

4. No caso de haver uma sala destinada ao trabalho de passes, haverá maior facilidade de concentração dos médiuns, pelo fato de não estarem expostos à curiosidade das pessoas que não estão recebendo o passe, por não o desejarem ou porque já o receberam, permanecendo no salão, mantendo, às vezes, pensamentos que não se coadunam com a sublimidade do momento;

5. Maior conscientização da natureza superior do socorro recebido, da parte do paciente, pelo fato de entrar num recinto apropriado e previamente preparado, podendo sentir-lhe a diferença vibratória;

6. Essa mudança de ambiente contribuirá para que mude sua atitude, de passividade absoluta – e até de certa indiferença – à de participar mais ativamente, pela sua decisão de levantar-se, dirigir-se à sala de passes e não de continuar simplesmente acomodado na poltrona de onde ouviu a palestra.

Agindo assim, acreditamos estar devolvendo ao passe aquela característica de socorro ao realmente necessitado, como o fez Jesus. 
A excessiva facilitação desse nobre socorro fraterno conduz à sua vulgarização, com efeitos psicológicos danosos, tanto àquele que o ministra, quanto a muitos beneficiários, para os quais toma o lugar de simples "bênção" de efeito mágico. 
Sabemos que, a ser desenvolvida dentro desses parâmetros, a tarefa demandará mais tempo, tanto dos médiuns, quanto dos pacientes. Essa, talvez, a maior contribuição para que se definam com clareza as posições daqueles que realmente necessitam do socorro do passe, e daqueles que, sinceramente, conscienciosamente, se dispõem ao trabalho nesse importante setor.

José Passini
Juiz de Fora, MG (Brasil)

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sábado, 21 de março de 2015

Música para relaxamento

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sexta-feira, 20 de março de 2015

Cristianismo & Espiritismo


Espiritismo é sinônimo de Cristianismo puro

 “O homem está sempre disposto a  negar aquilo
que não conhece.” - Pascal. 

Quando as pessoas descobrem que o Espiritismo e o Puro Cristianismo são a mesma coisa, elas perguntam: “Qual a utilidade da doutrina moral dos Espíritos, uma vez que não difere da do Cristo?".

Kardec responde[1]: “(...) Do ponto de vista moral, é fora de dúvida que Deus outorgou ao homem um guia, dando-lhe a consciência, que lhe diz: ‘Não faças a outrem o que não quererias te fizessem’. A moral natural está positivamente inscrita no coração dos homens; porém, sabem todos lê-la nesse livro?! Nunca lhe desprezaram os sábios preceitos? Que fizeram da moral do Cristo? Como a praticam mesmo aqueles que a ensinam? Reprovareis que um pai repita a seus filhos dez vezes, cem vezes as mesmas instruções, desde que eles não as sigam? Por que haveria Deus de fazer menos do que um pai de família? Por que não enviaria, de tempos a tempos, mensageiros especiais aos homens, para lhes lembrar dos deveres e reconduzi-los ao bom caminho, quando deste se afastam; para abrir os olhos da inteligência aos que os trazem fechados, assim como os homens mais adiantados enviam missionários aos selvagens e aos bárbaros?
A moral que os Espíritos ensinam é a do Cristo, pela razão de que não há outra melhor. Mas, então, de que serve o ensino deles, se apenas repisam o que já sabemos?  Outro tanto se poderia dizer da moral do Cristo, que já Sócrates e Platão ensinaram quinhentos anos antes e em termos quase idênticos. O mesmo se poderia dizer também das de todos os moralistas, que nada mais fazem do que repetir a mesma coisa em todos os tons e sob todas as formas. 
O que o ensino dos Espíritos acrescenta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que regem as relações entre os mortos e os vivos, princípios que completam as noções vagas que se tinham da alma, de seu passado e de seu futuro, dando por sanção à doutrina cristã as próprias leis da Natureza. Com o auxílio das novas luzes que o Espiritismo e os Espíritos espargem, o homem se reconhece solidário com todos os seres e compreende essa solidariedade; a caridade e a fraternidade se tornam uma necessidade social; ele faz por convicção o que fazia unicamente por dever, e o faz melhor. 
Somente quando praticarem a moral do Cristo poderão os homens dizer que não mais precisam de moralistas encarnados ou desencarnados. Mas, também, Deus, então, já não lhos enviará. 
Os Espíritos são mais colaboradores seus do que reveladores, no sentido usual do termo. Ele lhes submete os dizeres ao cadinho da lógica e do bom senso: desta maneira se beneficia dos conhecimentos especiais de que os Espíritos dispõem pela posição em que se acham, sem abdicar do uso da própria razão”. 
A conexão entre o mundo espiritual e o mundo material é muito ostensiva e evidente, conforme podemos observar na resposta que os Espíritos deram à questão de número 459 de “O Livro dos Espíritos”.

Continua Kardec1: “(...) Com os Espíritos – sejam de que categorias forem – iniciamo-nos no que respeita ao verdadeiro caráter do mundo espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Cabe-nos, porém, visto que os Espíritos são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles nunca saberíamos. 
Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso o sabem hoje perfeitamente os espíritas. 
Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem ideia completamente falsa da natureza do mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo. 
As condições da nova existência em que se acham os Espíritos lhes dilatam o círculo das percepções: eles veem o que na Terra não viam; apreciam de um ponto de vista bem mais elevado e, portanto, a perspicácia de que gozam abrange mais vasto horizonte; compreendem seus erros, retificam suas ideias e se desembaraçam dos prejuízos humanos. É nisso que consiste a superioridade dos Espíritos com relação à Humanidade corpórea. 
A Humanidade Espiritual vem conversar com a Humanidade Corporal e dizer-lhe: Nós existimos, logo o nada não existe; eis o que somos e o que sereis; o futuro vos pertence, como a nós. Caminhais nas trevas, vimos clarear-vos o caminho e traçar-vos o roteiro; andais ao acaso, vimos apontar-vos a meta. A vida terrena era, para vós, tudo, porque nada víeis além dela; vimos dizer-vos, mostrando a vida espiritual: a vida terrestre nada é. A vossa visão se detinha no túmulo, nós vos desvendamos, para lá deste, um esplêndido horizonte. Não sabíeis por que sofreis na Terra; agora, no sofrimento, vedes a justiça de Deus. O bem nenhum fruto aparente produzia para o futuro. Doravante, ele terá uma finalidade e constituirá uma necessidade; a fraternidade, que não passava de bela teoria, assenta agora numa lei da Natureza.  Sob o domínio da crença de que tudo acaba com a vida, a imensidade é o vazio, o egoísmo reina soberano entre vós e a vossa palavra de ordem é: ‘Cada um por si’. Com a certeza do porvir, os espaços infinitos se povoam ao infinito, em parte alguma há o vazio e a solidão; a solidariedade liga todos os seres, aquém e além da tumba. E o reino da caridade, sob a divisa: ‘Um por todos e todos por um’. Enfim, ao termo da vida, dizíeis eterno adeus aos que vos são caros; agora, dir-lhes-eis: ‘Até breve!’. 
Tais, em resumo, os resultados da revelação nova, que veio encher o vácuo que a incredulidade cavara, levantar os ânimos abatidos pela dúvida ou pela perspectiva do nada e imprimir a todas as coisas uma razão de ser.  Carecerá de importância esse resultado, apenas porque os Espíritos não vêm resolver os problemas da Ciência, dar saber aos ignorantes, e aos preguiçosos os meios de se enriquecerem sem trabalho? Nem só, entretanto, à vida futura dizem respeito os frutos que o homem deve colher dela. Ele os saboreará na Terra, pela transformação que estas novas crenças hão de necessariamente operar no seu caráter, nos seus gostos, nas suas tendências e, por conseguinte, nos hábitos e nas relações sociais. Pondo fim ao reino do egoísmo, do orgulho e da incredulidade, elas preparam o do bem, que é o reino de Deus, anunciado pelo Cristo". 
                                                                         
 [1] - KARDEC, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. I, itens 56 a 62.

Rogério Coelho
Muriaé, MG (Brasil) 

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quinta-feira, 19 de março de 2015

Decisão triste!


Comunicamos, com imensa dor emocional, a extinção de atividades do Lar Espírita José Gonçalves – em Mineiros do Tietê, no interior paulista –, departamento de assistência a idosos em desamparo, no regime de internato, fundado em 25/06/1940 (com inauguração em 09/11/40) como departamento do Centro Espírita Francisco Xavier dos Santos, na mesma cidade, este fundado em 22/03/1923.
O fato se deve à impossibilidade de cumprimento da legislação em vigor, pertinentes à atividade, cuja exigência quanto ao quadro de funcionários especializados na área de assistência à população atendida, inviabiliza a manutenção financeira da instituição. O fato se agrava pela instituição localizar-se em cidade pequena, de quase nulos recursos que possam vir de empresas ou da população e que viabilizam manter a instituição em funcionamento no atendimento das exigências legais. Isso sem citar a reduzida equipe envolvida.
Foram 75 anos de trabalho árduo, que partiu do entusiasmo e desejo sincero de servir de seus idealizadores, desde a fundação da instituição mãe, em 1923. Inspirados pelo ideal espírita na prática da caridade e, considerando a realidade da época, optaram pela formação de um lar que acolhesse idosos desamparados. O ideal foi concretizado a partir de 1940, de onde se desdobraram através do tempo as lutas para a construção da nova sede – esta inaugurada em 1974 e algumas reformas posteriores – e esforços continuados que fizeram-na atingir os 75 anos de atividade. Dedicados seareiros trouxeram seu labor e seu empenho nessas décadas de assistência que acolheram inúmeros idosos que, por razões diversas, estiveram acolhidos em sua sede, tornando a instituição conhecida e muito respeitada na cidade.
O tempo provoca mudanças substanciais nas circunstâncias e também atingiu nossa época com alterações estruturais em todos os setores da sociedade, como se pode verificar atualmente, inclusive na realidade do acolhimento de idosos em desamparo, na legislação específica.
Apesar da dor e tristeza que envolve o fato, esse comunicado não é um lamento, pois que a decisão foi tomada em assembleia, com participação lúcida e amparada por assistência jurídica. Na análise das alternativas, concluiu-se com facilidade que a melhor postura – até pela nova realidade dos dias atuais – era mesmo extinguir o departamento citado.
Passados os primeiros impactos, percebe-se que a ocorrência abre outras perspectivas para a instituição, sua história e seus integrantes. Sua atual diretoria recebeu total apoio de amigos vinculados à história da instituição e houve uma boa sintonia no sentido da decisão final.
Os desdobramentos jurídicos, administrativos e humanos que envolvem a demissão de funcionários e mesmo a transferência dos internos para entidades congêneres, seguirão com tranquilidade para não haver qualquer tipo de abalo e a previsão é que as atividades sejam encerradas em definitivo em 90 dias. Após todos os procedimentos que forem exigidos, naturalmente que a diretoria estudará novas diretrizes na utilização do espaço e mesmo o aprimoramento da atividade em outra área, adaptando-se em sua finalidade com o novo tempo.
Aqui cabe imensa gratidão aos pioneiros, continuadores e atuais dirigentes e trabalhadores, funcionários e mesmo aos acolhidos que ali residiram, muitos deles marcantes e inesquecíveis que não caberiam numa breve apreciação. E também aos poderes públicos e à população e empresários que nunca deixaram de atender aos apelos em favor da instituição.
É um fato novo, impactante, sem dúvida, mas necessário. A cidade pequena, sem recursos, a reduzida equipe e o teor das alterações na legislação levaram a esse termo. Como devemos cumprir a lei, é melhor encerrar atividades que descumprir a lei. E tais alterações não devem ser vistas como cruéis. Elas visam proteger o idoso, priorizam a família que, no entender do estado, deve responsabilizar-se pelos próprios idosos. É uma evolução, sem dúvida. São novos tempos, que precisamos aprender a viver.
Para nós, fica a história, a experiência, o aprendizado; ficam as memórias...
Um detalhe significativo é que este comunicado é publicado no dia 21 de março de 2015, véspera da data de fundação da mantenedora do Lar, o Centro Espírita Francisco Xavier dos Santos, em 1923. 



Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/03/decisao-triste.html

terça-feira, 17 de março de 2015

Música para relaxamento

Esclarecimentos Oportunos - Cremação

Agir ajudando

“Agir ajudando, criar alegria, concórdia e esperanças, abrir novos horizontes
 ao conhecimento superior e melhorar a vida, onde estivermos, é o
apostolado de quantos se devotaram à Boa Nova.”
(Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, item 69, psicografia de Francisco C. Xavier.) 

De forma alguma, podemos dispensar a prece e a reflexão como elementos indispensáveis para a nossa alimentação espiritual, tão importante quanto a  alimentação física, para o nosso equilíbrio, mas ações concretas de trabalho precisam ser desenvolvidas para que o bem resplandeça na Terra. 
É nessa hora que imprescindível se torna a firmeza e a constância no propósito de servir desinteressadamente em favor do próximo, pois que, quando agimos na direção do bem-estar alheio, é em benefício de nós mesmos que estamos trabalhando. As ações edificantes têm o poder magnético de se misturar com outras ações de idêntico teor e retornar em nossa direção ainda maior, fortalecendo-nos. O mal também obedece à mesma lei. 
Sabendo disso, até por uma questão de bom senso e inteligência, no limite das nossas forças, será bem melhor fazer o bem, evitando, dentro do máximo esforço, as atitudes que redundem em prejuízo de alguém. 
Para servir ao próximo existem múltiplas formas e maneiras, mesmo sem recursos amoedados ou materiais, pois que em inúmeras situações o necessitado pede apenas a nossa boa vontade e o interesse em ajudá-lo. 
Se nos solicitam remédios que não temos, podemos recorrer a farmácias e laboratórios em busca de amostras grátis ou aos nossos armários, que muitas vezes guardam medicamentos que não mais estamos usando. 
Se nos pedem roupas e calçados, não os possuindo, não estamos impedidos de recorrer à ajuda de parentes e amigos no intuito de atender a necessidade do irmão em sofrimento. 
Se nos imploram interferência para a obtenção de emprego ou de um favor qualquer, saiamos à procura das nossas amizades e falemos com sinceridade sobre a carência de quem nos procurou. 
Se nos rogam um instante de atenção para ouvir um relato aflito, paremos um pouco e escutemos o que o irmão tem para dizer, uma vez que um minuto de conversa pode significar um grande alívio para quem carrega um vulcão no cérebro e uma represa estagnada no coração. 
Se aproximam de nós chamando-nos para compor um grupo de trabalho que se organiza para socorrer crianças sem rumo, que vivem nas ruas da indiferença à beira do abismo das viciações, juntemo-nos a esses idealistas e cooperemos também para a edificação de uma infância equilibrada. 
Se somos convidados a servir em instituições que acolhem idosos sem lar, não percamos tempo, ofertemos algumas de nossas horas buscando aliviar, um pouco, o drama dos abandonados, para que terminem seus dias com mais conforto. 
De alguma forma, pensemos firmemente em trabalhar pela construção de um mundo melhor. Atribuir tal responsabilidade somente para os órgãos oficiais e para o governo é um grande equívoco, pois sem a participação de todos nós, no oferecimento da nossa quota de trabalho, mesmo que seja pequena, tudo fica muito mais difícil. 
Quando Jesus falou da parábola dos talentos, aplaudiu aqueles que os multiplicaram com o trabalho e lamentou a decisão de quem o enterrou no solo, com medo de perdê-lo. Naquele momento o Mestre estava ensinando à humanidade a não cruzar os braços, esperando que tudo se resolva por si. 
Mesmo que seja um pouco é preciso agir ajudando, para que a sociedade dos nossos sonhos não tarde a ser formada. Façamos a nossa parte... e não nos preocupemos se os outros também o fazem.

Waldenir Aparecido Cuin
Votuporanga, SP (Brasil) 

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quinta-feira, 12 de março de 2015

A palavra

 “Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que ouvem”. (Epístola de Paulo aos Efésios, 4:29.)

A possibilidade de comunicação pela palavra articulada é uma dádiva divina ao homem para que se estabeleça o entendimento universal, haja a confraternização entre os povos e, com a troca de conhecimentos, ele cresça em sabedoria.
Ocorre que, infelizmente, essa prerrogativa nem sempre é compreendida e bem empregada.
O “verbo” que deveria ser utilizado para informar, esclarecer, ajudar, orientar, consolar, congregar tem servido muitas vezes como agente de desagregação, de desconforto, de desnorteamento, de embaraço, de enleio, de ocultação, ou mesmo como instrumento de ferir, de injuriar, de caluniar, de difamar.
A palavra mal conduzida propicia a discórdia, pode induzir ao crime, provocar o suicídio e outros tantos malefícios que atormentam a humanidade.
O ensinamento do Apóstolo Paulo aos Efésios é claro, preciso, insofismável.
O dom da palavra exige respeito, pois nos foi dado por Deus e o seu uso deve ser restrito às ocasiões em que possa servir como edificação de quem fala e de quem ouve.

Felinto Elísio Duarte Campelo
De Maceió, Alagoas 

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sábado, 7 de março de 2015

Estados de consciência


Imagine o leitor o arrependimento, o remorso, nos estados mais expressivos causando perda de sono, de apetite e até afetando o encanto da alegria de viver. Somam-se a ele as angústias próprias das preocupações, de variadas origens, agravadas muitas vezes com as dificuldades de relacionamento, com medos e outros estados.
Por outro lado, considere os estados de tranquilidade da alma pacificada. Sim, aquela decorrente da paz de consciência que traz alegria e harmonia que influem diretamente nos relacionamentos, na produtividade do trabalho, no bem estar familiar.
Pois esses são estados de consciência, que se pode ampliar também para as noções do dever familiar ou profissional e da consciência como cidadão, como cristão.
Mas não é esse ângulo que queremos destacar. Objetivo é mesmo destacar esses tormentos próprios da ausência da paz de consciência ou da harmonia decorrente exatamente também, agora presente, da paz de consciência.
Fala-se tanto em céu e inferno. Há milênios destaca-se a existência de um céu e de um inferno, mas eles nada mais são que estados de consciência. É ingenuidade imaginar um céu de ociosidade ou de contemplação eterna, sem atividade, o que tornaria o céu um outro inferno.
Ou, ao mesmo tempo, imaginar um inferno destinado ao sofrimento eterno, sem possibilidade de libertação e ainda entregue ao comando de um ser que o próprio Deus não poderia comandar, na figura infantil do chamado e desacreditado diabo.
Não existem o céu e o inferno. Estes podem existir desde já no interior de cada um de nós, de acordo com nossas posturas morais e comportamentos que adotamos.
O que existem são estados de consciência, que pode estar em paz ou torturada pelo remorso, pelo arrependimento.
Diabo somos nós quando nos alimentamos de inveja, de ciúme, de rancor, de desejo de vingança, de avareza, quando agimos nos bastidores para manipular e benfeitores somos quando usamos o perdão, a benevolência, a humildade, a solidariedade.
Não há o castigo do inferno ou a premiação da ociosidade nas leis que regem a vida. O que existem são leis sábias que comandam a vida com justiça e misericórdia, sintetizada na celebre frase: “A cada um segundo suas próprias obras”, na sabedoria do Mestre da Humanidade.
Agora que a mentalidade amadureceu somos convidados a uma postura moral mais adequada com o progresso de nosso tempo e com as diretrizes que começamos compreender com mais clareza.
Veja-se a complexidade do momento atual do país. Ela é fruto de nossas imperfeições morais, individuais e coletivas, que resultaram no quadro social que aí está. Mas estamos capacitados para superá-lo, colocando a consciência no cumprimento do dever, agindo com retidão para não adentrarmos depois no “inferno” da consciência de culpa. O céu de harmonia e paz que esperamos está em nossas mãos!
Essas reflexões nos levam à obra O CEU E O INFERNO, de Allan Kardec, que completa em 2015, 150 anos de publicação. Nossa homenagem de gratidão à preciosa obra!

Orson Peter Carrara

terça-feira, 3 de março de 2015

Pães e peixes


Em uma das mais belas passagens evangélicas, na minha opinião, o chamado milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus alimenta uma multidão esfaimada a partir de uma singela porção de pães e peixes. Para além da discussão fenomenológica dessa passagem evangélica, essa ideia dadivosa e multiplicativa que se apresenta nessa mensagem do nazareno se faz presente também em outras passagens, na sentença do “pedi e obtereis”, ou ainda, na Parábola dos talentos, das moedas que se convertem em riqueza, quando não escondidas.
As lições citadas trazem uma mensagem central, frequentemente ignorada, de que a vida é um celeiro de oportunidades e bênçãos, que nos brinda com tesouros, a partir de pequenos investimentos que oferecemos. Um naco de peixe, uma côdea de pão, algumas moedas, módicos sacrifícios que a vida nos remunera com realizações, conquistas e vitórias. E nesse mar de oportunidades, temos dificuldades de identificar os caminhos, os chamados e as melhores opções de aplicação de nossos humildes, mas indispensáveis recursos.
O leitor pode achar que se trata de um excesso de otimismo, mas se olharmos as bênçãos recebidas, os acréscimos de misericórdia e tudo mais que a vida nos oferece, verá que não se trata de exagero e sim de realidade, como Jesus já nos alertava. Obviamente, não falamos de conquistas materiais, mas de avanços mais amplos, que saciam a fome da multidão, sequiosa do pão da vida, que sustenta o espírito imortal.
Essa abundância da existência, como oportunidade de crescimento, de colheita, nos faz refletir sobre o que pedimos e para onde direcionamos nosso arado nessa semeadura. Cuidado com o que pedimos, podemos conseguir! Por vezes, carreamos anos de nossa encarnação em projetos mirabolantes e colhemos destes o que plantamos. Mas por vezes esse produto não nos sacia a fome maior.
A introdução da obra “Cartas e Crônicas”, psicografia de Chico Xavier, pelo Espírito Irmão X, lá em 1966, passados quase cinquenta anos, indica bela história atribuída ao poeta indiano Rabindranath Tagore, na qual um lavrador, a caminho de casa, com a colheita do dia, notou que, em sentido contrário, vinha suntuosa carruagem, revestida de estrelas. Reconheceu, conduzindo aquele veículo, o Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas. Apesar do espanto, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino pedinte apenas um grão da preciosa carga. Após a partida do Todo-poderoso, o pobre homem do campo observou que curiosa claridade vinha do seu alforje poeirento e percebeu que o grânulo de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola, transformado em pepita de ouro luminescente.
Como o homem da história, retemos nossos tesouros e os aplicamos mal, sem perceber as pequenas solicitações divinas, a nos recompensar com a chamada parte boa. Voltando ao saber evangélico, esquecemos que Jesus nos alertou que a colheita era livre, mas que a semeadura era obrigatória. Reforçou essa visão quando indicou que onde está o nosso coração, aí está nosso tesouro. O Mestre, na atualidade de suas lições, nos deixa a lembrança que diante de uma empreitada importa saber o que queremos colher, e ainda, se esse banquete realmente saciará a nossa fome do espírito, para além dos lírios do campo.
Diante da multidão faminta que o seguia, fez do pouco o muito e todos comeram até ficarem saciados. Das diversas necessidades humanas – psicológicas, materiais, espirituais –, nós, que também avançamos na multidão que O segue, temos que ficar atentos ao pão e ao peixe que buscamos, para que essas bênçãos não se tornem maldições, fardos que arrastamos ao longo de encarnações, dominados pela ânsia da posse e pela visão imediatista da fome do mundo.
Assim, seguimos nossa caminhada rumo à luz, com um pão, um peixe, uma moeda. De tudo a vida conspirará para o nosso avanço, com o suor do trabalho e a esperança da fé. Mas importa saber para onde seguimos, em que direção e sentido, o que buscamos e em que prisma de existência. Caminhar por caminhar pode significar rumar em círculos, marcando passo na reencarnação, perdidas as oportunidades, que podem não voltar em condições tão ideais como a atual.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
http://www.oconsolador.com.br/ano8/399/marcus_braga.html
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Ao fazer o bem, não espere facilidades


Fui assistir ao filme de Irmã Dulce e saí da sala emocionado. Que vida linda foi a dela! Mesmo fazendo o bem, encontrou adversários, opositores, aproveitadores e passou por humilhações variadas, porém ainda assim prosseguiu em sua missão.
Muitos de nós consideramos que o fato de fazer o bem facilitará as coisas.
Alguns pensam: Meu Deus, ajudo tanta gente, mas recebo provas pesadas.
É assim mesmo que funciona, não adianta nos iludirmos. Estamos em um planeta de provas e expiações, sujeitos a situações e testes dos mais variados matizes. As provas não vêm apenas para nós, mas para todos que estão encarnados em planetas na categoria de provas e expiações.
No entanto, importante lembrar que realizando o bem estaremos atraindo a nós a presença dos bons Espíritos que nos auxiliarão a vencer nossas provações. Ademais, fazer o bem, cumprir as obrigações, ser honesto, correto, íntegro, enfim, praticar o evangelho traz-nos o que há de mais precioso neste mundo: a paz de consciência.
Paz de consciência que reflete na serenidade do Espírito que sabe de suas limitações, todavia, também reconhece seus esforços por superar a si mesmo, e por isso está em paz com sua própria consciência.
Penso que o segredo é nos desapegarmos da ideia de que fazendo o bem receberemos de volta o bem. Se fazemos o bem pensando no que receberemos de volta, fica um pouco complicado, uma espécie de moeda de troca com o universo, mais ou menos do tipo assim: Faço o bem hoje porque quero receber o bem amanhã. Contudo, nossa visão ainda limitada e imediatista não sabe realmente o que é o bem para nós. Não raro a situação complicada de hoje é o degrau para a felicidade do amanhã. Eis, então que, quando o que queremos não acontece, vêm a decepção e a frase: Poxa! faço o bem, cumpro com minhas obrigações, mas só recebo pedrada da vida.
Recordo-me de um grande amigo que trabalhava comigo. Homem correto e cumpridor de seus deveres. Criatura reta, trabalhadora e servidora de Jesus. Uma época, ele estava decepcionado com a vida. Sentia-se injustiçado e não foram poucas as vezes que chorou em nossos diálogos. Afirmava: Poxa! rapaz, parece que não consigo comprar meu carro. Quero tanto, mas o financiamento nunca é aprovado pelo Banco. Estranho que meu nome é limpíssimo e minha renda corresponde. Por que está empacado, me diz?
Eu dizia: Calma, meu caro, quem sabe o futuro reserva algo melhor para você.
Ele, ao ouvir, respondia: Que nada! A vida se esqueceu de mim!
Eis, porém, que após uns 4 meses ele recebeu aumento salarial, em realidade uma polpuda comissão pela venda de um imóvel e pôde comprar o carro à vista, sem necessitar de qualquer tipo de financiamento.
Eu o parabenizei e disse: Olha só, a espera valeu a pena, meu amigo. Viu como a vida não se esqueceu de você?
O problema é que as coisas têm o seu próprio tempo, mas nós, apressados, queremos antecipar tudo.
Calma!
Nada de esperar “moleza” porque faz trabalho voluntário, ajuda os mais necessitados e coisas do gênero.
Não encontraremos facilidades em nada. E isso é bom, porque são as dificuldades que nos fazem exercitar as potencialidades do espírito.
Mesmo que nossos ideais sejam nobres, devemos esquecer facilidades.
Se tenho um objetivo, que eu o faça acontecer. Ocioso esperar do Céu, se nossas mãos estão inertes.
A propósito, se algum dia encontrarmos numa dessas esquinas do universo Kardec, Gandhi, Irmã Dulce ou Madre Tereza, perguntemos a eles se encontraram facilidades em suas trajetórias.
Provavelmente a história narre a saga desses personagens de forma menos dramática do que realmente foi.
Mas eles prosseguiram.
E nós, vamos seguir adiante ou parar?

Wellington Balbo
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Para quem não viu a matéria no Fantástico, Divaldo Franco, vale a pena assistir!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A melhor Religião


Estabelecer critérios competitivos faz parte da natureza humana em todos os aspectos da vida, sempre comparamos nossa vida e as situações que ela envolve com as das demais pessoas. Acostuma-se dizer que política e religião não são passíveis de discussão, entretanto deixar de apresentar nossa opinião sobre os assuntos a nossa volta é tarefa quase impossível.
No processo de estruturação de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec perguntou aos espíritos na questão de número 842, qual seria a melhor religião. Na íntegra a questão foi formulada da seguinte maneira: - “Por que indícios se poderão reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?”.

A resposta é inundada de profundo bom senso:

- “Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse é o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus, não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”

Analisar a questão acima nos evidencia uma fonte inesgotável de reflexões a serem feitas, afinal, seria natural que cada segmento religioso defendesse o caminho por ele proposto como sendo “o melhor”, mas a natureza elevada e universalista oferecida pelos espíritos à Allan Kardec, apresenta uma visão dilatada, sem defender esta ou aquela filosofia religiosa. Simplesmente esclarece que a melhor religião, a mais verdadeira, é a que fizer “mais homens de bem”. Desta forma, pouco importa a que religião pertencemos, o mais importante é possuir um comportamento de religiosidade, norteado por um caráter sólido e bases éticas depositadas nas próprias ações. Nossas atitudes, nossos comportamentos mostram quem verdadeiramente somos, todo o resto forma apenas o cenário onde a vida se desenrola, visando o crescimento moral e espiritual da criatura humana. Em boa definição é indiferente o rótulo utilizado para nossa apresentação na vida social, apenas o bem que fazemos e a nobreza que imprimimos em nossos atos, é capaz de dizer se a religião que abraçamos é a melhor, pois isso só pode ser medido quando ela nos faz melhor.
Por meio desse bom senso universal, é que o Espiritismo contribui para o desenvolvimento da consciência do homem e como consequência, auxilia a construção de um mundo melhor.

Roosevelt Andolphato Tiago 
http://rooseveltat.blogspot.com.br/2012/08/a-melhor-religiao.html 
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A incrível história de James Huston Jr.


Gosto muito de visitar livrarias nos shoppings. É visita obrigatória e extremamente prazerosa passear no meio dos livros, admirar a arte das capas, pesquisar os lançamentos, verificar os temas e deparar-me os assuntos em destaque no extenso e variado mercado livreiro no Brasil.Em viagem recente lá estava eu no meio dos livros novamente. Deparei-me com o livro de Bruce e Andrea Leininger, pais do menino James. O livro tem o sugestivo nome de A Volta. Foi traduzido por Claudia Gerpe Duarte e publicado pela BestSeller. Devidamente documentado, através de pesquisas, fotos, depoimentos, tudo começou no dia 1 de maio de 2000, com os gritos repentinos na madrugada do pequeno James, então com apenas 2 anos. Os então considerados pesadelos se transformaram em sonhos reveladores e impactantes para os pais que viram o próprio filho trazer informações e conhecimentos natos de aviões, especialmente os de guerra. As pesquisas de nomes, sobrenomes, dados geográficos, datas, ocorrências, locais e personagens de episódios da 2ª. Guerra Mundial, as sessões de terapia com psicólogos e pesquisadores da questão levaram à constatação de que o pequeno James é a reencarnação do piloto James Huston Jr, abatido por japoneses quando pilotava seu avião de guerra, em 1945. A precisão de datas e nomes mencionados é impressionante. Inclusive há um pequeno trecho de filme no portal youtube com trechos de algumas evidências. E Ken Gross, romancista e escritor de não ficção reuniu tudo isso numa obra de 320 páginas, que encontrei com grande destaque na livraria do shopping. Isso me faz lembrar outro caso verídico, ocorrido nos Estados Unidos, que também virou livro e depois transformado em filme de grande sucesso, face à emoção que transmite. Trata-se do filme: Minha Vida na Outra Vida, já disponível nas locadoras. No caso uma mãe começa também em sonhos a ter visões que ela constata depois tratar-se recordação de vidas passadas, que se comprova com documentos e vasta pesquisa e que culminam no encontro com os filhos, agora idosos, da existência passada, quando os deixou pequenos. Se você está querendo algo para se emocionar bastante, não deixe de ver o filme. É que a temática reencarnação está na mídia. Novelas, filmes, livros, peças teatrais abordam hoje o assunto com a maior naturalidade, face à coerência de seus fundamentos. Pesquisadores e cientistas hoje a estudam com profundidade, havendo evidências muito acentuadas de sua realidade. Exatamente para entender o porquê de tantos extremos humanos – no intelecto, na moral, na psicologia, no emocional e especialmente nas condições em que nascem e vivem, nas diferenças que apresentam. Há estudos avançados, inclusive, na questão das impressões digitais e na grafoscopia. Por outro lado o crescente número de crianças prodígio é outro desafio para a ciência. Como explicar a ocorrência de crianças que nascem e precocemente apresentam conhecimentos e habilidades avançadas, sem terem aprendido? Privilégio de nascimento não é justo porque contraria o senso de justiça do Criador. A resposta lógica está no aprendizado em existência anterior, o que vem merecendo especial atenção da ciência. Por tudo isso, é assunto que merece atenção e respeito para não ser confundido com misticismo e fragilidades intelectuais, afinal aí está a ciência a pesquisar o empolgante tema. E o mais empolgante é que ela, a reencarnação, não ocorre como obra do acaso, mas é fruto de cuidadoso planejamento que visa atender aos programas de aperfeiçoamento do protagonista principal. Isso leva em conta suas carências, traumas, méritos e deméritos, mas também conquistas e habilidades, sempre visando o aprendizado que falta ou o aprimoramento nas áreas em que já acumula experiências. Na verdade, é a caridade de Deus para conosco, que nunca nos fecha as portas dos reajustes, aprendizados, reconciliações e do progresso para construção da felicidade.



Orson Peter Carrara
http://orsonpetercarrara.blogspot.com.br/2015/02/a-incrivel-historia-de-james-huston-jr.html

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O Ano Novo e o novo homem


Estamos no segundo mês do ano de 2015,  ocasião  propícia para colocarmos tudo  em ordem e idealizar projetos futuros. Mas que as ideias não fiquem  escritas  no papel ou guardadas na mente e esquecidas, depois. 
Importante é não nos acomodarmos e sairmos em busca do que pretendemos. Como disse Jesus: “o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”. A quem se ajuda, o Céu o ajudará, esclareceu  o Mestre. 
Nestes dias difíceis de lutas e provações, que nos conscientizemos de que Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, conforme o que necessitamos. Vibremos para que os homens dos nossos dias saibam administrar a sua produção segundo as leis de justiça, caridade e amor ao próximo, pois quando a fraternidade reinar entre os povos, o que sobrar para um em determinado momento,  suprirá a necessidade momentânea de outro, e todos terão o necessário. 
Que o destaque a que almejemos seja o de ser  um verdadeiro homem de bem, que pratica a lei de amor e caridade na sua maior pureza, conduzindo as nossas atitudes conforme a nossa fé em Deus e no futuro, encontrando satisfação nos benefícios que distribuímos, na benevolência para com todos, na indulgência para com as fraquezas alheias, no respeito aos direitos dos semelhantes. 
Conscientizemo-nos de que o Espiritismo compreendido, sentido e exemplificado, conduz aos resultados explicitados. Como esclarece o item 4 (Os Bons Espíritas) do capítulo XVII (Sede Perfeitos) de O Evangelho segundo o Espiritismo – Edições FEESP, tradução de Herculano Pires –: não que o Espiritismo crie uma nova moral, “mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam”. 
O homem de bem tem  desenvolvidas, no seu dia a dia, duas qualidades essenciais: o dever e a virtude. Sobre o dever, diz a comunicação de Lázaro, no item 7 deste  capítulo:

"O dever é a obrigação moral, primeiro, para consigo mesmo, e depois para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos mínimos detalhes, como nos atos mais elevados". 

"O dever é o mais belo galardão da razão; ele nasce dela, como o filho nasce da mãe."

A virtude é tratada no item 8, na comunicação de François-Nicolas-Madeleine:

"A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso”.

É também  conclamada no item 10 (O homem no mundo) - comunicação de um Espírito Protetor: 

"A virtude não consiste numa aparência severa e lúgubre, ou em repelir os prazeres que a condição humana permite. Basta referir os vossos atos ao Criador, que vos deu a vida. Basta, ao começar ou acabar uma tarefa, que eleveis o pensamento ao Criador, pedindo-lhe, num impulso da alma, a sua proteção para executá-la ou a sua bênção para a obra acabada. Ao fazer qualquer coisa, voltai o vosso pensamento à fonte suprema; nada façais sem que a lembrança de Deus venha purificar e santificar os vossos atos".

Altamirando Carneiro
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

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sábado, 31 de janeiro de 2015

O filme dos Espíritos

A frequência melhora a frequência


Às vezes, em meio à corrida da rotina, enquadramos as atividades espíritas de forma mecânica em nossas atribuições, como um compromisso a ser cumprido em meio a tantos outros.
E por vezes, ainda, esse compromisso disputa com outros, profissionais, familiares, de lazer, o que redunda em uma frequência baixa a casa espírita e as suas atividades. Às vezes, de forma sazonal, nos vemos envolvidos em uma ciranda de eventos e pouco “damos as caras” no centro.
Aí, vai uma vez à palestra e falta na outra. Chega só na hora do passe... Comparece esporadicamente aos grupos de estudos, em uma vivência burocrática da atividade espírita.
Vamos, assim, administrando a relação com a casa espírita, de forma morna, no que entendemos ser uma vivência religiosa formal, de prática superficial.
A frequência à casa espírita, para além de uma assiduidade protocolar, necessita do envolvimento, do sentimento nas atividades ofertadas, elevando o padrão da nossa casa mental, de nossas vibrações.
A frequência à casa espírita melhora a nossa frequência mental!
A casa espírita é uma oficina bendita que nos oferece diversos campos de ação e estudo, em horários diversos, para perfis múltiplos, e se apresenta como opção integrativa de estudo e vivência do Espiritismo. Muito mais do que divulgar a doutrina espírita, a casa espírita tem o potencial de se tornar uma forja do homem de bem!
Lá fazemos amigos, ouvimos certas verdades, participamos de atividades como agente e paciente, estudamos em grupo no debate salutar, tudo isso em um espaço de crescimento que nos torna melhores, sustentando o nosso ideal cristão nas lutas semanais, fora da casa espírita.
Cabe-nos ter coerência nos papéis... Para isso, necessitamos ser bons espíritas no lar, na escola, na rua, no trabalho, nas diversas roupagens sociais, ainda que na casa espírita busquemos mostrar o nosso melhor, esse nosso melhor deve se espraiar pela vida cotidiana, como uma chama a nos conduzir.
Não defendemos aqui a hipocrisia de máscaras na casa espírita, ou, ainda, que a pessoa se insule no centro vinte e quatro horas por dia, em uma clausura kardequiana, fugindo do mundo perverso, ignorando os outros papéis para os quais ela reencarnou. A doutrina não prevê isso, ela surge como instrumento de superação da formalização pela essência!
Defendemos a casa espírita como espaço de espiritualização, de estudo e de trabalho, desenvolvendo a nossa dimensão “espírito”, na tarefa árdua de construção do homem de bem. E para tal, ela oferece instrumentos diversos!
Entretanto, para isso são necessários: a presença, a adesão, o envolvimento. Ainda não encontrei uma modalidade de Espiritismo a distância… Faz-se mister o engajamento na casa, para que ela faça parte de nossa vida e vice-versa, em uma construtiva relação que faz, de cada frequentador, melhor a cada dia.
Fica então a reflexão sobre a relação que estamos construindo com o templo espírita que nos acolhe e de como esta relação está nos fazendo melhorar… Grandes, pequenos, distantes, informais… As casas espíritas estão aí, necessitando do nosso olhar atento, dos nossos braços produtivos, assim como nós precisamos de suas bênçãos no fortalecimento espiritual.
Como pássaros tenros, os mentores da casa espírita nos colocam lá, como frágeis galhos que, unidos, compõem um aconchegante e robusto ninho. Nesse feixe de forças, de cá e de lá, é preciso colocar o nosso coração, na infância, na juventude e na madureza, e não apenas na melhor idade, na qual passamos a nos preocupar, compulsoriamente, como o desencarne e a vida espiritual. 

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador. 

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sábado, 24 de janeiro de 2015

Podemos saber quais são nossos obsessores?

Inabalável, na balada


Julia é o que chamamos de uma jovem espírita. Frequenta a juventude espírita da casa “Fraternidade em nós”, ajuda na campanha do quilo[1], na evangelização infantil, procura sempre estudar a doutrina e entre desafios do vestibular, afazeres domésticos, anseios profissionais e lutas afetivas, toca a sua vida nessa complexa fase da existência encarnada. 
Com a vida atribulada, Julia ainda arruma tempo para cultivar os amigos da escola, da infância, da casa espírita, em grupos que guardam entre si poucas interseções. Julia, como toda jovem, tem uma intensa vida social, com atividades culturais, passeios ecológicos e …festas! 
Sim, a Julia adora uma festa, dançar, pular e tudo mais que compõe essa bela e alegre fase de nossa vida. Sábado à noite, é balada na certa[2]. Domingo, 9hs da manhã, Julia está lá, a postos, na salinha de evangelização, na qual figura como monitora da turma do Jardim. 
E como Julia se porta na balada? De forma inabalável! Cabeça feita, a menina sabe se divertir com responsabilidade, se posicionando, com a maturidade de quem sabe a importância da coerência entre os múltiplos papeis que desempenhamos na vida. 
Julia, temos diversas no movimento espírita, e o nosso discurso paterno/materno, esquecido de nossa juventude e temperado de medo urbano e conservadorismo, idealiza em Julia uma jovem que não existe, descontextualizada de escola, rua, grupos sociais e cobra dela uma visão postiça da juventude. 
É preciso enxergar Julia como um espírito em construção, que precisa fortalecer a sua autonomia, seu discernimento, para que seu caráter seja forjado de maneira inabalável, diante dos desafios do mundo, que não são apenas as festas, mas se materializam na idade adulta, na qual teoricamente somos “donos de nossos narizes”, nas questões do trabalho, da vida em sociedade e da gama de papéis que precisamos saber nos portar como espíritos e espíritas. 
Julia precisa saber, na lição de Emmanuel a Chico Xavier (Vide “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama), em relação a lugares e ambientes, não se ela pode entrar, mas sim se ela vai conseguir sair. E para isso ela precisa desenvolver sua personalidade, seu bom senso, uma convicção raciocinada que a permita distinguir o que é bom para ela, uma tarefa na qual a Doutrina Espírita será valorosa. 
Adotar uma postura de colocar Julia na redoma, de um isolamento do mundo, é tão pernicioso quanto o extremo de abandoná-la a sua sorte, sem orientação frente aos desafios. A juventude, como fase essencial do desenvolvimento do espírito, assusta os mais velhos desde a Grécia antiga, mas como etapa de autonomização, de prova do que foi ensinado, necessita que se deixe, aos poucos, o pássaro voar. 
Assim, o jovem espírita é um espírito imortal, mas tem como encarnado as peculiaridades da dimensão social, seus ritos e manifestações, a vinculação afetiva a grupos e isso tudo é muito natural, como processo de amadurecimento. A postura inabalável, na balada, se constrói com vivência e reflexão, e causa medo, é verdade mas reforça que temos que ter juízo e discernimento, no desenvolvimento do amadurecimento para transitar nas diversas situações do mundo, fugindo não do mundo, mas dos isolamentos. 

Notas do autor:
[1] Nota do autor - Campanha do quilo é uma prática habitual das mocidades espíritas, com a coleta de gêneros para campanhas da casa. Vide http://www.casadoshumildes.com/quilo.html.
[2] Balada é uma expressão atual para qualquer tipo de festa e animação. Vide http://www.priberam.pt/dlpo/balada. 


Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Será que o importante é ser feliz mesmo?


É comum ouvirmos as pessoas, sejam artistas ou pessoas comuns, dizerem para justificar seus atos de que: “o importante é ser feliz”, no entanto será isso uma realidade? Vale mesmo a felicidade a qualquer custo?
Quantas vezes ficamos em situações difíceis e constrangedoras como resultado de uma ação realizada em nome da felicidade.
Conhecendo a Doutrina Espírita essa sentença tem necessidade de revisão, afinal de contas, felicidade inconsequente ou motivada pela saciedade dos nossos instintos é porta de entrada para muitas infelicidades.
Este tipo de felicidade é tão passageira quanto superficial, mais parecemos felizes do que realmente somos. É ser feliz à maneira dos animais, como ensina a questão 777 de O Livro dos Espíritos, pois a felicidade não está na satisfação dos instintos.
Para ser feliz de verdade, muitas vezes fazemos o que não queremos, mas entendemos ser correto fazer. Felicidade é na verdade resultado, efeito de uma conduta reta e nobre. Resistimos aos impulsos primitivos que muitas vezes ainda nos cercam e nos sentimos felizes justamente por não fazer o que temos vontade. Desta forma é que entendemos que a felicidade nem sempre está imediatamente conosco, pois reflete nosso adiantamento moral e espiritual.
É fundamental analisar a questão 920 de O Livro dos Espíritos pelo esclarecimento que ela encerra: “Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?”
E a resposta expressa dilatada lucidez: “Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.
Na análise do conteúdo acima, fica evidente de que devemos buscar a felicidade, certamente, mas sempre pautada pelos nossos valores e tendo o aval da própria consciência que sempre coloca limites.
Na orientação do capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo que pede: “Sede Perfeitos” aprendemos que na busca da perfeição, ou pelo menos na melhora constante, está o caminho da felicidade real, pois de nada vale uma felicidade fictícia e que da mesma forma acrescenta dores.
Desta forma, o importante não é ser feliz a qualquer custo, mas buscar a felicidade obedecendo as diretrizes morais, o que significa muitas vezes, abrir mão de uma felicidade menor e imediata, por uma mais distante, mas que seja real e resultante de uma conduta enobrecida, pois é buscando a felicidade dessa forma, que se acaba sendo feliz sem buscar. 

Roosevelt Andolphato Tiago
http://rooseveltat.blogspot.com.br/2014/11/sera-que-o-importante-e-ser-feliz-mesmo.html
roosevelt@solidumeditora.com.br

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Bom ano


“Ano novo, vida nova”, cantam as melodias das festividades do final do ano e as previsões de vária ordem. Que o novo ano seja bom.
Raros são aqueles que não possuem uma visão mística a respeito do ano novo, como se para o novo ano ser bom dependesse de alguma decisão transcendente, mística.
Compreendemos que a vida está nas mãos de Deus e que não é obra do acaso, mas daí a crer que cada minuto esteja predestinado é crer na fatalidade absoluta e irremediável que tiraria do homem o livre-arbítrio, e ele não teria méritos e nem seria responsável pelo que fizesse – pensamento inadmissível para a mais singela inteligência.
Quem desejar produzir alguma coisa terá minutos, horas, dias, meses à sua disposição durante todo o ano. Mesmo que não conclua seus projetos, se se dedicar com disposição, terá dado muitos passos adiante. Em muitos sentidos, mas também neste, disse Jesus: “a cada um segundo as suas obras”; “batei e abrir-se-vos-á”. Ficar esperando do ano novo a concretização do que lhe compete fazer por suas forças é o mesmo que ficar parado, aguardando a estrada se movimentar.
Cada ano é supremamente importante para o Espírito imortal. Tempo novo para progredir, produzir e construir no sentido material, moral e espiritual. Entre muitos desafios encontramos os de resgate, que são oportunidades de se reparar o passado equivocado desta ou de outra vida; também os de crescimento, que são dificuldades apresentadas pela vida para que o Espírito exercite os potenciais do sentimento e do intelecto. As facilidades encontradas podem representar os méritos adquiridos pelo esforço próprio e pelo bem proceder em sua jornada passada ou atual, porém, sem dúvida, o tempo presente é oportunidade de o homem edificar um futuro feliz ou infeliz, dependendo das resoluções que tome, utilizando o seu livre-arbítrio.
Ano novo! Tempo de renovar as propostas para uma vida melhor.
O ano novo será bom para o homem que aproveitá-lo para ser bom. 
 
Adelvair David
addavid@ig.com.br
Jales, SP (Brasil) 

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Chicão, bota água no nosso feijão


Como carioca, fiquei muito feliz com a deferência do representante maior da Igreja Católica, um latino como nós, em sua mensagem na virada do ano de 2014-2015, alusiva aos 450 anos da cidade maravilhosa, cheia de encantos mil. Parece simples, mas nós aqui, esquecidos de “Lennon e MacCartney”, como dizia Milton Nascimento, nos felicitamos com essas referências! 
A mensagem, possível de ser acessada em  http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/12/papa-francisco-homenageia-rio-em-video-povo-corajoso-e-alegre.html, merece destaque dentre outros motivo,  por um singelo trecho, no qual o pontífice católico afirma eu “De modo concreto, creio que todos podem aprender muito do exemplo de generosidade e solidariedade das pessoas mais simples; aquela sabedoria generosa de saber “colocar mais água no feijão”, da qual o nosso mundo ressente tanto.” 
Sim, a solidariedade dos que sofrem…Uma lição que ainda custamos a aprender. Certa vez, um amigo visitou um trabalho assistencial, crente que iria lá ensinar algo e ao ver que uma criança tinha ficado sem o pão, a outra espontaneamente ofereceu a metade do seu, ensinando a esse meu amigo observador a lição aqui lembrada. 
O nosso mundo, mudado pela tecnologia, pelo acesso a informação, pela queda de muros e de preconceitos, ainda se vê assolado pela falta de fraternidade. O egoísmo e seus primos diletos, o consumismo, o individualismo e a competividade, campeiam soltos pelo cotidiano mundial, anestesiados que somos ao sofrimento do outro, inebriados por um discurso de merecimento que esquece que a Lei é de amor ao próximo. A evolução é uma tarefa individual, mas somente tem sentido no plano coletivo. 
Assim, precisamos nos ajeitar no mundo, encontrar nosso lugar, mas também albergar nosso irmão que sofre, que ou fomos nós, ou seremos no amanhã. Deus, esse age por nós, encarnados e desencarnados, instrumentos de uma vida melhor e mais fraterna. E para isso necessitamos estar atentos as nossas necessidades, desnecessárias e a falta de nossos irmãos, muitos anda sofrendo pela falta do elementar. 
Quanta sabedoria, quanta iluminação em rede nacional. Como temos muito a aprender com o exemplo de generosidade dos mais simples. Pelas vias da reencarnação, os irmãos que sofrem são mais sensíveis aos apelos da fraternidade. Mas, precisamos descobrir o tesouro de, sem sofrer, lembrar do sofrido. E vemos nessas palavras a valorização de um sentimento que é muito caro, a nós cariocas, de solidariedade, em uma cidade que mistura beleza com miséria, samba com lamento, na partição lembrada pelo escritor Zuenir Ventura. 
450 anos da cidade maravilhosa… Praia, sol, Maracanã, futebol…E que possamos ensinar ao mundo a colocar água no feijão, para recebermos de braços abertos a todos, turistas, estudiosos, atletas e todos mais que se abeirem da “Sebastiana”, para fazer melhor no pão repartido, na produção de uma vida melhor. 
Chicão (perdoe-me o carinho), esperamos que você tenha sucesso nessa missão, de com firmeza e candura, seguir a fundo, colocando agua no feijão do mundo!

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Residindo atualmente na cidade do Rio de Janeiro, espírita desde 1990, atua no movimento espírita na evangelização infantil, sendo também expositor. Vinculado a Casa Espírita Amazonas Hércules (www.ceah.org.br). É colaborador assíduo do jornal Correio Espírita (RJ) e da revista eletrônica O Consolador (Paraná). É autor do livro Alegria de Servir (2001), publicado pela Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Livro "Você sabe quem viu Jesus nascer" (2013), editado pela Editora Virtual O Consolador.